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Mesa #004 - Made to Suffer

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Mesa #004 - Made to Suffer 8b25784db97a2528223c5a2d5cdb2673

Henry

Estava ali há cinco dias. Os militares recusavam-se a dar informações detalhadas, e tudo que podia fazer era recolher-se até sua tenda ─ onde dormia com mais cinco pessoas ─ e esperar por notícias de Bella, sua esposa. Era quase impossível reconhecer a beleza do Central Park: fileiras de tendas foram montadas em cada espaço de grama disponível, as maiores comportavam os enfermos e as menores para os demais refugiados. Haviam duas ainda maiores, situadas no norte e no sul do parque e, segundo boatos, serviam para o extermínio dos infectados. Os militares eram extremamente rígidos quanto à doença, realizavam testes diários afim de abaixar a taxa de doentes nas zonas de quarentena do país e quando recebiam queixas dos mínimos sintomas, isolavam o indivíduo e qualquer piora no quadro significaria a morte. Construíram uma cerca de alta voltagem em volta de todo o parque e reforçaram-na com concreto, nunca via-se a cidade lá fora, e poucas eram as pessoas que chegaram a ver um infectado em ação e sobreviver para contar a história. Os contos eram contraditórios, em uns, os doentes eram extremamente lentos, noutros, violentos, rápidos e mortais. Ouviu-se diversas especulações sobre o vírus: uns diziam que era o começo de uma guerra biológica iniciada pela Rússia, outros comentavam ser obra dos extremistas islâmicos determinados em concluir a missão de purificar todo o mundo. Henry ignorava tudo aquilo e também não fazia questão de entender. A única coisa que importava para o homem era proteger a esposa e o filho que ela carregava na barriga.  

Jipes e caminhões iam e vinham pelo acampamento, trazendo suprimentos, armas e pessoas ─ na maioria das vezes, famílias inteiras desciam. Pelo armamento pesado que os soldados transportavam, a ameaça era grande. A história dos velocistas mortos é verdadeira, pensou, enquanto via inúmeras caixas de munição, lança-mísseis e granadas, tudo sendo transportado para cabana maior, ao sul. Henry tentava observá-las ao máximo: na última conversa que tiveram, seu pai havia dito que estaria indo para o Central Park. Sentia falta do velho e começava a preocupar-se, morava em Baltimore e as autoridades repetiam que as estradas deviam ser evitadas. Desta vez, um grupo diferente de pessoas chegou, despertando a curiosidade do rapaz ─ logo pensou serem rebeldes infiltrados, uma vez que o padrão era raramente quebrado.

Uma sirene soou e anunciou o almoço. No mesmo instante, pessoas começara a sair de suas tendas, algumas até desesperadas para chegar cedo. Henry tratou de ser um dos primeiros, e sempre que olhava para trás, via uma enorme fila estendendo-se até onde não conseguia enxergar mais. No rosto de todos, estampavam-se o mau-humor e a raiva. Henry não os culpava: estavam sendo tratados da pior maneira possível.
─ Agiliza essa merda! ─ o casal em frente xingava a moça no balcão.
─ Estamos com fome! ─ gritava alguém de trás. E mesmo assim não adiantava. Qualquer um poderia ver que se aquela situação se agravasse, a desordem iria reinar. Quarenta minutos se passsaram, até que conseguiu.
─ São dois almoços ─ murmurou, abrindo a sacola.
─ Não são.
─ Como não? Eu trouxe a identificação da minha esposa.
─ Estamos enfrentando um sério problema quanto aos alimentos, e temos de racionar. Lamento.
─ Você não está entendo. Isso mal dá para uma pessoa comer, imagina duas. Minha esposa está grávida, por favor.
─ Sai daí, porra! ─ berrou um qualquer na fila.
─ Se o senhor não se retirar, terei de tomar atitudes.
Antes que pudesse resmungar, uma rajada de tiros foi ouvida, e outra, e outra. As pessoas na fila foram baleadas, homens surgiram por trás do balcão e cortaram a garganta dos militares e dos funcionários. Bella... Desatou a correr, desesperado ─ ao redor, pessoas faziam o mesmo. Soldados caíam, uns esfaqueados, outros baleados ou espancados até a morte. Henry começava a entender a situação.

Quando entrou na tenda, deparou-se com a esposa, amarrada numa cadeira, ao lado de um desconhecido armado. Estava pavorosamente calmo, de vez em quando sorria.
─ Shhhh... Quieto... ─ disse o homem, calmo, apontando a arma para a cabeça de Bella, que não exibia machucados. Henry olhou ao redor, e viu que estavam sozinhos, também notando no rapaz as vestimentas dos funcionários. ─ Esta é a filha do Coronel Cooper, não é?
─ Sim ─ estava claramente apavorado. ─ Não toque nela!
─ Acalme-se. Agora, você me dirá onde encontrar o maldito do Coronel Cooper.
─ O que você quer com ele?
O homem apenas destravou a arma e aproximou-a mais da mulher.
─ Fileira dois, sul. A maior tenda que você ver, ele estará lá ─ começava a suar.
─ Não é um bom começo mentir para nós ─ o desconhecido sorriu e atirou na cabeça de Henry, sem hesitar. Bella começou a berrar enquanto chorava, descontrolada. ─ Eu não posso ouvi-la, um momento ─ disse, tirando-lhe a fita da boca, mas a mulher nada falou e continuou a chorar. O homem levantou-se, sorrindo: era corpulento, tinha um rosto abominável e faltavam-lhe cabelos, dentes e um olho. ─ Bem-vinda ao inferno ─ e gargalhou.





O pessoal do chat estava querendo um RPG de apocalipse zumbi, e como ninguém queria lidar com esta pica, acabaram passando ela pra mim. É o meu primeiro RPG mestrando, logo, não vai ser nada no nível que estão acostumados, já que pediram e ninguém mais queria fazer, lá vamos nós. O RPG foi praticamente organizado pelo chat e por MP, e por enquanto o limite de jogadores é 6, mas quem quiser jogar é só mandar uma MP e mais para frente será incluído.

- Jogadores (6/6): Chris, Dwight, Gulielmus, Josh, Luckwearer e Babi.
- O RPG será postado neste tópico.
- Mínimo de 7 linhas (para situações de interação haverão exceções), mas é sempre bom fazer posts maiores, para dar a profundidade necessária ao seu personagem.
- As regras já são conhecidas.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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A operação havia sido um sucesso. Contou cerca de dez soldados mortos por sua AK ─ para uma primeira tentativa com a pesada arma, tinha se saído bem. Uma bala perdida acertou-o na canela, mas parecia ignorá-la conforme rodeava o lago, em busca de Murph. Corpos jaziam espalhados pelo gramado, Brad os encarava e notava a brutalidade da qual os companheiros utilizaram para acabar com o governo dos soldados, lembrando-se de como distribuíam rajadas inteiras nos militares já mortos. Murph havia falhado em mentir ao grupo ao dizer que seria algo limpo e rápido. Não é possível que aquele desdentado maldito ainda queira esconder a loucura dele de nós. Nos primeiros dias de quarentena, o velho russo evitava conversas e era mais assustador do que era agora, mas quando os rumores sobre as rebeliões nas zonas próximas começaram a correr, mostrou-se extremamente interessado em fazer amizades: na primeira vez que ele e Brad conversaram, contou suas supostas experiências militares, seus fracassos e seus motivos para liderar tudo aquilo.

─ Amigo, existem famílias e crianças por aqui. E se alguém se opor? E se esse pessoal também aparecer armado, justamente para te parar? ─ perguntou-o naquele dia. O russo deu uma risadinha.

