#Mesa 003 - Fire and Blood

O salão pareceu aceitar a resposta de Talia, não estavam numa situação boa, nem era o melhor plano, mas talvez fosse suficiente para que tivessem uma chance. E, então, sem mais ou menos, os homens aceitaram o plano da mulher, alguns dispostos a ajudá-lo com mais algumas ideias, mas o que importava no momento, era que a bagunça e a reação negativa tinham diminuído.

Lucan virou-se para trás ao ser cutucado por um servo, com cerca de treze anos.
— O que foi, rapaz? — perguntou com um sorriso.
— A senhora Lysa melhorou, senhor.

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Entre as três, Harpa do Mar fixou-se ao lado da principal embarcação comercial, deixando que seus homens jogassem as passarelas sobre as amuradas e pulassem em direção ao outro navio. Ao redor vários outros navios da frota cercavam os três modestos. A tripulação não era grande, tampouco armada, eram poucos homens carregando alguma espada e estes não foram estúpidos de tentarem algo, restando apenas que todos ficassem tensos e alguns amedrontados, conforme os piratas invadiam o navio e os rendiam, seja colocando no chão ou apertando contra a amurada.

O estandarte dançou na brisa salgada do mar, enquanto seu portador dirigia-se para o navio cercado. Skyron Greyjoy analisou aquela tripulação, já no navio, então virou-se para um de seus homens:
— Onde está meu irmão? — perguntou.
— Na cabine, senhor — respondeu, mostrando os dentes amarelados.

Skyron suspirou e começou caminhar em direção à Dama de Ferro, escorada no outro lado da embarcação comercial, o navio de seu irmão. Não estavam ali por coincidência, Aaron Greyjoy tinha noção do que havia dentro da cabine e torcia para que estivesse certo.

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Skyron[Josh]
Vestimenta: Vestimentas modestas, de couro e outras coisas.
Armas: Espada grande de aço valiriano com o pomo esculpido em forma de lula gigante e lança comum com ponta de ferro.

Basicamente, é só fazer um post apresentando o personagem e abrindo a porta, o que tá lá dentro, deixa o Chris descrever pra ele ter algo pra descrever.

O vento gélido e suave da manhã movimentava seus cabelos loiros em sincronia com o estandarte de Lula Gigante em Harpa do Mar. O céu estava quase completamente branco, com poucas aberturas nas nuvens que davam espaço ao azul suave. Em resposta, o mar estava com um tom mais acinzentado que o comum. Um presságio de tempos ruins, Skyron pensou.

Em meio àquele ambiente monocromático, o brasão amarelo Greyjoy possuía um destaque, que poderia ser comparado à relevância da sua frota naquele momento. Entretanto, o homem de ferro não sentia-se tão confortável quanto pensou que ficaria. Era uma sensação estranha que lhe dava algumas vezes, que não conseguia explicá-la e nem pretendia buscar uma explicação.

Os passos de Skyron Greyjoy eram pesados sobre o navio. Alguns homens da tripulação da embarcação comercial ficaram intimidados com sua altura de praticamente dois metros. A Lula Gigante amarela estampada na parte da frente de sua vestimenta trocava olhares com quem chegasse a vislumbrá-la. O seu rosto era enigmático, não sendo possível imaginar o que ele estava pensando. Porém, sua expressão passava uma impressão de serenidade. Seu olhar era tão distante quanto focado, examinando cada indivíduo por curtos períodos de tempo.

Por fim, Skyron parou ao lado de Garrett, que estava quieto acompanhando a caminhada do Greyjoy com os olhos, já supondo que era com ele que o Capitão iria falar, como na maioria das outras vezes.

— Onde está meu irmão? — perguntou, com sua voz tranquila e grave.
— Na cabine, senhor — Garrett respondeu, mostrando os dentes amarelos. O homem já estava na casa dos quarenta, mas insistia em parecer jovial, sempre aparando a barba e mantendo um corte de cabelo curto. Os seus fios negros estavam relativamente molhados e luminosos, refletindo a luz branca vinda do céu. Depois de Aaron, ele era seu amigo mais próximo.

Skyron apenas acenou com a cabeça e dirigiu-se ao navio do irmão a passos longos e vagarosos. Sentia o ar frio bater sobre seu corpo ao longo que caminhava, deixando-lhe ainda mais calmo. Ao pisar no Dama de Ferro, o som que seus pés produziam havia ficado mais alto. Parando em frente à cabine, o Greyjoy abriu a porta lentamente, mantendo firme sua mão na maçaneta.

Aaron Greyjoy havia uma forte respiração e suava bastante enquanto uma mulher ruiva cavalgava em cima dele que estava deitado numa grande cama em seus aposentos. Ao seu lado direito, havia uma loira no qual o mesmo a tocava em suas partes, recebendo volta e meia alguns beijos da puta. Já à sua esquerda, havia uma mulher mais morena de cabelos crespos que recuperava o fôlego do ato.

O chão da cabine era coberto por vestimentas jogadas e o espaço era tomado pelos gemidos das mulheres. Seus maliciosos olhos azuis iam de encontro aos de Ross, a mulher ruiva, que colocava uma das mãos sobre os cabelos loiros do homem. Apesar de estar focado nas mulheres, sua atenção foi chamada quando ouviu um rangido nas dobradiças da porta de sua cabine que era aberta lentamente por ninguém mais que seu irmão mais novo, Skyron.

— Meu irmão! — saudou com um leve intervalo devido ao ato sexual. — Mais devagar, querida. — disse agora para Ross com um sorriso sacana.

Era engraçado a forma como Aaron continuava o que fazia mesmo com a presença de alguém no lugar, mesmo sendo seu irmão. Antes que qualquer um dos Greyjoys pudesse falar algo mais, a ruiva começou a gemer mais alto sucedido da respiração de Aaron aumentando, indicando que o ato estava chegando ao fim. Após isso, a mulher foi aos poucos caindo deitada na cama, junto das outras que estavam exaustas.

Recuperando um pouco do fôlego, o Rei das Ilhas de Ferro se levantou despido da cama e começou a procurar por suas vestimentas inferiores, vestindo-as assim que encontradas. Jogou os cabelos para trás e tomou a frente do irmão, algumas gotas de suor ainda escorriam por suas definições do corpo.

— O que traz nesse momento impróprio? Espero que boas notícias. — disse encarando o irmão com uma expressão séria porém leve.

Ao entrar na cabine, Skyron percebeu que havia interrompido um momento íntimo de seu irmão, mas sabia que aquilo não o incomodaria, por já ter presenciado aquela situação mais algumas vezes em Pyke. A porta da cabine era um pouco menor do que o Greyjoy, necessitando que se abaixasse alguns centímetros para passar. O cheiro de sexo era forte e quente.

Fechando a porta em seguida, sentiu o calor do cômodo aumentar.

— Meu irmão! — Aaron saudou com um leve intervalo devido ao ato sexual. Uma mulher ruiva estava em cima dele, enquanto em ambos os lados da cama havia mais duas outras.

Skyron manteve sua expressão tranquila, mas agora com uma leve sugestão de sorriso. A ruiva virou-se para olhá-lo.

— Podem continuar — disse, com uma voz calma e leve.

Enquanto seu irmão se desocupava, Skyron se dirigiu até uma mesa próxima onde havia uma jarra de vinho. Encheu metade de uma caneca de vermelho, virando-a de uma vez em seguida. Sentiu o gosto doce da bebida lhe descer a garganta de forma rápida, saciando sua sede. Limpou sua boca com as costas da mão esquerda, enquanto Aaron se aproximava após se vestir.

