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#Mesa 003 - Fire and Blood

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— Eu era um homem quebrado há uns dias atrás. De corpo e de mente. Não conseguia compor uma simples canção. Já estou melhor agora, mas depois do que essa "rainha" fez, fico preocupado. — Tomou mais um gole de chá. — Você, como líder e como pessoa, é melhor do que o nosso pai jamais foi ou seria. Não entendíamos de batalhas e de guerra tanto quanto ele, mas já estamos começando a aprender muito cedo. Claro que existiam aqueles rebeldes que preferiam à cultura antiga dos Greyjoys e não gostavam de você e nem de mim, mas depois que tornamos as Ilhas independentes e tomamos o Rochedo, eles se calaram rapidamente. Você trará um ótimo futuro para o nosso povo, disso eu tenho certeza. Porém, tenho receio quanto a essa guerra. Para ser sincero, não acho que a Baratheon irá vencê-la. Preciso conhecer esse rei para talvez ter alguma esperança.

Aaron ouvia atentamente ao irmão, e após o mesmo terminar de falar acenou com a cabeça num gesto de compreensão. Sentira-se melhor ao saber o ponto de vista de Skyron, devia ter tido essa conversa antes.

— Entendo o que estava sentindo... De certa forma eu estava me sentindo dessa maneira também, porém do meu jeito. — respondeu e começara a olhar para o homem de cabelos brancos. — Quanto à essa guerra, estou curioso para ver como dois homens a mais do nosso lado possa mudar as coisas. — terminou.

— Quanto mais tempo passamos aqui, mais entendo sua vontade de voltar para a casa. — riu brevemente, mas voltando a ficar sério. — Nós definitivamente não nascemos para viver nesses castelos e dessa maneira... E é por isso que eu não ficarei com o Rochedo após o término disso tudo. — encerrou olhando para Skyron aguardando uma reação.

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Skyron comeu mais mingau enquanto seu irmão falava. Quando ele terminou, disse:

— Ainda bem. Deixe para o nosso tio. E quanto às Ilhas de Ferro? Se piscar o olho você já vai estar com sessenta anos e nenhum herdeiro. Já está na hora de você ter um filho, seu mulherengo safado — disse com um leve sorriso. — Não quero lhe substituir em nada caso algo venha a acontecer com você.

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O LORDE SUPREMO DAS ILHAS DE FERRO riu após o comentário do irmão e respondeu:

— Quanto menos nos envolvermos com o resto dos sete reinos será melhor, ficaremos com as riquezas obtidas mas deixaremos essas terras para quem a Talia quiser que governe junto com os Lannisters, eu realmente não ligo. — E vamos deixar meu herdeiro para depois, tenho poucas opções aqui. — brincou enquanto servia-se um copo de vinho.

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Skyron terminou de beber o seu chá de hortelã, aliviado e relaxado.

— Você falar isso é como música para os meus ouvidos. Quero ficar longe desse povo e de suas guerras. — Deu uma pausa para comer mais uma colher de mingau de aveia. — Quando você acha que finalmente voltaremos para casa despreocupados e sem intenção de sair de lá durante um longo tempo?

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O Greyjoy escutara a pergunta do irmão enquanto apreciava o vinho.

— Do jeito que as coisas andam bagunçadas, acho que teremos que ter paciência, meu irmão. — respondeu. — Do que será que se trata? — perguntou apontando com o queixo para o homem de cabelos brancos e os outros que o cumprimentavam.

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Skyron olhou para a mesma direção.

— Não faço ideia. Suponho que seja algum parente do Targaryen.

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Alayne despedaçava o seu pequeno pedaço de pão, comendo apenas um ou outro. Não sentia fome, seu estômago embrulhava-se por completo com os pensamentos que tinha e que lhe tiravam a paz e sono, dia após dia. Possuía um compromisso com Talia, ultimamente desejando não tê-lo, queria estar perto de seus filhos onde teria certeza de que estavam bem e seguros. Não teria a pior das dúvidas; saber se permaneciam vivos. Esperava em agonia o retorno ou a ausência de seu mensageiro para que pudesse tomar qualquer providência que não fosse esperar.

Sentava-se próxima de Hugar e Tobin, que conversavam despreocupadamente com algumas intervenções da loira. O assunto dos dois e dos demais presentes logo cessou, quando a porta do salão se abriu para que dois homens entrassem. De início não havia reconhecido nenhum deles, mas ao olhar cuidadosamente pôde reconhecer Rhaego. Não lhe admirava que estivesse vivo, Sor Rhaego sempre fora um homem para lá de intrigante. Havia restado apenas a surpresa de seus cabelos brancos.
Alayne aproximou-se, encarando-o. Sua expressão parecia mais dura da que possuía antes de partir. A Karstark conhecia bem as mais tortuosas trilhas em que o destino podia colocar o homem, e instintivamente soube que Rhaego havia passado por algumas coisas.
— O que foi que fizeram com você? — Lhe perguntou, em sua face estampado um falso choque. — Está conveniente demais para ser a mesma pessoa. — Fitou o seu cabelo pálido e então sorriu. Seu senso de humor não era dos melhores, mas fazia algum esforço se era para o incomodar. Abraçou o amigo, permitindo-se a singela alegria de um dos reencontros que estava determinada a ter.

