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Mesa #002 - Autalley

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Mesa #002 - Autalley Autumn10



Fellon I





Fellon Nartt caminhava pelas ruas vazias de Spockville, em uma longa e fria madrugada. Não conseguia dormir bem havia muitos anos. Algo o perturbava, mas não fazia a mínima ideia do que poderia ser. Não deve ser nada, pensou.

Continuou a andar para o Sul, a fim de se aproximar da floresta da Terra Abandonada. Há alguns dias atrás, teria ouvido um barulho estranho vindo de lá e pensou ter visto pequenos olhos brilhantes na escuridão, o observando, mas no outro dia já não tinha certeza se viu ou não. Agora era a hora de adentrar o máximo possível para conseguir saber a verdade e contar para o resto da população o que poderia estar ali naquela floresta.

- Talvez sejam apenas lobos – disse seu pai, Frayor Nartt, o Senhor de Spockville, em um dia anterior. - Não quero que se aproxime muito da Terra Abandonada. Ouviu, filho?

- Certo – apesar de seus já vinte anos, seu pai ainda o tratava como uma criança que não sabia se cuidar.

Fellon já tinha se afastado das casas da cidade já fazia alguns minutos, e a floresta começava a crescer à sua frente. Nenhum homem tinha chegado tão longe desde que o atual rei, Hugler Firall, declarou que ninguém se aproximasse do local e que construíssem uma muralha para separá-lo de Spockville, mas nunca tiveram recursos para tal obra. Spockville era o lugar mais pobre de todo o continente, tendo uma qualidade de vida péssima em comparação a todo o resto. A população vivia reclamando e protestando para melhorias, mas de nada adiantava. O rei nunca aparecia.

O guerreiro Nartt desembainhou sua espada quando ouviu um barulho vindo da floresta, passando por entre as folhas das árvores e mato. Enquanto se aproximava, Fellon percebia que a coisa estava se mexendo mais ainda e parecia ter percebido sua presença. Em um dado momento, o som parou. No entanto, algumas luzes pareciam surgir da floresta. Não demorou muito para o homem perceber que eram olhos, olhos vermelhos, de alguma criatura ou animal que vivia ali. Mas não era apenas um que estava ali, mas vários, que estavam se multiplicando ao longo que Fellon olhava para os outros lados.

Não pensou duas vezes quando começou a correr de volta. Temia que as criaturas começassem a persegui-lo, mas não foi isso que aconteceu. Quando voltou a olhar para trás, os olhos vermelhos já haviam desaparecido. Aliviou-se e continuou andando normalmente.

Curiosamente, quando já estava longe da floresta, olhou novamente para trás, e o que viu o fez tremer. Existia uma figura escura ali, com um formato humano, porém possuía olhos vermelhos e em uma das mãos segurava algo. Fellon não conseguiu ter certeza se era um humano ou não. A escuridão era forte e camuflava o ser quase completamente.

Quando o ser pareceu se movimentar em sua direção, o Nartt correu para dentro da cidade com o máximo de sua velocidade. Queria ter ficado e lutado, mas não esqueceu que viu vários olhos na floresta há minutos atrás.

Não voltou a olhar para trás, mas esperava estar longe o suficiente daquela pessoa ou criatura. Agora eu tenho a prova, pensou, com a intenção de contar aos outros assim que possível. Já estava dentro da cidade, iluminada pelas tochas. Agora era só seguir até sua casa e esperar o amanhecer para contar a todos sobre os perigos da floresta. No entanto, antes de chegar em casa, ouviu um grito vindo de trás, com uma voz de garoto. Havia ficado indeciso por alguns segundos, mas decidiu voltar para ver o que aconteceu.

No momento que Fellon dobrou uma esquina, ele viu no meio de uma rua um garoto caído, com sangue ao seu redor. Quando se aproximou e olhou para os lados, o Nartt viu algo correndo de volta para a floresta, aquela mesma figura humana que tinha visto anteriormente, só que estava longe demais para que Fellon visse sua aparência ou pudesse persegui-lo. O menino estava morto, com todo o seu tronco dilacerado. Não havia dúvidas de que foi aquele ser que o matou.

Pela manhã, toda a população de Spockville ficou sabendo da morte do garoto. A mãe chorava muito, enquanto o marido tentava confortá-la, também com tristeza nos olhos. Fellon não se atreveu a ficar ali até o amanhecer e avisar as pessoas, pois provavelmente o acusariam de ter matado o menino. De certa forma é verdade. Eu que trouxe o ser para a cidade, pensou.

Quando tudo ficou mais calmo, Fellon foi andando de rua em rua, falando o que viu e chamando as pessoas para se juntar com ele e investigar mais profundamente aquela floresta. Porém, parecia que ninguém se interessava.

- Não há nada lá a não ser animais selvagens – disse um homem quando Fellon o convidou. - É perca de tempo andar por lá, além de perigoso por conta dos lobos.

- O rei ordenou que não andássemos mais para o Sul – argumentou uma mulher já de idade avançada. - Talvez não seja por causa de animais e sim fatores climáticos. Ouvi dizer que lá chove um veneno forte, capaz de matar um humano com poucas gotas.

- Isso é besteira – afirmou Fellon. Já estava cansado com as desculpas da população.

- Eu irei – disse Shardok Rhing, um grande guerreiro, com seus 35 anos. Era bastante conhecido em Spockville. - Sempre desconfiei das coisas que a Terra Abandonada poderia esconder e fiquei curioso para descobrir.

- Eu também vou – disse uma garota, chamada Alleny Oaggie. Era muito bonita e possuía os olhos rosas, o que significava que ela tinha descendência de fadas. Tinha seus 20 e poucos anos.

- Muito bem – começou Fellon. - Alguém mais vai conosco?




Autalley






A história se passa no continente Autalley, onde existem 6 grandes famílias e várias outras diferentes cidades, como Spockville, a cidade mais pobre. Possui um cenário e época de idade média, com uma mistura de classes e raças.

Mesa #002 - Autalley Castle%20icon2 As seis grandes famílias Mesa #002 - Autalley Castle%20icon2






Família Firall: O rei atual, Hugler Firall, é o principal representante da família. Há algumas décadas, nos tempos de guerra, foi rival da família Forest e as duas lutaram para decidir quem conquistaria o Trono de Ouro. O exército Firall possuía muitos arqueiros que utilizavam a técnica de flecha flamejante, e por isso obtiveram a vitória facilmente. É uma família bastante rica e poderosa. Facilmente considerada a mais importante de todo o reino. Pessoas dessa família possuem olhos de cor vermelha, a cor da casa.

Família Forest: Foi uma grande rival de Firall no passado, mas após a derrota perdeu a motivação de um dia vencê-los. É conhecida por ser a família que possui mais Elfos e meio-elfos do que humanos na civilização. Após a guerra, restaram poucos Forest. Os Elfos invadiram o castelo e o tomaram para si, tornando os moradores escravos. No entanto, após algum tempo, os dois grupos se uniram, criando um só: a família Forest, com Elfos e humanos. Cultua muito a natureza e possui vastos campos. É a melhor família quando se trata de agricultura e jardinagem, além de serem ótimos lenhadores. O verde é a cor característica dessa família, sendo a cor dos olhos de todos os membros.

Família Halle: Foi a única família ausente na guerra. Não quis participar, pois não tinha interesse no trono ou em dominar o continente. Os membros normalmente são pessoas mais fechadas e frias, que não ligam muito para as outras famílias e pessoas ao seu redor. Os membros desta família possuem olhos azuis de cor ciano. 

Família Imp: Um povo cruel e obscuro, a família Imp foi muito temida no passado. Torturou muitos e matou diversos homens de forma brutal durante a guerra. Não possuíam piedade e queriam ver todos mortos da forma mais violenta possível. Porém, os Firall conseguiram contê-los e fizeram como prisioneiros os mais radicais da família e monitoram até os dias atuais os que restaram.

Família Rainow: A rainha atual, Summy Rainow, é a principal representante da família. No período da Grande Guerra, esta família se aliou com os Firall e uniram suas forças para derrotar as outras famílias. São pessoas bem gentis e elegantes, e os olhos característicos da família são de cor azul.

Família Spight: Uma grande família conhecida por ter muitos magos e feiticeiros. É a mais misteriosa de todas, que guarda segredos e informações sobre as criaturas que vivem no continente. Trabalham muito com magia e alquímia, o que os torna poderosos e até perigosos para alguns. De longe, é a família mais temida e odiada pela população. Na época da Grande Guerra, muitos disseram que foram eles que jogaram um fogo especial na antiga e extinta família Alvile, e não os Firall. Ainda é um mistério quem derrotou os Alvile. Todos da família Spight possuem olhos de cor negra.

Mesa #002 - Autalley Medieval-tower_318-82014 Famílias Comuns Mesa #002 - Autalley Medieval-tower_318-82014






Alvelys
Berrus
Crestan
Dabasy
Elus
Forles
Galel
Hurned
Iundy
Joyel
Korust
Leovi
Mottavi
Nartt
Oaggie
Pruesd
Qeus
Rhing
Souyg
Talen
Ulakisedromisty
Vrarayloskigredi
Wipring
Xades
Yomathis
Zurumilesk

Mesa #002 - Autalley 2000px-Fist.svg Raças Mesa #002 - Autalley 2000px-Fist.svg







Humanos: São pessoas comuns, com características de uma pessoa normal, sem nenhuma grande habilidade ou força sobrenatural. Constituem a maior parte da população de Autalley.
Elfos: São seres de uma raça mística com aparência humanoide geralmente belos(as) e loiros. São mais altos e menos fortes, porém mais rápidos e habilidosos que os humanos.

