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#Mesa 003 - Fire and Blood

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Luckwearer
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Babi
Chris
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description#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 18 EmptyRe: #Mesa 003 - Fire and Blood

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A palavras de Alayne e a reação dos nobres fez a rainha dar um pequeno sorriso que logo escondeu. Manteve-se de pé desde que havia falado e sua expressão agora neutra focava nos nobres. Em certo momento uma bela mulher começou a falar tomando a atenção de Talia, supos que aquela seria Linly Waynwood. A mulher falava olhando para Alayne até que virou seu olhar para a rainha.

- Você. ganhará um trono e sua coroa reinará não apenas um exército, mas todos Sete Reinos. Os lordes das Terras Fluviais talvez ganhem fornecimentos para que ergam-se novamente e, provavelmente, anseiam por vingança também. Mas, nós, ajudando-os, ganharemos nada mais que agradecimentos de seu rei e despesas de uma guerra. - Talia ohou por alguns segundos nos olhos verde escuro da mulher. Sabia que palavras bonitas nunca seriam o suficiente para conquistarem um exercito de uma grande casa como a casa Arryn. Levantou suas duas mãos por sobre a cabeça e tirou a coroa pousando-a sobre a mesa de carvalho e levantou o olhar novamente para a mulher

- Em momento algum entrei nessa guerra com o intuito de ganhar um trono ou uma coroa, mas agora posso sentir o peso disso, algo que eu nunca tinha pensado que carregaria por toda a minha vida e eu aceitei ele sabendo das consequências. - Disse mantendo seu olhar no da mulher- Eu não vim aqui pedir por sua ajuda focando em uma coroa ou um trono, quero que você tenha isso em mente. - Disse dando uma pausa e apoiando suas mãos na beira da mesa e mudando seu olhar para os outros lordes - Também não vim aqui trazer apenas uma proposta vazia pra os senhores. - Disse virando-se para Lucan. Tinha pensado nessa ideia enquanto cavalgavam em direção ao Vale. Talvez fosse errado propor sem o consentimento de Daeron ou a aceitação de Droenn, mas era provavelmente a unica forma de conseguir aqueles homens para o lado deles - Assim que Correrrio estiver sobre nosso poder tornará a ser dos Tully. De forma a ser de uma das ultimas pessoas com esse sangue, Dania Stark passará a ser Dania Tully. - Disse virando o olhar para Dayron- Proponho que você se case com a garota e aceite ser o novo senhor de Correrrio, porém como condição carregará o nome de sua esposa e da família que governou as terras fluviais por milhares de anos, selando da mesma forma as duas familias. Ajudaremos também para que as terras fluviais se reergam e faremos os mesmo com vocês se for o necessário. - Voltou a olhar novamente para os outros - Também proponho caso aceitem nossa causa que façamos um torneio para que tenhamos a honra de ter o melhor cavaleiro do Vale como um dos homens da Guarda Real. - Terminou por fim tirando a mão de cima da mesa deixando apenas a coroa enquanto esperava por uma resposta.

description#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 18 EmptyRe: #Mesa 003 - Fire and Blood

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— Seus inimigos são putas de bordéis? Apenas elas se assustariam com esse cabelo... azul — retrucou encarando novamente os fios azulados, soltando uma risadinha e voltando sua atenção à mesa dos lordes —, acho que nem por ouro transariam com um bobo da corte. Mas se você diz cortar dezenas de inimigos no campo de batalha, quem sou eu para dizer algo? — encarava-o com um grande sorriso arrogante — Apenas um simples homem com uma espada de aço valiriano em minha bainha e a reputação de um dos melhores cavaleiros do Vale — galanteou-se, tirando de leve a lâmina da bainha para não chamar atenção de ninguém da sala, deixando Rhaego ver o aço esfumaçado, e depois abaixando os olhos para ver a espada que carregava. — Sete infernos, você tem uma lâmina curvada? - questionou quase gargalhando, mas conseguindo engoli-la de última hora. — Seja quem for, você não é um cavaleiro, é apenas um idiota que deve ter ganhado o cargo por falta de opção, veste-se como um mendigo, age como um plebeu, ameaça como uma criança e, acima de tudo, está ocupando minha vaga. Independente de hoje, seu rei me aceitará como um de seus guardas reais e, então, terá alguém certo para isso, não um palhaço que deveria carregar uma vassoura ao invés de uma espada.

Deixou que o homem falasse, e o fizera até cansá-lo, permitindo que o silêncio reinasse por alguns longos segundos antes de respondê-lo.
— Um homem não pode fazer amor com sua propriedade, qualquer mulher que já tenha estado em minha cama saiu com nada além da mais pura satisfação. — Manteve os olhos fixos na mesa, atentos na conversa que se desenrolava. — Você está certo, Sor, não sou cavaleiro, nem mesmo mais do que você provavelmente, mas o que você aprendeu num castelo com um Mestre-de-Armas eu aprendi em batalhas, com sangue em mãos. Me chama de bobo da corte, e ainda assim é você que está aqui, parado, rindo sozinho de suas próprias piadas. — Seu olhar agora apontava para o homem, desdenhoso, checando a espada a qual ele exibia.

O homem tentara atacar seu ego, diminuindo-o perante a sua autodeclarada nobreza, zombara até mesmo de seu arakh, mas Rhaego optou por ignorar suas palavras. Divertira-se por ele considerar sua reputação no Vale um grande feito.
— Boa sorte em convencer o rei de seu valor, mesmo que eu duvide que você tenha o necessário para se fazer digno de usar o branco. Mas terei de lhe dar razão, outra vez, — Estreitou o olhar e deixou um sorriso retorcer em seus lábios, murmurando com a voz baixa para que não fossem ouvidos em meio a reunião, — talvez se eu empunhar uma vassoura e você aço valiriano, teremos uma luta justa.

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Acompanhou as palavras iradas de Carthos, e quando ele virou-se puxando um arco, Droenn duvidou de sua mira. A seta viajou e encravou-se na madeira sob seus pés. O homem continuou:

─ Vocês não passam de saqueadores com um grande exército a seu dispor, no momento que botarem os pés dentro desse castelo, matarão todos meus homens, incluindo-me ─ desta vez, estava mais mais calmo.

─ Essa seria a consequência de um desacordo. Uma vez que aquela ponte levadiça descer de bom grado, nenhuma espada será brandida, pelo menos de minha parte. O que me diz da sua?

description#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 18 EmptyRe: #Mesa 003 - Fire and Blood

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Os nobres prestaram atenção às palavras da rainha como nunca haviam feito antes, denotando seus visíveis desejos de uma recompensa em prol de seus homens, e a proposta do selamento de duas das gigantescas terras dos Sete Reinos os fizeram vibrar de cobiça. Um sorriso pequeno apareceu no rosto de alguns, outros continuaram sérios, mesmo que pelo minúsculo alívio de suas expressões, tivessem sido convencidos também. O único que não mostrou-se muito alegre com aquilo fora o próprio Lucan Arryn, mesmo seu irmão mais novo parecia pouco importar-se de casar.

- É uma proposta tentadora - Lucan disse, erguendo o sorriso novamente, mesmo que mais desanimado que anteriormente -, mas isso cabe à meu irmão aceitá-lo. O que acha?

- Pode ser - concordou num contínuo olhar para as nuvens movendo-se lentamente pelas janelas.

- E quanto à vocês? - perguntou, dessa vez para os lordes.

- As Terras Fluviais unirem-se de certa maneira com o Vale é uma boa proposta, de fato - Yohn aprovou.

E o restante soltou os mesmos tipos de afirmativas, mostrando-se satisfeitos com aquele acordo.

Vitoriosa, a bastarda pegou sua coroa de volta, não colocando-a na cabeça, e notando certos olhares em si, alguns surpresos e outros misteriosos, mas naquele momento, pouco importava-se, havia ganhado uma nova aliança e um novo exército. Quando os lordes começaram sair do salão, foi a primeira a chegar nos corredores, com um pequeno sorriso que formara-se em seu rosto.




- Um torneio para que tenham um novo Guarda Real - sussurrou, sorrindo. - Bem, parece que você terá a chance de portar uma vassoura, afinal - comentou, dando alguns tapinhas na nuca do cavaleiro, como se o mesmo fosse uma criança, virando as costas e caminhando em direção ao pai, para juntar-se aos lordes indo embora.




Um não foi a única e última coisa que Droenn recebeu daquelas muralhas, antes de ser obrigado a invadi-las.

Convocara seus soldados, suas catapultas e as pontes para que entrassem. E aquilo levara uma tarde inteira, inúmeras mortes e perdas desnecessárias. Quando a noite emergiu, o Protetor do Norte passeou pelas fileiras de cadáveres espalhados pelo interior do castelo, fitando cada um dos corpos com um misto de pena e decepção. Seus olhos tiveram a atenção chamada quando o corvo de três olhos pousou novamente perante ele, mas distante e em cima de uma mureta, encarando-o curioso, antes de pular e sumir num corredor. Arqueou uma das sobrancelhas, pisando com cuidado entre os mortos para não tropeçar, iniciando sua perseguição pelo pássaro. À medida que aproximava-se, o corvo voava novamente, guiando-o à um futuro incerto. Quando finalmente chegou em seu destino, viu-se no interior do Bosque Sagrado de Correrrio, sob o emaranhado vermelho do Represeiro, onde o corvo descansava, num dos galhos pálidos.

O rosto encravado na madeira chorava sangue e, por mais, estranho que fosse, por mais que tivesse o visto várias vezes na árvore de Winterfell, aquele o intrigava, o chamava, como se tentasse falar com ele. Ouviu alguns murmúrios e olhou para trás, esperando que fosse alguns soldados, mas estaria sozinho se não fosse o corvo fitando-o no galho. Virou-se novamente para o rosto, ainda escutando os murmúrios, mesmo que não os entendesse.

Então, mal percebendo, sua mão moveu-se em direção ao rosto e o tocou.

A Sala do Trono projetou-se à sua vista quando acordou, de olhos esbugalhados e assustado, tão confuso quanto, mas de alguma maneira não tanto quanto deveria. Nevava no exterior. Escutou, fora do lugar, gritos e espadas, assim como o som das chamas que o dragão de Daeron soltava. Aproximou-se da saída, procurando tudo aquilo, mas ao abrir os portões, não encontrou um corredor, mas sim o topo de alguma fortaleza, sob uma tempestuosa chuva. Viu duas figuras, uma vestida com uma túnica e uma coroa semelhante a de Daeron na cabeça, e a outra tinha cabelos ruivos. Droenn continuou a andar, aproximando-se das duas figuras, suas pernas pareciam ter vida própria, reconhecendo a figura ruiva como a antiga Mão do Rei, Harrold.

- Isso é uma ameaça, Harrold? - a figura de túnica questionou, parecia ser um rei, o qual Droenn chutou ser Aenys Targaryen.

- Não, Vossa Graça, apenas digo que se você continuar com essa loucura de pensar que todos são seus inimigos, que todos estamos contra você, não demorará muito para o reino não o considerar mais um bom rei, e consequentemente isso nos trará uma guerra, e sua morte - Harrold respondeu, frio e sério como fora até sua morte.

- Que venham, serão surpreendidos - Aenys disse.

- Fogovivo não é a solução para tudo, fogo não é a solução para tudo! - o ruivo berrou, irritado. - Pare com essa loucura antes que todos saibam o louco que está se tornando.

- Cale-se, cansei de ouvir suas baboseiras, volte à seus deveres - o Targaryen gritou de volta, tentando não deixar sua voz fraca ser ocultada pelos trovões distantes.

Droenn acompanhou toda aquela discussão tão confuso quanto chegara, estava ao lado daqueles homens e nenhum deles o via. Esperou que Harrold virasse e fosse embora, mas apenas o viu aproximando-se velozmente do antigo rei e empurrando-o contra as ameias. Então apenas escutou o grito do pobre homem e quando virou-se por um calafrio, deparou-se com um rapaz em pé, encarando-o.

- Eles estão se preparando.