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Passou as mãos nos cabelos da mulher e beijou sua testa, a confortando, sentira muita saudades daquilo durante as semanas que passou pelas Terras Fluviais. Daeron sorriu ao ver as crianças, aproximando-se delas e pegando uma por vez no seu colo, escutando Talia explicar seus apelidos e as histórias criadas por Serena. Sorriu ao ver a semelhança de seus olhos com o mais velho e, ao mesmo tempo que estranhou, admirou os olhos de cores diferentes do mais novo.

— Já os nomeou? — perguntou ele, virando-se para ela. Estava com o mais novo no colo.

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O homem beijou sua testa como costumava fazer e caminhou até as crianças, gerando um sorriso na Baratheon, junto a um aperto de nostalgia em seu peito. Assim que ele virou tinha nos braços o mercenariozinho que, ainda enrolado em seus tecidos para aquecer-se, mantinha-se em silencio nos braços do pai. Olhou aquilo contente, o menor era com certeza o mais carinhoso, mas também era o mais chorão e vê-lo apenas olhando curioso trazia a ela satisfação por acreditar que o garoto tinha o entendido como uma presença benéfica.
- Já os nomeou? – Perguntou o homem olhando-a nos olhos

Tinha pensado naquilo por dias, logo teria que escolher. Mesmo sem a chegada de Daeron, teria que apresentá-los aos outros e para isso seriam necessários nomes. Inicialmente queria homenagear o pai e nomear o pequeno príncipe chamando-o de Edren, no entanto, apesar do amor implacável que ela tinha por ele, sabia que tinha acompanhado o irmão e lutado contra os Targaryen. Após isso pensou em outro nome para o garoto, esse causou-lhe certo apreço, pois tratava-se de um nome valiriano que já havia sido portado por grandes guerreiros. E apesar de ter sido o nome de um grande bastardo Targaryen, era o nome de um dos portadores da espada que esperava ser dada ao novo rei dos sete reinos, a Blackfire. Igualmente tinha esse em mente por seus membros mais conhecidos serem notórios como grandes conquistadores.

- Daemon Targaryen será o nome do Pequeno Principe – Falou indicando o garoto com a cabeça e dando uma pausa – Esperei pela sua chegada antes de decidir-me de fato os nomes, mas creio que o dele esteja escolhido em meus pensamentos, porém ainda não consegui pensar em um nome que caiba ao nosso mercenáriozinho, alguma sugestão? – Encerrou aproximando-se do homem e passando a mão no rosto dele enquanto o mesmo olhava para o caçula

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Daemon era um nome curioso de se dar ao bebê, fora usado por figuras grandes, mas bastante diferentes. No final, acabou achando um bom nome e concordou na mesma hora.

— É um bom nome — disse Daeron, sorrindo para ela.

Pensou sobre o nome do pequeno em seus braços e não conseguiu achar algum que sentisse que se encaixasse no rapazinho, que o fizesse sentir que era o certo. Pensou em muitos nomes que gostava, em muitos nomes de vários guerreiros e reis famosos, mas nada pareceu certo para Daeron. Até que pensando em Daemon, lembrou-se que além das pessoas das quais Talia tirou o nome, havia mais um Daemon que Daeron conhecia e era o pai de Rhaego. Então, lembrou-se de sua irmã que foi carregada ferida pelo homem por toda floresta enquanto eram perseguidos, ele podia ter jogado-a no chão e fugido, mas continuara com ela em seu colo; das cabeças que o azulado decepou para honrar seu juramento, poderia ter ficado parado, deixado Kean terminar de mutilá-lo, mas mesmo assim matou todos seus irmãos; e o que mais lhe vinha em mente, na noite que estava solto e poderia ter fugido, mas optou por cortar as cordas que prendiam as mãos do Targaryen, quando não precisava fazer mais nada para ele, ficando para trás para tentar vingar seus irmãos cavaleiros, como descobriu mais tarde.

— Que tal Rhaego? — sugestionou, vendo a expressão assustada de Talia surgindo no mesmo instante. — Ele salvou Serena quando vocês estavam sendo perseguidos, quando não precisava. Foi uma das pessoas mais fieis que tivemos desde o inicio da guerra. Era um dos principais na lista de Brandyn, um dos mais elogiados por Desmond. Me salvou duas vezes, quando podia ter salvado a si próprio ou tomado qualquer outra decisão. Ele mo... ele sacrificou muitas coisas por mim, assim como o pai dele já sacrificou pelo meu. Talvez não seja um guerreiro lendário ou um rei que entrou para história, mas é um homem que respeito e vou lembrar quando ganharmos essa guerra.