─ E daí? Matamos eles também.

─ Isso não vai funcionar.

─ Se não funcionar, vamos pegar uma boa galera de refém. Uma vez rendidos, poupamos a vida dos soldados e os chutamos daqui.

─ Sem mais mentiras, por favor.

─ Oh, merda. Você me pegou ─ disse, sarcástico.

Alguns soldados foram pegos no caminho para a sala de segurança, onde poderiam desligar a eletricidade do muro e fugir. O russo os colocou de joelhos assim que perdeu a paciência com o silêncio dos três jovens, e deu um pequeno discurso no qual Bradley preferiu não escutar. Olhou em volta, e percebeu que o psicopata tinha trazido boa parte do acampamento para assistir aquilo, incluindo o grupo algemado.

─ ... E é por isso que eu estou aqui, para parar esse caos que vocês, fantoches do governo, implantaram! ─ berrou, claramente descontrolado.

Tudo o que ouviu-se depois foi uma longa rajada de tiros.

No cair da tarde, era sua tarefa levar o recém chegado grupo para o velho. Foi até a fileira de celas, onde os militares antes colocavam os detentos encaminhados para o parque. Não fazia ideia do motivo de estarem presos e algemados, Murph mostrava-se cada vez mais distante da realidade. Destrancou as celas uma por uma, avisando-os de que qualquer tentativa de fuga significaria morte: o caminho até o outro lado do lago era extenso, mas felizmente nenhum deles agiu ou disse qualquer coisa. Espero saber o que estou fazendo. Brad fez o contrário do que lhe foi pedido, e os levou para uma tenda afastada o suficiente do russo e de seu grupo. Os tirou as algemas e disse:

─ Nem pensem em fazer perguntas, só ouçam ─ voltou-se para a entrada e certificou-se de que ninguém estava vagando por ali. ─ Aquele homem, o velho que executou os soldados mais cedo, é um total psicopata, e fará disso aqui um inferno, mais cedo ou mais tarde ─ parou para encará-los. ─ Vocês querem se mandar daqui, não é? O único jeito é dando um fim nele, mas sozinho será impossível, o filho da puta conta com uns cinquenta homens.




Mapa: https://i.imgur.com/Kyq3xKN.png

Mapa do acampamento: https://i.imgur.com/XTf2jmb.png

Dwayne [Guliel]
HP: 110/110

James [Chris]
HP: 120/120

Kyle [Josh] / Jill [NPC]
HP: 100/100 / HP: 90/90

Robert [Gabriel]
HP: 100/100

Ellie [Babi]
HP: 100/100

Matt [Dwight]
HP: 100/100


Última edição por Prime em Seg Mar 28 2016, 15:45, editado 1 vez(es)

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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O breve alívio que sentiu ao ser liberto das algemas se esvaiu quando ele pousou os olhos sobre os pulsos em carne viva, que latejavam em meio ao inchaço e a vermelhidão, trazendo-o de volta para aquela realidade maldita. Lembrou-se do que passou nas últimas horas, as cenas bárbaras que foi obrigado a presenciar, o sentimento de humilhação ao ser trancafiado e de estar a mercê de desconhecidos em meio a um mar de perguntas sem respostas. Pensou, por um breve momento, em aproveitar a oportunidade e avançar naquele homem para extravasar toda aquela revolta, mas, se conteve em ao menos escutar o que ele tinha a dizer, mesmo que esse direito lhe tivesse sido negado antes:

─ Aquele homem, o velho que executou os soldados mais cedo, é um total psicopata, e fará disso aqui um inferno, mais cedo ou mais tarde ─ ele falava quase com intimidade, como se fosse uma vítima, mesmo que, há minutos atrás, os tivesse ameaçado de morte se tentassem fugir. ─ Vocês querem se mandar daqui, não é? O único jeito é dando um fim nele, mas sozinho será impossível, o filho da puta conta com uns cinquenta homens. ─ aquilo foi a gota d'água. Não bastou ter sido tratado como um animal desde que pôs os pés ali, agora lhe era pedido para que se tornasse um, sem nem ao menos ter uma mínima explicação do que de fato havia acontecido ali. 

─ Porra! Você tá pensando que eu sou o quê?! ─ praticamente cuspiu as palavras, colando em Bradley em ligeiros passos e o agarrando pelo colarinho. ─ Vocês botaram esse psicopata no controle e agora querem que a gente ajude vocês a limpar suas cagadas?! Arriscar a minha vida por esse inferno? ─ queria bravejar como nunca antes, mas sabia que um grito poderia por tudo aquilo em risco, caso realmente fosse verdade ─ Eu vi como vocês mataram aqueles caras, acham que isso não faz vocês menos piores do que ele? Você vai explicar agora o que diabos tá acontecendo e PORQUÊ! Ou você acha que eu vou simplesmente acreditar que você não é um mentiroso do caralho e só tá falando isso pra ver se algum de nós vai ser um problema futuro? ─ no fundo, ele acreditava no que o homem dizia, mesmo que não confiasse nem um pouco nele. Havia reparado no modo como algumas pessoas reagiram às selvagerias que o velho havia cometido, tornando bem plausível a ideia de se virarem contra ele, afinal, haviam acabado de ter feito isso com os militares, o que provavelmente não foi sem motivo. Se aquela proposta se provasse verdade, Dwayne sabia que não poderia deixar de ajudá-los, mesmo que planejasse dar um fora na primeira oportunidade.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Bradley afastou-se de Dwayne quando ele parou de falar e não se enfureceu com o rapaz, esperava piores reações, entendia que estava parecendo totalmente desesperado.

─ Eu sei que isso foi muito repentino, então me permita explicar. No segundo dia de quarentena, a quantidade de pessoas a entrar no parque aumentou de um jeito que o governo não esperava, ficamos sem comida, água e ninguém nos dizia nada, nenhuma notícia. E é aí aí que gente louca como aquele homem começou a aparecer, iniciando essa rebelião. Eu não podia recusar, era a minha melhor chance de sair daqui e procurar minha família, mas agora eu tô começando a entender que isso aqui vai virar uma prisão.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Assim que o desconhecido tirou suas algemas passou a mão no punho para aliviar a marca vermelha e dolorida. Olhou para o homem indo em direção a outro dos prisioneiros e deu um sorriso de canto.

- Esses homens de hoje em dia, não sabem mais como tratar uma dama - Disse dando um olhar de relance para Matt.

Desde que o caos tinha começado a mulher estava com ele. Tinha saído da Grécia e ido a Nova York na esperança de encontrar o homem para fugir de toda a monotonia de sua vida cotidiana, mas quando finalmente o encontrou estava enfiado em bebidas e na religião. O pastor tentou afastá-la novamente como havia feito anos atrás, mas dessa vez o fim do mundo impediu que isso acontecesse. Desviou o olhar para a mesa que se estendia a frente com algumas comidas. Foi em direção ao lugar enquanto ouvia o discurso do homem que havia os levado para lá. Serviu-se com um pedaço de pão e sentou em uma das pontas da mesa. Ficou apenas observando com um sorriso de divertimento enquanto o negro gritava com ele. Assim que ele deu sua resposta Ellie olhou para Matt que encarava a situação com seriedade e deu de ombros voltando o olhar para o outro.