-1 em força, -1 em constituição, +1 em agilidade, +1 em carisma.
Descendentes de fadas: Fadas existiram há muito tempo no continente, mas foram extintas. O que sobrou delas foram seus genes, que foram passados de geração para geração. Porém, o cruzamento de fadas com humanos não resultou em outras fadas, mas sim mulheres extremamente bonitas e de olhos com coloração rosa. Em homens, o gene não se manifesta, mas há chances de se manifestar em suas futuras filhas. Descendentes de fadas não possuem nenhuma habilidade especial.

+1 em carisma.

Shaderys: Possuem a mesma aparência que um humano comum, mas são feios e possuem olhos de cor violeta e algumas habilidades. Todos os seres dessa raça possuem visão noturna e uma habilidade de ser mais ágeis e fortes durante à noite. Shaderys não dormem. Não se sabe como surgiram, mas há teorias de que nasceram do cruzamento de humanos com demônios. São vistos com maus olhos pela maioria da população.

-2 em carisma. +1 em força (durante a noite) e +1 em agilidade (durante a noite)





Informações e regras:


  1. Todos os personagens de vocês vivem há pelo menos 10 anos em Spockville. Onde nasceram fica a critério de vocês.
  2. O máximo de idade é 35 anos e o mínimo é 14.
  3. O mínimo de linhas para os futuros posts é 10.
  4. Nenhum jogador pode ser das famílias Firall, Spight e Rainow. Caso for de outra grande família, deve explicar os motivos de não viver no castelo dela.
  5. A classe fica por conta de vocês, mas não exagerem. Alguns exemplos: Cavaleiro, Arqueiro, Ladrão, Bárbaro, etc.
  6. O máximo de altura é 2,5m
  7. Respeitem a cor dos olhos de cada família/raça. Não podem ter olhos azuis, por exemplo, se for da família Leovi.
  8. Na aparência, é interessante que se coloque uma imagem do seu personagem para que os jogadores vejam melhor como você é.
  9. O mínimo de linhas na história é 15.
  10. Vocês irão evoluir com o tempo, o que significa que aumentarão pontos em suas habilidades.
  11. Nenhum de vocês possui uma arma especial. Só espadas, martelos, arcos etc, comuns e feitos de aço ou madeira.
  12. Ao longo do tempo, ganharão armas também.
  13. Devem me mandar a ficha por MP. Não postem neste tópico.


Ficha de personagem:

Nome: Nome + Família (precisa ser de uma das famílias listadas)
Raça: Humano/Elfo/Descendente de fada/Shadery
Classe: Ex: Cavaleiro, Arqueiro, etc.

Idade: 14-35

Altura e peso: Máximo 2,5m de altura.

Cor dos cabelos e dos olhos: Sobre a cor dos olhos ->
Vermelho = Firall
Ciano = Halle
Verde = Forest e Elfos
Negro = Spight
Laranja = Imp
Azul = Rainow
Rosa = Descendente de fadas
Castanho, Cinza = Comum
Violeta = Shadery
A cor dos cabelos é livre. Com exceção de elfos que são todos loiros e Shaderys que possuem cabelo negro.

Aparência: De preferência, com uma foto. É interessante descrever também.

Personalidade: Mínimo 5 linhas.

História: Mínimo 15 linhas. Diga onde nasceu, quem são seus pais, o que fez na infância/adolescência, etc.


Você possui 7 pontos para distribuir nos atributos abaixo:

Força:
Agilidade:
Constituição:
Inteligência:
Carisma:

Máximo de pontos em um atributo = 3.

Detalhes:
Força 0 = Fraco. Força 1 = Normal. Força 2 = Mais forte que o normal. Força 3 = Muito forte.
Agilidade 0 = Muito lento. Agilidade 1 = Normal. Agilidade 2 = Um pouco rápido. Agilidade 3: Muito rápido.
Constituição 0 = Possui corpo muito frágil. Constituição 1 = Normal. Constituição 2 = Possui uma boa resistência. Constituição 3 = Possui grande resistência.
Inteligência 0 = Deficiente mental. Inteligência 1 = Normal. Inteligência 2 = Um pouco mais esperto, capaz de criar bons planos. Inteligência 3 = Muito inteligente. Tem um vasto conhecimento e conseguiria enganar alguém facilmente.
Carisma 0 = Feio, horrível. As pessoas tendem a se afastar. Carisma 1 = Normal. Carisma 2 = Bonito e se dá melhor com as pessoas. Carisma 3 = Muito bonito e ótimo para se falar com as pessoas.



Mapa: https://forumgeek.forumeiros.com/h2-autalley-map

Nomes no mapa:

Área Inexplorada
Terra Abandonada
Spockville
Tempster
Hillame
Moonack
Purseed Commerce
Castelo Real
Garditch
Sparkle
Deeler
Balsen
Sleece

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Mesa #002 - Autalley Fdac99a8aaf54670389f1eae3616eb72

Campanha 1 - Terra Abandonada

Parte 1 - Gigante Spockville


Fellon II

Os pássaros voavam em grandes grupos naquela manhã. As pessoas observavam a enorme quantidade de animais voadores no céu, chegando a cobrir o sol em um certo momento. Havia poucas nuvens, sendo o azul dominante na parte de cima daquele mundo. O tempo bom normalmente simbolizava que o futuro próximo seria bom e feliz, mas Fellon não colocava muita fé nisso.

Os três guerreiros caminhavam sobre as ruas de Spockville sem dar uma única palavra. Shardok observava as pessoas, com um olhar distante, como se imaginasse a vida de cada pessoa. Utilizava uma roupa comum, com cotas de placa no tronco e uma calça marrom. Alleny usava uma roupa de seda bege, com uma proteção de couro azul acinzentado que cobria seu tronco e os antebraços, com uma calça de mesma cor, junto com uma pequena saia bege de algodão. A garota guardava uma longa e fina espada consigo, enquanto o Rhing possuía um martelo amarrado em suas costas.

Fellon usava roupas de algodão verde e marrom, com um capuz atrás de sua camisa. Tinha sua espada verde na bainha, nunca utilizada antes, tornando-a tão brilhosa quanto diamante, mas não era tão forte quanto alguns aços que já tinha visto guerreiros usarem.

Em mais uma praça pública, o guerreiro Nartt utilizou sua voz para tentar convencer o povo a se juntar a ele na caminhada até Terra Abandonada, mas ninguém parecia se importar com sua presença, como se estivessem o ignorando.

- É inútil, rapaz – disse Shardok, observando a decepção no olhar de Fellon. - Teremos que ir para outro lugar ou já prepararmos nossas coisas para a viagem.
- Morreremos com uma grande facilidade com um número tão pequeno – respondeu, observando as pessoas passarem. Quando olhou novamente para o céu, as nuvens estavam começando a aumentar sua quantidade. - É melhor tentar encontrar mais pessoas do que desistir ou morrer naquele lugar.

O silêncio reinou por um tempo entre os três. Fellon já havia desistido de falar quando via o olhar de desprezo das pessoas que passavam. Ninguém parava para prestar atenção no que dizia, ninguém... Exceto uma mulher que havia chegado no momento que o grupo pretendia andar rumo a outra praça.

- Me vás también – era notável o sotaque e o estrangeirismo da moça. Era bonita, com cerca de 25 anos, cabelos castanhos e olhos cinzas. Tinha um sorriso misterioso, que não daria para deduzir o que simbolizaria. Possuía uma bolsa de uma alça em suas costas e usava uma roupa de couro marrom. - Mi lhamo Alyon Forles. Me uno a vós nesta jhorrnada.

Após a apresentação da novata no grupo, todos foram à caminho de mais praças e locais públicos para recrutar mais pessoas. 






O Grupo





Mesa #002 - Autalley Fellon10Mesa #002 - Autalley Shardo10Mesa #002 - Autalley Alleny10Mesa #002 - Autalley Alyon10
Fellon NarttShardok RhingAlleny OaggieAlyon Forles



\\Mensagens do narrador//


Este é o início de tudo, a hora da apresentação de cada um. Postem como se apresentaram a Fellon, os pensamentos do personagem sobre o grupo, o que fazia antes de encontrar o Nartt, que explicações deu para ficar no grupo, etc. Por enquanto, só peço que façam essa narração, para que em breve vocês todos estejam juntos e possam interagir entre si. A ordem cronológica da chegada de cada personagem no grupo será dada pela ordem dos posts. Por isso, lembrem-se dos personagens dos jogadores que postaram antes, pois eles já estarão no grupo antes de você.

Qualquer dúvida, enviem uma MP.

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Malditos insetos, praguejava baixo. Água não tocava naquele corpo há três ou quatro dias, o odor ficava cada vez mais potente. Como planejado, seguiria até a costa e banharia-se de mar. A passos pequenos, como quem não tem destino, caminhava pelas coníferas e fazia música com os lábios, deliciando-se do som dos galhos a se quebrarem no solo. Yvon estava consciente que encontraria elfos ao redor da costa, manifestando a beleza de seus cabelos dourados molhados e pele lisa como seda. E não estava errado, de fato ali estavam. Kizaak! Esbravejou para ninguém ouvir. Pouco se recordava dos xingamentos-feitiços, efeitos das goladas de álcool da noite passada. Feitiços variados, página oitocentos e quarenta e três, Kizaak: putrefaz a matéria límpida. Deu meia volta, cabisbaixo ─ os elfos não seriam piedosos com a formosura incomum do mago.