Escutou um berrante altíssimo, tão alto que sentiu seus ouvidos explodirem e gritou de dor, então múltiplas imagens voaram em seus olhos, atordoando-o. Viu duas cavalarias acertando-se numa temível carnificina, viu as chamas de um dragão negro, viu um gigante agarrando um soldado e partindo-o ao meio. Sob murmúrios e risadas sombrias, viu Serena atravessando um corredor depressa. Viu o estandarte do dragão de três cabeças enterrado em neve, lama e sangue. Viu um diferente Daeron encarando uma Serena bastante ferida em frente à um exército, nenhum dos dois parecia mostrar muito afeto ao outro.

E quando a última visão ocorreu, quando o martelo de guerra desceu sobre sua cabeça. Acordou, deitado na lama e folhas do bosque.

Última edição por Luckwearer em Ter Dez 06 2016, 17:09, editado 1 vez(es)

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#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 18 R9MV4Gv

As vivas e férteis terras calorosas do Vale guardavam em seu interior largos rios que moviam lentamente e centenas de pequenos lagos que brilhavam como espelhos ao sol, assim como os grandes e pequenos castelos, protegidos por todos lados pela imensa e impenetrável cadeia de montanhas. A distância entre as sedes e o Ninho da Águia beneficiara a organização do torneio, demorando quase quatro semanas para que os primeiros estandartes começassem surgir no horizonte, aproximando-se do local que aconteceria o evento. Nomeado simplesmente como Torneio de Lança do Gigante, no dia de seu acontecimento já estavam erguidos quarenta pavilhões dos mais variáveis tamanhos; alguns eram feitos de lona, outros de linho, ou de seda; alguns quadrados, outros redondos; mas todos eram de cores vivas, com longos estandartes esvoaçando nos mastros centrais, mais coloridos do que um campo de flores silvestres, com vermelhos fortes, amarelos solares, incontáveis tons de verde e azul, negros profundos, cinza e púrpura. As arenas eram tão cativantes quanto, feitas de todos materiais das moradias temporárias dos nobres, tão coloridas quanto. Quanto à comida, talvez fosse o maior gasto, a rainha ordenara que tivesse de tudo para todos gostos, uma ostentação digna aos prazeres dos mais famintos.

As atrações dividiriam-se em: justas, seguida com combate corpo a corpo para os quatros últimos de pé, onde o último teria a chance de mostrar suas habilidades contra um Guarda Real; uma corrida de cavalos que valeria dez mil dragões para o campeão, cinco mil para o vice e mil para o seguinte; arremessos de machado e uma competição de arqueiros que valeria mil dragões para o campeão de ambos; e, por fim, o torneio de cantores onde o vencedor levaria algumas dezenas de veados de prata e a possibilidade de conquistar algum lorde amante de canções. Mas o principal daquele dia evidentemente eram as justas, cada lorde mais determinado que o outro a garantir um de seus filhos ou homens na Guarda Real do rei que agora apoiavam, e que rezavam que ganhasse a guerra. O mês ocupado pela organização do evento fora uma época sanguinária para as Terras Fluviais, enquanto a rebelião conquistara duas vitórias em batalha, na terceira e última até então, não sobrara uma alma viva sequer para contar o que havia acontecido no campo de batalha. Jordan Lannister aniquilara tudo e todos naquela batalha, e sob conhecimento da nova aliança dos Targaryen, planejava silenciosamente em seu próprio pavilhão, muito distante dali.

Porém, naquele dia em especial, o rei estava ali para descobrir quem seria seu novo Guarda Real, não tendo nada a dizer sobre as ofertas da rainha a não ser elogios. Dezenas de cavaleiros estavam preparando-se, alguns já montavam seus cavalos, pois seriam os primeiros a entrar na justa. E quando os últimos homens foram derrubados dos cavalos, os quatro últimos de pé foram: Kevan Royce, um excelente cavaleiro respeitado por muitos, um de seus feitos foi liderar uma comitiva contra um grupo de homens dos Clãs das Montanhas que tinham o triplo em número, mostrando-se não só ótimo em batalha, como em liderança também, além de ser um dos filhos de Yohn Royce; Dameon Três-Espadas, nomeado assim pelo tamanho do pau, bem elogiado pelas prostitutas de todo Vale, e tão elogiado quanto pelos diversos lordes da região, tendo fama mesmo em outras terras, era um cavaleiro andante, mas muito honrado e respeitoso, que tinha duas espadas e lutava como ninguém, podendo mijar com uma mão e matá-lo com a direita, sem mesmo olhá-lo; Dwigher Corbray, portador de aço valiriano, conhecido como o melhor cavaleiro do Vale por todos da região, liderara um exército em direção à Ferrobles durante o ataque em seu interior, dominando-a rapidamente e facilmente, salvando Linly Waynwood e ganhando um grande respeito de seus soldados e de seu pai, assim como sua atual espada; e Lucas Tollet, um jovem cavaleiro, sem muita fama no Vale, mas que aparentava ser muito habilidoso, ou tinha extrema sorte, por ter chegado até ali.

O combate entre os quatros não demoraria para começar.




Mapa: https://i.imgur.com/uqmzh6S.png

As proporções do mapinha dessa vez ficaram uma merda, mas dá pra entender onde cada um tá.

Talia[Babi]
Vestimenta: Sua coroa, vestimentas nobres e uma calça normal.

Ela e Daeron tinham um espaço considerável das arquibancadas apenas para eles, e a cada dez minutos era incomodada por algum servo trazendo comida e bebida. Pela primeira vez, evitara ambos. Sua barriga começara crescer nas semanas que passaram-se organizando aquele evento e estava enjoada no próprio, sentia que vomitaria em breve e rezava para que não acontecesse até que aquilo terminasse. Estava num inferno. Porém, para Daeron, aquilo era divertido de se acompanhar, soltava risadas dela uma hora ou outra. Mas ele entendia como ela sentia-se entediada naquilo tudo e sempre tratava de enviar cartas descrevendo o que presenciara nas Terras Fluviais, e naquele momento falava de seus planos:

- Nosso próximo alvo é Rochedo Casterly, tirando ele das mãos dos Lannister, ficarão tão destabilizados que Jordan Lannister será um alvo fácil de se deter e, então, prosseguiremos para Porto Real - contou em voz baixa, para que apenas ela escutasse. - E tudo isso graças a você - sorriu, encarando-a -, muitíssimo agradecido. A cavalaria do Vale será muito importante nas batalhas que virão. Talvez você seja uma rainha melhor do que acha.


Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Uma bonita e polida armadura branca que chegava a brilhar, muito pesada por ser inteiramente de aço, com peitorais, ombreiras, manoplas e cota de malha por baixo, além do gibão. Um manto branco prendia-se as suas costas também e seu elmo só seria usado quando fosse para o combate.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

Estava alguns degraus abaixo do lugar onde estavam o rei e a rainha, junto aos outros guardas reais, todos observando as justas e como aquilo desenrolara-se. No fim, com os quatros restantes, as opiniões sobre o vitorioso começaram ser discutidas.

- Todos me parecem combinar com a Guarda Real, principalmente o Royce. O único que talvez não tenha gostado tanto foi o tal Corbray, arrogância é algo que corrompe um cavaleiro, mas é inegável sua habilidade, me lembra em tempos passados, quando jovem - Barristan comentou, nostálgico.

- Eu gostei do rapaz, arrogância é algo que sumirá com o tempo quando amadurecer. Jovem e, ainda mais, sob os olhos das garotas e respeitado pelos outros rapazes, é inevitável. Todos passamos por isso - Desmond disse, ignorando o fato de Rhaego não ter sido criado daquela maneira. - Todos são ótimos guerreiros, mas pelo visto o Corbray e Três-Espadas são os melhores.

- Eu nasci na pobreza, me tornei um mercenário e vim para esse continente apenas porque a vida me trouxe até aqui, e então me tornei um Guarda Real - Arys contou, com o rosto inexpressivo e a voz fria como sempre. - Não subestimem o rapaz Tollett, talvez ele seja o próximo, não chegou aqui por apenas sorte.

- Sorte é exatamente do que se trata as justas, o único com que teve de lutar fora do cavalo foi um homem já derrotado, veremos realmente sua habilidade agora - Desmond respondeu. - E quanto a você, Rhaego, qual sua opinião sobre isso?

Rhaego ergueu uma sobrancelha à visão de Cetim, emburrado num dos cantos da arquibancada, pelo que ouvira dele estava começando a ter uma certa "amizade" com o bardo que não saía de perto de Lysa Arryn, e agora estava no pé da montanha que o homem localizava-se no cume. Mas, mesmo prestando atenção ao rapaz que o ajudara a colocar aquela armadura e virara seu escudeiro, escutara toda conversa ao seu lado.


Droenn[Prime]
Vestimenta: Vestes nobres, de acordo com o clima quente do Vale.

Estava a mais de um mês com a mente pesada, os sonhos que o acompanhavam desde a traição em Essos ganharam uma importância a mais em seus pensamentos quando tudo parecia encaixar-se com o mistério da visão que tivera ao tocar no Represeiro de Correrrio. E não conseguira parar de pensar naquilo desde aquele momento, mesmo que até então nunca tivesse falado daquilo para ninguém. Quem acreditaria?, pensara. Sentava-se numa mesa sob as sombras de uma bonita e viva árvore, próxima da competição de arqueiros que Tobin participava. Rina juntou-se à ele trazendo comida e bebida. Nunca haviam conversado muito e mesmo a noite de nupcias fora algo sem muita emoção, se não fosse os gemidos de dor da garota após ter perdido sua virgindade.

- Coma algo, por favor - pediu, preocupada. - Podemos não nos conhecer muito, mas teremos que conviver, eu acho. Digo, não acho, é a verdade. Temos que começar a nos falar. Então comece me dizendo o que se passa na sua cabeça.

Última edição por Luckwearer em Dom Jul 10 2016, 22:08, editado 1 vez(es)

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Sentava-se em um grande espaço nas arquibancadas junto a Daeron. Tinha conquistado os nobres e seus exercitos com a proposta de juntar o Vale com as Terras Fluviais e aceitar um dos cavaleiros do lugar como um membro da Guarda Real, mas a verdade é que agora se arrependia de ter proposto o torneio. Sabia que era o necessário, porém estava entediada e a cada vez que algum servo passava com alguma comida sentia com mais intensidade a vontade de vomitar que já tinha a algum tempo. Pensava o quanto estar gravida era incomodo, não só pelos enjoos mas pela barriga crescendo cada vez mais. Respirou fundo enquanto observava as justas, ouvindo Daeron rindo de seu desconforto.

Apesar do descômodo da gravidez e do tédio de assistir as justas enquanto sentava-se quieta, sentia-se confortável ao lado de Daeron que de tempos em tempos contava sobre o que tinha acontecido nas Terras Fluviais, o que a entretinha. Estava feliz por ver o homem bem, preocupava-se ao saber que não poderia cuidar das costas do homem nas batalhas. Em um momento ele a olhou começando a contar sobre seus futuros planos.

- Nosso próximo alvo é Rochedo Casterly, tirando ele das mãos dos Lannister, ficarão tão destabilizados que Jordan Lannister será um alvo fácil de se deter e, então, prosseguiremos para Porto Real - contou em voz baixa, fazendo ela virar-se para ele interessada. - E tudo isso graças a você - sorriu olhando para ela e fazendo com que a mulher desse um pequeno sorriso -, muitíssimo agradecido. A cavalaria do Vale será muito importante nas batalhas que virão. Talvez você seja uma rainha melhor do que acha. - Virou seu olhar novamente para o campo pensando na derrota que tiveram para Jordan Lannister. Sabia que o homem não era um tolo e que conquistar Rochedo Casterly não seria tão simples.

- Eu me esforço pra isso, daqui a algum tempo até irei de vestido para as reuniões para conquistar a empatia dos senhores - disse dando uma risadinha sarcastica. Olhou por um tempo para o campo antes de voltar seu olhar para o marido - Sobre o plano, temos que ter cuidado nisso, Daeron. Jordan é provavelmente o homem mais esperto dos sete reinos quando se trata de batalhas, não é atoa ser a mão de Jan. Meu tio é apenas os músculos, ele é a cabeça. Nem a cavalaria do Vale vai ser o suficiente, se não estivermos um passo a frente do Lannister. - Disse enquanto olhava nos olhos purpuras do Rei, falando de modo que apenas o homem ouvisse - Já tem alguma ideia de como irá conquistar o Rochedo?

