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Mesa #004 - Made to Suffer

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Gulielmus
Josh
Chris
Prime
8 participantes

descriptionMesa #004 - Made to Suffer - Página 3 EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Os infectados a cercar o caminhão eram incontáveis. James, Kyle e Matt ocuparam-se de distrai-los para que Robert e Dwayne conseguissem infiltrar e retirar Brad do caminhão tombado. Nos primeiros momentos, o trio não teve dificuldades: bastava andar por entre os vagantes e eles erguiam os braços e seguiam-nos como animais, apesar de alguns não demonstrarem tal ferocidade. O padre mantinha o fuzil mirado e sabia que para cada bala disparada, mais um grupo de mordedores aproximaria-se: ao ver a quantidade deles aumentando, deixou a arma repousar nas costas e puxou a faca, perfurando a cabeça do primeiro infectado que atreveu-se. Geralmente, os que atacavam eram os mais rápidos: emitiam sons incompreensíveis enquanto babavam sangue puro e corriam desesperados. Ver todas aquelas pessoas transformadas em algo tão ruim trouxe pensamentos negativos e memórias indesejadas para Kyle, que mesmo assim cumpria sua tarefa com êxito. James via-se cercado diversas vezes e acabava afastando-se mais do que preferiria dos companheiros ─ a primeira e única bala que viajou para a cabeça dum infortunado qualquer saiu da arma do loiro, que xingou tudo e todos quando teve de apertar o gatilho. Entreolharam-se os três e perceberam a avalanche de mortos-vivos caminhando em direção ao caminhão capotado. 

─ Robert! ─ gritou James, enquanto empurrava uma das criaturas de seu caminho. ─ Melhor terminar isso rápido!

─ Já nos fodemos, vamos tentar limpar um pouco ─ Matt pegou o fuzil e começou a disparar, assim como Kyle com sua pistola. 

Com sua faca, Dwayne passou ligeiro pelos mordedores e logo foi cercado, mas disse para o companheiro prosseguir na missão. Robert agachou-se para entrar na caçamba do caminhão, seguiu os rastros de sangue que levavam até a cabine do motorista e deparou-se com um Brad extremamente pálido e moribundo, tentando estancar um profundo corte no braço com a mão. Uma viga da carroceria perfurou-lhe a perna e ali ficou, aparentemente seria incapaz de andar. 

─ É uma merda... ─ Brad tentou rir e acabou tossindo sangue. O arranhão no pescoço estava aberto e começava a roxear ─ Por que veio? Estou morto.

─ Não, não tá ─ falou Robert, inclinando-se para dar a volta e arrastá-lo para fora, mas o rapaz recusou, recolhendo o braço. 

─ Você quer se matar? 

─ Para com isso, caralho. 

─ Por mais que eu saia daqui, vou te atrasar e acabará sendo comido por aquelas coisas ─ disse Brad, com certa dificuldade, repousando a cabeça na carroceria. ─ Quero que leve isso com você ─ a mão ensanguentada entrou na jaqueta e voltou com uma foto: Bradley, sua irmã e irmão juntos numa paisagem de outono. ─ Só leve e jogue na primeira fogueira que fizerem, é uma lembrança boa demais pra morrer comigo, desse jeito ─ era visível a vontade de chorar, mas ele segurava as lágrimas com o pouco de força que lhe restava. ─ Seus colegas tão com problemas, arranjarei um tempo pra vocês sumirem daqui o quanto antes. 

Robert pegou a foto e olhou para a granada na outra mão de Brad. 

─ Você não tá falando sério.

─ Queria não estar ─ lamentou-se.

─ É melhor me ajudar a te ajudar, eu não tô aqui pra acabar te deixando.

─ É uma pena ─ Brad apenas disse, e tirou o pino. 

A explosão aconteceu segundos após o grupo distanciar-se e jogar-se no chão devido aos berros de Robert. Inúmeros infectados foram atingidos por pedaços da carroceria e acabaram-se no fogo; os que sobreviveram e os que eram atraídos pelo barulho, caminhavam feito loucos em direção ao que restou do veículo em chamas. Robert levantou-se, abriu a mão com a qual levava a foto e a viu vazia.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer - Página 3 EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Jennifer

Três dias passaram-se desde que o mar de mordedores os cercaram enquanto o grupo reunia-se na loja, forçando-os a pegar tudo de útil que achassem e partir floresta adentro. A ideia não era animadora, mas era do conhecimento de todos que arriscar-se na cidade era suicídio. 

─ Nunca mais voltaremos? ─ Olivia perguntava-lhe aquilo sempre, com a mesma voz triste que adquirira no início daquilo tudo, após o distanciamento de seu pai.

─ Daremos um jeito, querida ─ respondia Jennifer. 

─ E o pai?