A taverna mais próxima era seu novo destino, onde entrou de mãos enfiadas na bolsa de pano, procurando desesperadamente por moedas. Quem o olhasse, não imaginaria que aquilo fosse um caçador de recompensas de uma das famílias mais importantes daquela imensidão de terras ─ pouco lhe incomodava, ninguém em Spockville se importava com um shadery sebento. Na verdade, ninguém em qualquer lugar.

Mal pôde ouvir o próprio bocejo ao ser acordado pela voz de um rapaz a exclamar quaisquer palavras. Pela careta, as costas lhe doíam, apesar de estar acostumado a dormir sob as árvores da praça. O falante tinha aparência jovem, estava acompanhado de duas moças, uma loira e uma morena; e de um outro homem ─ dizia sobre a Terra Abandonada e um perigo vindo de lá. Naquelas bandas, Yvon nunca atrevera-se a andar, e os rumores sobre o lugar nunca foram os mais animadores. Entretanto, o shadery sempre guardou consigo um imenso interesse de quebrar as leis que os boatos de camponeses e senhorinhas impõem. A família Firrall não o contactava há cerca de duas semanas, então aquela aventura poderia o garantir alguns almoços e, talvez, alguns trocados.
─ Eu ─ ergueu-se e limpou a grama de seus panos. O analisavam com cuidado e desprezo, mas pela quantidade de membros e o empenho posto na voz do suposto líder, presumia que seria aceito. ─ Prazer, Yvon.

Última edição por Prime em Ter Nov 24 2015, 17:40, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : .)

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Spoiler :


Em meio a um pequeno bosque estava Ben, sentado nas folhagens secas em frente a um tronco que utilizava como mesa, o mesmo misturava alguns líquidos em uma tigela de madeira velha. Sua doninha, Mr. Diggle, jazia ao lado de seu dono dormindo, algumas vezes mexendo no focinho devido ao cheiro que tinha ali por causa de seja lá o jovem alquimista fazia.

- Espero que dessa vez não exploda. - murmura Benjamin prestes a colocar umas folhas de coloração azulada na tigela.

Aos poucos as folhagens caem de sua mão, tocando o líquido e lentamente soltando um vapor da mistura. O rapaz encarava tal cena com um olhar confuso, não fazia ideia do que acabava de ter feito. Ele folheia um livro velho tentando entender o que se passa. Seu objetivo era fazer uma poção medicinal mais eficiente das que já existiam, e só havia um jeito de descobrir se funcionava. Testando.

Ben pega sua adaga de dentro da bolsa e faz um pequeno corte no seu dedo. Ele pega a tigela e derrama sutilmente a mistura na ferida. O resultado foi o despertar de Mr. Diggle assustado com um berro que o seu dono havia dado devido a uma ardência infernal na ferida.

O rapaz bufa após o fracasso e começa a guardar suas coisas para retornar para casa. Chegando na cidade viu um pequeno grupo numa praça anunciando alguma coisa, curioso se aproxima e começa a ouvir o que os mesmos tem a dizer. Ben abre um sorriso de orelha a orelha quando escuta que eles pretendem adentrar a Terra Abandonada, o espírito aventureiro e curioso do jovem não o faz pensar duas vezes e o mesmo corre até sua casa para preparar sua mochila e avisar sua família. O pai de Benjamin tinha receio de deixar o filho partir, mas não podia quebrar a promessa que fez a mãe do garoto antes da mesma morrer, de que ajudaria o filho a se tornar um grande alquimista, e sabia que o mesmo precisava de aventuras para conquistar tal feito.

Após despedir-se de seu pai e sua irmã, o mesmo retorna até o centro e dirige-se ao quarteto recrutante. Aproxima-se dos mesmos e de um quinto elemento que surgiu, provavelmente um interessado em partir e fala:

- Eu tenho interesse em ir! Meu nome é Benjamin, mas meus amigos me chamam de Ben. Na verdade eu não tenho muitos amigos, se contar meu pai, minha irmã e minha doninha eu tenho 5 na verdade. Normalmente as pessoas me julgam por eu ser um alquimista e acharem bobagem eu investir na ciência, principalmente a senhora Amelia, minha ex-vizinha, incendiei a casa dela sem querer tentando fazer uma armadilha para animais, mas eu tinha apenas 14 anos, hoje em dia o número de coisas que eu costumo incendiar é bem menor. - fala tão rápido Ben que quase não dá pra entender o que o mesmo diz, após notar as feições estranhas para ele, o mesmo dá um sorriso sem jeito. - E esse é o Mr. Diggle. - aponta para seu ombro.

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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O ar fresco da manhã batia em seu rosto enquanto Erik esgueirava-se entre as folhagens, perseguindo um filhote de cervo que passeava pela mata ─ tão jovem era o animal que nem seus chifres haviam nascido. O elfo se manteve perfeitamente imóvel espiando ao longo da linha da flecha, escondia-se atrás de alguns pequenos arbustos e esperava o animal cruzar o seu campo de visão, pacientemente. O vento soprava em seu rosto de modo que seu cheiro não assustasse a presa, piscou buscando afastar dos olhos o suor que ardia, enquanto o cervo olhava ao redor, pressentindo a presença de um predador. Soltou o fôlego e atirou a flecha, sentindo as penas roçarem em seus dedos no momento do lançamento. A flecha cortou o ar com um zunido e se alojou no pescoço do animal, que despencou para o lado no momento em que teve a sua pele rasgada. Ele ainda tentou lutar, contorcendo-se e debatendo a cabeça contra o chão, Erik calmamente se dirigiu até ele e viu o sofrimento do animal cessar quando o puxou pelo pescoço e o torceu. Jogou-lhe sobre uma pedra e removeu a flecha de sua carne, vendo o sangue espirrar no chão seco, limpou-a com um pedaço de pano e recolocou-lhe na aljava, voltando para a sua cabana sabendo que teria carne quente e sangue naquela noite.

De volta a sua casa alimentou uma chama e pôs algumas pedras para aquecer enquanto limpava o animal, cortou sua barriga e removeu suas tripas e órgãos internos, preenchendo o espaço vazio com as pedras aquecidas para assar a carne por dentro. Depois colocou-a para rolar nas brasas, que a chamuscaram por fora a ponto de deixar a carne crocante. Temperou o animal com ervas e devorou-lhe em poucos minutos, empurrando o alimento para baixo com o último gole de cerveja que restava em seu barril, ─ sabia que na manhã seguinte teria de visitar a cidade em busca de mais. Fatigado com o dia de caça, dirigiu-se até seu quarto para descansar. Sua moradia era ausente de cama, o sono dos elfos a muito se adaptou para que, em ambientes selvagens, estivessem sempre atentos para proteger sua prole, ─ suas mentes entram em estado de meditação, seu corpo repousa em pé, e não necessitam de mais de 5 horas por dia para recuperarem a energia.

Ao primeiro raio de sol da manhã já estava desperto e pronto para rumar à cidade, recolheu algumas ervas e as colocou em sua bolsa, logo preparando sua égua e se pondo a cavalgar bosque afora. Em pouco mais de dois quartos de hora havia chegado a seu destino, dirigindo-se diretamente até a taverna mais próxima. Andou até o balcão e direcionou sua atenção ao dono do estabelecimento, entregou-lhe algumas moedas e pediu por um tonel de cerveja para a viagem, o velho de nariz adunco manteve um olhar atravessado sobre a figura encapuzada do jovem elfo, mas fez o que lhe foi pedido. Erik levou a bebida até uma mesa no canto da taverna e sentou-se, levando a mão até a sua bolsa e retirando dela um cachimbo de madeira. Encheu-o com as ervas que havia colhido logo pela manhã e o acendeu, enquanto observava algumas pessoas se amontoarem no pátio do lado de fora pela janela. Um pequeno aglomerado se formava a volta do rapaz louro que estava convocando guerreiros para uma missão, aparentemente se tratava de uma excurssão até a Terra Abandonada, o que rapidamente fisgou a sua atenção, ─ não só atiçava seu espírito como caçador como também o preocupava pelos riscos vindos de tal local, que o afetariam primeiro por morar nos bosques longe das cidades.

─ Eu irei. ─ a figura do homem encapuzado segurando as rédeas de uma égua branca se tornou visível a medida que as poucas pessoas que se apinhavam no local se afastaram para deixá-lo passar. ─ Meu nome é Erik. ─ Falou, revelando os longos cabelos dourados e as orelhas pontudas que escondia por debaixo do capuz.

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Aquele teria sido um lindo dia, céu límpido e infestado de pássaros, mas a pá encravando-se no chão constantemente atrapalhava o proveito da paisagem. Talvez este fosse o décimo segundo no mês, o mais difícil desde que entrara na vida de mercenário com o pai. Infelizmente, sortearam-lhe como o da vez para enterrar o pobre cadáver, algo que aceitou fazer sem problemas, apesar do desagrado, conhecia quem jazia ali, um rapaz muito amigo seu, lutara diversas batalhas ao seu lado, concluíra o dobro de missões com seu apoio, e mesmo assim o que portava a pá não sentia o luto que deveria. Conforme o trabalho acabava, o dia entardecia e os pássaros deixavam de acompanhá-lo na solidão do urzal, em seu fim os braços estavam doloridos e o corpo necessitado de um descanso. Sentou-se perto do cemitério improvisado e retirou seu cordão de dentro da roupa, iniciando uma prece aos deuses que venerava. Encarou o precioso artefato que carregava no pescoço, uma trança de sua falecida mãe, e depois o guardou, levantando-se do chão e indo embora daquele bosque.