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Droenn encontrara conforto sob a sombra duma árvore. Competições em geral o animavam, fosse para participar ou assistir, mas às vezes, a desagradável fase que encarava parecia desligá-lo de seu redor. Nos últimos tempos, era mais que comum dar por si questionando ou pensando sobre os sonhos e visões que tivera, uma vez que encaixavam-se uns com os outros. Quando conseguia se livrar desses pensamentos, preocupações corriqueiras tomavam lugar: as vidas desperdiçadas dos homens que lutaram em Correrrio, o casamento de sua irmã ─ este que mais era pra conceder a alegria de uma nova aliança, fortalecendo as forças do Dragão ─ e o seu próprio casamento, que ainda recente, estava sendo brevemente afetado pelo sentimento mútuo de distância. Também as enxotou, e focou na competição mais próxima: Tobin disputava mil dragões com outros arqueiros, e embora não conhecesse muito as habilidades do amigo com o arco, Droenn confiava que se sairia bem. 

Rina aproximou-se, recheando a mesa quase vazia com comida e bebida. Preocupada, pediu que mastigasse qualquer coisa e falou:
─ Podemos não nos conhecer muito, mas teremos que conviver, eu acho. Digo, não acho, é a verdade. Temos que começar a nos falar. Então comece me dizendo o que se passa na sua cabeça.

Droenn a olhou e por um momento pensou em deixar todas aquelas tribulações para si mesmo, como vinha feito. Mas optou por se arriscar, o máximo que poderia receber da esposa era uma risada desacreditada ─ e já o faria um tanto feliz. Apanhou um pedaço de torta recheada e o colocou na boca, desinteressado no sabor.
─ Já teve sonhos, ou pesadelos, que foram tão... Tão incomuns que a perseguiram por um bom tempo? ─ questionou, a seriedade e curiosidade faziam-se presentes em sua voz. ─ Pois então, imagine-se em meu lugar: adentro Correrrio, sou guiado até o Bosque Sagrado por um corvo de três olhos, e quando toco o represeiro pálido, vejo coisas que de alguma maneira estão interligadas com esses sonhos ─ pausou, balançando a cabeça. ─ Mais parecem palavras de um louco... Enquanto a guerra corre, o Stark preocupa-se com supostas visões. Existe qualquer chance de você acreditar nisso?

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Enquanto cruzava o campo em direção as arquibancadas observava o organizar dos combatentes, dezenas de pavilhões haviam sido levantados e estandartes diversos oscilavam com o bater do vento, ostentando os símbolos das casas nobres do Vale. Havia escovado seu cabelo para trás e prendia-o com um coque no topo da cabeça, com a azul profundo de seus fios contrastando com o novo traje, uma brilhante armadura, polida e reluzente, que representava a Guarda Real de Daeron.

Era branca como a neve, intricada em escamas esmaltadas e com os detalhes em finas linhas de prata. Um longo manto branco pendia sobre seus ombros, caindo pesado até a altura dos calcanhares, preso ao seu peitoral por fivelas prateadas. Suas duas adagas estavam penduradas em um lado do quadril, o arakh esfumaçado ao outro, preso por fivelas de couro branco. Aninhado debaixo de seu braço estava o elmo, tão alvo quanto o restante da vestimenta, de topo oval e uma fenda para o rosto, com duas pequenas asas de dragão em alto-relevo ornamentando suas laterais. Permanecia, agora, ereto em frente ao local onde o rei e a rainha sentavam-se, ao lado do restante da Guarda Real, onde observaram as justas e o desenrolar dos combates.

O tyroshi franziu o cenho ao notar, sentado num dos cantos da arquibancada, um emburrado Cetim. Não conteve o riso ao lembrar-se que ouvira que o rapaz havia desenvolvido certo afeto pelo bardo do Vale, que agora sentava-se ao lado da Senhora Arryn, — longe dele. Sor Barristan, Desmond e Arys comentavam, ao seu lado, quais eram suas apostas entre os quatro que sobraram, enquanto os cavaleiros preparavam-se para o combate. Talvez em pouco tempo um deles se tornaria seu irmão juramentado, e torcia para que não fosse o presunçoso Corbray, — julgava a Guarda Real já bem servida de presunção por sua pessoa.

— E quanto a você, Rhaego, qual sua opinião sobre isso? — Desmond perguntou-lhe, prestara atenção no assunto mas não se intrometera até então.

— Eu concordo com Sor Vovô, — respeitava à Sor Barristan mais do que jamais respeitara à maioria dos homens, mas não se desarmava de seu atrevimento, o homem parecia já ter acostumado-se, — estamos em guerra e não temos tempo para que o rapaz verde aprenda a ser um homem. Não demonstra somente arrogância, mas falta de caráter, dignidade e honradez. Sor Royce, por sua vez, ostenta um nome de peso no Vale e a reputação digna de um cavaleiro. O Corbray não tem o que é necessário para ser um de nós, mas será um prazer badalar sua cabeça como um sino e fazê-lo gritar por rendição com minha lâmina em seu pescoço, se tiver sorte de vencer aos outros três.

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O público aquietou-se no momento que os quatro homens voltaram à arena, formando um quadrado, todos distantes dos outros, avaliando-se, até o momento que foi ordenado que o combate iniciasse.

Kevan: http://prntscr.com/botlw3 + 4
Dameon: http://prntscr.com/botm6d + 3
Dwigher: http://prntscr.com/botmb1 + 5
Lucas: http://prntscr.com/botmfs + 3


O silêncio permanecera até que o berrante fosse assoprado, iniciando a luta. O primeiro a mover-se fora Dameon que avançara contra o alvo principal para ele: o Royce. O mesmo o recebeu numa sequência de defesas bem sucedidas que terminou num chute em seu estomago fazendo-o rolar no chão. O seguinte foi Dwigher, pulando sobre Kevan, repetindo novamente suas ótimas esquivas e defesas, descendo um golpe fortíssimo na espada do oponente, derrubando-a no chão de imediato, e antes que o belo homem pudesse pegá-la ou fazer qualquer outra coisa, foi agarrado pela garganta, sendo levantado. Ao mesmo tempo, o jovem Lucas observara pacientemente, até o momento que fora hábil e avançara contra Kevan, sendo detido quando o homem jogou o "melhor cavaleiro do Vale" em cima dele, levando-os ao chão.

Kevan: http://prntscr.com/bott3h + 4
Dameon: http://prntscr.com/botta3 + 3
Dwigher: http://prntscr.com/botti2 + 5
Lucas: http://prntscr.com/bottot + 3


Lucas tentou levantar-se, mas foi recebido por uma cotovelada no rosto, sendo atordoado, amaldiçoando-se por não ter colocado um elmo. Dwigher levantou-se, correndo em direção à Kevan que apenas deu um golpe horizontal em sua direção, errando ao vê-lo deslizar pela lama e recuperar sua lâmina de aço valiriano novamente. Levantou-se furioso e jogou-se contra o Royce, desta vez conseguindo manter uma troca de golpes igualada.

Dameon naquela altura levantara-se, mas caíra no chão novamente quando recebera um corte nas pernas, vindo de Lucas, que partiu em seguida para a dupla, interrompendo-a com um chute nas costelas do Corbray, derrubando-o no chão, e em seguida um corte de leve no peito do Royce.

Kevan: http://prntscr.com/bou4dq + 4
Dameon: http://prntscr.com/bou4h8 + 3
Dwigher: http://prntscr.com/bou4p6 + 5
Lucas: http://prntscr.com/bou4tu + 3


Dameon berrou de raiva, ainda no chão pelas pernas feridas, dando um golpe na panturrilha de Kevan que gemeu de dor e caiu no chão, apoiado pelos cotovelos e joelhos. Lucas avançou contra Dwigher, mas recebera a vingança de seu chute, sendo acertado no peito e voando em direção ao chão. O Corbray foi direto para o Royce, acertando-o um chute no rosto, quebrando seu nariz e depois acertando chutes em seu rosto até que dentes começassem se quebrar, um inchaço se iniciasse e seu pai gritasse para que parasse, acompanhado de Yohn Royce xingando-o.

Kevan: http://prntscr.com/bou6os + 4
Dameon: http://prntscr.com/bou6sr + 3
Dwigher: http://prntscr.com/bou72t + 5
Lucas: http://prntscr.com/bou77l + 3


Dameon berrou como uma besta, erguendo-se com dificuldade do chão e pulando sobre Dwigher que não teve muita reação, estava focado demais no homem aos seus pés. Caiu sobre ele com golpes em seu rosto, cada vez mais fortes, desacordando-o rapidamente. Lucas correu em direção à Kevan que já erguido, acertou-lhe um golpe com a empunhadura da arma, desmaiando-o.

Então sobrara apenas dois de pé, ambos feridos nas pernas.

Kevan: http://prntscr.com/boubip + 4
Dameon: http://prntscr.com/boubwq + 3


Os dois cavaleiros lutaram até que suas gargantas ficassem secas, seus rostos encharcados de suor, os movimentos excruciantes e o cansaço inimaginável. O combate terminara com ambos exaustos, sangrando e ajoelhados no chão, tentando erguer-se para dar o último golpe.

- Chega! - Daeron gritou, finalizando aquilo. - Vocês todos provaram-se ótimos cavaleiros, principalmente os dois últimos. Deixarei a escolha de um dos dois adentrar em minha guarda para meus homens.




Talia[Babi]
Vestimenta: Sua coroa, vestimentas nobres e uma calça normal.

- Eu sei o perigo que Jordan representa, fui ensinado disso a vida inteira... sei do que ele é capaz e do que ele já fez - o rei respondeu, observando a luta entre os quatro cavaleiros começar. - Meu plano é usar quase toda frota dos Manderly para cuidar da parte marinha, enquanto irei sobre Aerion para atacá-los com chamas, focando em arqueiros e coisas do tipo para que meu exército avance sem muita dificuldade. Então teremos Rochedo Casterly e a guerra em nossas mãos. O resto é estratégia em campo que será uma perda de tempo dizer agora.


Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Uma bonita e polida armadura branca que chegava a brilhar, muito pesada por ser inteiramente de aço, com peitorais, ombreiras, manoplas e cota de malha por baixo, além do gibão. Um manto branco prendia-se as suas costas também e seu elmo só seria usado quando fosse para o combate.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

Ouviram o rei dando a escolha dos dois homens para eles e os cavaleiros não demoraram para começar discutir, sob os olhares dos lordes, curiosos pelo resultado.

- O Royce é um exímio guerreiro, é visível, e age como um definitivo cavaleiro - Desmond opinou.

- Um definitivo cavaleiro terá sua honradez manchada por seu próprio sangue quando for morto no campo de batalha, precisamos da selvageria do Três-Espadas, esse levará cinco consigo antes de morrer - Arys descordou.

Barristan olhou para ambos cavaleiros, avaliando-os, então virou o olhar para o azulado que não dissera nada até então.

- Não pretende dar sua opinião, Sor Rhaego? - perguntou, mostrando que claramente não esperava uma resposta ao sorrir. - Coloco a decisão final em suas mãos, estamos ansiosos por seu anuncio diante da plateia.


Droenn[Prime]
Vestimenta: Vestes nobres, de acordo com o clima quente do Vale.

Rina olhou-lhe com neutralidade, nenhum sorriso ou deboche surgiu, muito menos estranheza de seus olhos, apenas escutara com atenção e mantivera-se pensativa após a conclusão do Stark.

- Quando eu era criança, comerciantes nortenhos sempre passavam em meu castelo e contavam histórias para nós, crianças, sobre os contos do norte - disse, olhando-o nos olhos. - Falava dos Outros, criaturas malignas da Longa Noite. Falava das criaturas que habitavam o lugar que estamos agora, muitos milhões de anos atrás. E lembro que falou sobre homens que podiam ver o futuro. Vidente verde, o nome, creio.

Os dois permaneceram em silêncio por mais instantes, pois a garota parecia querer tirar algo da boca, mesmo demorando.

