Talia[Babi]Vestimenta: Vestimentas nobres e uma calça normal.
Nervosismo resumiria o sentimento de todos inimigos de Jan naquele dia.
O plano precisava dar certo, repetiam em suas cabeças, e era verdade, se falhasse, o risco do homem dominar o local e matá-los no processo era gigantesco. Mas para rainha, estar próxima do campo de batalha era necessário, queria ver o desenrolar de tudo com seus próprios olhos e estar no topo da enorme montanha não faria o rei ter mais confiança naquele tratado. Então, pela manhã do quinto dia, lá estavam todos reféns, alguns lordes e a própria Talia, atravessando a ponte que conectava as terras cercadas por montanhas que formavam as terras nos pés do Ninho e o castelo chamado de Portões da Lua. Era uma estreita ponte com amuradas de pedra, era larga suficiente para que uma carroça passasse.
— Vocês serão nosso heróis hoje, lembrem-se disso e não temam nada. Tudo bem? — disse Talia com um de seus belos sorrisos. Os rapazes que voluntariaram-se ou foram recomendados por seus lordes, em grande maioria eram escudeiros que desejavam fama e honra, e mesmo sob todo risco, a rainha conseguira convencê-los de passarem-se por filhos ou sobrinhos dos lordes do Vale. — Vão.
E liderando-os, Mylan, um comandante de guerra muito conhecido por seus feitos passados, ia em frente. Lucan o havia recomendado e a rainha, ao conhecê-lo, viu como era respeitoso e sábio com suas palavras, então aceitou confiar aquilo nele.
Talia encarou-lhe levando os rapazes verdes por todo caminho, até que ficassem distantes demais para que pudesse vê-los claramente.
Ao chegarem nos Portões Sangrentos, os portões foram abertos, enquanto vários arqueiros miravam de cima do lugar para que Jan e seus homens no outro lado não tentassem nada. Mylan apontou com a cabeça para os rapazes e eles caminharam lentamente até Jan que observou cada um passando por ele.
— Quem são estas pobres crianças? — ordenou o rei.
Mylan disse uma por uma, falando dos pais e de qual família eram, explicando também que não haviam tido tempo suficiente para todos reféns e que aqueles seriam os primeiros. Por fim, terminou dizendo que agora poderiam adentrar e gritou para que os arqueiros abaixassem seus arcos.
Jan encarou aquilo com uma feição estranha, até que gritou de volta:
— Onde está minha filha? Não me levem como idiota, sei muito bem que não deixariam seu maior trunfo no Norte, quero-a aqui agora. Até lá, levantem seus malditos arcos e você vá atrás da rainha, quero minha filha aqui, agora.
Sem outra opção, o homem teve que aceitar aquilo e conforme afastou-se com seu cavalo, cavalgando rapidamente, os portões foram fechando-se novamente e os arqueiros voltando as suas posições, enquanto Jan virou-se olhando para os reféns novamente e iniciando uma cavalgada lenta de volta ao seu acampamento, com eles.
A rainha, que ainda estava na ponte, estranhou a volta do homem e perguntou qual era o motivo de estar ali.
— Jan quer a filha dele para que entre no vale, senhora — respondeu Mylan.
Droenn[Prime]Vestimenta: Vestes de dormir.
Não dormia bem há dias, todas vezes que fechava seus olhos era um tormento maldito, pesadelos que não fazia noção se eram previsões ou não, se podia acreditar nas imagens ou não. Sua mente estava um verdadeiro inferno. E naquela noite específica não fora diferente. Fora pior.
