— Como aqui já é outono se estamos em Maio? — o rapaz talvez tenha feito a pergunta sem muitas pretensões, mas ela era mais digna de atenção do que parecia.
— Como, de fato... — comentou num tom críptico e trocou olhares com os membros do grupo, abrindo um sorriso. — Nosso avião voou só umas 5 horas antes de cair, e pra ter chegado no hemisfério sul ele teria precisado de pelo menos umas 10, imagino. Mas ainda assim, isso não explicaria nada, porque mesmo ali ainda não seria Outono em maio. — apertou as sobrancelhas e os olhos, ponderador. — Então como explicar... — sua mão encostou num galho pelo caminho e puxou dele uma daquelas folhas alaranjadas; ele a girou entre os dedos. — ...isso? Você não vê esse tipo de vegetação no hemisfério sul, certamente ainda estamos no Norte do Atlântico. Ou deveríamos estar... — sorriu para eles e soltou a folha, a deixando voar junto ao vento. — Acho que primeiro precisamos descobrir onde estamos. Descobrindo isso, descobriremos outras coisas junto.
Retornou sua atenção ao trajeto que faziam, estudando cada metro novo de floresta que se abria para eles e tentando buscar qualquer vestígio ou traço de animais silvestres. Até então, essa não estava sendo uma tarefa proveitosa e o máximo que ele viu foram alguns poucos pássaros voando, a maioria distantes demais para serem identificados. Pensou ter visto um mamífero pequeno se esgueirar por perto deles, talvez um esquilo, mas a criatura foi ligeira demais para ele conseguir ter certeza. Pelo visto, quem parece ter sido o escolhido da vez para fazer uma descoberta foi Sawyer, que, estando na dianteira do grupo, foi o primeiro a apontar um suposto sinal que disse ter visto no tronco de uma árvore. Foi um anúncio notável o suficiente para fazer todos cessarem seu passo, Eli incluso, que encarou o loiro com um olhar inexpressivo. O médico foi o primeiro a questionar o achado, direcionando a dúvida diretamente para ele e rapidamente obtendo sua resposta.
— É o que vamos descobrir, Andrew. — sorriu para o doutor e olhou uma última vez para o loiro, sério, antes de se aproximar do tronco da árvore. Ainda existia a possibilidade daquilo ser uma marcação natural peculiar, talvez feita por algum animal, ou até mesmo de ter sido feita por Maria, caso parecesse recente o suficiente, então precisariam ter certeza antes de começar a terem pensamentos precipitados. Ele estudou a marcação, a tocando com os dedos e tentando determinar o melhor que podia sobre sua origem.
Última edição por Gulielmus em Qui Jul 25 2019, 21:04, editado 1 vez(es)