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Olhou boquiaberta para o homem com um olhar de incompreensão sobre a sugestão do mesmo. Não sabia o que tinha acontecido com os dois durante o tempo que estavam longe, mas notava que da forma em que o homem falava o companheiro ainda estava vivo. "ele sacrificou muitas coisas por mim", mas aparentemente não a vida, ou Daeron teria dito. Sentiu-se aliviada com aquilo também, apesar das diferenças e das desavenças dele e da rainha tinha certo apreço pelo homem, no entanto, tal apreço não faria com que tivesse vontade de nomear seu filho com aquele nome.

- Você ta louco? - Perguntou afastando-se dele e olhando-o colocando a mão na cintura - Sei que ele é totalmente fiel a você, mas isso não justifica, se for dessa forma posso colocar o nome dele de Skyrom, Aaron, Hugar, Tobin ou Droenn. Todos esses estavam lutando e salvando minha vida enquanto eu paria esse rapazinho em uma torre pegando fogo. - Num tom de voz de indignação olhou com um sorriso sarcástico para ele, não acreditando que estava falando serio. O garoto começou a chorar fazendo com que ela se aproximasse e tomasse o filho do colo do pai e embalando-o em seus braços - Me desculpa. - Disse triste por ter que tomar o menino do Rei - Mas por que isso Daeron, o que aconteceu onde quer que vc estivesse?

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— O que aconteceu onde quer que você estivesse?

Daeron que estava radiante tornou-se sombrio momentaneamente. A cabeça de Desmond e a de Barristan rolando pelo chão passaram por seus olhos. A dor, tanto emocional, como a física. O luto por ter passado semanas achando que todos estava mortos. A tortura contínua de Kean. Respirou fundo, engolindo todos sentimentos horríveis que voltavam a tona quando lembrava-se daqueles dias.

— Fugimos da armadilha de Jan e acabamos capturados por um grupo de ladrões que tomaram conta de Harrenhal. Barristan, Desmond, Yohn Royce, seu filho e Aerys morreram no castelo, a mando do líder de lá. Bem na nossa frente. — Parou por alguns segundos, preferiu esconder que Rhaego quem os tinha matado, mesmo que tivesse sido obrigado. Acreditava que não era algo que ele gostaria de espalhar. — Enfim, fomos torturados até que conseguimos escapar. Mas não foi de todo ruim, encontramos Arthur Dayne — falou com um pequeno sorriso. O homem naquele momento devia estar num quarto, descansando, não conseguia dormir pelas estradas, nunca se sentia seguro, então aquele castelo seria um bom descanso à ele, tanto mentalmente, quanto fisicamente. — Por isso, creio que Rhaego seja um bom nome. Droenn e Tobin são bons homens, mas eles lutam ao nosso lado, não só por nossa guerra, mas pela deles também. Creio que Hugar não gostaria de seu nome em nosso bebê — riu. — E quem são Skyron e Aaron? — perguntou, curioso. Daeron só sabia da aliança Greyjoy, não que eram irmãos. — Rhaego sacrificou mais do que posso contar para você e é o nome que eu escolheria.

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Viu o rosto do homem tornando sombrio quando perguntou o que havia ocorrido com os dois enquanto estavam no castelo. Ao perceber algo que já havia conhecido em Daeron, notou que ele tentava esconder sua tristeza sobre o assunto, o que a deixou mais curiosa sobre o que havia acontecido. Ouviu o que ele tinha a dizer, e abaixou o olhar ao ouvir que toda a guarda real estava morta e que eles haviam sido torturados. Por dentro, sua vontade de perguntar aumentava, mas ao que parecia ele não se sentia a vontade de contar a ela o que passou. Surpreendeu-se em saber que ele esteve em Harrenhal e questionou-se o que Rhaego tinha feito de tão importante afinal, porém era notável pelo rosto do homem que aquilo ia alem da simples fidelidade de seu protetor. Manteve-se balançando com leveza seu filho até que ele parasse de chorar e ficasse olhando-a, então voltou a virar-se para Daeron.

- Além de ser uma homenagem estranha por se tratar de um homem vivo, seria motivo de piadas para ele. Se quer de fato agradece-lo dessa forma, o nome do pequeno sera Rhaegar - Falou virando o olhar para a criança e sorrindo para o rosto alegre do garoto enquanto brincava com o cordão da sua blusa. - Uma pequena mudança, mas talvez seja o suficiente pra evitar a idiotice do seu fiel escudeiro. Diante disso, espero que não tente discutir mais, foi da minha buceta que essa criança saiu, pode ser seu filho e você pode ter voltado para ser o Rei, porém esse direito é meu - Disse dando um sorriso sarcástico para ele, voltando o menino para o pai e olhando-o triste por um momento - Creio que eu deva meus agradecimentos a Rhaego, mas não posso aceitar que você não me diga exatamente o que houve. Meses se passaram e agora você voltou num estado pior que o meu... - Aproximou-se do homem novamente segurando sua mao que estava pousada sobre o bebê. - Por muito tempo pensei que você estava morto, e quando descobri que não estava esperei-o voltar por aquele portão todo dia. Não posso fingir que nada aconteceu, porque aqui aconteceu, e não foi pouco. Posso ter acabado com tudo, e preciso da sua ajuda agora. Estou cansada, todos nos estamos, mas sinto que finalmente isso vai acabar e preciso protegê-los de qualquer forma - Olhou para os bebês - Por isso tome cuidado Daeron, não posso perdê-lo novamente, não agora.

