Stanley entrou na cabine logo após, lentamente, tentando não olhar para os corpos no chão. Foi até os controles, ignorando o piloto e o copiloto mortos (embora ainda estivesse nervoso). Viu o que parecia ser um headphone, conectado no painel, e colocou-o na sua cabeça. Mexia em alguns botões ali.
— Estou ouvindo a estática — ele disse. — O rádio continua funcionando.
Stanley então apertou um botão, abaixou o microfone do headphone e parecia querer falar algo.
— A... Alô? Tem alguém aí? Teste. Teste. — Stanley soltou o botão. — Estática. Sem resposta. — Segurou novamente o botão. — Nosso avidão, digo, avião, nosso avião caiu. Precisamos ser regatados. Resgatados. Por favor, alguém nos ajude. Estamos em uma ilha. Muita gente morreu.
Pela última vez, Stanley soltou o botão. Não pareceu satisfeito com o que ouviu.
— O rádio funciona perfeitamente. Só que... ninguém responde.
***
O grupo na floresta voltou a caminhar, apesar do símbolo estranho que viram em uma árvore.
— Eli — o homem ouviu alguém dizer.
Eli olhou ao redor. Ninguém estava olhando para ele. Quanto mais o tempo passava, menos nítida ficava a memória da voz que havia ouvido. Era masculina ou feminina? Poderia ter sido de uma criança? Como nenhum dos outros membros do grupo pareceu se importar, poderia supor que havia sido apenas uma alucinação da sua cabeça.
A névoa começava a ficar mais visível e mais densa ao longo que caminhavam. Nuvens cobriam o sol. O céu estava completamente branco. Não havia cheiro de umidade. O vento soprava algumas folhas e movimentava o topo das árvores.
Logo à frente, depararam-se com uma cena curiosa: havia um cervo caído. Poderiam supor que estava morto, devido os olhos do bicho estarem abertos. Não havia moscas ao seu redor, entretanto. Também não havia sinal de sangramento. O seu cheiro também não denunciava nenhum sintoma de apodrecimento.
— Parece que encontramos o nosso almoço — disse o jovem homem de olhos claros.