Jennifer e o ex-marido separaram-se quando a menina tinha completado dois anos ─ mesmo com a distância crescente ao passar dos anos, Olivia e o pai mantinham uma forte conexão. A última conversa entre eles aconteceu dois dias antes do surto.

─ Ele ficará bem, não se preocupe.

Nos primeiros dias após deixarem a cidade, vagaram pela floresta de pinheiros e passaram as noites dormindo sobre o chão puro, no frio e na chuva. Olivia adoecera, mas felizmente a febre cedeu tão rápido quanto apareceu. Acharam um riacho após um longo dia de caminhada, e quando a comida começou a ficar escassa, James e Matt pegaram galhos das árvores e os afiaram para poder pescar ─ conseguiam apenas peixes pequenos e estes eram poucos. Mas os sobreviventes foram salvos do sofrimento quando um figura de rosto exótico deu as caras pela floresta num trailer: conversa foi, conversa veio, e o rapaz chamado Hans os deu boas-vindas a bordo. Acamparam ao lado do trailer, e viram-se sem comida outra vez, e como só os peixes não sustentariam, deveriam caçar também. 




Mapa do lugar: https://i.imgur.com/kZLgmt6.png

Vocês dormiam no trailer, a tenda cobre uma mesa com algumas coisas de comer (que agora não tem, porque vocês tão sem comida), balas e armas, etc. Interajam, saiam pra caçar, pescar, etc, e dica: distribuam armas que estão de sobra pra quem não tem.

A Jennifer tá sem aparência até eu achar uma que encaixe, mas vocês sabem o básico dela.

Dwayne [Guliel]
HP: 110/110
Vestimentas: Camisa social amarela sob jaqueta jeans, calças do mesmo tecido.
Armas: Baioneta M9

James [Chris]
HP: 120/120
Vestimentas: Camisa de manga longa preta por baixo de uma camiseta cinza, calça jeans.
Armas: P250 4 balas

Kyle [Josh] / Jill [NPC]
HP: 100/100 / HP: 90/90
Vestimentas: Calça jeans preta e camiseta branca com uma camisa cinza por cima.
Armas: M1911 3 balas

Robert [Gabriel]
HP: 100/100
Vestimentas: Um blazer negro, embaixo uma camisa social azul marinho com uma gravata bem ajustada na gola.
Armas: Glock 15 balas

Ellie [Babi]
HP: 100/100
Vestimentas: Regata de gola alta vermelha, sobreposta por uma jaqueta de couro preta.
Armas: USP 9 balas; M16 5 balas no pente; Facão velho.

Matt [Dwight]
HP: 100/100
Vestimentas: Camisa social preta, com o colarinho de reverendo no pescoço e calças de mesma cor.
Armas: Canivete tático; AR-15 sem balas; Faca.

Hans [Mr. F]
HP: 90/90
Armas: P2000 6 balas.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer - Página 3 EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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James afastou-se do grupo para satisfazer sua curiosidade sobre que havia no arquivo de Murph. Ocupado com a sobrevivência nos últimos três dias, só agora lhe veio um tempo para a leitura do papel. Sentou-se próximo árvore mais próxima da tenda, escorando-se nela e começando a ler o arquivo.

O escritos originais do arquivo ─ como dados e informações de Murph ─ estavam cobertos com corretivo, e uma letra bonita começava um texto no fim do papel.

"Querido pai,
por que você tinha de ser um alcoólatra fodido? E você, mamãe, por que você tinha de ser puta fodida? Vocês estragaram a minha mísera vida sem eu mesmo nem ter nascido. Vó Beth me batia, seus putos, tudo porque eu era o filho fracassado do filho fracassado dela. E vocês nunca tiveram a cara de pau de visitar a gente. Eu não era um cheirado porque eu queria, foi porque vocês putos me fizeram assim. Tio Mark e tia Zelia falaram comigo uma única e mísera vez, quando eu era criança, e então desapareceram, como todo o resto da família, me deixaram pra viver naquele buraco.
Não se preocupem, demorei quarenta e nove anos pra tomar a coragem e o fim do mundo me concedeu ela, estarei dando um fim no meu sofrimento hoje a noite.


De seu amado Murph."


Conforme lia as palavras, confuso ficara, arqueou uma das sobrancelhas. Por um momento começou a assimilar com a carta que guardara em seu bolso. Até por fim chegar no final da escrita e descobrir que era a letra de Murph que estava no papel. Amassou o papel após ler, começando a refletir. E tirou de seu bolso a carta que havia escrito para o responsável pela morte de seus pais.

Começara a notar que, embora situações diferentes, ele e Murph tornaram-se aquele tipo de pessoa devido a fatos da infância.

"Caro senhor Sawyer..."