Dirigiu-se imediatamente à um bar, sentando-se perto de uma figura encapuzada que não dera muito atenção, pediu uma garrafa de hidromel e ao pegar saiu do lugar, passeando pela cidade enquanto tomava alguns goles. Não havia missões que o interessavam na companhia mercenária há muito tempo, e considerando seu estado atual financeiro agradável, pouco se importava, já seu pai saíra numa escolta há dois meses e desde então não recebera notícias do velho, algo que não o incomodava também, tinha certeza que sobreviveria mais um pouco para continuar atormentando as putas de Spockville. Observou o número grande de moradores concentrando-se na praça enquanto dava os últimos goles da garrafa, jogou-a no chão e foi ver o que chamava tanta atenção, descobrindo um pequeno grupo pedindo ajuda numa excursão à Terra Abandonada.

- Eu vou - exclamou aproximando-se. - Me chamo Knut.

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Sangue e gordura gotejavam do pedaço mal cozido de javali, ensebando e emporcalhando a rude barba loira do saxão que a essa altura já estava tão avermelhada quanto os dedos enlambuzados. O sabor quase cru não era um incômodo para alguém que nunca teve habilidade nenhuma como cozinheiro, degustando da carne como se a mesma fizesse parte de um cardápio real. A carcaça do animal rendeu por dois dias, mais do que suficiente para fazer Baldur chegar à cidade com o estômago cheio, não importando o quão complicado tenha sido a caça. Estava sob o lombo de seu cavalo a mais de duas horas, e o sentimento de alívio ao ver a cidade se aproximando era inevitável. Sentia cada vez mais o peso da idade surgindo, principalmente nas costas.

- Finalmente vou poder sentar minha bunda em uma cama... – Rosnou, mexendo nas rédeas do cavalo e esperando que ele trotasse mais rápido. Fenrir era o nome do enorme e bravio animal, tão agressivo e imprevisível quanto o dono que fora o único capaz de domá-lo. Uma criatura majestosa e grosseira, com uma curta e escura pelugem marrom, forte o suficiente para aguentar o peso de seu dono, suas bagagens e das pesadas placas de ferro que o protegiam do lombo ao pescoço. Nem o saxão tinha tanta proteção assim, usando apenas uma cota de malha costurada a uma única camada de couro sob o peito nu. Os ombros estavam nus, ostentando tatuagens e cicatrizes, enquanto os antebraços eram protegidos por couro fervido. Carregava o rótulo de bárbaro por onde passava, um título que sempre julgou condizente com sua pessoa.

Devia estar fora de Spockville a quase dois meses, trabalhando em um serviço de escolta para algum fazendeiro de Balsen rico o suficiente para vender suas mercadorias no outro lado do continente. Foi algo relativamente simples, com apenas três ataques de bandidos que só renderam 10 crânios esmagados. Ao menos no trajeto de volta provou do doce sabor da filha de um taverneiro, que a cedeu gentilmente sem precisar receber uma proposta irrecusável do aço saxão. A lembrança daquela noite foi o suficiente para lhe tirar um meio sorriso da boca desdentada.

- Nada melhor que o doce sabor da inocência... – Murmurou em meio a uma grave gargalhada, cuspindo o osso e o que restava de carne nele. Puxou as rédeas de Fenrir, diminuindo o trote do cavalo em meio a irregular estrada de terra batida enquanto adentravam a cidade. Depois de quase 6 anos vivendo ali, não tinha como não se sentir em casa, mesmo num local tão miserável. Guiou-se familiarmente pelas ruas de Spockville, finalmente chegando em sua casa, em uma das áreas mais lamacentas da cidade, de frágeis cabanas de madeira com telhados de serragem. A sua não era diferente, apesar de mais robusta e com uma fundação mais firme, que lhe custou quase dois anos de trabalho. Deixou o cavalo no estábulo compartilhado com os vizinhos e adentrou sua moradia, finalmente se desvencilhando do equipamento de viagem e se jogando na desconfortável cama de madeira, forrada por duas peles de urso pardo. Se despiu das proteções e botas, cedendo a uma soneca por uma hora.

Porra, preciso de hidromel, foi o primeiro pensamento que passou em sua cabeça ao acordar. Se levantou e partiu para fora, levando consigo apenas seu machado longo, não vestindo as botas por preguiça e pressa. Caminhou pelas vielas e becos da cidade, não se importando em sujar os pés de lama, enquanto cantarolava alto e caçava por restos de carne em sua barba, tendo sua atenção puxada por um trio, que pareciam tentar recrutar pessoas para alguma bobagem relacionada as Terras Abandonadas, e entre eles só reconheceu Shardok Rhing. Não pareciam estar tendo muito sucesso, com apenas alguns tolos se oferecendo, o quais Baldur nem prestou atenção. Ele se aproximou, bravejando sempre com seu tom alto e sotaque característico:

- Mas que maravilha, o tão conhecido Shardok Rhing resolveu enlouquecer. – começou, agora focando seu olhar para o tal Fellon e cuspindo no chão. – Rapaz, você tá mesmo querendo recrutar gente capaz aqui no meio do nada? E ainda por cima de graça? Se você quer ajuda de verdade, vai me pagar 10 peças de prata, sem contar os custos da viagem...

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Shardok I




Um mercenário comum de Spockville não confiava nas pessoas tão fácil, mas o olhar e a seriedade de Fellon quanto à viagem parecia suficiente para que Shardok depositasse sua confiança nele. Sabia que era um bom homem e pretendia fazer o bem, percebia em seu olhar e forma de agir, mas não sabia se o garoto duraria muito. Pessoas muito boas não costumavam sobreviver muito tempo em Spockville.


Enquanto caminhava junto à dupla, ficava curioso quanto à garota. Todas as descendentes de fada que havia conhecido eram meninas mimadas vindas do Norte que não aguentavam a vida ruim em Spockville. Mas Alleny era diferente, guerreira, e parecia ser mais forte que muita mulher que já conheceu. Talvez a beleza seja apenas uma máscara de uma fera que existe dentro de si, pensou.


Após a fala de Fellon em uma praça perto da costa, uma garota apareceu, bem misteriosa. Logo em seguida, um shadery com um rosto aparentemente muito feio. E depois um alquimista. E depois um elfo. E depois dois homens que pareciam ser mercenários... Muita gente diferente de um lugar só. O que será desse grupo? Pensou o guerreiro Rhing.

O último homem era um conhecido de Shardok. Era um mercenário muito forte, conhecido por ser bem sanguinário e violento. Chamava-se Baldur Lothbrok.


- Mas que maravilha, o tão conhecido Shardok Rhing resolveu enlouquecer. – disse o homem, agora focando seu olhar para o garoto Nartt e cuspindo no chão. – Rapaz, você tá mesmo querendo recrutar gente capaz aqui no meio do nada? E ainda por cima de graça? Se você quer ajuda de verdade, vai me pagar 10 peças de prata, sem contar os custos da viagem...


Fellon não teve tempo de responder.

- Você continua feio como sempre, Baldur - Shardok sorriu e encarou o velho amigo. - Ainda é tão forte como antes? Ou esse tempo todo o enferrujou? - mantinha o sorriso no rosto enquanto se aproximava de Baldur levantando sua mão direita em caminho com a do mercenário.


Logo reconheceu o garoto Knut, que era filho de Baldur. Havia crescido bastante desde a última vez que o vira. Quanto mais esse garoto cresce, mais eu acho que superará o pai. Isso se já não o fez...

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Spoiler :


- Seu filho da puta! - Baldur se aproximou, cumprimentando Shardok com um fortíssimo aperto de mão, brevemente disputando forças. Logo em seguida continuou, espalhafatoso como sempre: - E então? Você resolveu virar santo e fazer as coisas de graça, ou esse moleque tá te pagando? - soltou uma grave gargalhada, reparando como o antigo parceiro de contratos, que não via desde quando Knut era garoto. Parecia diferente, como se tivesse passado um bom tempo no meio do mato, com uma aparência quase tão desleixada quanto a sua: - E resolveu parar de ser um marica e deixar a barba crescer, eh? E então, me explica essa bobagem que você tá se metendo...

Última edição por Gulielmus em Sex Abr 22 2016, 18:00, editado 2 vez(es)

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Spoiler :


Meldos acordou feliz naquela manhã, feliz como nunca estivera em anos, talvez fosse o sonho que tivera a noite, ou talvez o dia apenas prometesse ser bom, de qualquer jeito - é um dia bom - ele pensou. Num instante já estava de pé, preparando sua bolsa para se dirigir até a floresta mais próxima em busca do futuro alimento. Não quis incomodar o velho elfo, que se encontrava lendo um de seus antigos livros, apenas acenando de longe para o mesmo. Por fim, preparou seu arco, pôs suas flechas na aljava, e, segurando um cantil de água, rumou.

Observou o céu límpido e diminuiu o ritmo dos passos, sentindo o ar fresco da manhã batendo em seu rosto e fazendo seus loiros cabelos compridos balançarem. Abriu um cínico sorriso, mal parece a suja Spockville com a qual estou acostumado, mas logo ele perderia este pensamento. Já conseguia ouvir o som dos bêbados discutindo sobre algo na taverna (pelo menos, era o que parecia), esta é a Spockville que estou acostumado, cidade aonde os vagabundos já estão de pé farreando a esta hora da manhã. Mais que isso, Meldos conseguiu notar uma concentração estranha de pessoas na praça, e assim, os planos de caça do curioso elfo foram arruinados. Claro que ele iria lá para ver o que acontecia, se deparando com o que parecia ser o recrutamento de guerreiros para explorar a Terra Abandonada.