- Não vejo uma opção melhor, e não tô afim de um babaca achando que pode mandar em mim, eu tô dentro. - Parou um pouco e olhou para o homem com curiosidade, adoraria matá-lo por ter entrado no grupo do filho da puta, mas agora ele era a única chance que tinha. Deu um sorriso sarcástico para ele. - Mas acho que antes você devia nos dizer seu nome e contar qual o seu plano genial.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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─ Meu nome é Bradley. Estou aqui desde o primeiro dia de quarentena, então tive tempo de me informar sobre o lugar. Os soldados ergueram uma espécie de muro, que separa o parque, está bem aqui do lado. Os doentes eram enviados pro sul, onde ficavam os postos médicos e boa parte da manutenção do lugar era feita. A portão costumava ficar aberto, mas depois da rebelião, parece que Murph resolveu fechá-lo. Se decidirem fugir ao invés de matá-lo, os muros que cercam o parque precisam ser desligados da energia, porém, pra fazer isso teremos que ir até o outro lado ─ ele suspirou, esperando que estivesse fazendo sentido. ─ Eu também não conheço vocês, só quero ir embora desse lugar e seguir meu rumo, queremos a mesma coisa, já é um bom começo para entrarmos num acordo.

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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— Esses homens de hoje em dia, não sabem mais como tratar uma dama. — O olhar dela era desafiador, Matthew a conhecia como jamais conhecera a alguém, sabia que era o diabo em pessoa. E ele já havia caído em tentação, repetidas vezes. Forçou-se a ignorá-la.

O estalo de seu isqueiro abrindo e fechando era um som irritante que ecoava nervosamente durante toda aquela discussão. Clic, — Nem pensem em fazer perguntas, só ouçam — clac, — Porra! Você tá pensando que eu sou o quê?! — Os nervos estavam à flor da pele, veias saltavam no pescoço do negro. Clic... — Eu não podia recusar... mas agora eu tô começando a entender que isso aqui vai virar uma prisão. — Clac!

Deveria ter pensado nisso antes de se alistar para assassinar militares sob o comando da porra de um russo, pensou consigo mesmo, ─ Resvalava o polegar sobre o relevo gravado do lado externo do isqueiro, "Foda-se o Comunismo". Presente de seu pai, Afeganistão. Logo a porra de um russo.

— Não vejo uma opção melhor, e não tô afim de um babaca achando que pode mandar em mim, eu tô dentro. — Não surpreendeu-se com a posição dela. Ellie sorria, ela sempre sorria. — Mas acho que antes você devia nos dizer seu nome e contar qual o seu plano genial.

— Meu nome é Bradley. Estou aqui desde o primeiro dia de quarentena, então tive tempo de me informar sobre o lugar. Os soldados ergueram uma espécie de muro, que separa o parque, está bem aqui do lado. Os doentes eram enviados pro sul, onde ficavam os postos médicos e boa parte da manutenção do lugar era feita. O portão costumava ficar aberto, mas depois da rebelião, parece que Murph resolveu fechá-lo. Se decidirem fugir, os muros que cercam o parque precisam ser desligados da energia, porém, pra fazer isso teremos que ir até o outro lado — ele suspirou. — Eu também não conheço vocês, só quero ir embora desse lugar e seguir meu rumo, queremos a mesma coisa, já é um bom começo para entrarmos num acordo.

— Eu pensei que você tinha cruzado o mundo justamente à procura de um babaca que achava que podia mandar em você. — Disse a ela, quase como sussurrando, voltando-se em seguida para o lado oposto e se dirigindo a Bradley. — Olha, não me comovo com o seu papinho triste sobre sua família, muito menos com as atrocidades que você alega que o líder fascista que você apoiou comete, mas, — Seu olhar estava fixo sobre o homem, de maneira quase invasiva, — se a gente te ajudar, o que imagino que seja um grande "se" na cabeça de quase todos aqui, o que nos espera do outro lado que faz você temer ir sozinho? E, se o que nos aguarda não é agradável, e não creio que seja, o que você pode arranjar para nos defendermos?

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Ouvia o som do caminhão militar seguindo a estrada enquanto fechava os olhos. Constantemente se perguntava se estavam perto de chegar ou não, mas por fora estava bem calmo, como se estivesse em outro lugar. Abriu os olhos, observou de relance o grupo sem muito interesse e então viu a irmã sentada do lado esquerdo, tensa, de rosto fechado. Kyle não tinha teorias para os fatos seguintes de sua vida, nem se o mundo poderia melhorar ou piorar. Na realidade, não dava a mínima mais.

Abriu os olhos, estava na tenda militar. As palavras do homem eram vazias, como poeira ao vento. O afrodescendente falava com força no tom, uma tempestade para o ar ameno daquele outro sobrevivente. Apreciava a atitude do homem, mas não prestava tanta atenção nas suas palavras quanto deveria. Kyle estava ali, mas ao mesmo tempo não estava. O outro respondeu, com palavras tão vazias quanto antes. Kyle não queria estar ali. Provavelmente Jill pensava o mesmo, com aquele seu rosto indecifrável e sério. Ela provavelmente já tinha entendido qual era a desse estranho.

Uma garota estranha havia falado. Kyle não tinha ideia do que pensar sobre a mulher ou se era confiável, mas provavelmente Jill analisou bem pelos gestos corporais da sobrevivente. Se sua irmã confiava nela ou não, não dava para saber. Seu rosto estava imóvel e neutro, encarando com um olhar sério cada um que falava. Provavelmente era o efeito de se estar presa em uma cela durante algum tempo. Não demorou muito para Kyle esquecer totalmente o que a garota de cabelos escuros havia falado.

O rapaz havia dito o nome e contado um pouco mais da situação. Sete segundos, Kyle havia esquecido o tal nome. Broadway? O plano de fugir sem matar o russo era mais agradável para os ouvidos de Kyle, mas refletia se fugir era realmente uma boa opção. Talvez fosse melhor continuar naquele lugar até que as coisas melhorassem lá fora, mas com alguns sendo tratados como prisioneiros teria um grande problema. Aparentemente, matar o russo e os seus homens era o melhor para todos, mas muito arriscado, e também havia o outro problema.

O pastor tinha respondido o homem. Falava de um modo que Kyle nunca imaginaria ver um pastor falar, o que era interessante ver como todos do grupo eram tão questionadores e não animais de estimação de ninguém. Parecia que o apocalipse havia juntado os sete sobreviventes de propósito, como sete guerreiros lendários em um mundo fantasioso. Mas aquele não era um mundo fantasioso. Era real.

Kyle permaneceu sem entrar na discussão. Precisava de mais informações para poder aceitar um plano ou não. Ficava de braços cruzados observando toda a conversa, com um rosto tão calmo que poderia parecer que não estava ligando para o apocalipse, mas tão sério quanto o de Jill. Sua falta de atenção devia-se aos dias sem dormir desde o tal dia. Por mais que tentasse, os pesadelos lhe acordavam segundos depois de conseguir pegar no sono. Agora já não tentava mais e procurava se acostumar com isso. Precisaria de alguns remédios para melhorar, mas onde poderia encontrar?

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Em silêncio James ficara a viagem toda. Com sua cabeça escorada para trás, ele olhava sorrateiramente para cada uma das pessoas que o faziam companhia dentro do caminhão. Tentava sacar qual era a de cada um ali, embora olhasse mais para as mulheres.

Quando chegaram ao acampamento e foi lhe removido as algemas, esfregou um pouco os pulsos incomodados e junto dos outros, começou a ouvir o que o homem que lhes levou até aquela tenda tinha pra falar.

