Os infectados a cercar o caminhão eram incontáveis. James, Kyle e Matt ocuparam-se de distrai-los para que Robert e Dwayne conseguissem infiltrar e retirar Brad do caminhão tombado. Nos primeiros momentos, o trio não teve dificuldades: bastava andar por entre os vagantes e eles erguiam os braços e seguiam-nos como animais, apesar de alguns não demonstrarem tal ferocidade. O padre mantinha o fuzil mirado e sabia que para cada bala disparada, mais um grupo de mordedores aproximaria-se: ao ver a quantidade deles aumentando, deixou a arma repousar nas costas e puxou a faca, perfurando a cabeça do primeiro infectado que atreveu-se. Geralmente, os que atacavam eram os mais rápidos: emitiam sons incompreensíveis enquanto babavam sangue puro e corriam desesperados. Ver todas aquelas pessoas transformadas em algo tão ruim trouxe pensamentos negativos e memórias indesejadas para Kyle, que mesmo assim cumpria sua tarefa com êxito. James via-se cercado diversas vezes e acabava afastando-se mais do que preferiria dos companheiros ─ a primeira e única bala que viajou para a cabeça dum infortunado qualquer saiu da arma do loiro, que xingou tudo e todos quando teve de apertar o gatilho. Entreolharam-se os três e perceberam a avalanche de mortos-vivos caminhando em direção ao caminhão capotado.
─ Robert! ─ gritou James, enquanto empurrava uma das criaturas de seu caminho. ─ Melhor terminar isso rápido!
─ Já nos fodemos, vamos tentar limpar um pouco ─ Matt pegou o fuzil e começou a disparar, assim como Kyle com sua pistola.
Com sua faca, Dwayne passou ligeiro pelos mordedores e logo foi cercado, mas disse para o companheiro prosseguir na missão. Robert agachou-se para entrar na caçamba do caminhão, seguiu os rastros de sangue que levavam até a cabine do motorista e deparou-se com um Brad extremamente pálido e moribundo, tentando estancar um profundo corte no braço com a mão. Uma viga da carroceria perfurou-lhe a perna e ali ficou, aparentemente seria incapaz de andar.
─ É uma merda... ─ Brad tentou rir e acabou tossindo sangue. O arranhão no pescoço estava aberto e começava a roxear ─ Por que veio? Estou morto.
─ Não, não tá ─ falou Robert, inclinando-se para dar a volta e arrastá-lo para fora, mas o rapaz recusou, recolhendo o braço.
─ Você quer se matar?
─ Para com isso, caralho.
─ Por mais que eu saia daqui, vou te atrasar e acabará sendo comido por aquelas coisas ─ disse Brad, com certa dificuldade, repousando a cabeça na carroceria. ─ Quero que leve isso com você ─ a mão ensanguentada entrou na jaqueta e voltou com uma foto: Bradley, sua irmã e irmão juntos numa paisagem de outono. ─ Só leve e jogue na primeira fogueira que fizerem, é uma lembrança boa demais pra morrer comigo, desse jeito ─ era visível a vontade de chorar, mas ele segurava as lágrimas com o pouco de força que lhe restava. ─ Seus colegas tão com problemas, arranjarei um tempo pra vocês sumirem daqui o quanto antes.
Robert pegou a foto e olhou para a granada na outra mão de Brad.
─ Você não tá falando sério.
─ Queria não estar ─ lamentou-se.
─ É melhor me ajudar a te ajudar, eu não tô aqui pra acabar te deixando.
─ É uma pena ─ Brad apenas disse, e tirou o pino.
A explosão aconteceu segundos após o grupo distanciar-se e jogar-se no chão devido aos berros de Robert. Inúmeros infectados foram atingidos por pedaços da carroceria e acabaram-se no fogo; os que sobreviveram e os que eram atraídos pelo barulho, caminhavam feito loucos em direção ao que restou do veículo em chamas. Robert levantou-se, abriu a mão com a qual levava a foto e a viu vazia.
─ Robert! ─ gritou James, enquanto empurrava uma das criaturas de seu caminho. ─ Melhor terminar isso rápido!
─ Já nos fodemos, vamos tentar limpar um pouco ─ Matt pegou o fuzil e começou a disparar, assim como Kyle com sua pistola.
Com sua faca, Dwayne passou ligeiro pelos mordedores e logo foi cercado, mas disse para o companheiro prosseguir na missão. Robert agachou-se para entrar na caçamba do caminhão, seguiu os rastros de sangue que levavam até a cabine do motorista e deparou-se com um Brad extremamente pálido e moribundo, tentando estancar um profundo corte no braço com a mão. Uma viga da carroceria perfurou-lhe a perna e ali ficou, aparentemente seria incapaz de andar.
─ É uma merda... ─ Brad tentou rir e acabou tossindo sangue. O arranhão no pescoço estava aberto e começava a roxear ─ Por que veio? Estou morto.
─ Não, não tá ─ falou Robert, inclinando-se para dar a volta e arrastá-lo para fora, mas o rapaz recusou, recolhendo o braço.
─ Você quer se matar?
─ Para com isso, caralho.
─ Por mais que eu saia daqui, vou te atrasar e acabará sendo comido por aquelas coisas ─ disse Brad, com certa dificuldade, repousando a cabeça na carroceria. ─ Quero que leve isso com você ─ a mão ensanguentada entrou na jaqueta e voltou com uma foto: Bradley, sua irmã e irmão juntos numa paisagem de outono. ─ Só leve e jogue na primeira fogueira que fizerem, é uma lembrança boa demais pra morrer comigo, desse jeito ─ era visível a vontade de chorar, mas ele segurava as lágrimas com o pouco de força que lhe restava. ─ Seus colegas tão com problemas, arranjarei um tempo pra vocês sumirem daqui o quanto antes.
Robert pegou a foto e olhou para a granada na outra mão de Brad.
─ Você não tá falando sério.
─ Queria não estar ─ lamentou-se.
─ É melhor me ajudar a te ajudar, eu não tô aqui pra acabar te deixando.
─ É uma pena ─ Brad apenas disse, e tirou o pino.
A explosão aconteceu segundos após o grupo distanciar-se e jogar-se no chão devido aos berros de Robert. Inúmeros infectados foram atingidos por pedaços da carroceria e acabaram-se no fogo; os que sobreviveram e os que eram atraídos pelo barulho, caminhavam feito loucos em direção ao que restou do veículo em chamas. Robert levantou-se, abriu a mão com a qual levava a foto e a viu vazia.