Terra Abandonada, só em pensar nesse nome, sentia um frio na espinha. Talvez, realmente não fosse um dia feliz como imaginava. Sua mente estava trabalhando a mil por hora. Ao mesmo tempo que via uma oportunidade para se livrar do grande peso que carregava consigo, via também como se estivesse assinando um acordo com a própria morte aceitando tal 'aventura' proposta. Também pensava em seu pai, e o quanto se sentiria só sem ter seu filho por perto uma vez mais.

Mas talvez, só assim o elfo poderia reencontrar a paz, outrora perdida. Talvez, só assim o elfo teria sua redenção. E com esse pensamento, uma simples manhã se tornou o início de toda uma nova vida para Meldos, que se aproximou do aglomerado e ergueu lentamente o palmar destro.

-Eu irei!- Disse.- Essenya Y'hohanan ná. Mas podem me chamar de Meldos, como sou conhecido na Terra dos Homens.

Última edição por Kick Aspinwall em Qua Nov 25 2015, 20:39, editado 1 vez(es)

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Eu cochilava no pé de uma árvore na floresta, acordo por causa de uma estranha sensação. Um calafrio na espinha e quando isso acontece quer dizer que talvez eu esteja destinado a estar em apuros. Me levanto, e tiro as pequenas folhas de meu manto, no horizonte avisto fumaça, deve ser de uma chaminé de alguma cabana em Spockville.

Ajeito meu florete e saio seguindo pela trilha na floresta em direção a cidade. Mas algo chama minha atenção, umpequeno jovem chorava alto, enxugando suas lágrimas no meio do bosque. Me aproximo dele e resolvo perguntar por que tal situação; - O que foi pequeno? Por que estás chorando?
Soluçando e com os olhos vermelhos e nariz escorrendo diz;

- Eu não encontro minha casa! Gritou e voltou chorar - Mamita! Clamava pela mãe.
 Me ajoelho na altura do rosto dele, e ponho a mão na sua cabeça.
- Eu sou Gowter, o bardo das mil histórias.
- B...bardo? O garoto tinha dificuldades.
- Você por acaso mora em Spockville?
- Não... - Moro numa cabaninha perto da cidade, mas eu perseguia um sapo, até que me perdi.
- Hm...acho que não será problema. - Vou leva-lo até sua casa, qual o seu nome?
- Berot.
- Bem Berot vamos.

 Pego na mão de Berot e saímos em busca a sua casa, infelizmente sai da trilha que ia a caminho de Spockville, demorou mas finalmente encontramos a cabaninha do garoto, uma casa velha e pequena de madeira caindo aos pedaços.

- Muito obrigado sr Gowter.
- Não há de quê amigo, na proxima eu lhe trago o melhor sapo que você já viu. Digo sorrindo. - Bem, preciso ir.

- Quêm está ai?

 Uma senhora muito idosa de bengala e andar lento sai da cabana, Berot disse que era sua vó.

- Um caminho de perigos, guerreiros sobre as terras desconhecidas a escuridão irá pairar sobre suas cabeças!!!!... Disse a velha apontando para mim.

Para falar a verdade não fiquei para ouvir mas, aquela história não me interessava e parti rumo a Spockville.
Já na cidade ja me deparo com um amontoado de pessoas, pelo que ouço , há um tipo de recrutamento para exploração de terras abandonadas. - Hm...essa vale a pena ser contada, por que não? Levanto a minha mão me oferecendo como tributo.

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Mesa #002 - Autalley E3fc254d8d9137aa506bd5c3572d98f6_full


Campanha 1 - Terra Abandonada


Parte 2 - Espadas em Tavernas



Shardok II



A chegada de mais dois guerreiros interrompeu a conversa entre Baldur e Shardok. Logo eles foram cumprimentados por Fellon, que os recebeu educadamente. O grupo e as pessoas ao redor logo perceberam que começara a chover, onde as gotas ficavam cada vez mais fortes ao longo que o tempo passava. Shardok nem tinha percebido o céu se fechar tão rápido. Há poucos minutos ainda estava bem azul.

Fellon fez um sinal com a mão para reunir todos os que foram voluntários no centro da praça, rapidamente.

- Existe uma Taverna ali do lado. É melhor entrarmos lá para conversarmos melhor - sugeriu Fellon.

Shardok olhou para Baldur e deu uma leve palmada em suas costas.

- Vamos lá, seu paspalhão. Continuaremos nossa conversa saboreando um delicioso hidromel - falou, e logo depois começou a andar em direção à taverna.

Logo todos os membros do grupo caminharam junto com Fellon em direção à Taverna. Ninguém parecia ter discordado do que ele sugeriu. A chuva estava bem forte e muitos se molharam bastante. No cabelo do Nartt criou-se uma coloração mais escura, por conta da água que havia caído sobre si. Acontecia o mesmo com Alleny e os outros loiros.

Quando entraram na Taverna, pareciam cachorros molhados que, sem rumo, procuravam abrigo. Fellon pediu ajuda para que juntassem algumas mesas para criar uma única para caber todos e poderem conversar. Shardok o ajudou, pegando também os bancos. Após terminarem, cada um sentou-se em um lugar. O Nartt havia ficado em uma parte estreita da mesa, sozinho, onde seria melhor para olhar e falar com todos.

- Primeiramente, desculpem tê-los colocado nessa situação - começou Fellon, com um tom calmo e expressão séria. - Me chamo Fellon Nartt. Quando estava recrutando pessoas, esperava criar um exército para marchar contra Terra Abandonada, mas os resultados não foram como eu esperava. Já não me lembro a quantidade de praças que fui, chamando gente para o grupo, mas só consegui vocês. E se vocês estão aqui, significa que acreditam em mim e possuem coragem para ir até Terra Abandonada, um lugar onde nenhum homem se atreveu a ir desde o fim da Grande Guerra. E não estou indo para lá sem motivos. Devem ter ouvido falar da morte do garoto. Pois bem, não falei sobre isso na praça, mas eu vi uma criatura de olhos vermelhos na floresta e tenho quase certeza que foi ela que matou o menino. E não se preocupem, não sou nenhum psicopata, não matei o garoto, e não estou reunindo vocês em vão. Se forem para lá comigo, encontrarão coisas que podem fazer com vocês o que fizeram com o menino. Não há nenhum dinheiro, nenhuma jogada. É apenas para quem possuir interesse em viajar para descobrir o que realmente há naquele lugar. Por isso, quem não quiser ir, se retire. Quem quiser ficar, esta é a hora de conversamos sobre a viagem. O que têm a dizer?




O Grupo

Mesa #002 - Autalley TpLDtkVMesa #002 - Autalley TH37i3DMesa #002 - Autalley Ikfb0BWMesa #002 - Autalley IfP1QlV
Fellon NarttShardok RhingAlleny OaggieAlyon Forles
Mesa #002 - Autalley 6YAdTy5Mesa #002 - Autalley 0yDL38UMesa #002 - Autalley ILuTQSfMesa #002 - Autalley Ug0ep8l
Yvon KorustBenjamin TalenErikKnut Lothbrok
Mesa #002 - Autalley IvVOK21Mesa #002 - Autalley TdsXxyvMesa #002 - Autalley GazRMmC
Baldur LothbrokMeldosGowther Xades



\\Mensagens do narrador//


Essa é a hora de interação. O mínimo de linhas foi baixado para 5 para haver uma maior produtividade nos diálogos. Aproveitem o momento para falar com Fellon, os NPCs, os jogadores, e até beber alguma coisa para aproveitar o som de tempestade do lado de fora da Taverna. Direi quando o momento de interação acabar.

Segue um mapinha para auxiliar vocês:

Mesa #002 - Autalley Tavern10

Última edição por Josh em Qua Nov 25 2015, 18:37, editado 1 vez(es)

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Fellon acabara de explicar sobre a jornada, dizendo que não seriam pagos e etc. O alquimista ouviu mas não acrescentou nada, estava ocupado com outra coisa:

- Não a encare-a para não parecer rude, não a encare-a para não parecer rude... - repetia em seus pensamentos Ben, referindo-se a bela moça, Alleny, que estava ao seu lado.

Uma gota de suor caía pelo lado direito de sua testa, o mesmo queria mostrar uma boa impressão ao grupo e principalmente a garota, e o fato dele pagar um mico o deixava nervoso. Ele olha ao redor da taverna e vê as pessoas bebendo, rindo, cantarolando e até mesmo discutindo, eis que surge uma ideia.

- É isso! Vou pedir um copo de leite e oferecer um pra ela. - pensava Benjamin. - Espera aí, que tipo de homem tenta impressionar uma garota com um copo de leite? Que ideia a minha...

O mesmo levanta-se de sua cadeira e faz um gesto ao taberneiro, chamando sua atenção:

- Um chá de hortelã, por favor! - pede o alquimista.

O taberneiro balança a cabeça negativamente, desaprovando a pedida do garoto e o mesmo volta a se sentar na mesa com um sorriso no rosto, como se tivesse feito algo impressionante. Olha para Alleny com uma expressão amigável e diz:

- Aceita um também?

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Tem mais degenerados nessa cidade do que eu imaginava, foi o pensamento de Baldur ao ver mais dois se oferecendo, um elfo e outro tão afeminado quanto, parecendo mais uma moça vestindo roupas de rapaz. Com o tempo se fechando, Shardok sugeriu que continuassem sua conversa na taverna, que fez o saxão logo rugir:

- Porra, então você paga o hidromel! – Completou com mais uma gargalhada, dando um tapa no ombro do antigo parceiro.