- Você deveria contar ao rei ou algum companheiro seu, a rainha me parece uma ótima pessoa também... eu sei que você deve estar com medo que achem que você está enlouquecendo, ou talvez você mesmo esteja acreditando que esteja - agarrou uma de suas mãos, apertando-a carinhosamente com as suas -, mas eu acredito em você. Seja lá o que você estiver vendo, tem um verdadeiro significado.

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O sol brilhava forte por sobre suas cabeças quando a voz do rei pôs um fim no combate, impedindo que um corpo morto repousasse sobre o solo do Vale de Arryn. O vanglorioso Corbray havia sido o primeiro a cair, aparentemente não era tão bom quanto pensava, sendo seguido pelo jovem Tollet. Dameon Três-Espadas e Kevan Royce eram os únicos a permanecerem despertos, e agora ambos caíam sobre um joelho, lado a lado, com suas espadas encravadas ao chão em sua frente.

— Vocês todos provaram-se ótimos cavaleiros, principalmente os dois últimos. Deixarei a escolha de um dos dois adentrar em minha guarda para meus homens. — Vociferou o rei, do alto de sua arquibancada.

— O Royce é um exímio guerreiro, é visível, e age como um definitivo cavaleiro. — Opinou Sor Desmond.

— Um definitivo cavaleiro terá sua honradez manchada por seu próprio sangue quando for morto no campo de batalha, — discordou Sor Arys, — precisamos da selvageria do Três-Espadas, esse levará cinco consigo antes de morrer.

Rhaego ouvia a discussão com os olhos pousados no local da batalha, onde os dois permaneciam imóveis, ofegantes, sujos de sangue, lama e suor.
— Não pretende dar sua opinião, Sor Rhaego? — questionou-lhe o velho Selmy, mostrando que claramente não esperava uma resposta ao sorrir. — Coloco a decisão final em suas mãos, estamos ansiosos por seu anúncio diante da platéia.

Coçou a cicatriz sobre o olho com a mão enluvada, — que agora apresentava uma contraposição notável em relação a vestimenta branca, mas era uma marca do passado que não deixaria ser esquecida, — passando os dedos pelos cabelos azuis em seguida.
— Se o senhor me permite a honra, Sor Barristan, desde jovem fui feito para plateias. — Ao menos esta não deseja ver meu sangue derramado, ele quase falou, mas engoliu as palavras não ditas.

Alcançou seu elmo para Desmond e tomou das mãos de um escudeiro a capa branca da Guarda Real que iria para o vencedor e, de agora em diante, seu mais novo irmão juramentado. Sua escolha já havia sido feita antes do embate acontecer, e o mesmo só serviu para confirmá-la. Sor Kevan Royce era apto, tinha um nome nobre, a reputação de um cavaleiro e a sabedoria de um Manto Branco, e não precisara de meio momento em batalha para conseguir provar ser ele o "melhor cavaleiro do Vale".

— Ajoelhou-se como um cavaleiro, Sor Kevan, e agora volta a se erguer, como Guarda Real do único e verdadeiro Senhor dos Sete Reinos. — Proferiu com voz firme, largando o manto sobre as ombreiras ornamentadas com runas do cavaleiro e prendendo suas dobras com uma fivela de prata.

O homem ergueu a cabeça logo após, desviou o olhar por um instante para o pai que olhava-o orgulhoso, antes de voltar sua atenção para o rei.
— Minha vida pela sua, meu rei. Deste dia até meu último. — Pronunciou, em tom orgulhoso, recebendo um sorriso caloroso de Daeron em resposta. Agora, eram cinco.

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#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 18 R9MV4Gv

O passar de horas naquela tarde tornava-se cada vez mais quente e tortuoso para os soldados, avançavam encharcados de suor e com bolhas nos pés - quem não tinha cavalo -, a grande maioria trajava o que usaria em combate, que seriam armaduras, couro fervido, cota de malha e gibões. Marchavam a poucos dias, afastaram-se das fronteiras do Vale não há muito tempo, adentrando novamente nas Terras Fluviais. Os planos seriam contados para os soldados apenas quando estivessem próximos suficiente do objetivo, até lá apenas o conselho de lordes e quem era permitido lá dentro, como proteção ou herdeiro, saberiam. Somente após incontáveis noites de sono sob os telhados do Vale, o rei anunciou que partiriam, e todos sabiam que esperaram para que a frota se posicionasse o mais rápido e próximo possível das Terras Ocidentais. Estava tudo planejado e calculado, cada homem bem escolhido, cada divisão de forças previstas para lugares certos, teriam a frota para auxiliá-los e um dragão. Era certo a vitória para quase todo exército.

E nunca estiveram tão errados.

Os primeiros sinais foram as movimentações nos arbustos e árvores em volta, iguais aos que acompanharam ao adentrarem no Vale, mas estes aconteciam mesmo longe da fronteira. Julgaram ser homens dos Clãs das Montanhas mais ousados, mas quando aproximaram-se dos barulhos, avistaram apenas alguns animais e depois daquilo nada mais os seguiu. Nada que deu sinal daquilo. Os próximos sinais passaram despercebidos pela grande maioria ou por quase todos, meras exceções, os animais depois de um tempo deixaram de fugir ao ver a quantidade de homens ou mesmo nas redondezas para que caçassem, obrigando-os focarem nas provisões que já traziam e deixando alguns homens já esfomeados. O último e derradeiro sinal, foi o que anunciou a armadilha. Estavam aproveitando-se de um atalho pela região, usado uma vez ou outra, mas não muito conhecido, para exércitos atravessarem facilmente. As árvores eram grossas e as copas fartas, riachos espalhavam-se numerosos, mas quando chegavam algumas vezes à elevações, o horizonte parecia morto. E foi no horizonte morto que foram engolidos pela morte. Conforme continuavam seu caminho, mais emaranhado a floresta tornava-se e mais difícil ficava de enxergar. Algo que disfarçou a fumaça branca engolindo-os rapidamente, e só quando o cheiro adentrou de fato nas narinas, ficou fortíssimo, que notaram-se cercados de árvores distantes encobertas por uma névoa branca tornando-se negra cada vez mais.

O primeiro cavalo a saltar da névoa e avançar sobre eles com uma esguia lança sedenta por sangue, era montado por um soldado completo em armadura, com um elmo completamente fechado, exceto a pequena linha escura que o cavaleiro usava para enxergar. Centenas de cavaleiros sobre cavalos surgiram em seguida, alguns gritando, outros cantando, xingando ou rindo, com milhares de lanças com estandartes balançando contra o ar, alguns conhecidos e outros desconhecidos, mas nenhum cadáver das forças de Daeron chegou ao chão sem ver o leão, o veado e a rosa dourada. O banho de sangue foi inesquecível, um dos piores já existentes, quando mal perceberam, as árvores estavam pintadas de carmesim e o solo um riacho de líquido viscoso da mesma cor, misturado com bosta e mijo. Os homens que tentaram escapar daquilo viram-se cercados de chamas e mais cavaleiros, ou quem havia chegado a parte sem chamas, encontrara uma planície com a névoa branca dominando-a completamente, impossibilitando-os de ver algo.

- Atirem! - gritou uma voz grossa.

E as flechas voaram. Quem saíra da carnificina recebera uma saraivada de flechas, matando-os na hora. Mas não demorou muito para que uma ordem fosse organizada dentro do exército do dragão e arqueiros surgissem, jogando suas próprias flechas na planície, julgando acertar algo, enquanto cavalos iam em direção ao misterioso campo. Tudo estava um caos. Tudo estava desesperador. Tudo estava sangrento. Tudo estava amedrontador. Tudo aquilo para apenas um rei.

O outro acertava seu martelo em inimigos com o prazer de estar numa batalha novamente.




Rhaego[Dwight]
Vestimenta: A bonita e polida armadura branca que chegava a brilhar, agora estava vermelha de sangue, muito pesada por ser inteiramente de aço, com peitorais, ombreiras, manoplas e cota de malha por baixo, além do gibão. O manto branco fora soltado de suas costas para que não atrapalhasse, por si mesmo ao ver o ataque.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

https://youtu.be/qryiJe6B8cM?t=93

Gritou e acertou os calcanhares no cavalo, iniciando uma corrida em direção ao inimigo montado mais perto do rei, decapitando sua cabeça com o arakh. Usava-o da maneira certa pela primeira vez desde que colocara suas mãos nele. Seus irmãos da Guarda Real estavam todos já cercando o rei, assim como ele, matando quem estivesse próximo, naquela confusão de cavalos acertando-se e rolando pelo chão, homens sendo arremessados de seus animais ao penetrar de uma lança, combates no chão, cheios de mutilação. O rei lutava junto à eles, mergulhando a espada de aço valiriano nos inimigos.

Mapa: http://prntscr.com/btp5zo

A Guarda Real mostrava sua monstruosa habilidade muito bem. Barristan atravessara a lâmina em meia dúzia de inimigos antes mesmo que o bosque tornasse completamente um campo de batalha e agora lutava contra cinco como um cavaleiro lutava contra cinco crianças; Arys descera de seu animal instantaneamente, derrubando um cavalo com um golpe de machado em suas pernas, matando o homem que montara em seguida, preferia lutar com seus pés no solo, sentia-se no controle de tudo, e mais confortável com seus dois machados de aço, com ametistas no punho; Kevan atravessara sua lança numa dezena de homens desde o inicio de tudo, os que viam não tinham certeza quanto aos outros cavaleiros do Vale, mas aquele homem honrava os rumores sobre suas habilidades, e quando sua lança quebrara dentro de um homem, tirara sua espada e continuara tão bom quanto antes; Desmond saltou de seu cavalo e deixou-lhe ir embora antes que o bosque se tornasse um beco sem saída para o animal, tinha criado uma afeição com o cavalo nos dias de marcha, mas mesmo assim, quando as hordas de inimigos chegaram, derrubou dois homens de cima do cavalo e matou uma dúzia, ao afastar-se um pouco do grupo; e Rhaego lutava tão bem quanto o resto. Até aquele momento mantivera-se em cima do cavalo e sabia que iria continuar ao ver um cavaleiro avançando com uma lança em sua direção, tinha os braços descobertos e não usava um elmo seguro suficiente, principalmente na área do pescoço. Outro homem de cavalo vinha mais de longe e outros dois a pé, com espadas.

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O vento rodopiava vagaroso no denso emaranhado de floresta, fazendo seu manto oscilar lentamente sobre a montaria. No momento em que a névoa acinzentada os engoliu e os cavalos começaram a irromper da cortina de fumaça que rapidamente se formara ao redor deles, centenas de homens montados surgiram, majoritariamente com lanças e armaduras completas, e que carregavam os estandartes Lannister, Tyrell e Baratheon. Uma saraivada de flechas os seguiu, e em poucos minutos lama e sangue pintavam tudo a sua volta. Rhaego bateu os calcanhares e pôs o cavalo a correr em direção a um inimigo que se aproximava do rei, libertando o arakh e açoitando-lhe o pescoço num golpe rápido, que separou a cabeça do tronco. O sangue pulsava do pescoço interrompido quando o corpo tombou ao chão.

O ambiente era caótico e claustrofóbico, e os corpos que se amontoavam misturados a todo tipo de excremento cheiravam pior do que qualquer latrina que já tivera o desprazer de farejar. Mortos e moribundos empilhavam-se e os que permaneciam em pé gritavam, praguejavam, riam e agonizavam, mas continuavam a lutar: quem não derramava sangue tinha o seu sangue derramado, inevitavelmente.

A Guarda Real arrumou-se ao redor de Daeron, e todos mostraram-se aptos de suas posições. Sor Barristan era velho, mas lutava melhor do que qualquer cavaleiro que o tyroshi já vira, e todo inimigo parecia uma criança com espadas de madeira contra ele. Sor Arys era feroz e indômito, logo saltando de seu cavalo e sacando seus dois machados, matando o que quer que cruzasse seu caminho. Sor Kevan era um cavaleiro no sentido mais claro da palavra, com espada ou lança, varria seus adversários; e Sor Desmond, por sua vez, demonstrava a frieza e a maestria de alguém com experiência no que faz, limpando os inimigos ao solo. Mas Rhaego não ficava atrás.