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Sempre fora um homem vaidoso, desde a cor de seus cabelos aos adornos em sua roupa. Eram rendas nobres de Myr, incontáveis anéis por todos os dedos, ouro, safira, prata branca, olhos de tigre amarelos; eram capas qartenas e gibões decorados com medalhões de latão. Mas agora não mais. Seus cabelos agora ostentavam a cor natural, o dourado-prateado de origem valiriana; não era tão notável sobre as roupas, mas havia perdido peso e escondia diversas cicatrizes, recém começando a recuperar-se. Suas vestimentas eram simples e discretas, mas protegiam-o do frio.  

Ouvia um farfalhar baixinho por detrás da porta, certamente não era um salão cheio e repleto de vida, fazendo-o estremecer apenas com a ideia de não encontrar certos rostos. A porta se abriu, e ele entrou.
Serena foi a primeira a se levantar, pulando por cima da mesa e jogando sopa em quem estava no outro lado, foi correndo até Rhaego e pulou nele, abraçando-o.

— Rhaego! — gritou ela, pulando para abraçá-lo. — Puta merda, eu pensei que você tava morto.
— O bobo da corte voltou! — Ouviu um berro de Hugar ao fundo, seguido de uma gargalhada áspera e incontida, como era rotineiro vindo do homem.

— Eu também, princesa. — Respondeu de pronto com um sorriso no rosto, segurando-a nos braços após o susto. Notara que havia mudado, estava crescida e com o cabelo mais curto, a aparência evocava maior maturidade, mas no fundo sabia que sempre seria a mesma menina. — Eu também. — Completou.

— Todos pensamos — Droenn aproximou-se complementando a fala da garota, com um sorriso que só o mesmo ostentava, era alegre e sofrido ao mesmo tempo. — Fico contente em saber que está vivo, Rhaego.
— Me ofende você pensar que seria diferente. — Falou com bom-humor, abraçando-o e dando-lhe dois tapas em suas costas. — O sentimento é recíproco, Stark.
Logo atrás dele seguiam Rina e Tobin, aos quais cumprimentou com uma mesura e um aperto de mãos, respectivamente.

— O que foi que fizeram com você? — Uma voz lhe perguntou, com uma perspicácia aguçada que reconheceria em qualquer lugar. Alayne estampava um semblante de falso espanto em seu rosto. — Está conveniente demais para ser a mesma pessoa. — Fitou o seu cabelo pálido e então sorriu. Ele não pode deixar de notar que, por mais genuína que fosse a alegria em vê-lo, havia em Droenn e Alayne o mesmo tipo de perturbação que ele sentia. Se era medo, preocupação, sofrimento, dor física — ou todos concomitantemente, — não saberia dizer, mas estavam exaustos com tudo aquilo.

— Se eu lhe contasse agora, Alayne, você não acreditaria na metade. — Devolveu-lhe um sorriso caloroso, reclinando o corpo para abraçá-la de volta. — A inconveniência há de voltar, em seu tempo. Até lá me permito dizer que me alegro em vê-la viva e inteira.  

Soltou-a do abraço e franziu a sobrancelha quando notou que, ao fundo da sala, dois homens observavam-os. Sabia que não eram nortenhos, e não faziam a imagem de Senhores do Vale, fazendo-o suspeitar que seriam vindouros das Ilhas de Ferro, apesar de nenhum dos mesmos lembrarem aos Greyjoys de Pyke.

— Estou faminto, — Voltou-se para os seus, sorrindo novamente. — E temo que tenho muito a perguntar sobre o tempo que estive fora.

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Daeron suspirou, se dando por vencido, Rhaegar era um bom nome de qualquer maneira. Fazia tanto tempo que não estava com a mulher que tanto amava que pouco importava-se com discussões bestas, tudo que queria era aproveitar o tempo com ela, cada minuto era muito importante para ele. Depois que a atenção fugiu das crianças e voltou para eles, sorriu tristemente ao ver a preocupação de Talia.

— Não se preocupe, eu não vou a lugar nenhum. Não mais. — Abraçou-a, confortando-a, novamente. — Agora, preciso que você me explique tudo o que aconteceu desde a minha ida.