Partiu para dentro do estabelecimento, mas antes esbarrou no próprio filho que ainda não tinha reparado, não concebendo de primeira o que ele fazia ali com o resto. Gargalhou, lhe dando um sacolejo no ombro como de costume:

- “Tá” fazendo o que aqui, rapaz?! Nem “pra” ir visitar o seu pai e ver se ele já havia chegado... – Foi vendo a expressão séria no rosto de Knut que ele entendeu o que ele fazia ali. – Porra! Agora você resolveu fazer caridade também?! É só o que me faltava...“Vamo” lá “pra” dentro! – Rosnou, avançando para dentro da taverna sem esperar pela resposta.

Não queria se juntar à mesa com o resto, só tomando seu lugar após apanhar sua caneca de hidromel depois do discurso daquele palerma, que novamente frisou a falta de pagamento. Não conseguia entender porque alguém se oferecia para uma viagem tão arriscada naquela terra amaldiçoada, sem nenhuma garantia do que iriam encontrar, só se guiando pela palavra daquele garoto verde. Foi então que resolveu reparar nas pessoas ao redor, notando que a maioria parecia jovem e provavelmente inexperiente, talvez ali só em busca de aventuras. Só teve uma ideia diferente do mal-apessoado do cajado e de Shardok, ambos aparentando mais maturidade, o que só lhe deixava ainda mais indignado com a situação.

- Um chá de hortelã, por favor! – Escutou o pedido do rapaz esquisito que havia se aproximado do bar aonde o saxão aguardava pela bebida, que não resistiu em deixar aquela passar:

- Você tem 12 anos, rapaz? É tão verde que não bebe cerveja?! – Virou-se para o taverneiro assim que viu sua caneca de hidromel ser deixada em cima do balcão. – Pode deixar que dessa vez não vou pedir fiado, Ralaf, o Shardok vai pagar essa rodada... – e finalmente foi se sentar em seu lugar, virando-se para o antigo amigo:

- E então, você vai me explicar o que viu de lucrativo nessa bobagem ou você  “tá” ficando maluco igual meu filho?

Última edição por Gulielmus em Qua Dez 16 2015, 10:04, editado 2 vez(es)

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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─ Existe uma taverna ali do lado. É melhor entrarmos lá para conversarmos melhor ─ a recomendação de Fellon foi seguida e caminharam. Conservando-se sempre atrás, o mago segurava seus panos com prudência, não queria sujá-los ─ mais ainda ─ com lama fresca, e assim fazia com seu cajado: uma modesta haste de madeira reforçada com traçados variados esculpidos e, no topo, um globo azul envolvido por garras.

O frescor do lado de fora deu lugar ao bafo costumeiro da taverna, onde adentraram em grupo.
─ Se forem para lá comigo, encontrarão coisas que podem fazer com vocês o que fizeram com o menino. Não há nenhum dinheiro, nenhuma jogada ─ advertiu Fellon após os esclarecimentos necessários. Yvon pouco se concentrava no que o rapaz dizia, tendo como prioridade a bela vista de um prato com pedaços fartos de galinha e porco, acompanhados de molho branco de creme de leite e algumas folhas para variar. Ao lado, um bocado de vinho. Sentia a fome como uma faca a acariciar seu estômago, mas esperou o fim do discurso para dizimar as primeiras coxas. A taverna abrigava naquele momento um clima hospitaleiro e amistoso: risos estrondosos intercalavam-se com berros de discussões, cercados pelo som do suave pé-d'água a cair lá fora. Pela direita, sentava-se um rapaz e, pelas conversas na praça, seu pai, que encarara o mago na entrada; pela esquerda, uma moça de olhos cinzas e sua quietude. Atraente, observou ele, mas logo tirou os olhos, temendo exibir-se como um pervertido. Yvon pôde observar todo e cada integrante: humanos, elfos, talvez um ou outro descendente de fadas e apenas ele para representar sua raça. Um rango vespertino com desconhecidos, refletiu após dar-se conta da cena.

─ Quem quiser ficar, esta é a hora de conversamos sobre a viagem. O que têm a dizer? ─ concluiu o líder. O shadery encheu a boca de uma porção generosa de carne e mastigou pacientemente, dando um gole na bebida logo após. Sequer notou que ainda tinha o capuz na cabeça, e então o colocou para trás, revelando com mais clareza as marcas no rosto, o qual estava parcialmente coberto por algumas mechas do cabelo que pendia sobre o prato, e perguntou:
─ O que seus familiares e amigos pensam sobre essa atitude audaz? E a propósito, quando partimos?

Última edição por Prime em Qua Nov 25 2015, 18:27, editado 2 vez(es)

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Aquela taverna parecia ser bem agradável, o grupo ao qual me juntei era bem diversificado e exótico. Observando bem a situação e meus companheiros era melhor tirar algumas dúvidas com  Sr Fellon:

- Fellon. Gostaria de lhe perguntar algumas coisas sobre nossa missão, estou curioso para saber sobre as terras e quando partiremos para a missão, mas não querendo ser rude, e quanto aos benefícios? Se é que me entende. -- Completo sorrindo.

Eu sei que seria uma missão muito arriscada não importasse a história que iria estar ao meu alcance, eu apenas penso em minha família e é assim que continuará.

- Hm, minha garganta está seca acho que vou pegar uma cerveja no balcão. Pensou.

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Fellon


─ O que seus familiares e amigos pensam sobre essa atitude audaz? E a propósito, quando partimos? - perguntou o Shadery. Fellon o observou com um olhar avaliador, percebendo depois que era um shadery diferente dos que já vira. Ele é uma boa pessoa, pensou. Não faz sentido.

- A única família que tenho é o meu pai, Frayor Nartt, mas ele não tem nada a ver com isso. E os únicos amigos que tenho, aparentemente, são vocês. Partiremos amanhã assim que o sol nascer - respondeu.

Em seguida, o garoto de cabelo rosa o questionou sobre benefícios da missão.

- Acho que deixei bem claro que não há nenhum dinheiro envolvido aqui. Se ainda possui essa ideia, acho melhor você procurar outra aventura, amigo - disse, com muita seriedade no rosto e encarando o jovem.




Alleny


Alleny bebia um vinho com delicadeza e calma, enquanto ouvia os homens conversarem. Era uma das únicas mulheres dali, mas isso não a incomodava. Tudo que conseguia pensar era em Terra Abandonada, no tipo de criatura que poderia existir naquele lugar. Nunca imaginaria que algum dia estaria a caminho de uma região tão sombria que a maior parte da população insiste em criar histórias assustadoras sobre. Nunca sentiu medo desses contos, sempre achou que eram apenas besteiras. Agora, estava determinada a descobrir o que havia lá.

O garoto ao lado da moça parecia nervoso. Ela percebeu que tentava desviar o olhar, até que se levantou para pedir um chá de hortelã. Um dos homens fez uma piada sobre isso. Quando voltou, olhou-a com uma expressão amigável e disse:

- Aceita um também?

Alleny deu um pequeno e rápido meio sorriso para o garoto.

- Não, obrigada.

Após isso, começou a encarar o vermelho de sua bebida, refletindo sobre Terra Abandonada e o grupo.




Shardok



- E então, você vai me explicar o que viu de lucrativo nessa bobagem ou você “tá” ficando maluco igual meu filho? - foi a pergunta que Baldur fez.

Shardok sorriu e olhou para o amigo.

- Já deve ter visto algum desses cantores idiotas cantarem algo do tipo "se a escuridão está vindo até você, é melhor você ir até ela antes". Eu apenas não estou tão confiante em ficar do lado que não acredita que a escuridão está vindo.

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Pobre pai, esperando recompensa de um grupo que implora por ajuda em praças. Estranhamente, o céu límpido infestou-se de nuvens escuras ao invés de pássaros, iniciando uma forte chuva que molhou todos ali. Durante a ida para a taverna, topou com seu pai que até então não o tinha visto.

- Não tive notícias de você por dois meses, quem devia reclamar sou eu, mas nessa altura do campeonato já estou acostumado, então: olá pai, é bom ver você - cumprimentou-lhe com o mesmo gesto, adentrando no lugar e ajudando-os a juntar as mesas, com o terminar do serviço, perguntas e respostas começaram ser ditas, mas não prestou muita atenção, virou-se de novo ao seu progenitor e respondeu sua última questão: - Todos aqui estão procurando uma aventura, independente do risco que correr. Pai, vamos ser sinceros, desde o inicio você sabia que não teria recompensa, não com este grupo. Não acha que chegou o momento de darmos uma folga de tantas escoltas e assassinatos, procurarmos alguma novidade nestes últimos seis anos tão repetitivos. Além disso, tem o fato de Spockville correr perigo, de um jeito ou de outro, mas conhecendo você, tanto faz.

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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A recomendação do homem foi seguida e todos partiram para a taverna, se distribuindo na mesa formada. O grupo reunia pessoas das mais variadas raças e dos mais variados lugares, fazendo Meldos se intimidar um pouco. Tomou lugar ao lado do que parecia ser o único elfo que aceitara participar de tal 'aventura', além do mesmo, é claro.

-Me chamo Fellon Nartt. Pois bem, não falei sobre isso na praça, mas eu vi uma criatura de olhos vermelhos na floresta e tenho quase certeza que foi ela que matou o menino. E não se preocupem, não sou nenhum psicopata, não matei o garoto, e não estou reunindo vocês em vão. Se forem para lá comigo, encontrarão coisas que podem fazer com vocês o que fizeram com o menino. Não há nenhum dinheiro, nenhuma jogada.- Fellon esclareceu.