Esporeou o cavalo e avançou num ímpeto fugaz contra o homem que vinha em sua direção, desviando de sua lança e fazendo o arakh, que já pingava em sangue fresco, rasgar sua garganta em um golpe só. Seu pescoço era grosso, camadas de músculo e gordura, mas a lâmina cortou através de sua carne como uma espada que fatia o queijo. Seguiu cavalgando inabalável, passando rapidamente pelos homens no solo e se dirigindo ao outro que vinha à cavalo. Um golpe fora necessário para que seu braço armado ficasse pela metade, num banho de sangue e gritos de agonia, — não deu-se ao trabalho de finalizá-lo, sabia que o ferimento o faria cedo ou tarde.

Deu meia-volta, ainda em cima da montaria, e viu que os outros dois pelos quais passara aproximavam-se correndo, assim como Cetim que surgira ao seu lado com o arco em mãos. Desceu rapidamente de seu cavalo e deu-lhe dois tapinhas para que trotasse em direção à floresta, — sabia que não carregando ninguém em suas costas, serviria ao lado vencedor quando o embate acabasse, e não pretendia causar a morte de seu cavalo. Acenou para Cetim, que compreendeu o recado e puxou uma flecha da aljava, enquanto o azulado avançava com passos pesados em direção aos dois homens.

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Dwight escreveu:
Esporeou o cavalo e avançou num ímpeto fugaz contra o homem que vinha em sua direção, desviando de sua lança e fazendo o arakh, que já pingava em sangue fresco, rasgar sua garganta em um golpe só. Seu pescoço era grosso, camadas de músculo e gordura, mas a lâmina cortou através de sua carne como uma espada que fatia o queijo. Seguiu cavalgando inabalável, passando rapidamente pelos homens no solo e se dirigindo ao outro que vinha à cavalo. Um golpe fora necessário para que seu braço armado ficasse pela metade, num banho de sangue e gritos de agonia, — não deu-se ao trabalho de finalizá-lo, sabia que o ferimento o faria cedo ou tarde.

Deu meia-volta, ainda em cima da montaria, e viu que os outros dois pelos quais passara aproximavam-se correndo, assim como Cetim que surgira ao seu lado com o arco em mãos. Desceu rapidamente de seu cavalo e deu-lhe dois tapinhas para que trotasse em direção à floresta, — sabia que não carregando ninguém em suas costas, serviria ao lado vencedor quando o embate acabasse, e não pretendia causar a morte de seu cavalo. Acenou para Cetim, que compreendeu o recado e puxou uma flecha da aljava, enquanto o azulado avançava com passos pesados em direção aos dois homens.


Você precisa tirar 14 para matar o primeiro.

http://prntscr.com/bz2lgo + 5


A cabeça do soldado girou no ar e caiu na lama junto a um dos homens a pé, quando o cavaleiro o atropelou, quebrando seu maxilar.

Você precisa tirar 6 para matar o segundo.

http://prntscr.com/bz2q14 + 5


O golpe certeiro arrancou o braço do inimigo facilmente, algo que o fez gritar de dor e soltar-se do cavalo, caindo no chão e deixando o animal fugir no meio do caos, enquanto ele agonizava e tentava levantar-se.

Terceiro: http://prntscr.com/bz2tho
Cetim: http://prntscr.com/bz2tli


Rhaego pousou no chão no mesmo instante que seu companheiro soltou a flecha no inimigo, tão rápido quanto colocou, matando-o na hora.




Daeron soltou um berro de fúria ao finalizar um inimigo no chão e depois desviou do próximo, cortando seu peito profundamente e terminando ao mutilar seu rosto. Estava tão coberto de sangue que não sabia o que era seu, de seus inimigos ou de seus aliados. Seu corpo estava na batalha, mas sua mente estava apenas na possibilidade que a rebelião e tudo pelo qual lutaram nunca estivera em tamanho risco, sua morte seria de pouca importância numa vitória em Rochedo Casterly, sua esposa e sua irmã poderiam guiar muito bem aquilo ao lado de Droenn, mas ali, muito longe do lugar e sem nenhuma vitória, apenas a notícia posterior de sua derrota seria suficiente para quebrar seu exército e seus apoiadores.

A floresta estava um total caos, não eram dúzias de inimigos, mas sim milhares, todos imprensados num só lugar, matando-se de todas maneiras possíveis, inundando o lugar de morte e brutalidade. Fora daquelas árvores, tinha uma pequena planície, que mais parecia uma clareira gigantesca, onde mais dos inimigos estavam e grande parte do exército de Daeron correra, iniciando outra carnificina por lá também. Não muito para que o dragão dominasse aquela parte, mesmo em desvantagem pelo ataque inesperado e as centenas de mortes, agora apenas o campo representava perigo.

Deslizou a mão pelo rosto, com a mente pesada, o rei refletia enquanto alguns dos últimos inimigos eram mortos sob as copas das árvores, sob os berros e clangores de guerra fora destas, parecia tenso e indeciso. Yohn Royce chamou a atenção do grupo quando chegou a cavalo, descendo do animal e abraçando o filho, checando-o de estar bem.

- A floresta é nossa, mesmo com combates ainda em nossa volta. Porém, o campo fora destas árvores está mergulhado de inimigos, pelo pouco que vi na fumaça, além dos cadáveres dos nossos, há quase o triplo de nossos números esperando-nos - contou Yohn. - E agora, Vossa Graça?

- Não temos homens suficientes, nem cavalos, nosso oeste ainda está coberto de inimigos e o leste em chamas, o norte é com toda certeza nossa morte. Estamos numa batalha que não podemos ganhar, meus senhores - respondeu Daeron, suspirando. - Não temos nem mesmo tempo para construir um acampamento e trincheiras em volta, avançarão no mesmo instante.

- Estamos a poucos passos do sul, Vossa Graça, as chamas diminuíram e a área foi limpa por nossos soldados - aconselhou Arys.

- Você está nos aconselhando a fugir, então? - disse Daeron, não esperando uma resposta, pois era óbvia.

- Fugir? Os Sete Reinos nos considerarão covardes. Numa guerra é o mesmo que pedir para que seus aliados se distanciem de vocês - disse Yohn.

- Você é um deles, senhor, isso é uma ameaça? - questionou Rhaego.

O lorde encarou o cavaleiro um tanto irritado, mas Arys não o deixou dizer algo mais, levantando a voz para que suas próximas palavras fossem muito bem ouvidas.

- Honra não ganhou a guerra dos nortenhos e não irá ganhar essa. Foda-se o que os aliados pensarão, tão pouco servirão se estivermos mortos.

Daeron virou os olhos para Barristan, esperando que dissesse algo, o velho servia quase como Mão do Rei desde o momento que colocara os pés em Winterfell.

- Eu concordo com Sor Arys, senhor, creio que esteja certo. Não há vergonha nisso.

O rei respirou fundo.

- Soldados, subam em seus cavalos ou peguem todos escudos que tiverem, os inimigos aproveitam a fumaça para nos atacar com flechas! - gritou o rei e outros repetiram em eco para que todos ouvissem. - Construam uma parede de escudos e venham comigo, lentamente!

Centenas de escudos foram facilmente encontrados e logo a marcha começou, uma grandiosa fileira de aliados colocando-se lado a lado na fronteira das copas e do campo à frente, mesmo que em vários cantos de maneira desajustada. A fumaça diminuíra consideravelmente em relação a seus minutos iniciais no campo de batalha, e agora podiam ver silhuetas das forças combatendo-se. Daeron Targaryen observou aquilo com pena, condenaria homens à morte para sua salvação.

- Avancem pelas laterais! - gritou para os poucos homens montados em cavalos. - Vocês, marchem até lá, com os escudos erguidos!

Então, rapidamente, grande parte do que restara do exército do Targaryen adentrou no campo e começou ser destroçado, enquanto o rei e alguns homens recuavam nas sombras das árvores. O fim daquela batalha não deu nenhum cadáver de cabelos brancos à quem procurou pelo rebelde intitulado rei, mas não fez diferença. Ao chegar da quinta noite após aquele dia, todo continente sabia da morte de Daeron Targaryen e da vitória de Jan Baratheon no campo de batalha.

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Ondas negras cruzaram a amplitude azul, por sobre as cabeças do continente e seus castelos, traziam mensagens carregando o desenrolar da rebelião. Um ouvido por vez escutou o que havia acontecido, e cada um deles reagira de forma diferente, alguns comemoraram e outros lamentaram. Alguns nem mesmo ligaram, cuidavam de seus próprios problemas. Porém, era inegável como as coisas complicaram-se para os rebeldes após a morte de seu rei. Um grande pedaço da Companhia Dourada estava apodrecendo no Bosque da Emboscada, junto à centenas de cavaleiros do Vale. A frota ainda estava de pé, mas começara enfrentar homens de ferro pelas redondezas e tiveram de afastar-se das costas do continente, ao saber que o ataque fora cancelado pela morte do rei, e agora não tinham o que fazer, senão esperar.

O Ninho da Águia estava numa situação nada agradável também. A derrota de Daeron não fora suficiente para o exército inimigo, avançaram da região no mesmo dia, atravessando florestas e campos tão rapidamente que alcançaram o Vale ao mesmo tempo que os corvos. Então, em menos de dois dias, o cerco havia se formado. Todo exército obviamente não estava perto do Portão Sangrento, mas tinha uma boa quantidade, e essa quantidade era suficiente para tampar toda estrada dali, o único meio de entrar no corredor rochoso que levava ao portão. O acampamento ficava aos pés das montanhas, em seu fim, dando abertura à uma área quase clareira, extremamente protegida. Trincheiras foram cavadas por todas laterais, algumas enfiadas dentre as árvores não cortadas, escondidas em suas sombras, tinham também dezenas de estacas acompanhadas dos buracos, e mesmo no corredor que levava ao portão, as madeiras esperavam qualquer ataque. O rei também enviara grupos dos mais variáveis tamanhos pela região, alguns chegando a uma centena de homens, observando e analisando as redondezas, para qualquer perigo e para estrategias. O outro pedaço do exército posicionava-se fora do Vale, em sua principal entrada, talvez a única que não tivessem de atravessar densas florestas, deparar-se com montanhas em seu caminho e abismos assustadores. Os acampamentos eram tão grandes e tão protegidos quanto.

O jogo dos tronos estava em seu ápice e as peças inimigas estavam muito bem posicionadas.




Talia[Babi]
Vestimenta: Uma armadura modesta, calças e botas de cavalaria.
Armas: Duas espadas curtas e uma adaga com um chifre gravado na lamina.

Droenn[Prime]
Vestimenta: Uma armadura normal, um pouco velha devido o uso, com ombreiras um pouco maiores que o normal, além da cota de malha embaixo.
Armas: Espada com a cabeça de um lobo gigante esculpida em seu punho, nomeada de Netuno. No guarda-mão, as dizeres de sua casa grafados: O inverno está chegando.

Sorte era uma vantagem cada vez mais rara para eles. O inverno estava muito próximo e faltava pouco para serem obrigados a descer do Ninho, o lugar de tamanha proteção que mesmo que os inimigos passassem pelo Portão Sangrento, seria impossível que o invadissem. Nossa maior proteção, pensou a rainha, um tanto mal humorada. Estava a cavalo, ao lado de Droenn Stark e alguns cavaleiros, acompanhavam-na em direção ao acampamento de Jan.

O encontraram ao lado de alguns dos seus guardas reais, todos montados em cavalos, esperando-os. Usava a tal armadura famosa, usada tanto na Guerra das Tormentas quanto na derrota de seu falecido amor. O corpo mais magro o fazia parecer um tanto ridículo com aquela armadura claramente feita para uma época mais robusta, mas ainda era bonita de se ver e combinava com ele. Sua coroa era semelhante a de Talia, mas um pouco mais simples.

Os dois grupos ficaram frente a frente e a rainha pôde ver seu irmão mais novo como um dos guardas reais, tinha crescido muito e estava um belo homem agora, com barba e os marcantes olhos azuis de sua família. O silêncio permaneceu por muito tempo, até que o rei o quebrou.

- Lembro de vê-la correndo com os garotos, bem jovem e pequena, nunca imaginei que viraria uma rebelde, tão pouco uma falsa rainha - disse Jan, sua aparência era bem velha e acabada, mesmo que não fosse tão velho assim, o bigode era preto e fino como uma lança em baixo de seu nariz pontudo e torto, seu cabelo era bagunçado e negro. - E você - olhou para Droenn - lembro de vê-lo atrás de minha filha, babando como um cachorro faminto por carne.


Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Vestimentas modestas.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

Estava muito infeliz. Por dias foram perseguidos até a exaustão, não fora fácil escapar, um grupo os seguira e mesmo matando todos, mais tarde e nos dias seguintes, mais grupos enfiaram-se na floresta, provavelmente a mando do rei, algo que o irritou muito, porque além de ter que correr e se esconder incontáveis vezes, tivera de jogar sua armadura fora, assim como seus companheiros. Pelo menos, naquele momento, estavam enfiados numa parte densa da floresta, sujos e fedidos, feridos também, mas seguros, parecia que finalmente despistaram qualquer grupo de vez.

Observou Desmond raspando o cabelo de Daeron com uma adaga, aqueles fios brancos chamariam atenção de qualquer pessoa, da mais esperta a mais idiota. Quando finalmente terminou, o homem estava cheio de cortes na cabeça e completamente careca. Ele mesmo estava notando seus cabelos mesmo ainda azuis, começando descolorir pelo suor amontoando-se. Foi então que o rei sugeriu outra ideia.

- Preciso que alguém me bata.

Os cavaleiros e Yohn Royce ficaram confusos.

- Continuo parecendo um nobre, mesmo sem o cabelo, preciso que meu rosto fique mais irreconhecível.

Olhou para todos, mas nenhum deles aparentou aceitar, então sua última opção foi Rhaego.

- Vamos lá, Rhaego, tenha a coragem que eles não tiveram - pediu, pouco importando-se com a dor que viria.


Alayne[Mary]
Vestimenta: Vestimentas nobres.

Jordan Lannister de fato era um homem implacável.

Alayne estava deitada em sua cama, encarando o teto, pensando em maneiras que pudessem ajudá-los contra esse cerco, mas estava com dificuldades. Ouviu alguém batendo em sua porta, levantou-se e abriu, deixando com o que o soldado entrasse e dissesse o que pretendia.

- Senhora, desculpe o incomodo, mas tem uma carta direcionada a você - salientou.

Pegou-a e agradeceu, deixando-o ir embora. A cera que prendia a carta tinha o simbolo da casa Manderly, então abriu-a rapidamente, curiosa para saber o que tinha em seu interior.

"Espero que esteja bem, querida. Soube das vitórias e derrotas, mas creio que estejam indo bem nessa guerra, seu rei mostrou que tem tantas chances de vitória quanto o inimigo, soube de seus planos para Rochedo Casterly, me parecem bons e tenho certeza que conquistarão o lugar. Eu gostaria de estar vivo para presenciar o ódio e a frustração da Jordan Lannister ao ver seu lar sendo tomado pelo seu maior inimigo, mas não poderei.

Porto Branco está sendo atacado, querida, meu filho desceu para comandar minhas forças, mas creio que já esteja morto, minha frota foi completamente destruída pela de Jordan. Ele está aqui e trouxe consigo uma frota bem maior que a minha. O subestimei e creio que condenei meu povo. Agora, seu exército está subindo pela cidade e não estão vindo apenas para me matar, estão destruindo tudo pelo caminho, incendiando inúmeras casas e construções, provavelmente matando e estuprando. É o novo saque de Porto Real. Em breve devem chegar aqui, mandei que tirassem a esposa do meu filho e minhas netas desse lugar, foi uma despedida triste, choraram muito, mas é para o bem delas, temo o que o homem faria com elas.

Querida, tenho de terminar e ser rápido nessa carta, creio que estão subindo para o castelo. Eu realmente a amo muito e sei que meu filho não teria uma mulher melhor que você como esposa, sei como você o fez feliz e como ele a amava, pois toda vez que conversarmos, o maldito não citava outra coisa que não fosse você. Eu sentirei muita saudades de vê-los juntos, muitas mesmo.

Sinto que estou realmente conversando com você, escrevendo essa carta, mas não posso continuar por mais tempo, eles chegaram e meu enviado que botará esse pedaço de papel nas patas de um corvo está enlouquecendo ao meu lado. Provavelmente acha que conseguirá fugir.

Não fraqueje, minha querida, nunca. Isso será sua derrota. Proteja meus netos, eles serão o futuro de nossas casas, os homens que honrarão a memória de meus filhos e a minha.

Adeus, querida. Boa sorte nas guerras que virão.


Wyman Manderly, Senhor de Porto Branco."

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Ficou sabendo da morte de seu esposo pelos corvos que haviam chegado e pelo exercito batendo a sua porta. Tinha sido chamada por Lucan, e ao entrar em seu salão notou o olhar piedoso do homem e o pedaço de papel em sua mão. Asas escuras palavras escuras, lembrou-se. Assim que leu a carta que a havia sido entregue sentiu sua cabeça pesando e lagrimas surgindo em seus olhos. Seu coração agora batia acelerado e ao mesmo tempo vazio enquanto uma lagrima escorria pelo seu rosto caindo sobre a carta e borrando parte do que estava escrito. Ficou por algum tempo observando o papel agora borrado que tinha anunciado a morte do rei e do homem que havia amado.

Por um segundo sentiu-se desnorteada. Nunca tinha imaginado passar por tudo que havia passado com o Targaryen. Desde que havia o conhecido sua vida tinha se tornado uma confusão, tinha entrado em uma guerra contra o seu sangue, fodido e casado com um rei e agora estava gravida dele, um filho que nasceria sem o pai e nunca poderia conhecer o mesmo. Ficou alguns minutos olhando para a carta e sentindo algumas lagrimas correndo pelo seu rosto. O lorde Arryn manteve-se ao lado da mulher até que finalmente decidiu quebrar o silencio falando sobre o exercito que estava se instalando na entrada do Ninho.

Sentiu-se vazia quando leu a carta, mas ao ouvir o que o homem falou percebeu que vazia era a ultima coisa que estava. Sentia-se devastada pela noticia, sentia medo do que viria a seguir, sentia saudade de Daeron. Mas com aquilo percebeu que o sentimento que predominava acima de todos era ódio. Odiava não poder estar naquela batalha, odiava não ter se despedido, odiava não terem considerado a chance de uma emboscada, e mais do que isso, odiava o homem que havia causado aquilo. Levantou o olhar para o Arryn e limpou as lagrimas em seu olho com as costas da mão. Tudo o que queria era ir para seus aposentos e chorar até que não tivesse mais água em seu corpo para isso, como havia feito quando recebeu a noticia da morte de seu pai. E mesmo que a sensação das duas perdas fossem quase iguais, dessa vez não poderia fazer isso. Não era mais uma garotinha e agora mais do que antes tinha que ser a rainha, não deixaria que a morte de Daeron tivesse sido em vão. Seu filho sentaria no trono e a dinastia Targaryen voltaria. Olhou por um tempo os olhos de Lucan até que finalmente decidiu falar.

- Eles podem ter mais soldados que nosso exercito, mas eles não tem um dragão, e pelo que eu saiba o Ninho é impenetrável por terra - Falou mantendo olhar no homem - Se pretendem uma batalha ou um cerco, espero que saibam dos riscos. Iremos acabar com cada um daqueles homens. - Disse virando-se e caminhando até a porta.

Depois de algum tempo a noticia havia se espalhado, e morte do rei tinha se tornado de conhecimento geral do continente. Sentia a duvida de seus soldados, provavelmente viam aquela guerra como perdida. Talia tentava não pensar daquela forma, sabia que não tinham homens o suficiente para bater de frente com os homens de Jan, mas com um pouco de tática poderia fazer com que cada um de seus soldados valessem por dezenas dos do Baratheon, e estava em um território bom para aquilo.

Pensava nisso enquanto descia a montanha junto a Droenn. Precisavam de alguma forma de resolver isso o mais rápido possível. Os ventos de inverno tinha chegado e logo ficar no ninho de águia seria impossível. Cavalgaram até onde o exercito de Jan acampava.  Encontram o homem ao lado de alguns dos homens de sua guarda real, usando a sua famosa armadura de batalha, que agora ficava patética em seu corpo não tão robusto quanto antes. Encarou o homem com seriedade esperando que se aproximassem até que os dois grupos ficassem frente a frente. Cruzou o olhar com seu irmão mais novo, não sabia como o garoto a via agora, mas ela sabia o que ele era pra ela. Não o via mais como seu irmãozinho como um dia tinha visto, ele nem ao menos parecia com o garotinho sorridente que costumava brincar, tinha ficado mais velho e mais bonito, e talvez o único motivo de ter reconhecido ele eram os olhos do pai. Aquele homem não passava de lembranças de verão, e o inverno havia chegado. Naquele momento esse era o único motivo de ao olhar para o inimigo ver família. Virou seu olhar para Jan, apesar de serem do mesmo sangue ele e o irmão pouco pareciam, o que fazia com que tudo o que visse era um homem velho e um pedaço de estrume que tinha causado a morte do homem que amou. Ficaram um tempo em silencio até que Jan falou.

- Lembro de vê-la correndo com os garotos, bem jovem e pequena, nunca imaginei que viraria uma rebelde, tão pouco uma falsa rainha... E você - olhou para Droenn - lembro de vê-lo atrás de minha filha, babando como um cachorro faminto por carne. - Talia olhou para o companheiro que mantinha os olhos em Jan e virou-se novamente para o Rei Baratheon

- Creio que eu seja tão ou menos rebelde que você, meu tio, não preciso lembrar quem é o usurpador aqui. - Disse mantendo seu olhar vazio para o homem. -, mas não viemos aqui esperando ouvir sobre o que você lembra ou não. - Olhou de relance para o irmão e voltou sua atenção para o rei. - Creio que tenha me chamado por ter alguma proposta para fazer.

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O rosto de Jan fechou ao ouvi-la provocando-o com a verdade, eram dois rebeldes de qualquer forma, apenas de pontos de vista diferentes. Sentiu vontade de saltar daquele cavalo e acertar o martelo em seu rosto, mas não era momento para aquilo, tão pouco tinha vontade de matá-la ainda barriguda. Podia ser muitas coisas, mas não era cruel a esse ponto.

- Não sou um homem de segundas chances - focou seu olhar no Stark -, mas seus irmãos imploraram tanto que eu fosse piedoso, que aceitarei a rendição de vocês. Basta entregar-se junto a Targaryen e todos lordes que se rebelaram irão ser perdoados, apenas entregando-me algum refém. - Focou os olhos na barriga da mulher, então voltou a encará-la, mais sério. - Fora isso, irei matar cada um de vocês, um por um.

Era notável alguns barris sendo movidos por carroças, pareciam bem pesados e manuseados com cuidado.

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As notícias eram como os ventos: anunciavam que tempos ─ ainda mais ─ difíceis estavam por vir. Enquanto dirigiam-se ao acampamento de Jan, a cavalo, seus pensamentos não eram os mais positivos. O vazio inconsolável de Talia era notável, mas, se a conhecia bem, sabia que a morte de Daeron só lhe daria forças para continuar o que o Targaryen começou.

Embora fosse evidente que não servia mais em seu corpo magro, a armadura de renome era ostentada por Jan Baratheon. Droenn olhou as feições do homem: gastas e velhas. Após os grupos ficarem frente a frente, o silêncio reinou e acabou com as palavras do rei:

─ Lembro de vê-la correndo com os garotos, bem jovem e pequena, nunca imaginei que viraria uma rebelde, tão pouco uma falsa rainha. E você ─ olhou para o Stark ─ lembro de vê-lo atrás de minha filha, babando como um cachorro faminto por carne.

Cravou de vez os olhos no rei, queria ouvi-lo. Talia manifestou-se.

─ Creio que eu seja tão ou menos rebelde que você, meu tio, não preciso lembrar quem é o usurpador aqui. Mas não viemos aqui esperando ouvir sobre o que você lembra ou não. Creio que tenha me chamado por ter alguma proposta para fazer.

Jan pareceu morder-se por um segundo com as palavras da mulher.

