O campo de neve rodeando as muralhas da fortificação logo seriam o palco do primeiro grande combate daquela guerra, havia completado quase dois meses de cerco naquela manhã, alguns rumores rondavam pelo exército seguidor do dragão dizendo à todos do provável confronto em breve, os alimentos de Winterfell estavam em escassez pela enorme quantidade de soldados em seu interior e, mesmo que alguns não acreditassem, também sussurravam sobre cavalos sendo mortos para refeições. Tudo parecia vantajá-los, porém naquelas últimas semanas notava-se o desenvolvimento repentino e absurdo do inverno, nevascas tornaram-se semanais e algumas vezes diárias, acostumaram-se em esconder-se nas tendas bem firmadas para fugir dos flocos de neve e de uma morte na brisa congelante, o solo antes coberto parcialmente dificultava um pouco a movimentação, agradeceram pela área limpa próxima do castelo, se não teriam de guerrear sem uma cavalaria. O mais interessante durante todo aquele tempo fora as centenas de corvos postando-se nas árvores e tetos de seda, olhavam-nos curiosos e mesmo assustando-os sempre voltavam, o próprio rei sentia-se incomodado com uma dúzia deles perseguindo-o onde fosse, até quando fosse cagar. Falando do homem, escolheu um ótimo plano durante sua reação às doenças espalhando-se pelo cerco rapidamente.
Onde há uma grande aglomeração de homens, haverá doenças, diziam velhos sábios, e estavam certos, morriam aos poucos e adoeciam outros, algumas dúzias tiveram de afastar-se para não prejudicar o restante. Daeron foi esperto, pegou os cadáveres e jogou-os com catapultas dentro de Winterfell, objetivando adoecê-los ou forçá-los de vez à saírem. Aconteceu dias depois.
Situados em frente à milhares de homens, o rei e o protetor do norte permaneceram estáticos, observando o exército inimigo colocando-se na mesma formação, inúmeros estandartes esvoaçavam sobre eles, notáveis eram os do leão, das gêmeas e do homem esfolado. Quando o bastardo apareceu ao lado de outros lordes, os próprios atrás da dupla tomaram seus lugares no lado, os vassalos tomaram seus lugares dentre os exércitos, esperando-os decidirem o que fazer. O primeiro analisado foi
Ramsay Bolton fitando-os com um sorriso travesso, vestia-se de uma armadura simpática, mais servia de peso do que de ajuda, uma espada aguardava ser retirada da bela bainha de couro. O segundo foi
Argus Lannister, o loiro era muito bonito mesmo o rosto estando frio como o clima, olhava-os num ódio profundo, uma pitada de graça alastrava-se também, a armadura era diferente da anterior, muito bonita e vermelha, cheia de detalhes dourados, desciam como riachos, o punho da espada era feito de ouro e possuía inúmeras joias.
Gregor Clegane acompanhava o homem como sempre fizera, o inexistente braço direito fora trocado para uma grande lâmina presa em seu ombro, vestia uma armadura de aço quase impenetrável, seu elmo era do formato de um cão. O rosto grotesco de
Lambur Frey transpirava ameaça, sua expressão tão feia quanto do dragão e os olhos tão assustadores amedrontavam qualquer um, era um dos filhos queridos de Walder Frey, o principal culpado do massacre da família Stark, e aquele homem havia sido o mesmo que organizara uma guarnição para cuidar dos lordes adormecendo nas mesas ou preparados para um combate, o mesmo tinha perdido a conta de quantos matara na noite do Casamento Vermelho: Umber, Forrester, Karstark, Bole e muitos outros.