Escutou com atenção tudo que sua esposa contou, desde quão triste ficara com sua "morte" ao momento que desacordou, durante a traição. Viu que as palavras dela saiam com bastante culpa quando falou da mãe de Lucan, chegou a parar por alguns instantes para tomar coragem de contar sobre o veneno para ele. Falou sobre os Greyjoy e o que achava deles, o acordo que fizera e o sucesso com Rochedo Casterly; os sonhos de Droenn, no qual inicialmente não acreditou, mas lembrando-se de cadáveres erguendo-se e dragões sobrevoando florestas, aquilo parecia simples demais para não acreditar; falou das mortes e perdas, dos lordes nortenhos, soldados e a fuga de Jenna. Talia tinha contado tudo, cada detalhe, cada acerto e cada erro. E no final, Daeron olhava para Daemon em seus braços, balançando-o e sorrindo para o bebê que devolvia o sorriso, sem dentes. O rei estava em silêncio, não olhava para ela e isso preocupava demais Talia, que aguardava ansiosamente o marido dizer algo. Fosse um elogio, fosse um esporro, só queria que ele falasse algo para ela, a fizesse sentir que não estava mais sozinha naquele mundo de escolhas e consequências.
— Eu estou orgulhoso de você — falou Daeron de repente, ainda olhando para o bebê. Ergueu o rosto, olhou-a profundamente com os olhos que ela tanto amava, que sempre a aquecia, e sorriu. — Você cometeu erros, mas manteve você e muitos outros vivos. Essa guerra viva. Nenhum rei ou rainha é livre de erros, Talia, sem eles nunca aprenderemos. Eu mesmo tive que errar mais de uma vez... talvez duas... talvez cinco, para aprender — riu, beijando ela de novo, um selinho rápido. — Nada que não possamos consertar ou superar.
Talia pareceu aliviada com aquilo, mas era visível em seus olhos que ainda permanecia a culpa e arrependimento sobre a mãe de Lucan.
— Ela queria jogá-los para Jan. Isso não significa dar um passeio ou perder um jogo de tabuleiro, isso significa você e todos outros morrerem. Não é um risco pequeno, é vida ou morte. Você poderia ter esperado — suspirou —, mas quem garante que estaria segura mesmo? Se você realmente quer levar isso para o resto da sua vida, não leve apenas como um erro e sim como aprendizado.
Talia sorriu, beijando-o.
— Eu tenho outro conselho para dar — sussurrou em meio a beijo, numa voz sacana, que fez Talia sorrir na mesma hora.
— Diga, estou curiosa — disse enquanto o beijava também.
— Primeiro, vamos devolver nossos bebês para o berço — observou Daeron, soltando uma risada, causando uma em Talia também que junto dele, colocou as crianças para dormir novamente.
Os dois se agarraram em seguida, indo para cama em passos lentos. Daeron tirou a camisa dela e ela tirou a dele.
— Agora, eu tenho uma coisa muito importante para dizer.
— O que? — perguntou, beijando-o desesperadamente.
— Tente não acordar as crianças — disse o conselho, sorrindo. Afastou-se da boca dela, mas continuou com os beijos pelo corpo da mulher, conforme ia desentrelaçando os nós do corpete. Quando já tinha desentrelaçado tudo, suas mãos foram para calça da mulher, desamarrando-o para abaixá-lo, ainda descendo lentamente com seus beijos. Talia observava-o, mordeu o lábio ao vê-lo sorrir para ela antes de agarrar suas calças com as mãos e puxar para baixo.
— Daeron! — berrou Serena, abrindo a porta com um dos maiores sorrisos que já tivera em seu rosto.
Talia gritou assustada e apertou o corpete aberto contra o peito. Daeron apenas levantou a calça da mulher com o rosto branco.
— Puta merda, desculpa! — exclamou a garota colocando as mãos na frente do rosto.
— Serena! — gritou Talia, irritada.
— Eu lá ia adivinhar que vocês estariam com mais tesão do que saudades, porra!
— Existe uma coisa bater na porta!
— Eu tava empolgada!
As crianças começaram a chorar com aquela gritaria e ambas correram para os berços, pegando um cada uma e começando brincar com eles nos braços, para acalmá-los. Daeron que já estava em pé, sorriu ao ver aquilo, sentiu um sentimento muito bom, de estar em casa novamente, cercado de sua família.
Minutos depois abraçou a irmã e fechou os olhos, apertando-a tão forte como se nunca mais fosse soltá-la, enquanto ela engolia as lágrimas em seu peito. E pelo resto daquele dia, não saiu do quarto, apenas queria passar aquela tarde com sua família... antes de que voltasse para guerra outra vez.




Rhaego tirou a camisa e jogou na cama, ficando em pé na frente de Melisandre que tocou em suas feridas feitas por Kean, ao matá-lo, não uma, mas duas vezes. O choque e curiosidade dela enquanto o inspecionava o incomodava um pouco. A última vez que a vira, sua cor vermelha era radiante, agora estava apagada, como se estivesse pálida, viu que ela tremia algumas vezes, como se estivesse com frio.
Daeron que o tinha levado até ela por pedido da mulher, já tinha saído do quarto naquela altura.
— O sacerdote que fez isso... ele disse como fez? — perguntou Melisandre.




Após sair do quarto, Daeron resolveu andar pelo castelo, apreciar um pouco do seu tempo livre antes que as reuniões começassem novamente e tudo que vinha com elas.
Pelos corredores estavam espalhados diversos sinais de batalha, como marcas de espada nas paredes e de sangue que os servos não conseguiram lavar. Aquele castelo teria que carregar as memórias daquela traição por muito tempo, até que resolvessem reformar aquilo.
Subiu para o terceiro andar, o topo do castelo, para observar a paisagem coberta de neve, mas para sua surpresa, nas escadas, escutou uma canção leve e harmónica, trazendo não só agrado de escutá-la, mas nostalgia também.
— Você toca bem — comentou Daeron, aproximando-se, após deixá-lo terminar de tocar.
Skyron estava sentado na ameia, quando o Targaryen chegou.
— Meu irmão também tocava, tentei aprender e o resultado foram canções que eu não mostraria nem para meus piores inimigos — falou, sorrindo. Estendeu a mão para o homem. — Daeron Targaryen. Você deve ser Skyron Greyjoy.