Começara a ler, voltando a pensar no homem que havia matado. Teria lhe feito um favor? Inúmeras perguntas vinham a sua cabeça. Tirou um cigarro de sua carteira de Plàcido's, estava quase no fim. Colocou o cigarro na boca e começou a clicar o isqueiro para acendê-lo. O objeto falhava e a cada clique flashs vinham a sua cabeça, até no terceiro movimento se irritar e jogar o cigarro longe.

— Merda. — resmunga.

Guarda sua carta no bolso, enquanto a de Murph fica amassada e jogada no chão, permanece ali, observando o grupo.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer - Página 3 EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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O movimento calmo e vagaroso do riacho era relaxante. Observava atentamente a água indo para o seu destino, sentando em algumas das pedras que existiam na borda. O céu estava bem azul e limpo, simbolizando mais um dia simples naquela floresta. Refletia sobre seu lugar naquele mundo, sobre o que deveria fazer, sobre onde deveria ir. O grupo era formado por pessoas muito boas, mas estavam sem direção. Com poucos suprimentos e o mundo ficando cada dia mais perigoso, não saberia dizer quanto tempo poderiam durar.

Sou um fantasma na névoa, lembrava da frase de alguma música que não sabia o nome. Por alguma razão, via algum sentido na citação naquele momento. Todos nós somos fantasmas em uma névoa, onde não sabemos quase nada sobre o que essa névoa pode esconder. Quão longe estaria o grupo de alcançar um local seguro e uma vida de boa qualidade? Gostaria de ter alguma resposta, mesmo que ela fosse muito longe.

Jill sentou-se ao seu lado. Não a percebeu chegando, mas não se surpreendeu. Ela o encarava como se soubesse que estava mal, com uma expressão preocupada.

— Kyle, você está muito distante desde aquele dia. Estou preocupada sobre como está sua mente agora - disse ela, enquanto o irmão não parava de encarar o riacho.

Kyle suspirou por um momento e demorou alguns segundos para poder responder.

— Você não teve culpa, Jill. Não precisa mais se preocupar com isso ou com a minha mente. Eu estou bem.
— Não parece bem para mim - ela respondeu, e depois começou a observar o riacho também. - Você sabe que se precisar de algo, pode contar comigo. Estamos juntos nessa, irmão.

Kyle continuava a encarar as águas e apreciar o clima frio da manhã.

— Eu digo o mesmo - respondeu, com a voz calma de sempre. A irmã olhou de relance para Kyle e quis sorrir, mas o sorriso não ficou tão visível quanto ela gostaria.

Por alguns minutos, os dois ficaram em silêncio, sentados nas pedras, ouvindo o som das águas seguindo seu movimento.

— Você precisa ir dormir. Não é saudável passar tantos dias assim acordado - Jill quebrou o silêncio.
— Eu tentei, várias vezes. Mas os pesadelos não me permitem dormir.
— Se me permite perguntar... O que você sonha nesses pesadelos?
— O mesmo acontecimento daquele dia. Só que de uma forma pior. Bem pior.

Depois daquilo, Kyle levantou-se e foi caminhar pela floresta, deixando Jill sentada, refletindo sobre o que lhe foi dito.

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A respiração ofegante e o rosto ensopado por suor denunciavam o turbulento sono de onde Dwayne acabara de despertar. As imagens do pesadelo ficaram vívidas na sua mente por algum tempo, antes de ele finalmente pôr os pés no chão e se sentar sobre o pequeno sofá onde havia passado a noite. Coçou os olhos cansados, reparando que algumas pessoas ainda dormiam pelo trailer, seja na cama do fundo ou no colchão no meio da sala, como a porta estava aberta e faltavam alguns, assumiu que já haviam acordado. 

— Sono ruim? — falou Jennifer, que se ocupava em lavar uma caneca na pia. Com certeza havia reparado na forma repentina como ele havia acordado a poucos minutos atrás. Logo teve sua resposta:

— Sim. Porra, essa noite toda foi mal dormida pra mim, acordei de meia em meia hora... — olhou pela janela, observando o céu claro da manhã. Voltou a falar. — E você, tá tudo bem? Não consigo imaginar como é criar ela no meio disso tudo. 

— Difícil, muito difícil. Não sei o que se passa na cabecinha dela, com tudo se tranquilizando agora, ela parece estar mais calma, mas... Uma companhia faz falta pra ela, sabe? — pareceu se perder em seus pensamentos por alguns segundos, mudou o assunto logo em seguida. — E você, tem filhos? 

— Tenho um, mas bem mais velho que a sua. — abriu um breve sorriso. — Tava até na faculdade, mas voltou correndo pra mãe nos primeiros sinais desse surto. Sempre foi um garoto muito bom, era pra gente ter se reunido, mas tudo começou e bem... — se calou por um tempo. 

— Sinto muito...