─ Nem pensem em fazer perguntas, só ouçam ─ voltou-se para a entrada e certificou-se de que ninguém estava vagando por ali. ─ Aquele homem, o velho que executou os soldados mais cedo, é um total psicopata, e fará disso aqui um inferno, mais cedo ou mais tarde ─ parou para encará-los. ─ Vocês querem se mandar daqui, não é? O único jeito é dando um fim nele, mas sozinho será impossível, o filho da puta conta com uns cinquenta homens.

Após o homem ter dito isso, o homem negro avançou para cima dele com certa raiva, o questionando sobre toda essa situação sem explicação. James nem dera muita bola para isso, estava prestando mais atenção no religioso fumando ao seu lado, olhava-o com uma das sobrancelhas arqueadas enquanto o homem riscava seu isqueiro para acender um cigarro.

A mulher de cabelos mais escuros toma a palavra, trazendo a atenção do homem que discutia com o negro para ela.

- Não vejo uma opção melhor, e não tô afim de um babaca achando que pode mandar em mim, eu tô dentro. - Deu um sorriso sarcástico para ele. - Mas acho que antes você devia nos dizer seu nome e contar qual o seu plano genial.

─ Meu nome é Bradley. Estou aqui desde o primeiro dia de quarentena, então tive tempo de me informar sobre o lugar. Os soldados ergueram uma espécie de muro, que separa o parque, está bem aqui do lado. Os doentes eram enviados pro sul, onde ficavam os postos médicos e boa parte da manutenção do lugar era feita. A portão costumava ficar aberto, mas depois da rebelião, parece que Murph resolveu fechá-lo. Se decidirem fugir ao invés de matá-lo, os muros que cercam o parque precisam ser desligados da energia, porém, pra fazer isso teremos que ir até o outro lado ─ ele suspirou, esperando que estivesse fazendo sentido. ─ Eu também não conheço vocês, só quero ir embora desse lugar e seguir meu rumo, queremos a mesma coisa, já é um bom começo para entrarmos num acordo.

O padre após cochichar algo para a mulher ao seu lado e dar algumas tragadas no cigarro, questionou o plano do tal Bradley:

— Olha, não me comovo com o seu papinho triste sobre sua família, muito menos com as atrocidades que você alega que o líder fascista que você apoiou comete, mas, — Seu olhar estava fixo sobre o homem, de maneira quase invasiva, — se a gente te ajudar, o que imagino que seja um grande "se" na cabeça de quase todos aqui, o que nos espera do outro lado que faz você temer ir sozinho? E, se o que nos aguarda não é agradável, e não creio que seja, o que você pode arranjar para nos defendermos?

James baixa a cabeça e dá um pequeno sorriso de canto e antes mesmo do homem responder o religioso, o loiro aproxima-se lentamente dele, tomando a palavra:

- Então a raposa precisa da ajuda das lebres, não é, Braddie? - fala num tom sarcástico acompanhado de um sorriso.

O loiro dirige-se a saída da tenda, dando uma última olhada para o grupo e deixando uma frase no ar:

- Responda o nosso amigo pregador sobre o que nos interessa. Armas. - e deixa o local.

O loiro permanece em frente a tenda, ao lado da entrada, ele se senta no chão e saca do bolso uma carteira de Plàcido's. Puxa um cigarro e clica seu isqueiro para acende-lo. Ele fita o restante do acampamento, analisando cada ponto do local.




Off-Topic hehe

As vestimentas atuais, Prime: http://38.media.tumblr.com/c81cb2d4878b9fa427356e413413f7e0/tumblr_inline_ngdrhhwx591qlr65v.jpg

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Acordou, coçou os olhos e levantou-se da cama, tinha uma tenda mediana apenas para si, mesmo deixando famílias adentrando-a e acomodando-se devido tamanha aglomeração naquele lugar. Jogou-se de cima beliche, cerrou os dentes e fechou os olhos por alguns segundos, abrindo-os novamente para ver se havia acordado alguém, suspirou de alívio ao descobrir que não havia muitas pessoas ainda ali e dirigiu-se à sua mala encostada na parede, trocando de roupa rapidamente. Vestiu-se com um blazer negro, embaixo uma camisa social azul marinho com uma gravata bem ajustada na gola. Estava bem mais arrumado que o normal, pois precisava encontrar-se com Coronel Cooper, discutiria algumas coisas com o homem sobre a segurança do local. Colocou o fone nos ouvidos, começou abaixar uma lista enorme de músicas, vendo um grande número vindos de AC/DC, mas pelo clima leve da manhã ignorou-as, deixando para mais tarde e finalmente escolheu uma.

[audio]fllN8bUJ77c[/audio]

Dirigindo-se à fila formando-se para alimentos, encontrou uma de suas amigas do acampamento: a idosa Bárbara cuidava de algumas plantas, distraída, quando acenou para ela, dando bom dia, ela ergueu os olhos e disse algo que ele não escutou devido a música, sorrindo. Era um boa mulher, cozinhara um bolo escondido e chamara apenas seus conhecidos do lugar, sendo ele um deles, e poderia dizer com total certeza que fora muito delicioso.

- Bom dia, Juliet. Você está muito bonita hoje - cumprimentou a mulher no balcão, dando uma piscadela sacana para ela. Sendo um dos primeiros a chegar onde pegavam alimentos, conseguiu agarrar algumas barras e uma garrafa d'água facilmente, continuando seu rumo sem preocupações.

O fone começou ruir e ele teve de desconectar, colocar suas barras e a garrafa no chão para consertá-lo, dando alguns tapinhas e balançando-o, enquanto isso começou escutar inúmeras reclamações e berros cada vez mais altos atrás de si, na fila agora muito maior, mas ignorou-as, isso acontecia ocasionalmente, então quando o fone voltou funcionar, botou o celular de volta ao bolso e agarrou suas coisas, voltando a caminhar sem ouvir atrás de si as pessoas gritando aterrorizadas com gargantas começando ser cortadas e armas disparadas. Abriu o pacote de uma barra e começou comê-la, virou-se para direita desviando-se de algumas balas, pegou o celular para ver que horas eram quando um soldado tentando escapar foi baleado alguns metros à noroeste, caindo no chão num baque de sangue e berros de dor, ergueu os olhos para ver onde estava indo e viu um morador correndo desesperadamente na direção contrária que ia, riu achando que ele estava desesperado pela fila gigante para comida e continuou caminhando. Virou outra esquina e não viu o homem em chamas enquanto um rebelde gargalhava alto ao vê-lo sofrendo, e foi nesse momento que a música começou empolgá-lo cada vez mais, então começou bater as palmas enquanto remexia a cabeça e balançava um pouco o corpo. Fechou os olhos, afundou-se na melodia e deu uma pequena girada num certo momento desviando-se de um morador sangrando pronto para agarrá-lo e pedir ajuda, fazendo-o cair no chão e ficar ali mesmo. Passou pelo jardim de Bárbara novamente e não a viu ali, estranhou, mas continuou andando, não vendo-a metralhada no outro lado das plantas, o cadáver escondido pelas mesmas. Preparava-se para virar e ir em direção à tenda do coronel quando o fone pifou novamente.

- Gênio, bilionário, playboy e filantropo, mas sem um fone decente - reclamou para si mesmo, tirando-os do ouvido e preparando-se para ajeitá-los novamente.

Olhou em volta ao escutar tiros e gritos, e finalmente analisou o local, notando a rebelião e a carnificina. Mal pode fazer algo, quando sentiu um dos rebeldes agarrando seu ombro, por reflexo acertou uma cotovelada no rosto do homem, quebrando seu nariz e viu-o afastar-se surpreso, então mirar a arma no rosto de Robert, que por sorte foi poupado quando outro adentrou em seu caminho.