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O ar gélido batia suavemente sobre seus cabelos, fazendo-os se movimentar lentamente. Os ventos calmos combinavam perfeitamente com a música leve que tocava em sua harpa enquanto estava sentado sozinho no alto parapeito do Vale. Skyron observava a paisagem distante enquanto sentia o clima frio e reproduzia uma canção original em seu instrumento de cordas, a qual chamou de "Canção de Cura". A música não tinha letra, mas o greyjoy lhe deu esse nome porque ao tocá-la sentia-se curando suas feridas por dentro, esquecendo de toda a desgraça que já havia acontecido.

— Você toca bem — comentou Daeron de repente, aproximando-se, após deixá-lo terminar de tocar a canção. — Meu irmão também tocava, tentei aprender e o resultado foram canções que eu não mostraria nem para meus piores inimigos — falou, sorrindo. Estendeu a mão para o homem. — Daeron Targaryen. Você deve ser Skyron Greyjoy.

Skyron sorriu de volta e apertou a mão do rei com firmeza. Por dentro, estava surpreendido ao ver a humildade de Daeron, que ele não esperava ver alguma. Por fora, apenas fez uma expressão calma e amigável.

— Eu mesmo. Fico feliz em finalmente conhecê-lo, Targaryen — disse Skyron, olhando nos olhos do homem com sinceridade. — Você deveria voltar a tentar aprender. A frustração nas primeiras tentativas é quase sempre certa. Entretanto, se praticar o bastante da forma correta... poderá finalmente expressar os seus sentimentos mais profundos através da música e tirar de dentro de si toda a pressão interna que possui. Parece loucura, mas funciona.

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— De fato, funciona. Quando você nasce filho de um rei e ele não faz nada além de exigir que você se torne melhor que ele em tudo, encontrar algo que tire sua cabeça dessa vida é recompensador. E a harpa dele servia para isso. — Claramente Daeron sentia-se muito bem falando do irmão. — Mas temo que o melhor seja deixarmos esse assunto para outro dia. Pretendia chamá-los para uma pequena reunião pessoal, mas já que está aqui, vamos atrás de seu irmão. Precisamos conversar.

Reuniram-se numa sala com uma mesa longa em seu meio e várias cadeiras ao seu redor, feita por Talia para futuras reuniões. Um servo tinha avisado Aaron que seu irmão e o rei Targaryen o esperavam na sala de reunião, levando-o até lá. No local, Daeron aproximou-se dele e estendeu a mão, sorrindo.

— Daeron Targaryen, prazer.

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Desatou os nós da camisa e a jogou sobre a cama, ficando em pé em frente a Melisandre que tocou com curiosidade as cicatrizes que Kean deixou. Uma espada no peito, uma adaga no coração. O modo com o qual a sacerdotisa examinava-os lhe deixava incômodo, não eram lembranças e acontecimentos que gostaria de compartilhar com qualquer um, e não revelaria a ela caso não pensasse que poderia ser de extrema importância.
— O sacerdote que fez isso... ele disse como fez? — perguntou ela, demonstrava um misto de curiosidade e choque.
— Não. — Respondeu, buscando a camisa. — Mas a julgar pelo que pude conhecer dele, não era um exemplo de homem dedicado ao sacerdócio. Um bêbado e covarde, disse ter sobrevivido porque seu líder ficou famoso por reviver graças as magias de um sacerdote vermelho, e que mesmo sem a mesma eficiência de antes, as magias continuavam funcionando. Sei que demorei dias para acordar depois do que aconteceu, mas em outros casos disseram ter sido questão de horas. — Ele pausou, nunca gostara muito da presença da mulher, mas era difícil não notar que estava estranha. Outrora fora tão vermelha quanto ele azul, seus cabelos eram radiantes e sua presença sentida em qualquer ambiente, seu corpo emanava calor, mas agora estava pálida, abatida, e tremia como se o frio lhe enfraquecesse. Era como uma chama que definhava, prestes a se apagar. — Você estava ou está em guerra com sua fé, certo, Mulher Vermelha?

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Melisandre fitou os olhos violetas do homem, enquanto ele perguntava sobre sua fé. Abaixou os olhos, depois os dirigiu para a lareira, vendo as chamas fracas soltarem fagulhos no ar.