— O que traz nesse momento impróprio? Espero que boas notícias — o loiro disse com uma expressão séria, porém leve.
— Lamento interromper sua celebração, mas nossos homens estão aguardando segunda ordem. Qual o nosso próximo passo?

— Lamento interromper sua celebração, mas nossos homens estão aguardando segunda ordem. Qual o nosso próximo passo? — disse Skyron.

O rei das Ilhas de Ferro se virou para as exaustas mulheres na cama e voltou seu olhar para o irmão mais novo apontando com o queixo para a porta, indicando para eles saírem da cabine. Os irmãos Greyjoys então se retiraram do lugar, ficando expostos ao convés da Dama de Ferro que possuía homens carregando caixotes e cuidando da navegação.

— Não há próximo passo até encontramos a garota. O que deveria estar sendo feito nesse momento. — disse firmemente Aaron enquanto caminhava pela Dama.

Há cada passo que o loiro dava, os piratas próximos abriam caminho e alguns até paravam seus afazeres para se colocar a disposição do capitão da Dama de Ferro. Esses gestos apenas enalteciam a soberania do Lorde Supremo. Um dos homens que estava em posição de sentido para Aaron tomou a palavra. Era um velho barrigudo com costeletas brancas.

— M-Mas senhor, a cabine do navio que interceptamos estava trancada. — disse o velhote.

Aaron franziu o cenho para o homem e se entreolhou com Skyron depois de ouvir tal besteira.

— E por que você ainda não moveu esse traseiro gordo até lá e arrombou a maldita porta? — gritou o Greyjoy.

O homem balançou rapidamente a cabeça positivamente e correu junto de mais alguns piratas para fazer o que foi ordenado. Tudo que Aaron fez foi levar uma das mãos até a cara. E novamente, fez um sinal ao irmão para ambos irem atrás do grupo que foi arrombar a porta.

Se dirigiram até o modesto navio que haviam parado, caminhando até a porta da tal cabine trancada, sem nem mesmo olhar para os homens rendidos que o encaravam um tanto quanto amedrontados. De frente para a cabine, dois piratas começaram a bater com um pequeno tronco na porta, que após poucas porradas enfim se abrira.

Quando a porta caiu para dentro do cômodo, um dos homens que a derrubou só pôde esbugalhar os olhos e gritar de dor quando um jato de chamas voou dali e o mergulhou em fogo, queimando seu corpo aos poucos. Os piratas reagiram aquilo num susto indescritível, amedrontando-se como a tripulação comerciante fizera ao serem rendidos. Enquanto o homem rolava pelo chão tendo seus berros sendo silenciados com o tempo, a confusão do exterior escondeu a confusão do interior da cabine, onde os gritos - em maior parte de uma garota - tornaram-se altos e emaranhados. Um dragão negro, aparentemente filhote, saltou dali de dentro e sobrevoou por apenas alguns segundos, pousando no chão e encarando todos homens, que recuaram no mesmo instante, com os olhos carmesim, vermelhos como sangue, desejando o que parecia. Tanto o rei quanto seu irmão afastaram-se, mais surpresos que os próprios homens, tinham consciência de que apenas um Targaryen possuía um dragão. Não puderam conter o fascínio também, era o primeiro dragão visto por eles depois de décadas de vida escutando sobre eles em tempos antigos.
O segundo homem que abrira a porta fora salvo por pouco das chamas e no momento que o dragão colocou-se em frente a multidão, ele tomou coragem e sacou sua espada, iniciando passos rápidos em direção a traseira da criatura para tentar fincá-la ali mesmo. O que lhe impediu foi outra lâmina, atravessando sua cabeça. Quando o cadáver caiu no chão, puderam ver o motivo de estarem ali: Serena Targaryen arrancou a espada de dentro da cabeça do homem, jorrando sangue no chão, enquanto seu rosto com alguns pingos do líquido, estava frio e analítico, olhando todos em volta. Ninguém atreveu se mover, amedrontados do dragão bem ali em frente.
— Gaomagon daor nabemagon, Viselion — berrou Serena para o dragão. — Saiam daqui, antes que morram, seus filhos da puta.

Atrás dela, cerca de uma dúzia de dorneses com lanças surgiram, ficando ao lado dela. Os irmãos que estavam mais a frente da aglomeração, puderam ver, em meio as sombras do interior da cabine, uma belíssima mulher de cabelos vermelhos e vestido da mesma cor, observando a situação com normalidade.

Última edição por Luckwearer em Dom Nov 06 2016, 00:17, editado 1 vez(es)

Os olhos de Aaron brilharam de fascínio e receio ao ver aquela criatura alada queimando um de seus homens. Jamais imaginara que veria aquilo após a queda da porta, se afastara por impulso depois que o dragão avançou e vira mais um de seus homens ser morto, mas dessa vez, pela lâmina de uma garota. Havia dentro da cabine também homens dorneses e uma mulher trajando vestimentas vermelhas chamativas.

— Gaomagon daor nabemagon, Viselon — berrou a garota para o dragão. — Saiam daqui, antes que morram, seus filhos da puta.

Os piratas começaram a sacar suas espadas para se defender e pelo medo que muitos sentiram, mas Aaron no mesmo momento retomou a consciência e bradou:

— Parem! — sua voz alastrou-se pelo convés fazendo seus homens congelarem. — Por que todos nós não abaixamos nossas armas e... dragões? — completou com um sorriso torto, mas uma gota de suor escorria ao lado de seu olho esquerdo.

Estava satisfeito com as informações de que Serena estaria naquela embarcação eram corretas, mas a presença de Viselion fora uma surpresa. Teve de se conter e pensar em algo rapidamente para convencer a garota. Retornou a falar com mais leveza:

— Não estamos aqui para saquear e estuprar, meu doce. Afinal, se quiséssemos tomar esse pedaço de madeira que boia teríamos matado todos no momento em que colocamos os pés aqui. E não foi o que aconteceu, não é? — disse indicando com as mãos para os homens rendidos do convés. — Estamos aqui por um interesse em comum com o seu pessoal. —  encerrou tentando passar curiosidade, mas seu olhar focara na mulher de vermelho.

Serena olhou em volta, notando que toda tripulação estava, de fato, viva. Estava irritada, seu temperamento não era dos melhores, mas controlou-se.
— Que interesse em comum é esse que faz você e seus amiguinhos nos cercarem e invadirem nossos navios? — questionou Serena.

— É o tipo de interesse que esses navios não farão falta quando tiverem mais de cem ao seu lado. — falou Aaron sorrindo para Serena. — Do tipo que a sua rainha ficaria muito satisfeita em ouvir. — completou levanto as sobrancelhas de forma sugestiva.

A mulher aparentemente desarmara-se de sua desconfiança após ele falar, respondendo-lhe com naturalidade.
— É verdade que os vermes de Porto Real mataram todos rebeldes. Mas você não precisa se preocupar mais com essa guerra, o exército foi para o Vale, cercar o restante dos rebeldes, creio eu. — explicou a mulher; as noticias de suas mortes haviam se alastrado, aparentemente.
— E foi bom o rei rebelde ter morrido, só nos trouxe miséria e aquele maldito dragão que queima tudo que vê pelo caminho. — berrou um velho, bêbado, no chão e escorado na parede alguns metros deles.
— Ignore-o, a fera queimou sua filha, desde então não sai deste lugar. — disse a mulher.

Rhaego seguiu o conselho da mulher, — ignorando-o, — mas aquilo chamara bastante atenção da taverna. Com ela, os olhos de alguns homens caíram sobre o par de manoplas de aço em cima do balcão.