A citação de olhos vermelhos vistos na floresta deixaram Meldos um tanto desconfortável, trazendo à tona imagens que a muito tempo eram borrões na mente do elfo. Lembranças daquele dia. Por um momento, deixou de prestar atenção no discurso para observar o ambiente ao redor, que parecia mais agradável com o barulho de relâmpagos vindo do lado de fora. Conseguiu notar um dos que estavam na mesa fazendo um pedido um tanto... exôtico, e oferecendo à bela moça do seu lado. Abriu um sorriso no canto da boca ao ver a negação da mesma, tentando não rir daquela situação.

-Quem quiser ficar, esta é a hora de conversamos sobre a viagem. O que têm a dizer? ─ concluiu Fellon.

-Você buscava um exército para marchar contra a Terra Abandonada?- se manifestou.- Acho que vai ter que se contentar conosco. Não me leve à mal, mas, se os perigos da Terra Abandonada são reais, e eu digo que são, acha mesmo que seremos capazes?

Após o questionamento, o garoto voltou-se para o elfo em seu lado.

-Você parece diferente dos elfos que vejo por aqui.- teve medo de parecer rude, mas seu tom era amigável- De onde veio?

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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- Já deve ter visto algum desses cantores idiotas cantarem algo do tipo "se a escuridão está vindo até você, é melhor você ir até ela antes". Eu apenas não estou tão confiante em ficar do lado que não acredita que a escuridão está vindo. – As palavras podiam soar tolas e supersticiosas, mas o olhar enigmático de Shardok trazia a veracidade e sensatez que o saxão precisava escutar para ter sua curiosidade fisgada.

- Hmpf, eu não sei... – Bufou em desinteresse e virou a caneca de hidromel de uma só vez, ingerindo do álcool que desceu queimando por sua garganta enquanto a espuma lhe sujava os lábios. Passou a vislumbrar, através da janela, o gotejar da chuva no lado de fora enquanto Knut completava o pensamento do colega:

- Todos aqui estão procurando uma aventura, independente do risco que correr. Pai, vamos ser sinceros, desde o início você sabia que não teria recompensa, não com este grupo. – Baldur devolveu a caneca à mesa, fazendo um sinal com a mão para a garçonete que a enchesse novamente. - Não acha que chegou o momento de darmos uma folga de tantas escoltas e assassinatos, procurarmos alguma novidade nestes últimos seis anos tão repetitivos. – A formosa moça veio, carregando um pequeno tonel que usou para despejar cerveja na caneca. - Além disso, tem o fato de Spockville correr perigo, de um jeito ou de outro, mas conhecendo você, tanto faz. – Baldur olhou para o filho e depois para a garçonete que imediatamente puxou pela cintura e botou no colo, apanhando a caneca cheia e a erguendo, logo começando seu resmungo:

- Bah! “Pra” mim isso tudo não passa de uma idiotice, mas devem haver bandidos naquele pedaço escroto de terra para terem seus cadáveres estripados e depois pilhados! – Não pôde deixar de ouvir o questionamento de Meldos para com Fellon enquanto isso, resolvendo ele mesmo responder em meio a uma gargalhada. Se botou de pé, erguendo a desconcertada moça pela cintura que grunhiu de susto, enquanto derramava parte da cerveja. – Não tem pelo o que você temer, ó delicado elfo! Agora você e seu bando de degenerados tem a porra do mercenário mais competente e forte desse pedaço merda de terra!

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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O ar doce da manhã logo era encoberto pelo cheiro da areia molhada sob seus pés, tão pouco se apresentou as primeiras gotas começaram a despencar e o obrigaram a recolocar o capuz sobre a cabeça. Entre os voluntários que apareceram após a sua chegada notou em um bruto saxão uma figura conhecida, havia ganhado peso, mas os olhos eram os mesmos ─ Baldur, um dos filhos de Olaf a qual não via desde o fatídico dia da morte de seu protetor. A expressão outrora amena no rosto do elfo foi tomada por um relativo desassossego, mas o homem parecera não tê-lo notado.

Adentraram a taverna para fugir da chuva que se intensificava do lado de fora e se postaram ao redor de duas mesas para discutirem os detalhes da missão. Reparou que, além de Baldur, seu filho Knut também se fazia presente, havia mudado muito desde a última vez que o vira, mais velho e com uma aparência mais dura, mas sabia que era ele sob aquela barba. Viajou seu olhar sobre cada um dos presentes e não pode deixar de notar que muitos eram moleques que provavelmente nunca haviam entrado em combate, a maioria talvez nem tivesse alcançado o seu vigésimo ano de vida.

Você parece diferente dos elfos que vejo por aqui. ─ O elfo ao seu lado falou, parecia um pouco inseguro. ─ De onde veio?

Erik não respondeu imediatamente, deixando o silêncio crescer com o olhar vago apontando para frente enquanto engolia sua refeição ─ a carne de cordeiro estava no ponto mas o queijo estava ligeiramente rançoso, ardendo na língua enquanto mastigava. Talvez nem ele mesmo soubesse o motivo, afinal, era um elfo ou um saxão? Quem sabe fosse demais de um para poder ser considerado o outro, como o rapaz mesmo havia pontuado, era diferente do resto dos elfos, mas definitivamente não era um dos guerreiros bárbaros com os quais crescera. Virou a cabeça com lentidão e olhou para o elfo, franzindo a testa como se não acreditasse que ele tivesse algum real interesse na resposta.

─ Eu venho dos bosques ao sul, aonde a maioria dos homens teme em pôr os pés. ─ Disse, voltando sua atenção para os ossos de cordeiro que sobraram em seu prato, sugando-os até arrancar o último sussurro de sabor. Levou a mão até sua bolsa e retirou um odre, virando o conteúdo para trás e engolindo-o, enquanto seu olhar repousava novamente sobre a figura de Baldur, encarava-o, sombrio, enquanto o homem espalhafatoso sacudia uma pequena mulher e um copo de cerveja, se gabando de como era um grande mercenário. Nunca gostara muito de seu temperamento, prepotente e chamativo, mas a sua presença naquela mesa definitivamente trazia o passado de volta das cinzas.

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-Não tem pelo o que você temer, ó delicado elfo! Agora você e seu bando de degenerados tem a porra do mercenário mais competente e forte desse pedaço merda de terra!- o saxão fez questão de responder, prepotente, parecia querer chamar a atenção de todos na mesa. Meldos preferiu evitar qualquer discussão, afinal, se explorariam a Terra Abandonada juntos, era melhor que tivessem a capacidade de se aturar.

-Pelo menos você é otimista.- respondeu.- É bom viajar com alguém disposto a arrancar a cabeça de qualquer criatura sobrenatural que veja pela frente.

Permaneceu inerte, sentado em seu lugar por alguns instantes. Ao contrário dos demais, a fome não o atacara, ainda. Sentiu o silêncio crescer quando o elfo ao seu lado pareceu ignorar seu questionamento por um instante.

-Eu venho dos bosques ao sul, aonde a maioria dos homens teme em pôr os pés.- por fim, teve sua resposta. Meldos pareceu perdido, não esperava que o elfo fosse assim tão breve em suas palavras.

-Sozinho?- mais uma vez questionou inseguro, temendo que tocasse em alguma ferida antiga ou algo do tipo. Realmente queria tentar se dar bem com as pessoas sentadas naquela mesa.- Se os homens tanto temem andar por aquelas bandas, então, certamente devem conter algum tipo de perigo, entende? Você já os enfrentou?

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Mesa #002 - Autalley YovKWg3

Campanha 1 - Terra Abandonada

Parte 3 - A Viagem para Terra Abandonada


Fellon III


Após a tempestade cessar, o grupo teve uma última conversa sobre o ponto em que se encontariam no dia posterior de manhã. Organizaram de ir em um certo lugar de Spockville, já nos limites da cidade e perto da floresta de Terra Abandonada. Apesar de Fellon não parecer ter o mínimo de felicidade em seu rosto, estava feliz por dentro por ter conseguido pessoas tão boas para a viagem. Depois de os ouvir conversar, ficou menos pessimista em relação aos perigos de Terra Abandonada.

O outro dia havia começado. Para a viagem, Fellon utilizou sua roupa simples verde e marrom de algodão, com uma placa de couro verde o protegendo. Carregava consigo a espada verde nunca antes usada, com uma lâmina tão brilhante quanto o sol. Para levar os suprimentos, como água e os alimentos, utilizou uma carroça que era levada por um cavalo forte, com manchas marrons e brancas.

Fellon tentou ser o primeiro a chegar no ponto, indo o mais cedo possível da manhã. No entanto, alguém do grupo havia chegado antes. Era Alyon. Estava montada em um cavalo que tinha uma cor tão branca que parecia brilhar. A garota possuía um arco de ferro nas costas, junto com uma aljava de flechas que pareciam ser do mesmo material. Era realmente uma imagem fascinante quando a viu pela primeira vez ali.

Alyon sorriu quando o viu, o mesmo sorriso misterioso de sempre. Fellon parou a carroça.

- Olá – cumprimentou Fellon. Alyon deu um aceno com a cabeça. - Como chegou aqui tão cedo?
- Tenro minas habelidades – ela respondeu, ainda com um sorriso quase malicioso.