- Você enlouqueceu? O velho russo precisa dele.

- O filho da puta quebrou meu nariz, vou metralhar esse merda! - exclamou furioso.

- Sinto muito por isso, mas é que você me assustou - respondeu-o normalmente.

Arrependeu-se da provocação quando foi algemado e jogado num grupo de prisioneiros com tanta violência que poderia ter quebrado alguns dentes, mas mesmo assim levantou-se do chão e limpou o blazer, irritando o homem que havia jogado-o - o mesmo do nariz quebrado - com tanta calma e elegância. Filho da puta, pensou contrariando sua aparência exterior. Observou os acontecimentos, irritando-se profundamente com o assassinato dos jovens soldados, mas sua atenção foi chamada com os corpos sendo arrastados, foi a primeira e última vez que viu Bárbara após o cumprimento da manhã. No cair da noite, estava deitado sobre os braços, olhando para o nada, pensando no cadáver idoso sendo arrastado e nos outros corpos vistos que foram seus conhecidos, viu inúmeras famílias observando a cena do russo com terror, e tinha noção do número de vitimas resultantes dessa rebelião. Acordou de seus próprios pensamentos quando um dos rebeldes vistos por ele naquele dia abriu a cela uma por uma e ameaçou-os de morte caso tentassem algo, levando-os em seguida para uma tenda distante e desalgemando-os no mesmo instante.

Decidiu observar cada membro daquele grupo de caras novas enquanto as coisas desenrolavam-se: o negro parecia o tipo irritado e impulsivo, a mulher tinha um jeito provocante e claramente um pouco de loucura atrás daquele rosto bonito, não impediu o sorriso ao ver o padre não agindo como um e ainda mais com o clima tenso entre ele e a mulher, pulou o homem dormindo em pé, ignorou a mulher onde o único diferencial era o rosto sério e analítico - entendiando-o, observou o loiro saindo da tenda e estranhou sua escolha, devido o encontro secreto entre eles e o rebelde. Pegou dois copos, encheu-os de cerveja e empurrou um em direção ao outro lado da mesa onde a mulher estava.

- Alguns sabem - respondeu o comentário anterior com um sorriso, então sentou-se numa das cadeiras e esperou a resposta de Bradley.

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— Se a gente te ajudar, o que imagino que seja um grande "se" na cabeça de quase todos aqui, o que nos espera do outro lado que faz você temer ir sozinho? E, se o que nos aguarda não é agradável, e não creio que seja, o que você pode arranjar para nos defendermos? ─ perguntou o rapaz vestido de padre.

─ Então a raposa precisa da ajuda das lebres, não é, Braddie? ─ disse o loiro de sotaque sulista, quase que saindo da tenda. Franziu o cenho e suspirou, não tinha o quê dizer para ele ─ Responda o nosso amigo pregador sobre o que nos interessa. Armas ─ e colocou-se para fora. Brad pensou em alertá-lo para tomar cuidado, mas certamente seria inútil.

─ Como eu disse, do outro lado eram mantidos os doentes. A rebelião também chegou lá, mas Murph foi pego de surpresa quando pessoas saíram das tendas e começaram a atacar os rebeldes, como animais. A ordem então foi fechar o portão e ninguém mais entrar ali ─ explicou. ─ Quanto às armas, temos mais do que o suficiente pra lidar com infectados, mas para não chamar atenção, terei de trazer apenas o básico. A tenda fica bem a norte, perto do lago, disso eu cuido. A decisão é de vocês.

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Continuou bebendo conforme os homens conversavam, refletindo durante o silêncio seguinte às últimas propostas do vira-casaca. Tinha um dilema à seguir, deixar inúmeras famílias sob comando do velho louco e escapar dali junto àqueles estranhos ou ajudar no planejamento de uma carnificina e salvá-las de um futuro pior, levando-as para sua torre onde poderiam estar numa segurança maior do que aquele parque, bastava ensinar à uma dúzia de rapazes como mexer em algumas configurações manuais e outras mais viradas a tecnologia após ligarem o gerador forte suficiente para entregá-los energia para os próximos anos ou até mesmo décadas. Parece que no fim terei que escolher entre vidas novamente, pensou amargamente, relembrando dos dias de prisioneiro dos terroristas. Depositou o copo já vazio na mesa e levantou-se da cadeira, aproximando da frente do grupo e de Brad, analisando-o com os olhos por alguns segundos.

- Então, você nos dá duas escolhas bem simples: escapar daqui rapidamente dependendo de muita sorte ou continuarmos até conseguirmos tirar o poder das mãos do russo - anunciou-se ali finalmente, resumindo toda conversa para quem não estivesse prestando atenção ou dormindo. - Estive aqui há tanto tempo quanto você e conheci muitas famílias, muitas dessas vitimas da rebelião que participou - virou-se para o grupo, falando para eles agora: - Vocês devem me conhecer, e quem não: sou Robert Conner, dono das Indústrias Connor. Fui poupado pelos rebeldes exatamente por isso. Discutia já alguns dias com o Coronel Cooper sobre levar todos do acampamento à Torre Connor, onde teremos o triplo da segurança daqui e o triplo do conforto, e isso chegou aos ouvidos de certas pessoas. Então, Bradley, eu escolherei ajudá-lo a tirar o russo do poder e depois disso levarei as famílias daqui para minha torre, e qualquer um de vocês que quiser vir junto, podem. Obviamente, futuramente, precisaremos de veículos, consegue proporcioná-los também?

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Atento, Brad ouviu o homem que revelou ser o dono das Indústrias Connor. Sabia que o conhecia de algum lugar quando o viu chegar. A ideia de mover as famílias para um lugar melhor soou boa para o rapaz, e tão perigosa quanto a de adentrar a área deserta do parque. Vale a tentativa, pensou ele.

─ Os veículos foram colocados aqui perto, mas chaves ficam com o russo, teremos que lidar com ele primeiro.

Olhou os ali presentes, imaginando se sairiam vivos e inteiros daquele parque.

─ Então, pelo visto teremos dois grupos, dois rumos. Para qual cada um de vocês irá?




Sem mínimo de linhas por agora, pra planejar e dialogar sobre o que for preciso.

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— Suponho que ninguém aqui vai decidir fugir sozinho, - falou Jill, finalmente decidindo entrar na conversa. - mas acho que matar alguém é um pouco complicado para alguns de nós. Temos que pensar bem em como tirar esse russo do poder para não acabar em desastre. Eu apoio o Robert Conner. Esse parque não parece seguro para essas pessoas ficarem por muito tempo, e nem tão agradável.

Sua expressão era neutra, mas era perceptível como estava sendo honesta sobre sua opinião. Olhava diretamente para Bradley enquanto falava, analisando sua face e perguntando-se sobre o quão seguro o homem estava. Seu irmão não havia falado nada, já esperava por isso. Antigamente, provavelmente ele teria falado muito naquela discussão e sugeriria bons planos, mas agora...

Kyle olhou para a irmã enquanto ela falava. Ouviu ela apoiar o Conner e refletiu se conseguiriam realmente chegar na torre vivos. As ruas estavam cada vez mais perigosas, com um grupo grande de pessoas o risco aumentaria mais. Permaneceu em silêncio para ouvir o que os outros tinham a dizer antes.

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— Eu também vou ficar e ajudar. — falou, assentindo com a cabeça para Robert. Sabia que se o que ele dizia fosse verdade, não poderia simplesmente dar as costas e deixar todas aquelas pessoas a mercê de um psicopata como Murph, além de existir a possibilidade de encontrar Walt e Vanessa no meio deles, que apesar de improvável, foi o motivação que o colocou dentro daquele acampamento.