— Olha só que belezinhas. — disse um dos homens, surgindo à seu lado e agarrando uma das manoplas para olhá-la bem. — Sinto muito, filho, mas aqui não é lugar para vender isso. Posso te levar onde vende, iremos para lá de qualquer maneira, não é mesmo, rapazes?

Contou uma dúzia ou mais de vozes se juntando em coro para urrar em acordo, pareciam todos embriagados. Sabia que havia uma considerável possibilidade daquilo terminar em conflito, então analisou-lhes todos: vestiam-se de coisas velhas, porém feitas para batalhas, como couro e cota de malha; pôde notar também uma certa inquietude abater-se sobre a mulher à medida em que o homem aproximava-se.
— Eu quero essa garotinha pra mim. — berrou um deles à Cetim, colocando a mão entre as pernas e apertando o pau.

A tensão aumentava a cada instante, e a vantagem numérica aliada à bebida provavelmente encorajaria aqueles homens a serem ainda mais estúpidos do que o habitual, mas talvez pudesse contar com o bom senso daquele que os liderava. Rhaego sabia que devia escolher suas palavras com muito cuidado, mas também sabia que a proposta do homem não era tão gentil quanto ele fizera parecer, teria de gentilmente declinar.
— Acho que ela já teve suficientes dias de seu nome para não ser chamada garotinha, Sor, mas você poderá logo resolver suas intenções com ela. — Perambulou o olhar entre a mulher ao balcão e o homem que acariciava seu próprio membro, tentando desviar a tensão. — Temo que devemos recusar sua gentil oferta, senhor. — Voltou-se para o homem ao seu lado. — Não pretendemos seguir qualquer caminho que não seja o nosso, a senhora com quem falava poderá nos ajudar com isto, tenho certeza. — Ele sorriu seu sorriso cínico, que bamboleava solenemente entre o cordial e o petulante, retomando a manopla gentilmente de suas mãos, — Tenho certeza que você é capaz de controlar a sede de seus homens, não é? — Questionou-lhe em tom baixo, para que os mesmos não o ouvissem.

Ouvindo as palavras do homem, Serena começou interligar os pontos. E, então, quando tudo foi explicado de forma melhor, a tripulação do navio foi solta e os piratas acalmaram-se após o dragão lançar-se nos céus, enquanto o Rei das Ilhas de Ferro e a Targaryen discutiam. Mais tarde, quando Serena perguntou à Melisandre o que achava, a mulher simplesmente respondeu que era mais uma peça naquele jogo de crianças, que mostraria-se útil apenas quando a verdadeira guerra chegasse.

A sacerdotisa desde o momento que soube da morte de Daeron reagiu de forma fria, mesmo que nos primeiros dias tivesse se isolado em seu quarto.

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O líder deu um olhar estranho à Rhaego, mas o sorriso continuou firme.
— Eu insisto, venha comigo, Sor, adorarei ajudá-lo — disse ele se curvando um pouco, um gesto de respeito. — O único lugar que você conseguirá vender isso, é no ferreiro daqui, para onde vamos. Não é mesmo, Elna?
— Vá com ele, Sor, ele te levará lá — respondeu ela, um tanto nervosa e inquieta. Sua voz dava impressão de quase estar suplicando.
— E pare de encarar a garota, James — gritou para o homem com a mão no pau. — Meu nome é Rody, aliás.

A manhã agradável daquele dia, o segundo após o encontro com Jan, trazia consigo raios de sol que iluminavam os vales pacientemente, mas não havia sinal de aves e os roedores escondiam-se em suas tocas, mesmo que aparentasse estar um clima agradável, a brisa que passeava dentre as árvores era gélida e cruel, e tudo isso só era mais notável e pior no pico de Lança do Gigante, onde o Ninho era cercado por tanto frio que as pessoas em seu interior tiveram que se agasalhar para não ficarem resfriados. Logo, teriam que descer dali para os pés da montanha, e não demoraria nem um pouco.
O inverno estava chegando, afinal.

O teto do quarto de Talia tinha os olhos da mulher há horas, tentava dormir, mas como nas outras noites, era difícil e quando conseguia, eram poucas horas e horríveis, cheias de pesadelos. Não queria nada disso, queria que naquela grande cama que estava deitada, seu amor estivesse ao seu lado, mas ele nunca voltaria a deitar com ela, nem a fazê-la rir ou consolá-la. Estava sozinha. E preocupava-se com sua própria saúde com aquilo tudo, agora tinha uma vida com ela para cuidar. Ou duas?, perguntou-se. Sua barriga estava grande demais e as dores eram muito maiores que as descritas pela aia, que depois de avaliá-la, disse que as chances de serem irmãos eram grandes.
Sentou-se na cama e respirou fundo, tentando afastar os pensamentos da cabeça, mas com a dificuldade de sentar-se eles voltaram, deixando-a estressada. Queria ser uma mãe que nunca teve, uma ótima mãe, mas a verdade era que durante toda sua vida, ela nunca precisara de uma responsabilidade acima que respeitar um contratante em Essos para seus serviços como mercenária, agora ela lidava com todas dificuldades de estar grávida, dia após dia, e aquilo estava acabando com ela.
Olhou para as gavetas que tinham as coisas de seu marido, por alguns segundos quis virar o rosto para o chão e sair dali, mas foi atraída pela curiosidade e as saudades do homem, levando-a a levantar-se e ir até ali.

Desde que Daeron havia partido para a batalha suas noites se resumiam aquilo. Girava de um lado ao outro da cama tentando encontrar uma posição confortável com aquela barriga, quando encontrava, se não era os pesadelos que tiravam seu sono eram seus pensamentos que a impedia de pregar seus olhos. Antes que as noticias chegassem nela, passava por isso por conta da preocupação com a batalha e a angustia de não poder participar. Agora como se não bastasse a tristeza, tinha uma guerra em suas mãos pra se preocupar. Sabia que os lordes estavam certos na reunião e que as chances de dar errado eram muito grandes, principalmente por dependerem da sorte. Porém agora tudo o que podia fazer era terminar os planos e torcer para que a execução dos mesmo bastasse.

Tentou reprimir esses pensamentos pra ter pelo menos uma boa noite de sono. Sua exaustão só complicaria para a batalha e para a criança...ou crianças. Mais cedo, incomodada com o tamanho da barriga havia conversado com a aia que supos que o motivo daquilo seria Talia carregar gemeos. Quando ouviu aquilo ficou um pouco assustada, não estava preparada pra um filho, não sabia se estaria para dois. Porém sentia-se contente, não apenas por saber que teria mais chances de ser um garoto, o que seria mais aceito para o trono, mas também por saber que os dois irmãos teriam uma aliança muito maior que de irmãos normais. Cresceriam e lutariam juntos. Duas crianças, pensou dando um sorriso triste. Sempre tentava pensar nisso quando se assustava, Daeron não tinha dado apenas um presente pra ela, mas dois.

Levantou-se sentando na cama e sentindo uma pequena dor na barriga, como uma cólica, provavelmente estavam mexendo. Suspirou olhando pra ela e revirando os olhos, Vocês poderiam ficar quietos pelo menos . Levantaria apenas pra aliviar as dores, mas seus olhos buscaram o armário do Targaryen. Tentou desviar o olhar, mas não conseguiu evitar. Levantou-se indo até a gaveta e abrindo a mesma, olhou por um tempo para a gaveta aberta e em seguida puxou uma camisa. Quando pegou a roupa, algo caiu no chão em seus pés. Olhou curiosa para saber do que se tratava e se deparou com uma carta com o selo de Daeron.