─ Não sou um homem de segundas chances ─ focou seu olhar no Stark ─, mas seus irmãos imploraram tanto que eu fosse piedoso, que aceitarei a rendição de vocês. Basta entregar-se junto a Targaryen e todos lordes que se rebelaram irão ser perdoados, apenas entregando-me algum refém. Fora isso, irei matar cada um de vocês, um por um.

─ Já fez proposta parecida antes, e não obteve sucesso. Por que acha que desta vez conseguiria? Julga-nos tão abaláveis assim, a ponto de aceitarmos porque o Targaryen se foi? ─ perguntou Droenn, com nada mais que curiosidade na voz.

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Assim que terminou de falar, notou o peso de suas palavras sobre Jan, quando sua expressão tornou-se carrancuda, o que satisfez a mulher. O homem virou-se para Droenn e sugeriu um novo acordo onde eles teriam que entregar reféns ou morreriam. O Baratheon olhou para sua barriga e voltou a encara-la, mas antes que a mulher o respondesse notou barris sendo carregados, o que puxou sua atenção. Sabia o significado daquilo e o que pretendiam fazer com eles.

─ Já fez proposta parecida antes, e não obteve sucesso. Por que acha que desta vez conseguiria? Julga-nos tão abaláveis assim, a ponto de aceitarmos porque o Targaryen se foi? ─ perguntou Droenn, ao seu lado o que fez voltar seu olhar novamente para o único rei vivo naquele momento.

Sentia-se vazia com a morte de Daeron, e provavelmente seu olhar mostrava isso. Quando ouviu as palavras de Droenn algo lhe veio a mente. Desviou os olhos novamente de Jan olhando para o chão ao seu lado.  Nunca tinha se sentido tão devastada até a morte de seu marido, e sabia que quando queria seus olhos diziam mais que ela mesmo conseguia, e agora tudo o que eles mostravam era uma mistura de vazio e tristeza.

─ Porque dessa vez eu vim esperando que isso tudo acabe - Respondeu Droenn num tom triste, subindo seu olhar do chão para Jan - Se isso é o que você precisa para que essa guerra acabe, será feito. Precisarei de alguns dias para convencer todos os senhores disso, na manha do quinto dia enviarei seus reféns aos portões e os abrirei para seu exercito, e então mais uma vez a guerra será sua, tio, e você vai poder sentar sua bunda velha na porra daquele trono - Falou seca para o homem. - Farei que aceitem seus termos, mas você terá de aceitar os meus.

Ajeitou-se no cavalo, aquela barriga era mais incomodo do que mentir. Mesmo que sua tristeza fosse verdadeira aproveitou-se disso. Tinha aprendido como mercenária que as vezes era necessário mentir para conquistar seu ouro, e provavelmente era isso que tinha feito até Volantis. Bebia, fodia, mentia e matava pra se sentir feliz, mas um dia percebeu que mesmo que tenha se sentido em família, era tudo superficial tirando algumas exceções como Brandyn, Serena, Droenn e Daven. Tudo o que fazia era não se envolver emocionalmente com o resto das pessoas pra não se machucar. E quando Daeron chegou isso mudou. Acabou se envolvendo e agora estava sofrendo como tentava evitar, mas pelo menos não faria a morte do Targaryen ter sido em vão. Seu filho nasceria e sentaria no trono que o Baratheon tinha tomado.

─ Droenn continuará como protetor do norte, você tirou dos Stark esse direito e pelo menos para isso essa rebelião de Daeron serviu. - Disse dando uma olhadela para o amigo que provavelmente tinha entendido o que ela estava fazendo- E deixará que eu saia com o meu filho dessa merda de continente. Quando esses portões se abrirem eu terei sumido e você não fará nada pra impedir, e quero que prometa não vir atrás de mim ou dessa criança e eu te prometo que ele não saberá de quem é filho e quem já foi sua mãe. - Terminou encarando o tio esperando que ele se decidisse.

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Os dedos enlameados de Desmond prendiam-se entre os engrenhados cabelos de Daeron, esticando os fios e raspando-os rente a raiz, distribuindo diversos cortes e feridas no topo da agora desnuda cabeça do rei. Rhaego notara que seus cabelos começavam a descolorir-se com o suor, fazendo com que pequenas pontas loiro-platinadas se tornassem visíveis entre as mechas azuladas que pendiam grudadas em sua testa. Para sua sorte não parecia-se em nada com um nobre.

— Preciso que alguém me bata. — Daeron sugeriu de súbito, confundindo os cavaleiros e Yohn Royce. — Continuo parecendo um nobre, mesmo sem o cabelo, preciso que meu rosto fique mais irreconhecível. — Insistiu, mas ninguém parecia disposto a voluntariar-se para socar o rei.

Aguardou alguns segundos, mas ninguém se manisfestou, alguns olhavam-no sem saber o que fazer, outros fingiam não ter ouvido. O tyroshi não escondeu uma risada com a situação, — não tivera muitos motivos para rir nos últimos dias, — o que atraiu a atenção do rei.

— Vamos lá, Rhaego, tenha a coragem que eles não tiveram. — pediu, não parecendo se importar com algumas porradas. Tinha de dar-lhe crédito por aquilo.

— Fiz um juramento, meu rei. — Aproximou-se, removendo os anéis e guardando-os. Socar a cara de um rei? Mesmo que fosse o seu rei, soava como um sonho. — Vivo para servir.

Daeron vacilou no primeiro soco, uma batida surda que o fez esfregar a língua contra a bochecha para engolir o sangue fresco. Rhaego aguardou por um instante, talvez o rei tivesse repensado sua ideia, mas voltou à sua posição e fez sinal para que ele prosseguisse. Aguentou firme os dois que se seguiram.

Um olho roxo e parte do rosto inchado, certificou-se de não quebrar nenhum dente. Se a ideia do rei era não parecer nobre, conseguira o que desejava, — com o topo da cabeça ferido e o rosto avolumado mais parecia um ladrão surrado, saído do fundo de uma barraca de curtumes da Baixada das Pulgas.

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Os pensamentos de Alayne a atingiam violentamente enquanto resistia, sentada e em silêncio. Podia sentir a barreira que havia criado dentro de si rachando outra vez, as pedras instáveis atingindo o chão sem reproduzir som algum. As lágrimas que ferviam dentro de seus olhos eram ácidas demais para saírem, então a queimavam por dentro.
A maldita guerra estava tirando tudo que lhe era querido, arrancava seus órgãos enquanto deixava o coração intacto, para que sofresse. E não havia lhe restado outra opção, por mais que camuflasse sua dor com o sangue em que se banhava nas batalhas, que faziam seu coração bater tão rápido como as asas de pequenos pássaros. Mas quanto mais rápido batia, mais as agulhas o perfuravam. E a dor estava ali, sempre.

A sensação confortável e acolhedora que havia sentido quando encontrara com Wyman ainda não havia lhe deixado. O afago de suas calorosas mãos ainda esquentavam as mãos frias da nortenha, que não estavam acostumadas com contato que não fosse o punho gelado de sua espada ou as frágeis penas com que escrevia.

Imensuráveis memórias lhe ocorreram ao ver o Lorde que tanto considerava, deitado em sua cama, como havia feito durante anos, impossibilitado de fazer qualquer outra coisa. E mesmo assim, a imagem do forte homem de risadas estrondosas e personalidade fervente e corajosa, se manteve ainda mais forte do que antes. Os olhos do Manderly viam muito além da expressão dura da Karstark, algo que apenas Henrik seria capaz de fazer, mas quando compartilharam a mesma dor atráves do forte vínculo que nutriam, soube que Wyman fosse talvez o único que entendia perfeitamente sua agonia, depois de tudo.

Mas ele se fora. E toda a dor e incapacidade que o homem sentia, haviam se esvaido, e Alayne pôde senti-lás em dobro. Assim como a fúria e o cansaço da agoniante guerra em que estava mergulhada, como um rio profundo, escuro e gelado em que precisava urgentemente emergir.
Wyman Manderly não havia condenado seu povo e jamais faria. Apenas Jordan, havia condenado a si mesmo e todos os seus seguidores, porém, como um impulso em meio ao nada, a loira decidiu que faria o possível para acabar com a guerra, antes que esta acabasse com ela e com qualquer chances de um futuro.

"Não fraqueje, minha querida, nunca. Isso será sua derrota."
E assim como quem havia lhe escrito tais palavras, não o faria, nunca.

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O rosto de Jan mostrou uma expressão um tanto quanto estranha ao ouvir as palavras da mulher, mas não demorou para concordar e dizer que tinha seus dias, depois deles, ele invadiria o lugar. Ambos grupos viraram-se para suas seguintes direções e galoparam, a rainha e seus companheiros em direção ao árduo caminho de volta para o Ninho. Em seu interior, o modesto salão dos Arryn estava cheio de lordes, comandantes e cavaleiros, todos num fuzuê agoniante de se presenciar, alguns brigavam e quase todos descordavam, procuravam soluções, desde estrategias para escapar daquela situação quanto rendição. Talia chegou escutar num certo momento alguém gritando que a vadia da rainha fora feita para parir e não para comandar, mas não conseguiu identificar a voz ou a pessoa.

Quando Lucan Arryn gritou altíssimo para que todos se calassem, todos o fizeram. O salão estava cheio de lordes nortenhos e do Vale, alguns cavaleiros e conselheiros, e muitos comandantes da Companhia Dourada. Ninguém parecia ter muitas esperanças naquela guerra e o ar negativo estava pesadíssimo ali.

Os nortenhos pareciam alegres com a morte do rei, algo de se esperar, mas estavam preocupados com o rumo que aquilo tomaria, não tinham mais homens para fornecer e os poucos que poderiam arrancar do norte, seria impossível de se trazer pela situação de lá.

Os lordes do Vale demonstraram estar piores, provavelmente se tivessem a chance de voltar no tempo, com toda certeza teriam expulsado a mulher e seus lordes da região. Alguns estavam furiosos pelas perdas precoces e desanimadores, outros desesperançosos. Acima de tudo, era notável o mágoa que carregavam do estandarte do dragão, estavam na mira de Jan e para nada.

O gigantesco grupo de mercenários que um dia alcançara o respeitado número de mais de dez mil homens, algo que para o Stark e a rainha que passaram tantos anos nessa vida era algo admirável, agora não passava de resquícios do que fora. Grande parte de seus homens seguiram o rei em direção a fonte de maior riqueza do continente. Agora, mesmo que ainda tivessem um pedaço grande de homens, não era comparável ao anterior. E isso irritara cada um deles, a ideia de ter deixado o bem estar de Essos para serem mutilados a toa nos Sete Reinos era absurda. O capitão-general da Companhia Dourada, Rydan Dragen, estava furioso. A esperança depositada na imagem que Daeron fosse o novo conquistador fora completamente destruída.

Talia e Droenn estavam em frente a multidão, enquanto Alayne estava enfiada entre os outros lordes nortenhos, observando silenciosa e pensativa.




O longo e largo campo intrigara o rei como nunca nada o fizera antes. Estavam no local onde o confronto decisivo da Guerra das Tormentas acontecera, a famosa Batalha do Tridente. O azulado observou enquanto caminhava ao lado de seus companheiros, o homem andando por todo local, enquanto o atravessavam, aparentava avaliá-lo. Barristan claramente mostrou não ter boas lembranças dali. Quando saíram do lugar, o velho já sabia que estavam próximos do Vale e falou que precisavam tanto de informações quanto de comida. Não tinham ideia das proporções que a derrota do exército tomara no continente, muito menos para onde Jan fora.

Rhaego e Cetim foram os escolhidos para deixar o pequeno lugar onde o grupo escondera-se, rumando em direção à uma estalagem da vila mais próxima. Encontraram algumas cabeças fincadas em espetos em sua entrada, mas ignoraram e continuaram seu rumo, indo direto ao lugar. Tinha duas manoplas de aço, vendidas poderiam render alguns dragões de ouro, bem úteis para que pelo menos não tivessem a barriga vazia até que chegassem no Ninho, só não sabia onde vendê-las.

Encontrou a estalagem e entrou, então deparou-se com o lugar cheio, cheio de figuras estranhas, tinham expressões sombrias e estavam todos armados, olharam-nos com desconfiança e focaram principalmente em seu cabelo azulado começando descolorir, alguns encaravam o arakh em sua cintura, não identificando o aço, mas estranhando a arma. Foi direto em direção ao balcão, ignorando os olhares, encontrando uma velha gorda que virou-se mal humorada para eles.