— Sinceramente, eu não sei mais. — Pegou duas peças de madeira e jogou na lareira, fazendo o fogo aumentar. Olhou bem para chamas, e não viu nada. — Nada mais chega aos meus olhos quando observo as chamas. Sou como um guarda cego. E o que um guarda cego pode fazer? — Sorriu tristemente para Rhaego. — Mas pelo menos eu sei que não estou completamente cega. Sinto que estou enfraquecendo a cada dia que passa. Sei que reviver não te deu apenas mais uma chance, há algo em você, arde como o fogo do meu senhor e nenhum outro fogo arde tanto quanto o dele. E... — olhou para as chamas novamente, vendo-as enfraquecerem aos poucos — eu sei que há algo de errado.

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— Sinceramente, eu não sei mais. — Pegou duas peças de madeira e jogou na lareira, fazendo o fogo aumentar. Olhou bem para chamas, e não viu nada. — Nada mais chega aos meus olhos quando observo as chamas. Sou como um guarda cego. E o que um guarda cego pode fazer? — Sorriu tristemente para Rhaego. — Mas pelo menos eu sei que não estou completamente cega. Sinto que estou enfraquecendo a cada dia que passa. Sei que reviver não te deu apenas mais uma chance, há algo em você, arde como o fogo do meu senhor e nenhum outro fogo arde tanto quanto o dele. E... — olhou para as chamas novamente, vendo-as enfraquecerem aos poucos — eu sei que há algo de errado.

Rhaego havia estado por todos os cantos do mundo, a cada lugar que ia as pessoas pensavam ter o único e verdadeiro Deus: um queima, outro afoga, outros fazem pior; a única semelhança entre eles era que todos derramavam sangue inocente. Decidira a muito tempo que, se houvessem quaisquer deuses, não eram seus. Não adoraria deuses ditos justos e que, ainda assim, permitiam-o viver em um mundo tão cheio de injustiça. Os deuses que bem se fodam, pensava, sete vezes se assim desejarem. Sabia que só encontraria uma justiça no mundo, — a justiça dos homens, — e a sua lâmina curva era esfumaçada como a noite. Ele, ao menos, escolheria seus sacrifícios de sangue com sabedoria.

— Deixei de acreditar em deuses antes mesmo de começar, perdi muito e ganhei muito pouco para acreditar que qualquer um deles merecesse minha adoração. — As chamas que crepitavam suavemente deram um salto quando ela jogou os pedaços de madeira, inundando o quarto em um laranja avermelhado. — Não estou dizendo que seu Senhor da Luz é real, até onde eu sei ele pode ser o exato oposto de um Deus, mas que sua magia é real eu não ousaria negar, e eu soube de seus feitos com o ovo de dragão. R'hllor fala através de você, Mulher Vermelha, e por mais que isso me desagrade, a sua fé pode ser necessária nas batalhas que estão por vir. — Ele parou ao lado da sacerdotisa, olhando para as chamas que ela observava, estalavam e diminuíam aos poucos. — Não sei sobre o que diz queimar dentro de mim, mas se porventura estiver cansada de enigmas, o que sente que há de errado?

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Melisandre virou-se para janela, sentindo levemente os ventos de inverno que batiam contra o vidro, passando pelas pequenas aberturas em brisas fracas, mas tão geladas quanto.

— Quando cheguei ao Norte, não importava quão frio fosse, eu sentia calor. Agora, fora do Norte, eu sinto frio. Mais frio do que sentiria no próprio Norte. E a cada dia que passa, ele só aumenta. — Olhou para Rhaego. — O inverno chegou, Rhaego, e não estou falando da neve. O inimigo se moveu e eu sinto... sinto que já perdemos.

Antes que Rhaego pudesse dizer algo mais, alguém bateu na porta. Quando Melisandre disse que podia entrar, a pessoa se revelou sendo Talia.

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Após conversar com seu irmão, Aaron retornou aos seus aposentos e ficou deitado com as mãos atrás da cabeça, com seus olhos fechados e tentando cochilar. Mas infelizmente, fora interrompido por um servo de Daeron que batera na porta e o comunicou que o Targaryen o esperava junto com Skyron para uma reunião.

O pirata deu de ombros e seguiu o servo então até sala e enfim se encontrara com Daeron pela primeira vez. O estado do homem fora uma surpresa para o loiro, não condizia com a personalidade simpática. Pedira vinho ao servo que ligeiramente foi buscar.

- Aaron Greyjoy. - respondeu apertando a mão do homem. - De volta do mundo dos mortos então. Lugar assustador, não? - disse com um pequeno sorriso de canto.

O servo surgiu atrapalhadamente para servir o vinho, enchendo a taça de Aaron que o encarou com uma sobrancelha arqueada. Bebeu um gole e aguardou o que o rei tinha a dizer.

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— Uma experiência que não recomendo a ninguém — respondeu devolvendo o sorriso.

Quando sentaram-se, Daeron negou o vinho que o servo ofereceu e agradeceu.

— Primeiramente, quero agradecer vocês por toda ajuda que nos proporcionaram. Rochedo Casterly foi uma conquista e tanto. — E de fato, para Daeron, a conquista era algo a se admirar. Era um castelo difícil de se invadir, muito mais conquistar. Em seus planos, atacaria por mar e terra, pelas praias e muralhas, já os Greyjoy tinham conseguido atacando apenas por mar. Nesse processo, não só dizimando várias embarcações dos Lannister, mas também tomando para si o dobro. — Também sinto muito por todas perdas que tiveram. Mas estamos aqui para falar do futuro. Eu ouvi falar do acordo que Talia fez com vocês, então me pergunto se você possuí planos para o Rochedo.