Aos poucos, mais membros do grupo foram chegando até todos estarem juntos novamente. Alleny utilizava roupas idênticas às do dia anterior e montava um cavalo cinza. Já Shardok, possuía uma montaria tão negra quanto a noite, e usava as mesmas roupas de sempre.

O céu estava bem claro, apesar de quase não haver sinal do sol. Os ventos sopravam frio, simbolizando o inverno próximo. O clima e o ambiente estavam calmos e silenciosos, tornando o dia bem agradável. Calmo demais, pensou Fellon.

Quando todos estivam juntos, Fellon se pôs à frente para falar.

- Nós temos suprimentos o suficiente para uma semana de viagem, pelo menos foi o que consegui para o grupo. A viagem será longa, caso a gente consiga passar pela floresta vivos. Então, esta é a hora de partir. Estejam preparados, pois vão precisar de muita atenção e cuidado a partir de agora. Não sou nenhum especialista, mas já vi uma daquelas coisas e tenho ideia da quantidade – Fellon voltou seu olhar para a floresta que já não estava tão distante. Em poucos minutos chegariam lá. - Agora, vamos – dirigiu-se para dentro da carroça para enfim partir com o grupo.




NPCs:

Fellon Nartt
Shardok Rhing
Alleny Oaggie
Alyon Forles

Jogadores:

Yvon Korust
HP: 100
MP: 100
Arma primária: Cajado
Arma secundária: Adaga

Benjamin Talen
HP: 100
MP: 0
Arma primária: Espada curta
Arma secundária: Adaga

Erik
HP: 100
MP: 0
Arma primária: Duas lâminas élficas simples
Arma secundária: Arco de madeira

Knut Lothbrok
HP: 100
MP: 0
Arma primária: Espada
Arma secundária: Adaga

Baldur Lothbrok
HP: 100
MP: 0
Arma primária: Machado de uma mão e um escudo
Arma secundária: Machado de duas mãos

Meldos
HP: 100
MP: 0
Arma primária: Arco curto composto com flechas comuns
Arma secundária: Adaga

Gowther Xades
HP: 100
MP: 0
Arma primária: Espada florete
Arma secundária: Adaga

descriptionMesa #002 - Autalley EmptyRe: Mesa #002 - Autalley

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Preparando-se, percebeu como sua casa era modesta, possuía alguns móveis, não muitos e tão pouco pomposos, porém serviam e faziam parte de seu lar, um dos poucos lugares que descansava em paz, sem preocupar-se com os problemas de fora. Saiu do local, não sem antes olhar para trás, observando-a por minutos, como sempre fizera antes de partir para uma missão. Interrompeu o caminhar de repente, parando em meio a floresta, juntando os dedos na boca e assobiando, esperou alguns minutos e cascos surgiram do leste, rasgando alguns galhos e pulando em sua direção, algo que o fez sorrir, preparando-se para o encontro e agarrando-se na cela com o passar, subiu em cima de seu cavalo Agro, que o acompanhara desde pequeno, quando mal conseguia subir sem ajuda de alguém caridoso. Galopou fervorosamente, mergulhando nas entranhas do bosque tão rápido como um lobo perseguindo sua caça, viu cervos saindo do caminho assustados e esquilos pulando em buracos escapando de serem pisoteados, gargalhou com tudo aquilo, sentia-se mais vivo do que nunca e aproveitaria cada momento daquela curta aventura.

Chegou no ponto de encontro sem fôlego, algo que recuperou rapidamente. Levou Agro à um riacho perto, cercado de grama, como recompensa da diversão há pouco tempo atrás, acariciou-lhe e voltou para onde estavam os dois primeiros, percebendo que chegara cedo demais. Cumprimentou-lhes, apoiando-se num tronco qualquer, procurou uma pedra e retirou sua espada bastarda da bainha para afiá-la. Orbirth, como chamava-a, foi encontrada na procura de riquezas em tumbas antigas de alguma família já extinta, um brilho vindo do fundo de águas negras chamara-lhe atenção, sujas de lodo e cheias de caramujos, bem escondida próxima a uma estatua com o braço levantado, mas sem mão, provavelmente junto a espada na poça de doenças ao seu pé. O aço era de uma qualidade notável, afiava por costume, pois nunca perdera sua qualidade desde que botou-a em mãos; tinha várias imagens encravadas, não fazia ideia do que significavam, mas eram bonitas e destacavam a empunhadura negra, não muito longe, com o simbolo de uma criatura monstruosa com asas em seu final.

Fitou os membros que chegavam com o tempo, cumprimentado seu pai imediatamente, mas o elfo que reconhecera como um dos encapuzados do dia anterior chamou-lhe atenção, ele era uma incógnita para o bárbaro, misterioso e nem um pouco interessado no que havia em volta, aparentemente, trazia-lhe lembranças borradas, intrigando-lhe a saber mais sobre ele. Balançou a cabeça e finalmente olhou as mulheres do grupo, algo que não dera atenção até então, eram de fato bonitas, fazendo-o pensar se demoraria muito para arrumar uma esposa. Deixe isso para depois da missão, aí você pode ir para o outro lado do continente procurar alguma alma gêmea.

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As festividades encerravam-se e a vermelhidão do céu de chuva anunciou a noite. Os demais rumaram suas casas e barracos, mas parecia que o shadery era o único a passear os olhos pela praça frente à taverna, procurando solitário por estadia, coçando seus cabelos despenteados e sebosos, a observar os outros seguirem seus caminhos. Fora decidido um encontro para o dia seguinte e Yvon buscou aperfeiçoar seus métodos, ciente dos perigos que encontraria na próxima noite.

Quando seus calcanhares ameaçaram latejar, encontrou uma cervejaria e mesas vagas no lado de fora, onde sentou-se o mais distante possível de um grupo de bárbaros, que colidiam suas canecas de bebida à medida que a cadência das risadas aumentava. De sua bolsa, puxou o colossal Magia & Técnicas Proibidas, um livro que muito provavelmente era mais mais espesso que sua própria panturrilha. Folheou por várias seções, desde Magia & Medicina ─ técnicas básicas que todo inciante na categoria médica domina, como curativos ligeiros ─ até os então feitiços condenados ─ esses que são considerados como crimes, devido à tortura inimaginável aplicada na vítima e consequências irreversíveis que causam, além da morte ─, que eram seus alvos. Os leu, um por um, atenciosa e concentradamente, gesticulando para compreender na prática. Isso é o ingresso para o inferno, gracejou a folhear. Pela porta do estabelecimento, saía uma figura atarracada e arrogante, de semblante nada amigável, trajado de um avental e um pano no ombro forte.
─ Aqui não é lugar pra dormir, camarada ─ cuspiu. ─ Fora! ─ como esperado pelo shadery, o rapaz fora breve e não falaria outra vez. Fitou os olhos esbugalhados, que escondiam-se por trás das proeminentes maçãs de seu rosto vermelhusco, o quase nada dos cabelos e a carência de tamanho. Tocou o cajado e disse:
─ Bela cortesia para com clientes. Eu não durmo, rapaz ─ levantou seu rosto, de modo a evidenciar os olhos violeta de sua raça. ─ Não vai me oferecer nem uma golada de hidromel? Eu posso pagar, ora ─ sacolejou o saco de moedas. Deslizou a outra mão sobre sua cintura e a repousou sobre o punho da adaga.
─ Um imundo desprezível como sua senhoria não pode pagar pela pior puta da taverna mais porca de Spockville! ─ da boca desprovida de dentes saía um cheiro de bebida e a rouquidão de uma voz grave; e tudo aquilo suficiente para enturvar qualquer sentimento no shadery. ─ Agora, dê com os pés na rua, ou meus amigos vão cuidar de você! ─ toda a mesa de bárbaros assistia a cena com gargalhadas. Yvon fechou o livro com uma pancada e levantou-se, apoiando em seu cajado para dar os primeiros passos. Não voltou a olhar para os indivíduos, reprimindo uma raiva súbita e uma vontade tentadora de reação: limitou-se ao capuz na cabeça e ao lenço no rosto, caminhando até as coníferas da costa.

Logo ao nascer do sol, Yvon guardou seu livro e partiu de volta à cidade para reunir-se com o grupo. Notou o azul desanuviado do céu: isso pode não ser bom, pensou. Nos arredores do Castelo Real, por entre os pinheiros, estabelecia-se um pequeno estábulo, pertencente a um antigo amigo do mago, para onde rumou.
─ Quarenta pratas por este? Você está com sérios problemas, Dion ─ tentava conseguir um preço baixo a todo custo.
─ Cê é quem vai ficar com sérios problemas se continuar me perturbando por um pé-de-pano ─ resmungou. Dion carregava no rosto seus cinquenta e poucos anos, cabelos parcialmente brancos e bochechas a cair.
─ Como sei que você é um velho ranzinza e não vai colaborar com um amigo, tome ─ as moedas foram entregues em um rápido e violento gesto. Em sequência, montou no cavalo e deu os primeiros galopes.
─ O nome dele é Juni ─ falou o homem, ignorado pelo mago. ─ E vá se foder também ─ riu, assim como Yvon.

Avistou os primeiros aventureiros juntos, se preparando para atravessar aquelas árvores escuras que repousavam no horizonte próximo. Descendo de Juni, arrancou uma generosa porção de capim e levou até a boca do animal, que mastigou pacientemente, recebendo carícias do seu novo dono. Yvon reparou que chegara cedo, observando cada integrante ali. Jogou o capuz para trás e deslizou o lenço para o pescoço, sentando-se por fim na beira do riacho ao lado de Juni, esperando pelos outros.

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