— Não é dessa forma, sabe? Eu não sei o que realmente aconteceu, e isso me dá alguma esperança, me faz ir em frente. Mas não sei o que será daqui pra frente, eu tinha planos de ir ver qual seria dessa torre, mas agora penso em seguir meu rumo e ir atrás deles... — desabafou. 

— Seria uma pena não ter você aqui, mas eu te entendo... — ela olhou para a filha lá fora, através da porta. — Nem sei o que faria se tivesse separada dela, eu... Desculpe, eu nem te agradeci pelo que fez aquele dia, se não fosse por você, eu nem sei o que teria acontecido. — Dwayne se colocou de pé, depois de calçar as botas. 

— Que isso, tranquilo, sei que faria o mesmo. Falo com você mais tarde, Jenny. — saiu para fora do acampamento, mesmo sem nem ter em mente qual rumo seguiria. Reparou em Sawyer um pouco afastado da tenda, jogando um cigarro no chão. Acenou para ele e rumou até o lago, onde viu Robert brincando com Olivia, achou uma boa ideia ir falar com ele sobre o seus planos. Foi com quem mais conversou durante esse meio tempo, e acharia bom falar com ele primeiro, principalmente por ainda nutrir um interesse na Torre. No caminho, também reparou em Kyle e sua irmã um pouco mais afastados, pareciam conversar. 

— Disputando arremessos com uma criança, Rob? Por quê não pega alguém do seu tamanho? — abriu um sorriso, trocando olhares com a menina que parecia risonha. Também apanhou uma pequena pedra e a jogou no lago.

— Eu não sou uma criança, já tenho 11. — o respondeu, depois de um curto arremesso no lago.

— Claro, claro, erro meu... Será que posso falar com seu treinador? — olhou para Robert, com um tom mais sério dessa vez.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer - Página 3 EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Foi um dos primeiros acordar dentro daquele trailer, levantou-se bocejando e caminhou lentamente em direção à porta, abrindo-a com o mínimo de barulho possível, tentando não acordar ninguém, mas antes de fechá-la, sentiu uma pressão atrás dela e virou-se para ver o que era, deparando-se com a garotinha agoniada. O dia de caminhada na floresta foi útil para que pudesse conversar com a mãe e a filha, criando uma pequena relação com as duas durante o longo tempo que passaram afastando-se da cidade, e viu que mesmo ainda pouco segura de si, a garotinha parecia mais confortável ao seu lado.

- Qual o problema, baixinha? - questionou, abaixando-se até ficar cara a cara com ela, dando um sorriso carinhoso.

- Eu não estou com sono e todo mundo está dormindo - reclamou ela.

Olhou-a por alguns segundos, então sorriu novamente.

- Já tentou quicar pedrinhas num lago múltiplas vezes antes de afundarem?

Olivia parecia ainda triste, mas ocasionalmente via um sorriso ali e aqui, alegrando-o que estava conseguindo distraí-la da péssima situação que estavam. Os alimentos estavam escassos, os peixes não eram o suficiente, logo teriam de caçar e quando aquela fonte finalmente terminasse, logo teriam de ir atrás de suprimentos na cidade e temia o que poderia acontecer. Tenho certeza de ainda haver caixas de alimentos dentro de minha torre para os funcionários, mas chegar lá será um desafio e tanto, talvez impossível. Observou-a errando várias vezes e começando irritar-se, então aproximou-se, deu algumas dicas, falando para que jogasse com mais calma e suavidade, ajeitou seu bracinho e incentivou-a jogar naquele momento, resultando numa melhora que deixou-a mais alegre e sorridente.

- Disputando arremessos com uma criança, Rob? Por quê não pega alguém do seu tamanho? — disse Dwayne, surgindo de repente, sorrindo.

- Estava esperando a bela adormecida acordar de seu sono profundo para iniciar uma competição, e tenho certeza que a garota tem um desempenho melhor que o seu - respondeu o companheiro, devolvendo o sorriso.

- Eu não sou uma criança, já tenho 11 — respondeu Olivia, depois de um curto arremesso no lago.

Observou-lhe catando uma pedra do amontado que reunira para garota e jogando no lago, fazendo-a quicar três vezes antes de afundar.

- Bem, talvez eu esteja errado - admitiu, coçando a nuca.

- Claro, claro, erro meu... - respondeu Dwayne a reclamação da menina. - Será que posso falar com seu treinador?

Notou o olhar sério, então pediu para que a garota continuasse jogando enquanto os dois adultos teriam alguns minutos para conversar. Os dois afastaram-se dela, e Robert encarou-a brincando por mais segundos antes de virar-se à ele.

- Algum problema?