Daeron, no fundo, achava a ideia de casar um deles com uma Lannister quase impossível de dar certo, teriam que convencer centenas de lordes e soldados daquelas terras a aceitarem um Greyjoy como seu lorde.

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Levantou-se naquela manhã com uma leveza que não havia constatado por meses. Mesmo que receosa, sentia-se extasiada pela volta de Daeron e parecia-lhe que havia livrado-se de quilos em suas costas devido a conversa que tiveram no dia anterior. No entanto, apesar do momento repleto de emoções e da noite agitada na cama do casal, não tardou para que o homem acordasse esforçando-se para não atrapalhar a Baratheon em seu sono enquanto vestia-se. Mas apesar da cautela, Rhaegar acordou junto ao pai de modo que não pode ficar por muito tempo na cama. Manteve-se algum tempo no quarto cuidando dos pequenos enquanto o Targaryen lidava com os assuntos e provavelmente tentava resolver os problemas que ela havia causado. Tentou manter a quantidade fora de sua mente, todavia sem muito sucesso, sabia que não podia ficar parada. Seu corpo havia recuperado-se e sua perna estava quase totalmente cicatrizada, por isso, decidiu que era a hora de sair do quarto.

Vestiu-se com suas roupas masculinas de costume, acrescidas de seu manto escuro e de suas botas de cavalgada, sentindo-se confortável pelo tamanho das roupas e o calor que elas lhe proporcionavam . Porém logo que retirou-se do lugar deixando as crianças com a ama, deparou-se com demasiada destruição, marcas de sangue espalhava-se pelas paredes e sentia certa melancolia vinda das pessoas do local, o que fizera seu ressentimento voltar. Porém, logo tentou controlar, de fato era um aprendizado, não precisava ser um fardo. Esvaziou sua mente da infelicidade que aquilo lhe trazia, voltando-se ao motivo pelo qual deixara os filhos, tinha assuntos a serem tratados com Melisandre.

Assim que alcançou o quarto dela, deu duas batidas em sua porta esperando que não tivesse saído para orar ou analisar as chamas em outro lugar. Todavia, a mulher vermelha sem delongas anunciou para que Talia entrasse nos aposentos de modo que surpreendeu-se com Rhaego em seu interior. Logo que a outra deparou-se com ela, o homem da guarda real apressou-se vestindo sua blusa, porém antes que pudesse estranhar o fato de que estivera sem ela, viu em um rápido vislumbre um corte nas costas do companheiro. Mesmo que sem muita visão daquilo sentiu um aperto em seu peito, o amigo de fato tinha sido torturado no lugar, e de acordo com Daeron tinha sido por ele. Aproximou-se do antigo azulado abraçando-o por alguns segundos mas logo afastando-se envergonhada. Apesar de ter grande respeito pelo cavalheiro tinham uma relação onde qualquer afeto era mostrado por meio de provocações. Olhou-o reparando seus olhos violeta junto aos cabelos descorados do homem, mas o que de fato a surpreendia era o rosto cansado e a  falta da luva que o homem sempre carregava mesmo quando a companhia extinguira-se.

- Não sei ao certo o que aconteceu naquele lugar...mas obrigada, Rhaego. –  Falou com pesar e sinceridade expressando sua gratidão e admiração por ter aguentado sem ceder a qualquer que tenha sido a tortura que havia sofrido em Harrenhall. – Não só por ter trazido Daeron vivo, mas por ter voltado você mesmo, sei o que aconteceu aos outros e sinto muito. – Deu um sorriso de canto -Porém não sei o que seria de todos nós sem a sua babaquice, Sor idiota.

Última edição por Babi em Qui Ago 03 2017, 22:32, editado 3 vez(es)

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— Uma experiência que não recomendo a ninguém — Daeron respondeu devolvendo o sorriso.

— Nem me diga. — disse Aaron saudando com o copo e depois dando mais um gole no vinho.

Escutou atentamente ao homem que agradeceu os irmãos pela conquista do Rochedo, prestou sentimentos pelas perdas e depois perguntara sobre o futuro. O Rei das Ilhas de Ferro olhou de relance para Skyron que na troca de olhares era notável que o irmão mais novo concordora com que Aaron estava prestes a falar.

— Depois de tudo que aconteceu, eu repensei bastante no acordo que fiz com sua mulher. Eu e meu irmão concordamos que você deve ficar com o Rochedo e fazer o que bem achar melhor. Não pertencemos a esse lugar, nossa casa são as Ilhas de Ferro. — respondeu olhando para o outro rei. — Se quiser retribuir a nossa ajuda depois que a guerra acabar, ficaríamos gratos e satisfeitos apenas com alguns mantimentos. E finalmente poderemos, espero, seguir nossos caminhos reinando em paz. — terminou com um breve sorriso que fora interrompido por mais um gole na bebida.

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