Viu Daeron com o rosto enfiado em lama, em suas costas havia uma pequena fenda do que parecia uma espada atravessada e ao seu lado estava Rhaego, com os olhos vazios e o peito perfurado por uma espada também, ambos lado a lado, numa poça de sangue própria deles. Viu Alayne gritando de dor quando litros de óleo quente caiu sobre ela, queimando-a aos poucos, até que caísse no chão, com os berros cessados e a vida inexistente. Viu Talia recebendo inúmeras facadas em sua barriga e alguma figura de cabelos dourados, mesmo que parecessem brancos, parado ao lado dela, virando-se para deixá-la morrer aos poucos, chorando e sangrando no chão. Sozinha. Viu alguns lordes nortenhos e do Vale sendo mortos também, mas alguns em batalhas, outros em seus próprios quartos, pouquíssimos em corredores. Viu sua esposa tendo a garganta cortada e Tobin a cabeça esmagada por um martelo. E, por fim, viu sua irmã sendo arrastada para escuridão pelas pernas, por braços tão secos que os ossos eram visíveis e no breu duas orbes azuis destacaram-se, ouviu um grito, tão doloroso, que a dor pareceu ser nele, focada em seu coração, notando que talvez fosse luto, mas luto de quê? Então, ao mostrar-se, viu que a figura não era ninguém menos que Roose Bolton, com alguns dedos em sua boca, os dedos de Dania.
Acordou berrando, sentando-se na cama rapidamente, o tecido embaixo dele estava ensopado de suor, ele mesmo estava encharcado de suor. Fazia alguns dias que uma febre repentina o atacara. Rina que estava na cadeira ao seu lado, quase caindo no sono, ergueu-se rapidamente.
— Querido, acalme-se! Querido! — repetiu a garota, tentando acalmá-lo, mas não conseguindo.
Só alguns instantes depois o Stark parou de gritar.
— O que está acontecendo comigo? — questionou-se com a voz desesperada, quase chorosa, colocando as mãos no rosto. Nunca teve problemas como pesadelos, o acompanhavam durante toda sua vida desde a morte de sua mãe, mas aqueles, aqueles pareciam tão reais quanto sacar sua espada e lutar em campos de batalha como fizera antes.
Rina apenas o abraçou, colocando-o em seus seios e beijando seus cabelos, falando baixinho que fora apenas um pesadelo. Eram casados há pouco tempo, a intimidade nunca chegara ser o que devia entre eles, principalmente pelas circunstâncias do casamento, até que contasse à ela sobre os sonhos que tinha. Quando a garota não o levou como louco e lhe disse sobre visões verdes que alguns homens tinham, um interesse surgiu dentro dele sobre a garota sem que notasse. E ela só provava-se mais a cada dia que passava. Desde o momento que deitou na cama pela febre fortíssima, a garota não saíra de seu lado, sempre pedindo à aias que trouxessem água e comida, mas nunca tendo coragem de sair do quarto, sentando-se na cadeira ao lado por dias. As olheiras em seus olhos mostravam isso, acordava-a de seu sono com seus gritos de terror após um pesadelo ocasionalmente, e ela não ligava, só tentava acalmá-lo e depois pedia para que tentasse dormir novamente.
Quando Droenn tirou o rosto dos seios da esposa, virou-se e surpreendeu-se ao encontrar Tobin num canto do quarto, esculpindo algo num pedaço de madeira com uma adaga.
— Tobin? — perguntou, surpreso de ver o rapaz ali dentro. Sentiu um pouco de vergonha ao saber que o rapaz tinha presenciado toda aquela cena, mas logo notou que todo castelo devia saber de seus pesadelos, seus gritos não eram baixos e deviam alastrar-se por todo local.
— Pensam que você está enlouquecendo — salientou Tobin levantando-se. Colocou a mão em sua testa e depois em sua garganta, sem importar-se com o contato repentino. — Sua febre está melhorando, pelo visto.
— Sim, está — concordou Rina, sorrindo, estava feliz de ver Droenn melhor.
Um silêncio permaneceu no quarto por alguns segundos, até que Tobin tomou a palavra novamente:
— Eu que te pergunto isso, Droenn: o que está acontecendo com você? Gostaria de saber, porque todo castelo está pensando que está enlouquecendo e nossos lordes já não estão felizes com o recente acordo com os Greyjoy. Não sei o que aconteceria se você de fato enlouquecesse também.