— Acho que você não teria um mapa do acampamento, né? — voltou a encarar Bradley, dessa vez mais calmo. — Aposto que todo mundo aqui já deu algum passeio pelo Central Park, mas saber em que tenda fica o quê seria uma ajuda grande, porque eu não devo ser o único que vai preferir fazer isso de uma forma silenciosa... — pôs se a estalar os dedos enquanto cobiçava a nicotina que o padre e o loiro tragavam. Sabia o quanto tudo aquilo podia se complicar, mas queria acreditar que conseguiriam resolver aquela situação com o mínimo de mortes possível.

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─ Eles distribuíram mapas do parque assim que os refugiados chegaram, fui anotando e marcando alguns lugares ─ disse, tirando do bolso da jaqueta o mapa do acampamento e entregando-o para Dwayne. ─ Eu darei a volta por trás das tendas a oeste e pegarei as armas. Enquanto isso, Robert e quem mais quiser ajudar, trarão os refugiados pros veículos. Até todos terem sido resgatados, as chaves já estarão prontas e poderemos ir até o sul para desligar os muros e abrir os portões.

─ E como será com o russo e o resto dos rebeldes? ─ perguntou Jill.

─ Tenho amigos no meio daquela gente, e nem todos os refugiados vão querer seguir até os veículos, então temos aliados suficientes para cercá-los. Lidarei com Murph e depois cuidaremos dos rebeldes.

─ Lidar?

─ Lamento se vocês não querem que seja dessa forma, mas é o único jeito.

O loiro apareceu de volta na tenda, certamente tinha ouvido toda a conversa.

─ Poupe-se, Braddie. Eu cuido do Gorbachev.

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Jill havia refletido um pouco após a fala do loiro, e então decidiu falar:

— Posso ajudá-lo na retaguarda, caso possuam um rifle ou arma semelhante. Tenho uma certa experiência com armas do tipo.

Aquilo havia despertado a atenção de Kyle. Sabia que ela correria perigo se fosse e não poderia deixá-la ir sozinha. Se a perdesse naquele lugar, nem saberia como reagir. Era algo que não poderia permitir. Mas, ainda havia um problema naquilo. Abaixou seu olhar por alguns instantes antes de pensar no que dizer. E então o levantou novamente, olhando para o loiro e também para Brad.

— Eu irei junto. Uma .45 está ótima, ou qualquer outra leve - não fazia ideia do por que estava falando aquilo. Nunca havia usado uma arma antes e não sabia se era capaz de matar alguém. Seja forte, você irá conseguir. Se o russo não for morto, inocentes sofrerão. Uma vida má para salvar várias boas. Por que não conseguiria? Brad disse que era um psicopata, não deve ser capaz de fazer um acordo, não é possível salvá-lo a não ser de si mesmo. Estarei fazendo o certo. Levante essa cabeça e comece a agir. Faça sua vida valer a pena.

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Estendeu o amassado mapa sobre a mesa onde Robert e Ellie se sentavam, se pondo a examina-lo enquanto escutava Bradley resumir seu plano. Basicamente, todas as informações úteis haviam sido escritas a caneta, trazendo algumas figuras representando os pontos de interesse junto a alguns nomes e anotações. Não era exatamente um perito em analisar mapas, mas conseguiu se situar de uma forma básica, reconhecendo alguns pontos que avistara anteriormente. Coçava o cavanhaque pensativo, tentando tirar algum proveito daquelas informações antes de algo no discurso do homem chamar sua atenção: 

— Lidarei com Murph e depois cuidaremos dos rebeldes. — afirmou com segurança.

— Lidar? — era bem provável que as coisas fossem para esse lado, mas ainda não era fã da ideia. Bradley lhe respondeu com o óbvio, ainda esbanjando a mesma frieza de antes. O loiro voltou para a tenda, assoprando fumaça para o alto: 

─ Poupe-se, Braddie. Eu cuido do Gorbachev.— o caipira era dono de um sarcasmo persistente, mas dessa vez pareceu falar sério, igual a loira e seu irmão esquisito, que se ofereceram em lidar com as armas. Dwayne não gostou nada da ideia, porque além de por armas de fogo nas mãos de desconhecidos, ela significava uma futura carnificina. Se virou e pôs a protestar:

— Uou, uou, uou... Quando eu falei sobre sermos silenciosos, eu falei sério. Porra, você acabou de dizer que tem amigos entre esses rebeldes, será que é tão difícil reunir essa galera antes do anoitecer? Eu pensei em talvez "atacarmos"  — deu um enfase nas aspas com os dedos — enquanto eles dormem. Nós temos mais números, não? Não deve ser muito complicado desarmar esses merdas e amarrar eles por tempo suficiente para tiramos todas essas famílias daqui. — se voltou para o mapa, apontando para a barraca de Murphy — Talvez a gente só tenha mesmo que lidar com esse velho, porque pelo que eu vi, ele não deve desistir de seguir a gente pela estrada, mesmo que seja suicídio.

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Assim que tudo foi decidido, Bradley caminhou até as tendas dos refugiados e conversou com todos aqueles que queriam ajudar, crente que a ideia de Dwayne daria certo. Apesar de não ter conseguido falar com muitos, a palavra se espalhou e somaram-se mais de cem pessoas para acabar com a loucura de Murph. Conseguir as armas não fora uma tarefa difícil: dispensou os vigias na tenda com uma conversa e levou tudo o que pôde pegar para o grupo - nove milímetros, fuzis, rifles e granadas. Espero que não tenhamos de usar tudo isso. Enquanto armavam-se, Robert, Dwayne e alguns refugiados traziam várias pessoas para os veículos. Destacavam-se entre eles mulheres com bebês no colo, idosos e crianças, mas nenhum deles, até agora, assemelhava-se ao filho que Dwayne tanto procurava.

Brad seguia para o norte do acampamento, acompanhado de James, Ellie, Jill, Kyle e seus cem aliados. Escondida, Jill acompanharia toda a situação pela luneta dum rifle velho; Ellie vigiaria as tendas onde os rebeldes dormiam, assim como Brad, para que ninguém fugisse; Kyle e James procurariam pelo russo. O lugar estava deserto naquela parte do parque, preocupações invadiram seus pensamentos e não saíram mais. O grupo cercou as tendas e todos foram para seus postos.




Dwayne [Guliel]
HP: 110/110
Vestimentas: Camisa social amarela sob jaqueta jeans, calças do mesmo tecido.
Armas: Baioneta M9

Conforme as pessoas entravam nos caminhões, Dwayne entristecia-se cada vez mais por não ver o filho. Mantinha a esperança de que tinha sido levado para alguma zona de quarentena, que não estivesse vagando, sozinho, pela cidade ─ mesmo que as rebeliões estivessem aumentando, um lugar seguro era melhor do que nada.

─ Tome isto, e esteja preparado para qualquer coisa ─ disse Brad antes de partir, entregando-lhe uma faca. Era gritante a preocupação no rosto do rapaz, sabia de algo que estava por vir.

Meia hora se passou. Quando todos os refugiados estavam prontos, ouviu-se gritos vindos dos caminhões e um desconhecido desceu de um deles, com uma mulher de refém. Estava munido de pistola, e numa primeira impressão não parecia-se com um rebelde.

─ Quem quer que esteja no comando dessa porra, vai vir comigo até o Murph ou eu mato essa puta! ─ berrou, afastando-se aos poucos.