Então, no próximo segundo, trombetas foram acionadas, declarando uma guerra entre as forças fieis ao dragão e as do veado. Primeiro foi enviado a cavalaria, os homens posicionaram suas lanças e espadas, em centenas de seus visores puderam ver a cavalaria inimiga chegando mais perto cada galopar de seus cavalos e, por fim, as duas forças chocaram-se num baque estrondoso, levando dúzias ao chão e outros à morte, muito depois os bardos cantariam sobre a chacina a pé, mas havia começado sobre cavalos. O restante do exército armou-se, colocaram-se em formação e iniciaram uma corrida em direção aos inimigos. Gritaram, berraram e xingaram conforme os passos cresciam na velocidade e a adrenalina levava o desejo de sangue ao êxtase. Estandartes ainda erguiam-se na mãos dos orgulhosos, os puxavam junto às espadas em volta mostrando ao mundo as casas que seriam vitoriosas, e o lado oposto fazia o mesmo.
Nossa palavra vale ouro, gritaram os mercenários westerosi da
Companhia Dourada, lutavam naquele momento não por dinheiro, mas pela reconquista de seu lar, onde sonharam voltar há anos. Juntando um rugido monstruoso, os soldados portadores do brasão da casa
Umber gritaram como gigantes enfurecidos.
Justos na fúria, berraram os
Hornwood avançando contra o exército inimigo, seguiam o rapaz verde de armadura leve, dúvidas sempre o cercaram como a insegurança, mas ali, prestes enfrentar a família que causou tanto sofrimento na dela, segurava o punho da espada com tanta firmeza que parecia seu pai nos melhores dias. Os
Glover estendiam-se por quilômetros, juntaram-se e ficaram o mais próximo do rei possível, carregavam a fama de traidores de Grennan e pretendiam tirá-la da família.
Lar, coração e colheita mergulhou o exército dos cranogmanos numa fúria rara dentre os
Reed, não ostentavam armaduras ou quaisquer outro chamativo, lutavam livres de peso e a única proteção eram sua honra, sua determinação e seus companheiros.
Alayne Karstark era uma viúva e órfão, tinha filhos e pretendia protegê-los de todos perigos, carregava também o fardo de comandar um exército de duas famílias, a responsabilidade em seus ombros era gigantesca demais para uma só pessoa, mas pelas pessoas amadas e as injustiçadas, pelos homens seguindo-a confiantes de sua liderança, tinha de honrar seu marido, o homem que amou e que amou-a, um dos mártir daquele continente, assim como seu pai, e por todos eles, por tudo que representava, tinha de ser
o sol do inverno. A casa de
Rhaego Velaryion estava distante e mais longe ainda da guerra que participava, o mar lar de sua vida por muitos anos não o encontraria tão cedo e a companhia que fora sua família por muito tempo estava extinta, assim como muitos de seus amigos, e por eles lutava, mesmo sendo o único ainda firme na crença, portava a luva negra com orgulho e avançava bravamente com sua meia centena de homens como um dia Brandyn Blackhand o fizera, bastava encorajá-los e o seguiriam até a morte, homens fieis, lutava por estes, lutava por tudo que o amadurecera na vida, lutava pelo velho mercenário, por Serena, por Daven, por Talia, por Cetim, por Droenn, e principalmente pelo mascarado encontrado mutilado, descobrira sua história na época de cerco, o quanto sofrera nas mãos da Guerra das Tormentas, da morte de sua esposa, de sua filha e de sua alma pela mão de apenas um homem, de apenas um Clegane, e dele ia trás, com a lâmina curvada ergueu-a em sua mão pronta para deslizar pelos inimigos no momento onde iniciou a corrida, num grito de guerra seus soldados o seguiram, e sentia-se poderoso.
Nossa é fúria, berrou
Talia Waters, juntara-se àquela rebelião por destino e promessas, o desagrado de lutar contra sua família sempre foi visível, mas o fez mesmo assim, passara sua vida toda numa família de mercenários, e mesmo nela nunca apegara-se muito, nunca sentira-se tão acolhida como entre os irmãos, por mais confuso e desastroso fosse o rei, sentimentos inesperados brotaram e o seguia com gosto, não mais por obrigação, e a irmã do homem corria ao seu lado, veloz e estupidamente corajosa, considerava-a quase como uma irmã também, sinceramente não sabia como aquilo terminaria, mas faria de tudo para ajudá-los na vitória e talvez então tivesse finalmente uma família.