Droenn não sabia de acordo algum, surpreendendo-se com a notícia, principalmente pelo fato de lembrar-se que há poucos meses atrás quem mais os atacava no norte eram exatamente os mesmos piratas.
— E... — o Reed interrompeu suas próprias palavras, um pouco receoso de continuar.
— O que? — perguntou Droenn, esperando uma resposta.
— E eles já não estão tão confiantes na sua liderança como antes. Respeitam-no pelo que fez no Norte, mas...
Rina olhou para Droenn, preocupada.
Rhaego[Dwight]Vestimenta: Trapos rasgados e sujos.
O estranho sorriu com a resposta de Rhaego. Ergueu-se, esfregando a palma da mão no rosto até que caísse pelo queixo e soltou uma gargalhada.
— Gostei dele, é destemido — apontou para Rhaego, sorrindo. Virou os olhos para Rody, voltou-os para Rhaego e depois dirigiu-lhes novamente para seu homem. — Foi ele quem te matou, não é?
— Sim, senhor.
O homem fez uma expressão de nada mal e voltou a caminhar de um lado da fila para o outro, observando cada um deles, até que finalmente chegou de volta à Rhaego.
— Meu nome é Kean, aliás. Alguns dos meus homens me chamam de Kean, Quebra-Homem, mas acho o apelido um quanto ruim e grosseiro para pessoa que sou. — Virou-se de costas e afastou-se da fila, virando-se novamente para eles quando ficou longe suficiente para que pudesse enxergá-los todos. Estava sério. — Sou o lorde desse castelo, vim de lugar nenhum, não tenho nenhuma família de nome conhecido. Um homem poderoso para que saibam. Todos homens que verem armados neste castelo, até os desarmados, são meus. Todos meus. Fazem o que eu quero, quando eu quero e como eu quero. Não é mesmo, Rody?
Rody balançou a cabeça que sim, obediente, fazendo com que o homem sorrisse novamente.
— Não é mesmo, sacerdote? — perguntou ao homem embriagando-se.
Este tirou a garrafa da boca e acenou que sim, colocando um punho em frente a boca para tampar o arroto que viera em seguida.
— Sete infernos, homem, pare de beber ou morrerá disso em breve — reclamou Kean, balançando a cabeça negativamente. — Quase me esqueço de vocês. Hm... sou um homem bom, mas que tem suas próprias leis e condições, quem as quebram... bem. — Encarou o velho ao lado do homem que Desmond estranhara. — Você, Barret, me conhece e sabe muito bem que não dou segundas chances.
— Eles tentaram pegar mais moedas que o normal, nãos podíamos, eu tenho família, Kean — respondeu Barret, o velho.
Kean suspirou, aproximando-se, a espada ainda estava em suas mãos, ensaguentada.
— Quem é o homem? — perguntou ao parar em frente à eles.
— Edam, é um ajudante de ferreiro meu — respondeu Barret.
— Você é bom no que faz, Edam? — questionou Kean, encarando-o. — Porque você é feio pra caralho.
Edam não ergueu os olhos para olhar o rosto do homem em pé, em sua frente, continuou encarando as gotas de chuva impactando-se na lama.
— Ele é surdo? Fiz uma pergunta.
— Edam — sussurrou o velho com certo desespero na voz. — Responda-o, rápido.
O homem de rosto queimado ajeitou-se um pouco, ficando mais confortável de joelhos, mesmo que seus olhos ainda focassem no chão.
— Sou — respondeu simplesmente.