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— Sim... — voltou o olhar pensativo para a menina, a assistindo jogar mais pedras no lago. — Eu to pensando em partir atrás do meu filho. Como você falou naquele dia, ele ainda é minha prioridade, sempre foi desde o dia que eu coloquei os pés naquele acampamento. Aconteceu muita merda desde então, e todo esse lance da torre e vocês, meio que me desvirtuou, saca? — o encarou novamente. — Eu me sinto um pouco responsável por todas essas pessoas, assim como você também deve se sentir, mas eu não sei, temos muita gente boa aqui, talvez meu filho e ex-mulher precisem mais de mim do que vocês... — fez mais uma pausa antes de voltar a falar. — Você tem a Torre, e mesmo que tenha ficado meio calado sobre esse assunto nos últimos dias, talvez ainda seja uma boa falar nela... — o futuro dos dias seguintes lhe era incerto, mas ele sabia que ia acabar tendo que sair uma hora ou outra, só pensava em talvez o fazê-lo quando todo o grupo estivesse em segurança, o que Torre Connor parecia proporcionar.

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- Bem, colocar seu filho como prioridade é entendível, mas depois de encontrá-lo, o que fará? - questionou o homem. - Quero dizer, seu atual objetivo é ele, e quando tê-lo ao seu lado, qual será? Um lugar seguro para que ele viva, óbvio. Mas o que impede de acabar encontrando um grupo liderado por um homem como o russo? O mundo claramente deixou de ser aquele caos controlado, agora todos loucos estão soltos e, sinto muito pelas palavras, é bem possível que você acabe tendo um trágico final antes de encontrá-lo ou pouco depois.

Virou os olhos em direção ao riacho, observando a água cristalina movendo-se em direção ao horizonte, sumindo em árvores distantes. Seu rosto estava mais sério, carregando um pouco de culpa.

- Julguei Bradley desde o momento onde colocou seus pés em minha frente - pegou uma das pedrinhas e jogou-a no rio, ainda encarando-o -, e não me arrependo dos questionamentos iniciais, mas mesmo quando mostrou-se digno de confiança, mesmo sacrificando-se, continuei depositando desconfianças e julgando-o indigno de salvação. Na hora, sinceramente achei o certo, mas pensando agora, notei que aquilo além de desumano, dava o primeiro passo para que eu fosse como os maniacos que dizimaram famílias no acampamento, friamente - olhou para baixo. - No final, meu incentivo em irmos à loja acabou criando uma discussão que comeu o tempo que podíamos ter salvado-o.

Viu Olivia tropeçando e molhando-se no riacho, fazendo-o sorrir, antes de voltar a ficar sério e finalmente devolver o olhar à Dwayne.

- O que quero dizer com isso tudo, é que as pessoas que estão conosco serão nossos companheiros até onde sobrevivermos, e um dia precisarão de nós dois - falou, então deu um sorriso de canto. - Você querendo ou não faz parte do grupo, e querendo ou não teremos de sair daqui uma hora. Não me esqueci da Torre, nem de seu filho. Assim que colocarmos nosso grupo em seu interior, em segurança, eu mesmo irei com você e talvez com mais alguns em busca de mais sobreviventes e, especialmente, seu filho. Combinado? - estendeu a mão, esperando que ele a apertasse.

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Aceitou o gesto com gratidão, lhe devolvendo um firme e forte aperto de mão. Voltou seu olhar para a outra margem do lago, onde uma fechada mata, tomada por longos pinheiros, se proliferava. Dwayne tinha o rosto carregado por uma expressão de alívio, sentia que falar sobre aquele assunto havia tirado um pouco do peso em suas costas.

— Valeu mesmo pelo apoio, Rob. Como eu falei, todo esse lance da Torre meio que entrou no meu foco justamente por ser o lugar mais seguro que eu teria para oferecer a eles, saca? Na última vez que a gente manteve contado, Vanessa me disse que o exército tava movendo todos aqueles refugiados para fora da cidade, talvez um lugar seguro. Quero dizer, a gente tá no meio de Nova Iorque, imagina o quanto de mordedores devem estar andando pelas ruas nesse momento, cair fora daqui é realmente uma boa, talvez se manter no meio do mato como a gente tá agora... — voltou a encará-lo. — O que eu quero dizer é que talvez se eu for até eles, acabe os encontrando em um estado melhor que o meu, assim como o contrário. Depois do que eu vi acontecer lá no Central Park, com o russo e os rebeldes, minhas preocupações e o meu senso de urgência aumentaram bastante. — suspirou. — Mas bem, eu realmente pretendo continuar com vocês se o nosso objetivo for a Torre, concordo com todo esse lance de sermos um grupo e tal...  

Se virou para o trailer, observando a floresta que circundava os arredores do acampamento, conseguindo identificar Kyle sumir em ao bosque, aparentemente pensativo.