Caminhou até a cama e sentou-se novamente com a carta na mão, olhou por muito tempo para ela e para o selo. Não sabia se queria realmente abrir a carta, podia nem ter sido pra ela, e ler só machucaria mais o que sentia. Pensou por um tempo se abriria ou não, até que chegou a conclusão que mesmo se não fosse pra ela, Daeron não voltaria para entrega-la pra seu destinatário. Passou seu dedo por baixo da aba do envelope descolando o selo Targaryen e puxando o papel.


Sentiu as lagrimas escorrendo por seu rosto ao ler aquilo enquanto sentia um misto de emoções. Sentia saudade dele e sabia que nunca poderia matar essa falta que ele fazia. Sentiu-se devastada ao pensar que todas as promessas daquela carta eram apenas sonhos, ele não estaria ao lado dela quando tivesse tendo as crianças e elas cresceriam sem um pai. Passou a mão por cima da assinatura do homem sentindo o gosto salgado das lagrimas que desciam de seus olhos. Depois de algum tempo conseguiu largar a carta e pegar o ultimo presente que Daeron tinha deixado para ela. Pegou o envelope ao seu lado e viu um colar no canto. Puxou se deparando com uma corrente de prata com um pingente do mesmo material. Era um chifre vermelho em fundo negro, as cores Targaryen e o chifre dos Baratheon. Lembrava-se quando disse ao marido que aquele seria seu brasão, mas pensou que ele nem mesmo tinha se importado. Porém em sua frente agora estava o simbolo da forma que tinha pensado de forma incrivelmente detalhada. Sentiu se destruída com aquilo, mas prendeu em seu pescoço. O rei tinha morrido com um daqueles em seu pescoço então carregaria aquilo até o resto de sua vida.

Ficou se recuperando até o amanhecer. Assim que deu a hora levantou-se e lavou seu rosto em um balde que a aia tinha deixado. Trocou seu camisão pelas suas roupas usuais. Tinha acabado o tempo de chorar e ficar remoendo aquilo, aquela carta e o presente podiam ter aumentado a falta que sentia dele, mas agora carregava ele com ela naquele pingente. Saiu do quarto indo em direção ao salão onde teria uma nova reunião para concluir os planos. Nos próximos 3 dias que se seguiriam, eles teria que preparar tudo e estaria firme pra isso. Aquela podia ser a ultima batalha, mas torcia para que não fosse, queria que com essa derrota Jan fugisse com o rabo entre as pernas pra Porto Real. Assim que tivesse seu filho iria atras do homem e o mataria com suas próprias mãos.

O homem aparentou certo desgosto com suas palavras, mas manteve o mesmo sorriso no rosto.
— Eu insisto, venha comigo, Sor, adorarei ajudá-lo — disse ele se curvando um pouco, um gesto de respeito. — O único lugar que você conseguirá vender isso, é no ferreiro daqui, para onde vamos. Não é mesmo, Elna?
— Vá com ele, Sor, ele te levará lá — respondeu ela, um tanto nervosa e inquieta. Sua voz dava impressão de quase estar suplicando.
— E pare de encarar a garota, James — completou o homem, gritando para o que acariciava o membro. — Meu nome é Rody, aliás.

Não precisaria ser nenhum meistre versado para notar que algo de errado acontecia por ali, a inquietação da mulher era tão notável quantos os cabelos azuis do tyroshi.
— Agradeço suas boas intenções, Sor Rody, mas seguiremos nosso próprio caminho com as manoplas, se a Senhora ou qualquer outro aqui não estiver interessado em comprá-las. — Pousou o olhar sobre a manopla em suas mãos, voltando a atenção para o homem e ensaiando um sorriso quase sincero. — Certamente que o Sor entenderá e não mais irá insistir, mas se tiver interesse em adquiri-las para levá-las pessoalmente ao ferreiro, tenho certeza de que poderemos encontrar um preço justo.

Vila Gaivota estava limpa de inimigos, ao contrário do que esperavam. Os estandartes do dragão dançavam no ar, presos aos mastros do navios que estavam nos arredores da cidade. O Rei das Ilhas de Ferro não era estúpido, por mais que tivesse melhorado e muito a reputação do lugar, ainda eram vistos com medo pela população, afinal eram piratas, então certificou-se dos primeiros pés no cais serem de Serena que ao dragão em seu lado, convenceu em questão de segundos a guarda da cidade e alguns moradores de que estavam ao seu lado. Uma dúzia de piratas desceram com os irmãos para escoltá-los, enquanto toda guarda de Serena acompanhou-a junto à sacerdotisa.
Encontraram pouco depois o homem enviado pela rainha, ele os guiaria pelos caminhos escondidos do Vale para o Ninho. Sua reação aos piratas foi tão hostil quanto, mas logo foi convencido, mesmo mantendo-se receoso. Foram dois dias a cavalos, avançando rapidamente e com raros descansos, até que chegassem nas cavernas e túneis que passavam por debaixo de várias montanhas que cercavam o Ninho da Águia. O caminho era pequeno, estreito e complicado, pela grande quantidade de pessoas, o guia teve de checar cada um várias vezes para que nada acontecesse ou se perdessem, levando um pouco mais que meio dia para que finalmente chegassem à Portões de Lua, o castelo que postava-se em frente à ponte estreita que levava à Pedra, o primeiro castelo de três nas estradas que iam encostadas pela montanha, subindo até o Ninho.
Durante todo percurso do mar até o castelo, o dragão de Serena mostrou-se diferente do que o falecido irmão montava, este era mais calmo, pacífico e obediente, acompanhando-a de cavalo sobre as copas das árvores e voando baixo pelos túneis nos interiores da montanha, soltando alguns jatos de fogo que mesmo ajudando-os a iluminando, era apenas com objetivo de queimar morcegos. Ele fizera com que todos respeitassem-na mais, era quase uma prova de que era sangue pura e não uma bastarda para todos que a viam, e isso a deixava com uma sensação estranha, pois fora tratada mal desde o momento que o irmão anunciou-a como da família.

O salão aquietou-se ao ouvirem o rugido baixo de um dragão ecoar pelos corredores e chegar até seus ouvidos, que há segundos atrás focavam-se apenas na discussão sobre planos para matarem Jan. Quando as portas abriram-se, revelando Serena e seu dragão voando ao seu lado, todos ficaram chocados, mesmo a rainha, alguns nobres até colocaram a mão no pomo de suas espadas e outros recuaram amedrontados, mas Talia os acalmou, dizendo que nada de mal aconteceria. Mas não tinha certeza disso, só abriu os braços e recebeu o abraço apertado de Serena, não a via há muito tempo. E por mais que quisesse receber explicações sobre o dragão que voou para fora do castelo e começou sobrevoar os arredores, além de tudo que acontecera na vida da garota naqueles meses de distância, a presença dos piratas a intrigaram mais que tudo.

A cansativa reunião foi interrompida com um rugido baixo de um dragão. Assustou-se a princípio pensando se tratar de Aerion, mas quando as portas se abriram deparou-se com Serena ao lado de um dragão negro. As pessoas da reunião assustadas até mesmo colocaram as mãos em suas espadas, mas Talia logo gritou para que se acalmassem. Mesmo surpresa e desconfiada da presença do animal, escondeu isso das pessoas do lugar e abriu os braços para abraçar a garota com um pequeno sorriso no rosto.