Desmond virou-se para o homem no mesmo instante, tendo seus olhos um tanto quanto chocados. Durante todo caminho perguntou-se quem era aquele homem que tinha impressão de conhecer, e ao ouvir sua voz, aquela voz que apenas seus companheiros da Guarda Real reconheceriam, identificou-lhe como seu antigo e extremamente honrado amigo, Arthur Dayne. Barristan também tivera a mesma reação. Mas ambos, mesmo encarando o homem com os olhos no chão e perguntando-se como ele estava vivo, principalmente o velho que vira o homem sendo cercado num ataque surpresa na Batalha do Tridente, mesmo assim continuaram quietos devido a situação. Kean encarou-lhe por alguns segundos com seu rosto sério e amedrontador, então fez novamente sua cara de nada mal e num corte rápido, a garganta do velho abriu-se, borrifando jatos de sangue na lama, até que caísse no chão e uma poça começasse brotar, enquanto o pobre idoso dava seus espasmos e engasgava-se em seu próprio sangue.
— Não sou um homem de segundas chances — disse Kean numa voz grave. Olhou para Rody que estava encarando-o. — Digo, segundas chances apenas para os que me interessam. Mas terceiras chances, com toda certeza não. — E vendo que o homem arrepiou-se ao ver aquilo, voltou-se sorrindo para Edam que encarava o cadáver do velho com choque, mostrando alguma emoção pela primeira vez. — Bem, você sabe onde a família dele deve morar. Talvez até more junto com eles. Então, diga-me, vai trabalhar na minha ferraria por quanto tempo eu quiser e voltar para casa dele com as moedas que ganhar?
Edam não respondeu.
— Entendo o choque, mas se você não aceitar... bem, sabe-se lá o que pode acontecer com a família de Barret, não é? — falou soltando uma risadinha maléfica.
Os olhos de coloração estranha do homem encararam o rosto de Kean pela primeira vez. Mas não com raiva ou ódio, desejo de vingança. Apenas vazios. Acenou com a cabeça e o homem sorriu.
— Então, diga-me, você vai ser minha putinha? — perguntou Kean, que ao ver que o homem estranhou a pergunta, explicou: — Juramentos nobres são estúpidos, cheios de honras e promessas nunca se cumprirão. Sou um cara sincero, meus homens são sinceros e meu juramento por consequência também será.
Edam pareceu um pouco receoso, mas por fim respondeu:
— Eu vou ser sua putinha.
Kean gargalhou alto.
— Levem-no, pensei que poderia fazer algo corajoso, mas parece que o único com bolas aqui é o palhaço de cabelo azul — ordenou aos risos, afastando-se do homem enquanto dois de seus soldados o agarraram e o levaram dali com facilidade. — Voltando ao assunto principal de hoje: quem de vocês é o rei?
— Senhor... — Rody tentou pronunciar-se, mas Kean o interrompeu:
— Nanana. Quero que eles me digam. Uma relação, acima de tudo, precisa de sinceridade, não é? Como viraremos amigos sem intimidade, certo, companheiros? — exclamou a última pergunta com uma voz animada, soltando outra risada. — Mas não posso culpar o rei entre vocês de ficar quieto, eu também ficaria depois das últimas notícias que se espalharam pelo continente.
Daeron mesmo tentando disfarçar teve sua atenção chamada por aquilo. E Kean que já sabia quem era o rei, dito por Rody, deu um sorriso de canto ao perceber aquilo.
— Vocês não sabem? — gritou chocado. — O Ninho da Águia foi invadido por Jan depois de um cerco de dias. Ele matou cada um dos nobres ali dentro e enviou suas cabeças para suas respectivas casas, com cartas dizendo para os herdeiros irem à Porto Real para fazerem um juramento ou teriam o mesmo destino. E, obviamente... durante o processo a tal bastarda grávida foi morta junto com seus bebês.
Os guardas ficaram um pouco atordoados ao saber daquilo, não tendo noção se poderiam acreditar ou não. Daeron olhou para o chão com uma expressão mais chocada que devia, quase abandonando o disfarce, olhava para lama com tanta tristeza que Kean achou que poderia chorar a qualquer momento.