— Bem, sobre esse lance do Bradley, você não tem o que se culpar. Ainda acho que daria pra ter tirado o cara de lá, toda aquela merda foi mais uma escolha dele, acima de tudo. — não sabia se acreditava no que dizia, mas achava aquilo a melhor perspectiva. — Vamos deixar isso pra lá e pensar no agora, e agora a gente tá com falta de alimento. — caminhou mais a fundo pela margem, se aproximando o lago. — A gente podia tentar pescar, dá até pra ver alguns peixes daqui, não deve ser muito complicado pegar um.

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Guardou no bolso a carta para o Sawyer original e decidiu ir até o riacho, uma leve dor de cabeça estava lhe incomodando, iria enxaguar seu rosto para dar uma aliviada. Chegando nas margens do riacho, reparou a presença de Kyle e Jill sentados conversando, ao passar por eles, cumprimentou.

— Bom dia, Raggedy Ann. Onde está o Andy? — disse com seu sorriso malicioso. — Belo dia para um nado, hum?

Tirou as duas camisetas e dirigiu-se até o riacho, se agachando na beira e enchendo a mão de água, jogando em seu rosto e nos cabelos. Vestiu apenas a camiseta de manga curta, encharcando a outra e passando em sua testa, tentando aliviar a dor de cabeça.

Robert e Dwayne conversavam próximo a ele, enquanto Olivia brincava mais afastada.

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- Sim, a garota está divertindo-se agora, mas logo estará com fome, assim como já estamos agora - salientou à Dwayne, observando-a, então virou os olhos para estacas de madeira feitas anteriormente, pegando uma e jogando ao negro, enquanto pegava a sua própria, notando a presença do loiro lavando-se em frente. - Ei, loiro, se quiser ajudar eu e Dwayne a pescar, só pegar uma estaca ali.

Então a dupla adentrou no riacho, esperando o momento certo para atacar.

- É hora do show, porra - exclamou enfiando a estaca no riacho e esperando pegar o maior número de peixes possível.

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— Obrigado pela oferta, Tommy Gun, mas vou passar. — respondeu ainda com a camiseta molhada na cabeça.

Jogou a roupa no chão, e notou um manual de carro velho jogado. Pegou o objeto e começou a folhear. Sentou-se próximo dos companheiros que pescavam e começou a falar.

— Eu já dormi com uma funcionária sua. Uma asiática. — disse para Robert, sem o olhar, ainda lendo o manual. — Mundo pequeno, não?

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Pegou a estaca e deu alguns passos para dentro do riacho, não antes de tirar as botas e levantar as barras da calça. Examinou os peixes dentro da água, tentando encontrar o momento exato estocá-los com a ponta da madeira, errando um bocado de vezes. Enquanto isso, ouvia Robert convidando Sawyer, que recusou: 

— Qual o problema, cowboy, teu velho nunca te ensinou a pescar? — soltou um riso, se lembrando do próprio pai. Comentou: — O meu me levava pra pescar uma vez por mês quando eu moleque. O médico que sugeriu quando ele pegou gota, dizia que precisava reduzir o stress e tal... — riu novamente, se lembrando desse tipo de preocupação, que agora parecia pífia. — Bons tempos...

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— Qual o problema, cowboy, teu velho nunca te ensinou a pescar? — disse Dwayne.

Sawyer mudou a feição incomodada pela dor de cabeça para uma mais séria. Olhou para Olivia brincando feliz, e lembrara de quando era criança.

— Não, não ensinou. — respondeu retomando a consciência.

— O meu me levava pra pescar uma vez por mês quando eu moleque. O médico que sugeriu quando ele pegou gota, dizia que precisava reduzir o stress e tal... — riu novamente, se lembrando desse tipo de preocupação, que agora parecia pífia. — Bons tempos...

Voltou seu olhar para Jill que estava mais afastada, estranhando o motivo de estar sozinha.

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Acordou num susto, tivera um pesadelo. Nele, uma dessas pessoas, que agora ele abrigava, o matava com uma faca. Ainda pensava porque havia lhe dado tal ajuda. Seria por causa da pequena criança? Talvez, mas como? Nunca ligou para seus tantos filhos na Europa e agora arriscaria ele e o trailer por uma criança? Talvez a imagem de uma pessoa comendo a outra o tenha mudado. Confuso, Hans levantou. Dormiu a noite no banco do motorista, tentou dormir ao menos.

Em seu pulso esquerdo carregava um relógio simples mas que ainda funcionaria por anos, encontrou no chão dias atrás. Cinco horas da manhã indicava. Saiu do trailer e foi até o riacho, lavou a cara e retornou, a barriga roncou. Pegou sua cadeira de praia que mantinha pendurada ao lado do veículo, usou a escada traseira e subiu, sentou.

Seria mais um longo dia.

Ao passar da manhã viu as pessoas saindo do trailer e interagindo, calou-se ao perceber que ninguém o notou. Mais alguns minutos se passaram.