Droenn Stark desde sua juventude sofrera com a perda de sua família, primeiramente pelas acusações injustas após o assassinato de sua mãe e seu querido lobo, obrigou enfiar-se num continente quente por anos e só pôde voltar quando ouviu da perda de sua família mais uma vez, dessa vez pelas mãos de traidores e para sempre, não banimento, mas nunca os veria novamente, não poderia rir do honrável irmão, treinar com seu bondoso pai e talvez nunca mais visse o lindo sorriso da irmã, mas a mesma ainda estava viva e, tirando a criança ruiva, era a única coisa que restava de seu sangue, a responsabilidade entregue à ele desde o momento que colocou os pés em Westeros nunca foi fácil de lidar, alguns momentos o tiraram o sono, mas nunca arrependeu-se daquilo, vingaria seus familiares e não deixaria seus amigos morrerem a toa, o bastardo maníaco pagaria por todos seus pecados, e seria nas mãos do Stark.
Daeron Targaryen localizava-se na dianteira, a espada erguida e gritando junto à seus homens, sabia que Serena estaria poucos passos atrás, mesmo preocupado não era burro, tinha noção da habilidades da garota, e a mesma coisa estendia-se à Talia, a mulher de seu interesse, também preocupava-se com os outros companheiros, muitos julgavam-o louco ou em potencial de exterminá-los todos, mas tudo que pretendia naquele ano era terminar com o reinado de Jan Baratheon, levaria todas falhas junto, os Bolton complementavam a lista de problemas e seriam extinguidos também. Os pensamentos morreram quando os dois exércitos encontraram-se na área afetada pelas cavalarias, um choque de espadas eclodiu na colisão, iniciando uma das maiores batalhas nas últimas décadas, a
Batalha de Winterfell.
Talia[Babi]Vestimenta: Calças, botas de cavalaria e uma cota de malha por baixo das vestimentas.
Armas: Duas espadas curtas e uma adaga com um chifre gravado na lamina.
Você matou algumas dúzias de inimigos desde a colisão, e agora deparou-se com dois homens com espadas longas indo em sua direção. Ao seu lado, os irmãos Targaryen lutam também.
Rhaego[Dwight]Vestimenta: Sua
armadura era leve, favorecendo a mobilidade: as ombreiras eram feitas de couro, esculpidas em quatro camadas que desciam por seu ombro, o braço era protegido por escamas do mesmo material. O peito era protegido por couro flexível e sedas coloridas esvoaçantes cobriam-lhe até o meio das pernas, por cima de calça simples e botas.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.
Você, Cetim e seus homens dizimaram dezenas de inimigos. Num certo momento pôde ver o Montanha um pouco distante, mutilando aliados facilmente, pretendia continuar seu avanço, mas dois homens entraram em seu caminho, um com um grande machado e outro de espada.
Droenn[Prime]Vestimenta: Uma armadura normal, um pouco velha devido o uso, com ombreiras um pouco maiores que o normal, além da cota de malha embaixo.
Armas: Espada com a cabeça de um lobo gigante esculpida em seu punho, nomeada de Netuno. No guarda-mão, as dizeres de sua casa grafados: O inverno está chegando.
Viu o bastardo um pouco distante, avançou determinado, matando quem ficasse em sua frente, foi quando deparou-se com a guarnição especial do homem, seus vinte bons homens. Três deles correram em sua direção, dois de espada e um com lança.
Alayne[Mary]Vestimenta: Um bom couro sob uma cota de malha, vestia-se muito bem para aquecer-se.
Armas: Espada nomeada como Solar, a empunhadura negra é feita de couro e o pomo feito de prata, em formato de sol, daí o nome. Uma adaga com os dizeres de sua casa gravado na lâmina curvada: o sol no inverno. Tem a empunhadura negra e sem adornos. Um escudo de madeira com bordas de metal.
Não importou para onde olhasse, havia sempre um combate, a confusão alastrou-se por todo campo de batalha. Seguiu o lorde Stark, e também deparou-se com os vinte bons homens, apenas um deles ousou enfrentá-la, um brutamontes com dois machados e uma longa barba, seu rosto era ameaçador.