James [Chris]
HP: 120/120
Vestimentas: Camisa de manga longa preta por baixo de uma camiseta cinza, calça jeans.
Armas: P250 13 balas

Brad entregou a arma e alertou o loiro de todos os perigos possíveis, que Murph era perigoso, que ele poderia estar o esperando, que poderia matá-lo caso falhasse. O caminho até a tenda do russo estava deserto, todos estavam preocupados quanto àquilo. Mas James parecia não temer o perigo quando adentrou. O lugar era totalmente organizado: papéis e caixas empilhavam-se num canto ao lado do colchão, anotações e um tabuleiro de xadrez descansavam sobre a mesa de madeira no centro e um cigarro ainda aceso escorava-se num cinzeiro. Quando James notou aquilo, virou-se imediatamente e mirou a a arma na cabeça do velho, que exibia um sorriso sem dentes.

─ Olá, James ─ disse, amigável e aparentemente desarmado. ─ Se eu fosse você, não apertaria esse gatilho, para o bem dos meus amigos.

Kyle [Josh] / Jill [NPC]
HP: 100/100 / HP: 90/90
Vestimentas:
Armas: M1911 9 balas

A ideia de deixar Jill lá fora o preocupava, embora soubesse que a irmã se sairia bem. Brad disse-lhes que Murph poderia estar qualquer uma das tendas, então era sua tarefa procurá-lo. Cautelosamente, entrou numa delas: era um tanto escura e deserta, a lâmpada piscava, papéis rasgados estavam dispersos no chão, assim como enlatados abertos; o único colchão estava partido ao meio e manchado de sangue ─ sobre ele, alguém sentava-se. Assim que Kyle aproximou-se, o rebelde pulou sobre ele, derrubando-o e desarmando-o, com um canivete rente ao seu pescoço.

Robert [Gabriel]
HP: 100/100
Vestimentas: Um blazer negro, embaixo uma camisa social azul marinho com uma gravata bem ajustada na gola.
Armas: Glock 15 balas

A Robert foi dada uma pistola, já que a responsabilidade sobre aquelas pessoas estava quase toda em suas costas e não podia deixá-las em perigo ─ sempre que as olhava nos veículos, perguntava-se sobre a situação da torre e se seria possível abrigar todas aquelas pessoas nela.

Gritos interromperam seus pensamentos, e de um dos caminhões viu descer o que parecia ser um rebelde disfarçado, mirando na cabeça de uma mulher com uma arma.

─ Quem quer que esteja no comando dessa porra, vai vir comigo até o Murph ou eu mato essa puta! ─ ouviu ele gritando. Sua posição era boa, estava um tanto distante e poderia agir contra o infeliz para que seu plano não fosse arruinado.


Ellie [Babi]
HP: 100/100
Vestimentas: Regata de gola alta vermelha, sobreposta por uma jaqueta de couro preta.
Armas: USP 11 balas.

Ellie voluntariou-se para dar um fim nos rebeldes, e estava munida de pistola. Era sua tarefa vigiar as tendas e o lugar ao redor, para que ninguém fugisse ou, se o inesperado acontecesse, ela estaria pronta para pará-lo. Escondia-se atrás de uma árvore, sempre atenta.

Minutos se passaram até que algo acontecesse. De uma das tendas ao seu lado, um rebelde saiu: suas roupas estavam mergulhadas em sangue e ele portava um facão. Logo depois, outro homem apareceu, dando ordens ─ apontava para a tenda de Murph. Uma boa oportunidade para Ellie atacar apareceu quando começaram a discutir entre si, enquanto um deles recarregava o fuzil com dificuldade.

Matt [Dwight]
HP: 100/100
Vestimentas: Camisa social preta, com o colarinho de reverendo no pescoço e calças de mesma cor.
Armas: Canivete tático

Matt preferiu acompanhar os refugiados ao invés de envolver-se com que aconteceria no norte do acampamento. Após todos estarem organizados nos veículos, a gritaria começou e o rebelde apareceu. Sob uma árvore, acompanhava toda a situação afastado dali, brincando com o isqueiro, quando viu, ao longe, dois rebeldes fortemente armados caminhando em direção aos veículos. Aquilo significava apenas uma coisa.




Mapa norte: https://i.imgur.com/5UFEFhE.png
Mapa sul: https://i.imgur.com/ixa5sQMg.png
Mapa do acampamento: https://i.imgur.com/DTwkyxN.png

descriptionMesa #004 - Made to Suffer EmptyRe: Mesa #004 - Made to Suffer

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Apesar de tudo parecer estar correndo bem, sentia-se frustrado. Sabia o quão pequena eram as chances do filho e da ex-mulher estarem ali, mas ainda nutria esperanças, queria que todo aquele sofrimento valesse a pena no final, queria reencontrar os dois. Depois da separação, a relação com Vanessa nunca foi das melhores, mas só agora eles viram como isso tudo foi irrelevante. Teve longas conversas com ela antes de perder a comunicação, e mesmo sabendo que nada voltaria a aflorar entre eles, queria muito vê-la novamente. 

Apesar da frustração, agora ele estava bastante focado. Sabia que não podia se deixar abalar agora, tinha que ficar firme por aquelas pessoas tão desamparados quanto ele. Viu famílias inteiras, idosos, crianças, notou até uma mulher grávida entre eles, todos exprimidos dentro daquele caminhão, esperando por algo melhor. Se questionava a respeito daquele torre e se ela seria tão segura assim, mesmo que Robert expressasse uma grande honestidade, como havia notado nas breves conversas que teve com ele nesse curto espaço de tempo. Comentou sobre o filho e a ex-mulher com ele, pedindo para que fosse avisado caso visse uma dupla que seguisse suas descrições, o que não aconteceu.

Apesar de toda a concentração, Dwayne não reparou quando um dos refugiados puxou uma arma e a apontou para a cabeça de uma das mulheres, que passou a usar como refém quando pulou para fora do caminhão. Começou a berrar:

─ Quem quer que esteja no comando dessa porra, vai vir comigo até o Murph ou eu mato essa puta! ─ ele recuava, aparentando estar nervoso, mesmo que Dwayne não conseguisse conjecturar quanto. Ele se vestia de uma forma semelhante aos outros refugiados, o que o fez se mesclar com perfeição, caso essa realmente fosse sua intenção. 

─ Sou eu, abaixa isso e deixa ela ir! ─ Dwayne falou quase que automaticamente, nem pensando no risco em que se colocou ao dizer isso. Se aproximou em passos curtos, jogando a faca no chão e erguendo as mãos.  ─ Se é a mim que você quer, então vamos fazer uma troca e eu explico tudo o que está acontecendo. ─ começou a raciocinar melhor, tentando chegar a um acordo enquanto esperava por uma reação de Robert, que pareceu não ter sido notado.

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Brad entregou a arma e alertou o loiro de todos os perigos possíveis, que Murph era perigoso, que ele poderia estar o esperando, que poderia matá-lo caso falhasse. O caminho até a tenda do russo estava deserto, todos estavam preocupados quanto àquilo. Mas James parecia não temer o perigo quando adentrou. O lugar era totalmente organizado: papéis e caixas empilhavam-se num canto ao lado do colchão, anotações e um tabuleiro de xadrez descansavam sobre a mesa de madeira no centro e um cigarro ainda aceso escorava-se num cinzeiro. Quando James notou aquilo, virou-se imediatamente e mirou a a arma na cabeça do velho, que exibia um sorriso sem dentes.