— É uma merda, não é? Pensava que Jan, mesmo com seus erros, era um homem nobre, mas mostrou-se um verdadeiro tirano. Talvez devesse ajudá-los a matá-lo, quem sabe — disse rindo, girando sua espada na mão e espirrando sangue pelo chão. — Dois de vocês portavam espadas de aço valiriano. Um é o palhaço de cabelo azul e o outro... é você — apontou com sua espada para direção do rosto de Daeron que ainda estava em choque. — Nenhum rei e seus homens são estúpidos suficientes para enviarem ele mesmo para uma vila qualquer em busca de informações, o que só sobra você, meu caro amigo.
Abaixou-se em frente à Daeron, sorrindo.
— Como está aí? Tudo bem? — questionou dando alguns tapinhas no rosto de Daeron que não correspondeu em nada, ainda em choque. — O cara paralisou — exclamou Kean soltando uma risada altíssima —, a porra do rei paralisou! Deuses, esse dia está me dando ótimas coisas. Nunca pensei que veria um rei paralisado em minha frente, principalmente o rei dragão que estava colocando tanto medo no continente e em seus inimigos. Que sobreviveu a emboscada do grande rei Baratheon! — parou de rir e voltou ao sorriso perverso. — Parece que o dragão não passa de um gatinho amedrontado.
Kean olhou para os guardas reais, notando os olhares nele, alguns sombrios. O sorriso aumentou ao ver que eram pelas suas provocações com Daeron.
— Pelas minhas contas, vocês mataram cinco dos meus — disse Kean de repente, com a voz séria e um sorriso pequeno que mostrava apenas os lábios. — Seis, se contarmos com meu amiguinho aqui — apontou para Rody com sua espada. — Vou contar como seis, porque um corte na garganta é algo fodidamente sério, caso não saiba.
Voltou a caminhar pela fila com o polegar e o indicador esfregando-se nos ossos nasais do nariz, enquanto seus olhos estavam fechados. Parecia pensativo.
— Matar meus homens é algo que não perdoo tão facilmente. Não posso porque são meus amigos também, temos uma relação, alguns que vocês mataram até eram bem íntimos, viu. E isso não cai bem para minha liderança, não quero ser visto como alguém que não se importa com seus amigos. Vocês entendem o que eu digo?
Nenhum cavaleiro, obviamente, se deu ao trabalho de dizer algo.
Kean suspirou ao ver que não disseram nada.
— Arqueiros, formem um cerco neles e coloquem flechas em seus arcos, se qualquer um deles se mover, matem-nos imediatamente. Entenderam? — perguntou em voz alta, recebendo vários acenos que sim enquanto posicionavam-se e colocavam as flechas nos arcos, puxando-as e esperando qualquer movimento. — Rody, cadê a arma do azulado?
Rody correu para dentro do lugar de onde haviam saído e voltou com o arakh, dando-o para Kean que guardou sua espada na bainha, sem se importar de estar suja com sangue, e agarrando a arma curva.
— Que espada estranha, viu? — observou olhando-a. — Já vi várias dessas, mas isso não vem ao caso, a impressão é que seu criador e divulgador era um verdadeiro idiota. Mas tenho que admitir que esta é bonita... talvez por seu aço.
Kean balançou a cabeça, afastando sua distração e riu de si mesmo.
— Desculpem-me. Não me levem como uma palhaço, sou um cara bem sério quando preciso — disse ainda rindo de si mesmo. — Enfim, palhaço de cabelo azul, toma.
O arakh caiu em frente à Rhaego.
— Você começou toda essa confusão e vai ser você quem vai terminá-la — explicou Kean, sorrindo perversamente. — Peguem o rei e tragam-na para cá.
Alguns homens agarraram Daeron que acordou do choque e tentou combatê-los, mas recebeu chutes e socos que o atordoaram um pouco. Os cavaleiros sentiram-se extremamente tentados de levantar-se e ajudá-lo, mas ali seriam flechados e não fariam diferença alguma. Quando o rei foi jogado na lama, cerca de três homens ficaram ao seu redor, não deixando-o levantar-se. Estava alguns metrôs ao lado de Kean e uma certa distância da fila.