- Parece que a pirralha de antes controla até dragões agora- Disse abraçando a garota mais forte mesmo com o incomodo da barriga. Sentia saudade da Targaryen e nunca pensou precisar tanto de alguém como precisava dela agora, não só para a batalha que viria mas por se tratar da pessoa que considerava como sua irmã.

Ficou por um tempo abraçada com Serena até notar as companhias que estavam junto a ela. Separou-se do abraço da garota e deu um pequeno sorriso triste para ela, notando o quanto havia mudado desde a ultima vez que tinham se visto. Assentiu e percebeu que ela tinha entendido o que quis dizer com aquilo, conversariam sobre Daeron e o passado depois.

Manteve-se ao lado da garota e olhou com curiosidade para os piratas no meio do salão. Era uma duzia de homens vestidos com roupas simples, como couro, e se portavam armaduras eram básicas. Mesmo que não notasse o brasão Greyjoy nas roupas do loiro mais alto já saberia do que se tratava. Saberia reconhecer um marinheiro de longe, ainda mais quando se tratavam de piratas. Lembrava-se em uma de suas viagens pela companhia quando se aliou a um grupo de piratas. As horas em um barcos eram tão tediosas que acabou gastando seu tempo na cama com o belo capitão do Boceta Manhosa. Reparou nos dois homens que tomavam a frente do grupo. Se tratava de um homem com o cabelo longo com a estatura tão grande quanto se lembrava de Kyan e o mais bonito, com uma aparencia mais bem cuidada, carregava o mesmo olhar sacana do antigo amigo Daven.

- Então, quem são seus amigos? - Perguntou para Serena mantendo o olhar desconfiado e analítico nos Greyjoys.

- Eles estão aqui para uma aliança, pelo menos é o que dizem.- Respondeu Serena olhando para Talia.- Ele ficou bastante quieto sobre o porque disso, então deixei essa parte para você. -Desviou seu olhar dos homens e virou-se para Serena assentindo. As pessoas do salão olhavam com curiosidade para o que a rainha iria fazer, mas supos que era melhor ter aquela conversa sem a interferência de alguns dos senhores.

- Levando em conta a chegada dos nossos novos convidados, teremos de adiar essa reunião para algumas horas mais tarde. -Disse olhando para o resto dos lordes presentes no salão. - Quando a hora chegar farei com que vocês fiquem sabendo. - Assentiu para Serena sabendo que a menina não gostaria de aguentar a reunião, de modo que a garota tomou a frente e foi seguida pelos outros nobres cuidadosamente por conta do dragão. Virou-se para os Greyjoys - Sobre os seus homens, farei com que sejam encaminhados para que descansem da longa viagem que tiveram - Concluiu assentindo para que dois servos e alguns guardas escoltassem os homens para fora do salão, esperando não haver objeções dos homens de ferro. Virou-se por fim para Lucan pedindo para que ficasse e ouvisse com ela o que trazia aqueles homens la, normalmente contaria também com Droenn, mas o amigo tinha adoecido a algum tempo e estava de cama.

Andou até o canto da sala onde havia uma mesa com garrafas de vinho e água e se serviu com uma taça de vinho. Podia estar gravida, mas não estava morta, e tinha passado muito tempo sem beber nem mesmo um gole da bebida. Sentia que aquele era um ótimo momento para quebrar a monotonia e a tristeza e beber uma doce taça de sua bebida favorita.

- Imagino saber quem sejam vocês, mas seria mais fácil se se apresentassem e explicassem o que traz homens das ilhas de ferro tão longe. Serena falou sobre uma aliança, mas penso que não seja apenas por boa vontade. - Disse olhando fria para os irmãos.

Após, com sucesso, convencer Serena de que sua proposta era do interesse dos Targaryens na guerra, a garota concordara em levar os piratas até o Ninho para enfim fazer o encontro do rei das Ilhas de Ferro com a rainha bastarda. Foram recepcionados com certa hostilidade e receio, mas já era de se esperar. Após dois dias de viagem a cavalo, Aaron, Skyron e mais uma dúzia de homens para escoltarem-los finalmente haviam chegado no castelo onde se encontrava a rainha.

Antes de entrarem no salão onde parecia estar acontecendo alguma reunião, o dragão já havia anunciado a chegada deles fazendo barulhos ecoarem pelos corredores do local. As portas daquele recinto se abriram e lá estava a rainha e alguns lordes discutindo sobre algo. A mulher dos cabelos negros e olhos azuis tempestuosos logo cumprimentou Serena e conversaram brevemente, até a garota mais jovem explicar sobre a presença dos piratas. Talia, aparentando interesse, exigiu que todos saíssem do salão e ficasse apenas ela, Aaron, Skyron e o Arryn. Antes que seus homens deixassem o local, o loiro pegou da mão de um deles um baú, parecia portar algo de importante nele já que quis manter consigo na reunião.

Enfim sozinhos, a mulher serviu-se com vinho, fazendo o Lorde Supremo franzir o cenho devido ao fato dela estar grávida, mas logo ignorar o fato e continuar focado nela. Apesar de nao estar nas Ilhas de Ferro, sua postura foi de soberania desde quando colocou os pés no ninho.

- Imagino saber quem sejam vocês, mas seria mais fácil se se apresentassem e explicassem o que traz homens das ilhas de ferro tão longe. Serena falou sobre uma aliança, mas penso que não seja apenas por boa vontade. - disse a mulher friamente.

— Eu sou Aaron Greyjoy, chefe da Casa Greyjoy e Lorde Supremo das Ilhas de Ferro. Este é meu irmão, Skyron Greyjoy, Senhor Capitão da Frota de Ferro. — respondeu com um pequeno sorriso de canto. — E acredite, minha senhora, boa vontade é o que mais trago para essa proposta de aliança.

Aaron começou a andar pelo salão até próximo de onde Talia estava, dando uma breve olhada pelo lugar que possuía uma decoração azulada. Era, de certa forma, estranho um Greyjoy estar num lugar como o Ninho. O loiro pegou uma taça na mão e perguntou para a Baratheon:

— Posso?

Após receber como resposta um sinal positivo da rainha, serviu-se vinho e voltou a caminhar pelo local enquanto dava alguns goles na bebida. Olhou por alguns instantes para o baú que trouxe consigo e começou a falar:

— Como a garota lhe adiantou, tenho interesse em apoiar você nessa guerra contra Jan. Mas está certa ao pensar que desejo algo em troca. — disse, parando de circular o local. — Talvez deva saber, ou não, que nas Ilhas de Ferro eu tenho um título maior do que Lorde Supremo. Possuo o título de rei. — olhava nos olhos de Talia enquanto falava. — E eu quero tornar esse título oficial por todos os lugares. Quero me separar dos sete reinos e assegurar independência das Ilhas de Ferro.

Terminou de beber o vinho colocando o cálice na mesa, fazendo uma expressão de satisfeito com a bebida.

— Jan pode ter duas das melhores frotas marinhas de Westeros, mas você terá ao seu dispor a mais poderosa aceitando essa condição. — possuía um olhar persuasivo — E eu iria adorar tirar o rabo de seu tio do trono de Ferro.

— Eu sou Aaron Greyjoy, chefe da Casa Greyjoy e Lorde Supremo das Ilhas de Ferro. Este é meu irmão, Skyron Greyjoy, Senhor Capitão da Frota de Ferro. — respondeu o mais bonito com um pequeno sorriso de canto. — E acredite, minha senhora, boa vontade é o que mais trago para essa proposta de aliança. — Falou fazendo com que Talia de certo modo se surpreendesse, por conta da estatura do outro e da aparência mais jovial de Aaron. Pensou que Skyron seria o que tomaria frente, mas havia se enganado. O homem portando uma postura confiante caminhou até a mesa onde a mulher havia acabado de servir-se e posicionou-se em frente a Rainha. Pegou uma taça e olhou-a com seus olhos azuis luxuriantes falando em um tom descontraído — Posso?