- É melhor alguém caçar! Vi um veado por aqui antes, nós vamos ficar com fome. - Gritou para que todos ouvissem.

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Matt acordou bem, talvez fosse um dos únicos ali a não ter pesadelos. Quando abriu os olhos, ainda meio sonolento, pode ouvir Dwayne conversando com Jennifer sobre algo que entrou em um de seus ouvidos e diretamente saiu pelo outro. Sentou-se na beirada da cama e espreguiçou-se, esfregando os olhos para repelir a sonolência e observando melhor o lugar. A porta se fechava no momento em que seu cérebro fora capaz de captar a mensagem, e apenas Jennifer permanecia em pé junto a pia. Ao seu lado, a única ainda dormindo era Ellie, esticada num pequeno colchão e aparentemente sem pretensão de acordar tão cedo. Revirava-se inquieta e uma poça de baba formava-se perto de sua boca.
Aparentemente algumas coisas nunca mudavam.
Puxou um cigarro do bolso e acendeu-o, dando uma longa tragada enquanto espiava por entre a janela do trailer o movimento do lado exterior. Limpou o queixo de Ellie com o polegar e levantou-se em seguida, atravessando o veículo e cruzando sua porta.

— Dia. — Tirou o cigarro dos lábios para cumprimentar Jennifer, saindo rapidamente para fora.

O sol forte inundou-lhe a visão abruptamente, mas adaptou-se dentro de alguns segundos. Robert e Dwayne estavam dentro do riacho tentando pescar os peixes do local com gravetos, enquanto a pequena jogava pedrinhas sobre a água e Sawyer os observava, sentado à beira.

— É melhor alguém caçar! — Assustou-se com a voz vindo de cima, virou-se rapidamente e pode avistar Hans sentado no topo do trailer. — Vi um veado por aqui antes, nós vamos ficar com fome. — O homem podia aparentar ser um tanto estranho, mas parecia também ser uma boa pessoa, havia-os deixado ficar, afinal.

— 'Cê quer me matar do coração, porra. — Matt ainda estava meio adormecido, o grito lhe pegou desprevenido. — Você 'tá se oferecendo para ir junto ou só jogando a ideia? Tanto faz também, não que eu ligue, não me importa... — Voltou-se novamente para dentro do trailer, resmungando e sem ouvir a resposta do homem. Costumava acordar de mau humor.

Revirou suas coisas e tudo que tinha eram duas lâminas e uma carabina sem balas, não seria fácil matar um veado com um canivete. Porra, reclamava até mesmo em pensamento, mas que caralho.
Ellie balbuciou algo enquanto se virava no colchão.

— Ellie. — Chamou, mas ela apenas se virou para o outro lado. — Ellie... — Elevou sua voz, tentando despertá-la.
— Só mais cinco minutinhos... — Ela resmungou, ainda sem acordar totalmente.
— Eu deixo você atirar em algo, algo vivo. — Falou . — Você tem 4 minutos pra me encontrar na rua com a sua arma carregada. — Levantou-se e virou em direção a saída.
Ela já estava em pé à altura em que ele chegou na porta.

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Ao ouvir o que Matt disse até assustou, fazendo com que acordasse de verdade. Olhou em volta vendo que era a ultima a despertar e levantou-se. Foi até a pia e jogou um pouco de água em seu rosto, e pegou sua jaqueta vestindo-a. Prendeu o fuzil em seu ombro, em seguida checou as balas da pistola e colocou a mesma e o facão em seu cinto. Saiu do trailer e olhou as pessoas do grupo, não tinha amizade com nenhuma delas e pouco havia conversado, então foi até o pastor ignorando todos eles.

- Então, com que vamos nos divertir? - Perguntou ao homem com o mesmo sorriso de sempre no rosto.

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As inúmeras coníferas cresciam altas em volta de Matt e Ellie. O veado que perseguiam era ligeiro: nas várias tentativas de aproximar-se para alcançar um disparo limpo, Ellie fazia-o correr. Quando o animal cansou-se de afastá-los do trailer, a pistola da moça fez um único e silencioso pew que o derrubou de vez. 

─ Se tivesse me contado que seria tão difícil, poderia ter feito o serviço eu mesmo ─ provocou Matt, aproximando-se do veado. 

─ Você ia o fazer correr tanto que estaríamos fora da cidade quando conseguisse matar ─ Ellie deu uma risadinha sarcástica. Assim que colocaram a mão nos chifres do animal para arrastá-lo dali, o som dum ferrolho a ser puxado os fez levantar os olhos. 

─ Parece que o almoço que tanto persigo desde o nascer do sol caiu em outras mãos ─ disse a mulher, mirando na dupla com um rifle. ─ Quem são vocês?

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─ Parece que o almoço que tanto persigo desde o nascer do sol caiu em outras mãos ─ A mulher surgira do meio do nada, puxando o ferrolho de sua arma.