- O que querem?

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Jan ao ouvir as palavras da mulher fez uma expressão estranha, mas não demorou para aceitar o que ela havia proposto para ele. O homem sabia o tempo e a quantidade de suprimento que estaria gastando em um cerco, e sabia que para o inverno que viria, não podia gastar tudo isso. Disse que apos os dias que ela tinha sugerido eles invadiriam o Ninho. Assim que tudo foi dito viraram-se para direções opostas, Jan voltou para seu acampamento e Talia para o castelo.

Ao chegar no castelo convocou uma reunião no salão Arryn. O lugar tinha se tornado uma bagunça com todos aqueles senhores dando suas opiniões, mas manteve-se calada apenas observando e ouvindo. Em um momento até ouviu gritarem que ela era uma vadia que não devia cuidar desse assunto, mas apenas ignorou. Já tinha se acostumado com a visão que tinham das mulheres em Westeros, mas mais uma vez provaria que estavam errados. A bagunça acabou quando Lucan gritou mandando que calassem a boca, o que fizeram. A atenção de todos foi direcionada para a mulher que manteve-se calada por alguns segundos apenas olhando para os presentes. O clima mostrava-se pesado e claramente não botavam mais fé naquela guerra, mas precisava fazer que mudassem de ideia, precisava mante-los do seu lado. Assentiu para o lorde Arryn agradecendo pelo silencio e levantando-se.

- Provavelmente todos vocês sabem da conversa que tive com Jan Baratheon hoje, e talvez alguns saibam o que foi discutido naquele encontro. - Disse mantendo seu olhar vazio correndo entre as pessoas no lugar - Ouvi muitos aqui dizerem que uma rendição seria o melhor, e é isso o que Jan acha que faremos, mas não é a verdade- Falou vendo as pessoas começarem a falar questionando, manteve-se olhando até que se calassem novamente - Não estamos lutando por uma causa perdida como alguns disseram, e não vamos perder essa guerra. Olhem em volta, senhores, estamos no melhor território possível para acabar com cada um dos homens de Jan, e é isso o que faremos. Daqui a cinco dias ele irá entrar no castelo achando que abaixamos nossas armas e faremos o que ele fez com o nosso exercito. - Falou mantendo o tom de voz frio e alto o suficiente para que todos no salão ouvissem- Para fazer isso, mandaremos reféns para o homem, como ele pediu, mas não passarão de prisioneiros. Então ele terá confiança para avançar pensando ter em suas mãos poder de controla-los. Quando o exercito dele tiver entrado no vale acabaremos com eles, pegaremos eles em uma emboscada. - deu uma pausa antes de continuar. - Enquanto estive no acampamento do homem vi eles carregando barris de óleo, mas não usaram também, estarei com Jenna de refém de modo que ele não possa jogar sem matar sua própria filha. - Disse encerrando o básico do plano, o resto seria apenas estrategia, parou de falar por um tempo e virou seu olhar para o comandante da companhia dourada - Rydan, lembro-me de quando o conheci, lembro-me de tratar Daeron como se fosse de sua familia, e sei como ele via você. Sei que vocês entraram nessa guerra pelas riquezas que ela trará, e eu garanto que ainda terão muito o que saquear, mas também sei que existe honra até em mercenários - Virou-se em seguida para os nortenhos -E vocês - deu um pequeno olhar para o amigo ao seu lado, voltando aos outros- Quando entraram nisso queriam se vingar pelo casamento vermelho, e vocês sabem que Jan autorizou que aquilo acontecesse, alguma vez ouvi que o norte se lembra, então se não pelos Targaryen, lutem pela cabeça de Jan em uma estaca. - Por fim virou-se para os homens do vale - Na nossa reunião vocês disseram que cada um dos seus homens poderiam valer por vários deles, e eu acredito nisso, como acredito que o vale irá ajudar para que cada homem consiga acabar com o dobro do que vocês nos prometeram - Disse voltando a olhar para todos. - O filho de Daeron irá sentar naquele trono, isso posso prometer a vocês, Não sei se preferem entregar seus filhos nas mãos de um homem desonrado, mas eu irei continuar com isso e colocar o herdeiro de direito naquele lugar. Não só por Daeron mas pelo reino. Alguém reclamou do fato de eu ser uma mulher, mas talvez seja hora de vocês provarem que são homem o suficiente pra se manterem firmes e irem comigo para a guerra.

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Uma lufada de ar malcheiroso fez Rhaego retorcer o nariz ao entrar na estalagem. Certamente era vindoura ou das cabeças fincadas em espetos na entrada, ou dos sujeitos que encaravam-no carrancudos em seu interior, observavam seu arakh com desconfiança — homens claramente armados para batalha.

— O que querem? — Uma velha, gorda e sisuda, indagou-lhe no balcão. Não fizera questão de ser agradável.

— Hospitalidade. — Respondeu, prontamente. — Informação, suprimentos... tudo pelo seu devido preço, evidentemente. — Aproximou-se do balcão, com Cetim acompanhando-o de perto. Precisavam de comida, e como Barristan pontuara no Tridente, precisavam de informação.

— Somente um cavaleiro andante e seu escudeiro tentando sobreviver à tempos difíceis, minha adorável senhora. — Tomou as manoplas de aço das mãos de Cetim, repousando as sobre o balcão para que a velha pudesse as analisar. — Procuro vender isso, alguns dragões de ouro contribuiriam para que nós não morrêssemos de fome, se puder ajudar. — Sorriu, um sorriso falso que fazia tão bem. — Como eu disse, são tempos difíceis, tempos de guerra... Ouvi histórias sobre o exército do Veado ter esmagado o Dragão nos bosques, é bem verdade? Saber quais caminhos evitar durante a guerra é uma informação valiosa para qualquer cavaleiro andante, temo que eu esteja pouco informado sobre o desenrolar das batalhas na região.

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O salão escutou a rainha com bastante atenção, mesmo quem a não respeitava, afinal, naquela situação, todos esperavam uma solução, vinda da bastarda ou não. Quando ela finalmente terminou, murmúrios dominaram todo lugar, até que, por fim, os nobres começaram lançar suas dúvidas e críticas ao mesmo tempo, virando uma verdadeira confusão. Ao serem calados por um grito de Lucan novamente, a organização e o entendimento voltou.

— O que lhe faz achar que Jan é tão burro de cair em algo assim? — exclamou algum nortenho.

— Arrancaremos a língua dos tais prisioneiros para que não revelem-se que são falsos reféns? Jan está pedindo nossos filhos, não nossos irmãos. Como, pelos sete infernos, iremos convencê-los? — berrou um lorde do Vale.

— O que temos no pé desta montanha não é força suficiente para combatê-los, grande parte do que resta do seu exército está espalhado pelas redondezas e por não terem avançado ainda, creio que Jan esteja ciente disso também e preparou-se para um ataque surpresa — exclamou Melvan Melcolm, claramente não gostando do plano de Talia. — Nossos homens não podem entrar no Ninho, porque o único caminho está bloqueado e os poucos meios escondidos levariam dias para que um exército entrasse, e até lá os homens de Jan descobririam. Estamos num beco sem saída.

Até mesmo Lucan virou-se para ela, receoso daquele plano, esperando alguma resposta.




Inicialmente, olhou-lhe de forma desconfiada, mas depois de apresentar-se de forma decente e confiável, a mulher ficou mais tranquila.

— É verdade que os vermes de Porto Real mataram todos rebeldes. Mas você não precisa se preocupar mais com essa guerra, o exército foi para o Vale, cercar o restante dos rebeldes, creio eu — explicou a mulher.

— E foi bom o rei rebelde ter morrido, só nos trouxe miséria e aquele maldito dragão que queima tudo que vê pelo caminho — berrou um velho bêbado, no chão e escorado na parede alguns metros deles.

— Ignore-o, a fera queimou sua filha, desde então não sai deste lugar — disse a mulher.

Aquilo chamou bastante atenção da taverna. E com a atenção, os olhos de alguns homens caíram sobre o par de manoplas de aço.

— Olha só que belezinhas — disse um dos homens, surgindo ao lado de Rhaego e agarrando uma das manoplas para olhá-la bem. — Sinto muito, filho, mas aqui não é lugar para vender isso. Posso te levar onde vende, iremos para lá de qualquer maneira, não é mesmo, rapazes?

Uma dúzia ou mais de homens urraram, concordando, quase todos embriagados. Todos vestiam-se de coisas velhas, mas como Rhaego notara, feitas para batalha, como couro e cota de malha. Notou uma certa tensão da mulher ao ver aquele homem se aproximando.

— Eu quero essa garotinha pra mim — berrou um deles à Cetim, colocando a mão entre as pernas e apertando o pau.

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Ouviram a mulher com bastante atenção. Surpreendeu-se ao ver que até mesmo os que a tratavam como lixo esperavam da mulher uma salvação para o cerco que os aflingia. Quando terminou o que tinha a dizer o lugar voltou a ser uma confusão enquanto todos os lordes a enchiam de perguntas ou criticavam seu plano. Lucan gritou novamente esperando que se calassem e foi o que fizeram dando espaço para que apenas alguns falassem.

— O que lhe faz achar que Jan é tão burro de cair em algo assim? — Falou algum nortenho que não identificou

— Arrancaremos a língua dos tais prisioneiros para que não revelem-se que são falsos reféns? Jan está pedindo nossos filhos, não nossos irmãos. Como, pelos sete infernos, iremos convencê-los? — berrou um lorde do Vale, mas Talia se manteve em silencio esperando que se calassem novamente, sabia que perguntas como aquela surgiriam e contava com aquilo.

— O que temos no pé desta montanha não é força suficiente para combatê-los, grande parte do que resta do seu exército está espalhado pelas redondezas e por não terem avançado ainda, creio que Jan esteja ciente disso também e preparou-se para um ataque surpresa — Reclamou um lorde não gostando do plano de Talia. — Nossos homens não podem entrar no Ninho, porque o único caminho está bloqueado e os poucos meios escondidos levariam dias para que um exército entrasse, e até lá os homens de Jan descobririam. Estamos num beco sem saída.

A mulher apenas manteve seu olhar fixo e vazio nos homens que falavam. Por partes eles estavam certos, mas não deixaria isso transparecer, precisava de manter sua confiança para convence-los. Sem contar que desde o inicio sabia dos riscos que corriam, estavam em um cerco e em menor numero, se não lutassem dentro do vale, morreriam. Desistir estava fora de questão para a mulher. Por toda sua vida foram negados a ela qualquer tipo de direito por se apenas uma bastarda. Seu filho não era um bastardo e não viveria como um, Talia podia nunca ter tido sua mãe ao seu lado para ensina-la como ser uma, mas aprenderia com fogo e sangue ganhando aquela luta.

- Eu não disse em momento algum que Jan era burro, ele irá desconfiar até o ultimo segundo, e eu não pensei que seria diferente. Mas nós não precisamos da confiança do homem, precisamos que ele entre no vale e de preferencia com aqueles barris de óleo.- Disse rolando o olhar confiante pelas pessoas no salão, esperando que sua confiança fosse convence-los- Faremos também os nossos e os colocaremos para que derrube grande parte do exercito do homem com as explosões, será um caos, e é disso que precisamos. Sobre os prisioneiro, em partes você esta certo, senhor. Eu considerei isso como o pior dos cenarios, mas de fato não precisamos de prisioneiros, precisamos de herois dispostos a lutar pelos seus senhores e pelo que isso trará, não apenas herois, mas bons guerreiros. Nisso espero contar com vocês para consegui-los ou irei eu mesma procurar por homens que estão dispostos a se arriscar por uma causa. Quando Jan estiver dentro dessas muralhas e cair em nossa armadilha, não precisaremos de ter tantos soldados quanto o homem, nos precisaremos contar com táticas de batalha e bravos soldados. - Encerrou mantendo o olhar rodando pelas pessoas com uma expressão seria, esperava realmente que isso fosse o suficiente para ganhar de Jan. Esperava não precisar do plano B, afinal se precisasse quando a cavalaria chegasse não sabia se ainda estariam de pé.

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