Talia olhou com frieza para Aaron. Anos antes provavelmente pensaria em aproveitar seu tempo com o homem, mas agora o olhava apenas com desconfiança. Fez um gesto com a cabeça assentido para que ele se servisse do vinho e continuou o analisando sem tirar seus olhos do Greyjoy. Assim que se serviu o loiro se afastou andando pelo salão enquanto bebia lentamente o vinho. Olhou por um instante para o baú que tinha pedido a um dos piratas para deixar no local e voltou a falar:

— Como a garota lhe adiantou, tenho interesse em apoiar você nessa guerra contra Jan. Mas está certa ao pensar que desejo algo em troca. — disse o homem parando de circular o local. — Talvez deva saber, ou não, que nas Ilhas de Ferro eu tenho um título maior do que Lorde Supremo. Possuo o título de rei. — olhava nos olhos de Talia enquanto falava. — E eu quero tornar esse título oficial por todos os lugares. Quero me separar dos sete reinos e assegurar independência das Ilhas de Ferro. — Terminou de beber o vinho colocando o cálice na mesa, fazendo uma expressão de satisfeito com a bebida. A rainha mantinha sua expressão neutra mesmo que enquanto ouvia a proposta milhares de coisas vinham a sua cabeça. — Jan pode ter duas das melhores frotas marinhas de Westeros, mas você terá ao seu dispor a mais poderosa aceitando essa condição. E eu iria adorar tirar o rabo de seu tio do trono de Ferro.— Encerrou o homem com seu olhar persuasivo tentando convence-la com seu charme. Apesar de todos os motivos para negar aquela proposta ouvir aquilo foi tentador, mas o argumento final que a deixou intrigada. Sabia das chances de ele ser um dos homens que apoiavam Jan, sem contar que piratas não eram o tipo mais confiável.

Bebericou mais um gole do vinho tirando os olhos do homem e caminhando até a mesa. Apoiou um das mãos no encosto da cadeira voltando a olhar para Aaron e mantendo sua expressão seria. Não queria apresentar nenhuma emoção em frente ao loiro, aquele parecia o tipo de pessoa que se aproveitava disso. Franziu o cenho dando mais um gole da bebida e olhando para o homem por alguns segundos. A frota Greyjoy seria de grande ajuda e sabia que sua vitoria era mais possível com os homens de ferro. Ao mesmo tempo que pensava isso imaginava o que os homens de ferro poderiam fazer se fossem um reino independente. Qual seria o sentido de vencer a guerra se não pudesse impedir ataques vindo da frota de ferro. Inspirou o ar pesado do vale e manteve-se atras da mesa.

— Essa me parece uma ideia bem estupida de se aceitar assim. — Disse terminando o vinho e o colocando em cima da mesa. Começou a caminhar mostrando confiança apesar de todo o desconforto e a dor nas costas vindas da gravidez — Não posso dar ao seu povo independência do reino sem saber se posso confiar em vocês para não começar uma nova guerra. Seu povo é o mais conhecido por saquear e estuprar em tempos de calmaria. Qual seria o sentido de dar-lhes liberdade para que no futuro tragam sofrimento ao meu povo? — Manteve-se em silencio por um tempo analisando a expressão do homem — Não espero que você mude de ideia por conta do que digo, pelos seus olhos consigo perceber que essa vida de Rei o prendeu e que não tirará mais essa coroa do mar. Você pode ir até Jan e fazer a mesma proposta e tenho certeza que um novo casamento vermelho acontecerá quando possivel para ele. — Caminhou se aproximando e ficando frente a frente com o homem olhando-o nos olhos — Por isso espero que você aceite a minha contra proposta. Você terá o seu reino, mas não será um reino independente, nossos reinos serão ligados em uma parceria pela eternidsde. Você me cederá suas tropas para encerrar essa guerra e quando necessário terá meu exercito ao seu lado. Nossos povos seguirão as mesmas leis, sendo que quando um dos dois lado viola-las deveremos punir os responsáveis. Isso é o que tenho para oferecer ao senhor, podemos construir dois reinos aliados ou não há proposta. Você pode aceitar isso ou prolongar essa guerra, e causar a morte de todos, o inverno chegou, Aaron Greyjoy. A partir daqui estamos perdendo tempo, se preferir continuar com isso teremos uma guerra de dois reis e uma rainha, mas imagino que você saiba o certo a se fazer — Encerrou estendendo a mão para que o homem aceitasse o acordo.

Escutou atentamente o que Talia dizia, com uma expressão séria, analisava a contraproposta que a mulher lhe oferecia. De fato seu plano era cortar todos os laços com os Sete Reinos, mas a rainha não parecia nem um pouco disposta a aceitar. Se por um lado o reino dela poderia ser um pé no saco em algumas situações, por outro teria a ajuda deles quando necessitasse. Aaron era inteligente, poderia fazer aquilo funcionar do seu jeito.  

A mulher se aproximou do Greyjoy e se posicionou à sua frente e estendeu a mão, aguardando a resposta o rei das Ilhas de Ferro para a contraproposta. O loiro a olhou nos olhos de volta por alguns segundos com uma feição que não deixava claro o que pretendia e se aproximou mais um pouco dela.

— Perdoe-me, minha senhora, mas você está oferecendo um reino que eu já possuo. — disse Aaron, surpreendendo com um não. — Engana-se ao pensar que eu poderia fazer essa mesma proposta para o homem que a recusou anos atrás e massacrou minha família.

O Lorde Supremo deu as costas para a mulher indo até a mesa onde estava o baú, passou a mão sobre o objeto e olhou para o irmão após isso, vendo que o mesmo apenas observava tudo em silêncio.

— Sejamos honestos, nessa Guerra dos 3 Reis, eu nunca tive chance. Mas é inegável que posso ser de grande ajuda para derrubar Jan. — agora falou olhando para Talia novamente. — Eu posso lhe prometer paz entre nossos reinos, mas a minha condição permanece. Aliados em batalhas conseguimos com interesses em comuns e trocas benéficas para ambos os lados, as Ilhas de Ferros serem independentes não irá tornar impossível ajudarmos vocês em batalha quando necessitarem. — estava mais sério. — Eu sei o que todos pensam sobre nós piratas, mas eu não arrisquei a vida de meus homens para vir aqui fazer uma proposta falsa. Confiança gera confiança. Eu confiaria na sua palavra se me dissesse que daria a independência para o meu reino após a guerra.

Aaron e Skyron se entreolharam e o mais novo acenou com a cabeça positivamente, e enfim o mais velho abriu a fechadura do baú, elevando a tampa para cima e revelando o que havia ali dentro. Se tratava de um ovo de dragão de cor verde, do qual o pirata havia encontrado em suas viagens até a antiga Valíria. Era de longe o bem mais precioso do homem, o qual ele nunca poderia usar. Após mostrar para Talia o ovo, ele volta a se aproximar dela e estende a mão:

— E você? Confiaria na minha palavra?

— Perdoe-me, minha senhora, mas você está oferecendo um reino que eu já possuo. — disse Aaron, fazendo com que Talia se surpreendesse. Não havia entendido a declaração do homem, mas de toda forma abaixou a mão para ouvir o que ele tinha a dizer. — Engana-se ao pensar que eu poderia fazer essa mesma proposta para o homem que a recusou anos atrás e massacrou minha família.