— Parece que somos mais rápidos com o gatilho. — Ele sorriu, soltando os chifres do animal e deixando sua cabeça despencar ao chão, erguendo as mãos no processo.

─ Quem são vocês? ─ A arma estava apontada para eles, mirando-os.

Voltou o olhar para Ellie, sinalizando para que ela se acalmasse e abaixasse a arma. Conhecia a impulsividade da mulher e não queria correr o risco com um rifle mirando para sua cabeça.
— Somente um casal tentando não morrer de fome, e nem de nenhuma outra maneira. Matthew, prazer, e essa é Ellie. — Falou, tentando diminuir a tensão. — E você, quem é? Não é perigoso andar sozinha por aqui?

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─ E como é ─ a desconhecida abaixou a arma e aproximou-se, estendendo a mão para qualquer um dos dois ─ Lena. Como vieram parar aqui? Antes de tudo virar de cabeça pra baixo, a televisão dizia que as zonas de quarentena eram os lugares mais seguros da cidade ─ disse, um tanto irônica.

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─ E como é, ─ a desconhecida abaixou a arma e aproximou-se, Matt cumprimentou-a. ─ Lena. Como vieram parar aqui? Antes de tudo virar de cabeça pra baixo, a televisão dizia que as zonas de quarentena eram os lugares mais seguros da cidade ─ disse, um tanto irônica.

─ É, acontece que a nossa não era tão segura quanto diziam, foi pra merda igual todo o resto e acabamos voltando para a selva ─ Ele sorriu, não precisava entrar nos detalhes sobre o que aconteceu, não agora pelo menos ─ E você, teve a mesma experiência? 'Cê tá realmente sozinha aqui fora?

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A dor de cabeça de Sawyer parece aumentar.

─ Alguém tem uma aspirina?

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Após cumprimentar Matt, Lena sentou-se numa das rochas ali perto, ciente que a mulher não apertaria sua mão. Ouviu o rapaz, afiando a faca que levava na cintura. 

─ Sim, mas há alguns dias, apenas. Eu os chamo de rebeldes. Ajudei eles a tomarem o poder e na primeira busca por suprimentos, trancaram o lugar, com medo dos militares. Eles não ligam pra ninguém, era cada um por si. Meu grupo ficou de fora para os infectados devorarem ─ disse ela, encarando a lâmina. ─ Éramos quatro, e no segundo dia tentando sobreviver na cidade, o primeiro morreu, de alguma forma inexplicável. Brigamos devido à desconfiança e cada um seguiu seu rumo ─ Lena guardou a faca e deu uma longa e suspeitosa olhada no casal, aparentemente deduziu que não estavam sozinhos. ─ Um padre, uma bela moça e armas pesadas. Onde está o resto do pessoal? ─ perguntou, dando um sorriso curioso.

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Revirou os olhos pela simpatia que Matt tratava a estranha, por ela ja estaria com a arma na cabeça da outra. Manteve-se agachada perto do animal que tinha matado minutos atrás enquanto ouvia sem se meter a conversa dos dois, mas no rumo que seguia a conversa, em pouco tempo o "bom pastor" chamaria-a para tomar um cafézinho no acampamento. Levantou-se enquanto a mulher dizia sobre seu antigo grupo, olhou curiosa para ela, desconfiada com aquilo. Deu um sorriso fingindo simpatia ao ouvir a pergunta sobre o grupo.

- Armas pesadas não é nosso problema, o padre pode ser fraco, mas a bela moça  carrega sem problemas - Disse se metendo antes que Matt falasse a verdade. Fingiu um pouco de tristeza transformando seu sorriso em uma expressão seria enquanto olhava para a mulher- Quando saímos da área de quarentena nosso grupo se dividiu, pegamos tudo o que conseguimos e por dias estamos vagando, sem nenhum sucesso em encontra-los. - Suspirou e mostrou animação em seu rosto - Onde você esta ficando? Essa noite dormimos em uma clareira, ter um teto não seria nada ruim, poderiamos até dividir nosso veado - Disse sorrindo novamente

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─ Eu não tenho um teto ─ Lena puxou a mochila que carregava nas costas e de dentro tirou uma manta dobrada. ─ Durmo sobre isso, em qualquer lugar propício ─ ela suspirou, era visível o desânimo de sua parte quanto àquela conversa. ─ Vocês não conseguiram essas armas sozinhos, nem eu consegui, confesso que peguei o rifle do falecido. E também confesso que observei alguns de vocês quando chegaram aqui, peço perdão pela mentira. Se não querem me levar até o grupo, nós nos damos as costas e seguimos nossos caminhos. Mas eu levarei este viado, queira ou não.

Última edição por Prime em Dom Abr 10 2016, 21:28, editado 1 vez(es)

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