O lorde de Harrenhal aproximou-se de Rhaego e agachou-se em sua frente novamente, pisando em cima do arakh não pego até aquele momento.
— O destino é algo engraçado, não é mesmo? — falou sorrindo. — Você matou seis dos nossos e... um — olhou para Barristan ao seu lado —, dois — olhou para Desmond em seguida —, três — olhou para Arys —, quatro — olhou para Kevan —, cinco — olhou para Yohn —, seis. — Terminou olhando para Cetim. O sorriso tornou-se irônico e zombador, seus olhos focaram-se nos de Rhaego que o encarava também. — Seis dos meus por seis dos seus.
Ergueu-se, chutando o arakh para os joelhos de Rhaego e voltou-se para onde estava.
— Pegue o arakh e mate-os todos, um por um. Então, estaremos de acordo — ordenou encarando-o.
Ao ver que nem o azulado nem os guardas, nem mesmo o rei tiveram uma reação aquilo, provavelmente escolhendo não fazer nada, ele suspirou novamente.
— Arqueiros, se um dos guardas levantarem, sabem o que fazer. Se o rei tentar impedi-los, arqueiros, vocês sabem o que fazer.
— Impedir-nos, senhor? — questionou um deles, confuso.
— Comecem a espancá-lo — ordenou Kean sem o sorriso, a voz estava tão séria que tornava-se completamente macabra. Seu rosto era assustador sem uma expressão leve ou seu sorriso.
Os homens começaram a fazer o ordenado, enquanto os cavaleiros tiveram que segurar-se com todas forças para não levantarem-se. Daeron recebeu um chute no rosto que atordou-lhe, quase quebrando seu nariz, recebeu vários na barriga e alguns nas pernas e nas costas, até que o homem mais robusto e gorducho dali puxou-lhe pro lado, iniciando uma sequência de socos em seu rosto que criou feridas rapidamente.
— Pegue o arakh e decepe as cabeças dos homens ao seu lado, Rhaego — ordenou Kean, novamente.
Rhaego e o restante dos cavaleiros não tiveram nenhuma reação.
Kean fechou os olhos e esfregou o rosto com a palma da mão de novo, perdendo a paciência.
— Vocês fizeram o juramento de dar a vida por seu rei, servi-lo até a morte. E parece que não são tão honrados quanto deviam. Brack, você tem uma adaga? — perguntou ao homem robusto, interrompendo os socos ao fazê-lo virar-se. Ao escutarem isso, a Guarda Real ficou tensa.
— Sim, senhor.
— Pegue-a e cegue o rei, um olho a menos não fará falta à ele — mandou Kean dando uma olhada a Brack e virando-se para a fila. Segundos depois, virou-se novamente para Brack que tirou rapidamente a adaga da bainha e disse: — Não arranque o olho fora, é uma cena muito feia pra mim e não quero ele feio demais também. Mas mesmo assim, faça lentamente, quero que ele sinta cada pingo de dor. — Brack acenou para ele e Kean virou-se para os cavaleiros. — Já que não farão nada, podemos fazer isso pela tarde inteira até que não haja mais nada no corpo dele para torturar. Talvez até morra, seria uma pena.
E quando a adaga tocou um pouco acima da sobrancelha de Daeron e fincou-se, começando descer calmamente, os gritos baixos do rei começaram surgir e os cavaleiros só puderam observar, sabendo que se mexessem, seriam bombardeados de flechas e de qualquer jeito seu rei morreria.
— Faça, Rhaego, faça — gritou Desmond para ele, quase implorando.
— Faça! — gritou Arys em conjunto.
Só postar se você vai pegar o arakh do chão ou não, Dwight, isso obviamente vai representar sua escolha. Eu vou postar em seguida e bem, você vai postar outra vez e nele você vai poder descrever o estado mental do Rhaego de uma vez.