Assim que Aaron falou, afastou-se dando as costas para Talia. Mesmo que mantendo sua expressão neutra, a Rainha surpreendeu-se com o que ele falou. Todos os anos que tinha passado fora de Westeros procurava informações do lugar pela boca de marinheiros e viajantes, mas não se lembrava do que Jan havia feito aos Greyjoys quando ainda fugia no território Westerosi. Do outro lado do mar, sabia o quanto o reinado do Rei Baratheon tinha trago benefícios ao continente, porém sempre que ouvia sobre coisas como o casamento vermelho e o massacre aos Greyjoy notava que a forma que o tio governava trazia muito desagrado e atrocidades também.

Não tinha negado aos piratas sua independência e talvez tivesse sido mal entendida. Mas agora percebia que apesar da desconfiança que tinha sobre os homens sabia que durante a guerra não a trairiam. Mesmo com uma expressão seria no rosto do loiro notou o ódio que ele carregava pelo Baratheon. Manteve o olhar no pirata esperando que ele terminasse de falar.

— Sejamos honestos, nessa Guerra dos 3 Reis, eu nunca tive chance. Mas é inegável que posso ser de grande ajuda para derrubar Jan. Eu posso lhe prometer paz entre nossos reinos, mas a minha condição permanece. Aliados em batalhas conseguimos com interesses em comuns e trocas benéficas para ambos os lados, as Ilhas de Ferros serem independentes não irá tornar impossível ajudarmos vocês em batalha quando necessitarem. Eu sei o que todos pensam sobre nós piratas, mas eu não arrisquei a vida de meus homens para vir aqui fazer uma proposta falsa. Confiança gera confiança. Eu confiaria na sua palavra se me dissesse que daria a independência para o meu reino após a guerra.— O homem e seu irmão se entreolharam de modo a concordarem e abrirem o baú, mostrando um ovo verde de dragão. Talia olhou por alguns segundos sem dizer nada, mostrando indiferença ao ovo, apesar de se interessar pelo objeto e se surpreender com ele. Talvez não tenha se maravilhado por já ter visto um como aquele ou simplesmente por pensar que diferente do outro esse não chocaria. O animal seria de grande utilidade na guerra contra os mortos, mas antes precisava se preocupar com os vivos. — E você? Confiaria na minha palavra? — Encerrou fazendo Talia voltar seu olhar ao homem e vendo-o estender a mão como ela havia feito antes.

Olhou para a mão do loiro, porém dessa vez foi ela a virar-se de costas ignorado. Talvez aquele acordo demorasse mais tempo que pensava pra se concluir. Caminhou até a ponta da mesa sentando-se na cadeira da rainha e mostrando com a mão outras cadeiras para que os irmãos também se sentassem. Acenou para um servo para que servisse vinho aos presentes e ajeitou-se na cadeira voltando o olhar para Aaron.

— Não lhe neguei sua independência e espero que entenda isso, Aaron. Mas imagino que veio aqui esperando nunca mais ter que ver minha cara quando essa guerra acabar. Sendo sincera, a questão é que não dou uma foda se esse era o resultado que esperava. — Disse dando um gole no vinho e em seguida colocando o copo na mesa e voltando a olhar seria para o loiro.— Percebo que é um homem esperto, mas se me permite perguntar: eu gostaria de saber como irá manter seu reino. Pelo que sei as ilhas de ferro são quase inférteis e seus lucros vem da venda do ferro que adquirem das minas. Como irá cortar os laços com Westeros sabendo que ninguém em sã consciência se alimenta de ferro? Como posso confiar na sua proposta de paz, se quando vocês se separarem sua única opção vai ser recorrer a pirataria? Meu reino irá sofrer com suas tentativas de saquear como o norte vem sofrendo a algum tempo. Não pretendo manter o reino como Jan fez, não quero ter que recorrer a violência para chegar a paz, mas se necessário protegerei o meu povo como for. Não estou querendo te subjugar ao meu reinado, você será governante do seu povo assim como sou do meu, e ninguém estará acima de você se é o que teme. Mas não posso aceitar isso sabendo que não trara benefícios futuros. O que realmente proponho não é um reino que se ajoelhe perante a mim e aceite o que eu mandar. O que quero é um reino aliado. Ajudarei a vocês com subsistências e vocês poderão ceder ferro, ou homens, ou barcos quando necessário. Ajudaremos vocês e vocês nos ajudarão. Porém para isso teremos de ter leis para manter essa parceria. Não aceitarei invasão dos seus homens no meu reino para fazer coisas que estão acostumados e tem feito aos nortenhos. Também não aceitarei atrocidades como escravidão tão próximo. — Deu uma pausa olhando para o homem esperando que ele aceitasse — De resto as ilhas de ferro são alheias a Westeros. Que acordo mais benéfico espera?

Após ter seu aperto de mão ignorado, assim como o mesmo fez, Talia gesticulou para que ele e Skyron se sentassem. Um servo servira mais vinho para o trio, Aaron apreciou a bebida um pouco e escutou o que mais a rainha tinha a dizer.

— Não lhe neguei sua independência e espero que entenda isso, Aaron. Mas imagino que veio aqui esperando nunca mais ter que ver minha cara quando essa guerra acabar. Sendo sincera, a questão é que não dou uma foda se esse era o resultado que esperava. — Disse dando um gole no vinho e em seguida colocando o copo na mesa e voltando a olhar seria para o loiro.— Percebo que é um homem esperto, mas se me permite perguntar: eu gostaria de saber como irá manter seu reino. Pelo que sei as ilhas de ferro são quase inférteis e seus lucros vem da venda do ferro que adquirem das minas. Como irá cortar os laços com Westeros sabendo que ninguém em sã consciência se alimenta de ferro? Como posso confiar na sua proposta de paz, se quando vocês se separarem sua única opção vai ser recorrer a pirataria? Meu reino irá sofrer com suas tentativas de saquear como o norte vem sofrendo a algum tempo. Não pretendo manter o reino como Jan fez, não quero ter que recorrer a violência para chegar a paz, mas se necessário protegerei o meu povo como for. Não estou querendo te subjugar ao meu reinado, você será governante do seu povo assim como sou do meu, e ninguém estará acima de você se é o que teme. Mas não posso aceitar isso sabendo que não trara benefícios futuros. O que realmente proponho não é um reino que se ajoelhe perante a mim e aceite o que eu mandar. O que quero é um reino aliado. Ajudarei a vocês com subsistências e vocês poderão ceder ferro, ou homens, ou barcos quando necessário. Ajudaremos vocês e vocês nos ajudarão. Porém para isso teremos de ter leis para manter essa parceria. Não aceitarei invasão dos seus homens no meu reino para fazer coisas que estão acostumados e tem feito aos nortenhos. Também não aceitarei atrocidades como escravidão tão próximo.

Aaron escutava atentamente o que Talia dizia, olhando-a nos olhos com sua expressão que misturava persuasão, sarcasmo e seriedade. Refletia também enquanto ouvia a explicação da proposta da mulher, levava em consideração os pontos em que ela havia razão e balanceava com seus interesses e dos homens de Ferro.

— De resto as ilhas de ferro são alheias a Westeros. Que acordo mais benéfico espera? — disse encerrando, Talia.

— Está enganada sobre eu não querer vê-la nunca mais após a guerra, linda, eu adoraria ser convidado para o dia do seu nome. — respondeu sorrindo. — E droga, ela é boa no jogo. — completou olhando para o irmão.

Balançou o vinho que havia dentro de seu cálice algumas vezes enquanto pensava no que acabara de ouvir. Bebeu alguns goles enquanto considerava a proposta. Por fim, largou a taça na mesa e retornou a olhar para a rainha, com uma cara de quem havia tido uma ideia.

— Eu poderia fazer funcionar essa aliança de reinos. Nos tornamos independentes, mas ainda assim trocaríamos benefícios. É, de fato é uma boa proposta. E nessa guerra, você tem minha espada e meu exército ao seu dispor. Além do ovo que poderá dar para a garota ou fazer o que bem entender. — respondeu surpreendendo. — Porém, você está certa no que diz sobre as Ilhas de Ferro. Nós não semeamos. Se eu tivesse uma fonte de riqueza própria, eu poderia acabar com os problemas que meus homens causam por aí. — encerrou com um sorriso insinuativo.

O Rei das ilhas de Ferro já havia cogitado essa ideia antes mesmo de se juntar ao exército Targaryen, mas deixara de lado. Com a proposta de Talia, poderia colocar em prática e se beneficiar sem deixar a mulher no prejuízo. Antes mesmo que Talia ou Skyron pudessem falar algo, ele retornou a falar:

— Tomaremos o Rochedo Casterly para nós, tornando o território e suas riquezas de minha propriedade. Com isso, eu poderia, além de manter meu povo satisfeito, ter mais um motivo pra manter nossa aliança. — disse confiante e sorrindo para Talia. — O que me diz, vossa graça?

— Está enganada sobre eu não querer vê-la nunca mais após a guerra, linda, eu adoraria ser convidado para o dia do seu nome. E droga, ela é boa no jogo.— respondeu Aaron com seu sorriso, mas Talia apenas ignorou o gracejo mantendo-se seria olhando para o homem. Ele ficou em silencio por algum tempo pensando sobre o que que a rainha havia dito. Largou sua taça sobre a mesa e olhou pra mulher como se houvesse lhe surgido uma nova ideia. — Eu poderia fazer funcionar essa aliança de reinos. Nos tornamos independentes, mas ainda assim trocaríamos benefícios. É, de fato é uma boa proposta. E nessa guerra, você tem minha espada e meu exército ao seu dispor. Além do ovo que poderá dar para a garota ou fazer o que bem entender.  Porém, você está certa no que diz sobre as Ilhas de Ferro. Nós não semeamos. Se eu tivesse uma fonte de riqueza própria, eu poderia acabar com os problemas que meus homens causam por aí. — Falou com um sorriso tentando convence-la de algo que estava prestes a propor, mas Talia apenas revirou os olhos discretamente percebendo que ele não seria tão facilmente vencido.— Tomaremos o Rochedo Casterly para nós, tornando o território e suas riquezas de minha propriedade. Com isso, eu poderia, além de manter meu povo satisfeito, ter mais um motivo pra manter nossa aliança. O que me diz, vossa graça?  —  Encerrou com o mesmo sorriso sacana esperando pela reação da rainha

Olhou para o homem por algum tempo em silencio analisando a nova proposta do mesmo. Estava fora de cogitação ceder o rochedo aos homens de ferro,  as despesas da guerra teriam de ser pagas de alguma forma e contava com o ouro Lannister para isso. Precisava de pensar rápido em uma maneira de desviar aquele foco do homem para outro, mas nada lhe vinha a cabeça a principio. Seria de grande ajuda que invadissem o rochedo, mas mantê-los para um novo reino traria apenas uma crise ao seu. Apoiou uma mão sobre a mesa ajeitando-se novamente na cadeira.

— Você não aceita não é mesmo? Espera realmente que eu dê a maior fonte de riqueza do meu reino para o seu? Estamos em guerra, e assim que essa guerra acabar teremos dividas.- Disse dando um pequeno sorriso sarcástico para fazer-lo notar o quanto aquilo soava estupido. Voltou sua cara a seriedade de anteriormente e apoiou o braço sobre a mesa colocando sua mão sobre a boca. Passava o polegar de cima a baixo em seu lábio inferior analisando as circunstancias. — Não poderei ceder grandes terras ao seus homens, mas até o final dessa guerra vocês poderão saquear o quanto quiserem dos inimigos e o Rochedo será invadido por seus homens com o seu comando. Sairão do lugar com riquezas imensuráveis. Apesar de não poder dar a você exatamente o que espera, posso dar-lhes o quanto seus homens forem capazes de carregar daquele lugar após a invasão, o que acha?

— Você não aceita não é mesmo? Espera realmente que eu dê a maior fonte de riqueza do meu reino para o seu? Estamos em guerra, e assim que essa guerra acabar teremos dividas.- Disse dando um pequeno sorriso sarcástico para fazer-lo notar o quanto aquilo soava estupido. Voltou sua cara a seriedade de anteriormente e apoiou o braço sobre a mesa colocando sua mão sobre a boca. Passava o polegar de cima a baixo em seu lábio inferior analisando as circunstancias. — Não poderei ceder grandes terras ao seus homens, mas até o final dessa guerra vocês poderão saquear o quanto quiserem e o Rochedo será invadido por seus homens com o seu comando. Sairão do lugar com riquezas imensuráveis. Apesar de não poder dar a você exatamente o que espera, posso dar-lhes o quanto seus homens forem capazes de carregar daquele lugar após a invasão, o que acha?

— Relaxe, é claro que não estou pedindo a maior fonte de riqueza de vocês para meu uso próprio. Estou apenas oferecendo um novo lorde para comandar o lugar. Diferente das Ilhas de Ferro, o Rochedo ainda pertenceria ao trono. — retrucou Aaron. — Meus piratas saqueando iriam acabar com as riquezas em dias, já comigo administrando, duraria décadas. É isso que estou lhe propondo.

Olhou para o homem por alguns segundos entendendo a proposta do mesmo. Pensava que ao propor aquilo ele gostaria de transformar Rochedo uma das terras do reinado dele, mas aquilo soava algo mais interessante ao seu ver. Não havia mais exércitos para conquistar, a guerra se aproximava de seu fim e agora tudo o que precisava era da ultima peça do jogo. Os Greyjoys eram os ultimos que poderiam trazer para o seu lado. A partir daquela decisão seria o seu exercito contra Baratheons, Lannister e Tyrel. Deu um pequeno sorriso de canto ao homem, finalmente tinham chegado a um acordo.

— Creio que tenhamos chegado a uma conclusão, Aaron. Quando essa guerra acabar os impostos sobre Caterly Rock serão aumentados por algum tempo, e você poderá coordenar todas as riquezas no local. Porém não posso dar-lhe o castelo de forma tão simples, mesmo que eu não dê a minima para seguir uma linhagem vinda dos antigos protetores do Oeste e odeie esse tipo de diplomacia, creio que teremos de juntar um de vocês com uma mulher de sobrenome Lannister— Disse mantendo uma expressão satisfeita com aquilo e dando um pequeno olhar de relance para Skyron, mas com intenção de deixar que eles discutissem sobre quem iria se dispor a isso. Voltou o olhar a Aaron. — Fará um juramento para que durante essa guerra sua espada e seu exercito lutem pela minha causa e dará a mim o ovo. Também jurarei a você transforma-lo no rei das ilhas de ferro e lorde de Casterly Rock quando essa guerra acabar. — Falou todas as condições ainda com o olhar satisfeito levantando-se da mesa — Agora o que me diz de massacrar alguns Baratheons e Lannister, meu amigo?