─ Fim de jogo, Baryshnikov. ─ disse Sawyer com uma expressão neutra para o velho.

─ Olá, James ─ disse, amigável e aparentemente desarmado o russo.

James no mesmo momento muda sua feição para séria. Como ele sabe... Perguntou para si mesmo em seus pensamentos. O tal Murph não apresentava medo, muito pelo contrário, parecia ter certeza de que sairia vivo dessa. Encarava o loiro com aquele sorriso repugnante.

─ Se eu fosse você, não apertaria esse gatilho, para o bem dos meus amigos.  ─ disse o russo.

Encarou Murph por rápidos momentos, pensava o que ele pretendia. Mas seja lá o que aquele velho rebelde havia em mente, James acabaria ali. Não lhe agradava a ideia de matar alguém, mas sabia quando era necessário fazer.

─ Não é porque você sabe meu nome que significa que me conheça, velho.  ─ disse Sawyer destravando a arma.  ─ Eu não caio em blefes. Eu os faço.

O caolho dá uma pequena risada debochada e ia falar algo, porém a última coisa que enxerga é James com receio, porém convicção do que estava prestes a fazer. O loiro dispara três vezes contra o peito de Murph, que cai de joelhos e por fim, desaba com seu único olho aberto, porém sem vida. James pisca os olhos lentamente e suspira fundo após feito. Alguém tinha que ter culhões. Ele pensa.

Última edição por Chris em Qui Mar 31 2016, 20:54, editado 1 vez(es)

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Jill estava bem armada e sabia usar aquilo muito bem. Esperava que nada de mal acontecesse com ela e, de preferência, nem com ele. Procurava junto com James o tal de Murph, mas não sabia exatamente o que deveria fazer primeiro, caso o encontrasse. Se atirasse diretamente, os problemas poderiam ser enormes. Mas se não o fizesse, seriam maiores ainda. E pior seria se errasse o tiro.

Quando entrou em uma das tendas de forma cautelosa, vislumbrou um local escuro e vazio, com apenas uma oscilação de luz vinda de uma lâmpada esbranquiçada. Quando a luz aparecia de segundo em segundo, conseguia ver vários papéis rasgados no chão, de forma bem bagunçada, como se algo estranho já tivesse acontecido ali antes. Enlatados abertos e outros objetos espalhavam-se no chão, contribuindo para um clima menos agradável.

Seus olhos fixaram no colchão ensaguentado quando percebeu uma silhueta localizada ali. No entanto, o homem foi rápido e conseguiu saltar sobre Kyle em um instante, o derrubando e fazendo-o deixar cair a arma no chão. O rebelde portava uma faca na qual tentava com muita ânsia fazê-la cortar seu pescoço. Kyle segurava o braço e as mãos do rebelde, tentando impedir sua morte. O clima agora estava tenso e acelerado, e tudo o que o Kyle conseguia pensar era em pegar a arma que caiu no chão e atirar na cabeça do homem antes que fosse tarde.

Olhou rapidamente para o lado direito e a viu perto o suficiente para alcançá-la com um braço. Utilizando agora força e agilidade ao mesmo tempo, Kyle forçou as mãos e a faca do homem que tentava matá-lo para utilizar seu braço direito para pegar a arma e atirar na cabeça do rebelde. Quando estava prestes a ceder à faca apenas segurando-a com a mão esquerda, usou a arma na direita para atirar em seu rosto.

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Matt preferiu acompanhar os refugiados ao invés de envolver-se com que aconteceria no norte do acampamento, não apoiava completamente a ideia e também não sentia vontade de fazer parte da carnificina. Optou pôr fazer vigília sob a sombra de uma árvore, quando a gritaria começou e um rebelde apareceu com uma refém sob sua custódia. Estava afastado dali, quando avistou, ao longe, dois rebeldes fortemente armados caminhando em direção aos veículos. Sabia que o negro irritadiço estava armado com uma faca e o tiozão pretensioso portava uma Glock, então rezou para que lidassem com a situação por conta própria. Os rebeldes estavam a alguns metros de distância, em direção noroeste, mas suas visões eram ocultadas pela vegetação. Ele sabia o que aquilo significava, por mais que relutasse, não podia se dar ao luxo de ficar parado. O seu polegar deslizou pela liga de alumínio do canivete, pressionando com firmeza o pino e fazendo saltar a lâmina. Dobrou a manga da camisa até a altura dos cotovelos, esperando um momento oportuno para avançar sem ser visto.

Eu tô morto pra caralho, era o que retumbava em sua cabeça. Pensava em Ellie, também, por mais que não gostasse de admitir no momento, — mas sabia que ela não hesitaria em estourar a cabeça de ninguém para salvar sua própria pele. Esgueirou-se com cuidado e fez a volta na tenda em que os dois homens se encontravam, postando-se às suas costas.

Sua mão direita avançou com firmeza e fez a lâmina gelada beijar a garganta do homem mais próximo, onde uma fina linha de sangue escorreu para baixo ao remexer-se assustado. O outro virou-se num sobressalto, levando a mão até seu fuzil e mirando para os dois. O braço contrário de Matt desceu até a submetralhadora que pendia na mão do homem imobilizado, esperando que tivesse juízo de soltá-la com uma faca no pescoço.  

— Shh, shh. — Chiou para que não fizessem nenhum alarde. — Ninguém aqui precisa morrer. Vê? Eu sou só um pregador, acredito que a vida nunca deve ser tirada e sempre preservada, — Podiam ter matado os militares pela superioridade numérica, mas ainda eram pessoas comuns, assustadas. — Mas também acredito que quem defende sua vida não é culpável, — Prosseguiu, — se você me obrigar a escolher entre mim e vocês, eu vou rasgar a garganta do seu amigo e enfiar esse canivete tão fundo no seu cu que vai alcançar o outro lado. — Tentava aproveitar a despreparação dos homens para virar a situação a seu favor, mesmo que fosse uma grande mentira. — Então, largue suas armas e renda-se, — Foi interrompido pelos sons de disparos, pode contar três. — Isso foi o russo que vocês seguem morrendo, se você se entregar terão suas vidas poupadas, podem até vir conosco à Torre Connor. Ou fiquem, como bem entenderem, o fato é que poderão preservar suas vidas, como todos queremos. — Sorriu de canto, firmando a faca na garganta do homem. O cabelo suado grudava em sua testa. — E então, como vai ser?

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Gulielmus escreveu:
 
─ Sou eu, abaixa isso e deixa ela ir! ─ Dwayne falou quase que automaticamente, nem pensando no risco em que se colocou ao dizer isso. Se aproximou em passos curtos, jogando a faca no chão e erguendo as mãos.  ─ Se é a mim que você quer, então vamos fazer uma troca e eu explico tudo o que está acontecendo. ─ começou a raciocinar melhor, tentando chegar a um acordo enquanto esperava por uma reação de Robert, que pareceu não ter sido notado.


Um tanto nervoso, o rapaz começou a se aproximar de Dwayne, que havia jogado a faca no chão e erguido as mãos em rendição.

─ Assim que eu jogar a vadia na grama, você vem comigo. Se tentar qualquer gracinha, enfio uma bala na cara dela ─ falou e empurrou a moça, não tardando em chutar a faca do homem para longe. Agarrou o braço de Dwayne e o puxou para debaixo de sua mira, afastando-se dali. Robert viu toda a situação, notou que estavam dando de costas para os veículos e teria mira limpa caso quisesse agir.

Chris escreveu:

─ Não é porque você sabe meu nome que significa que me conheça, velho.  ─ disse Sawyer destravando a arma.  ─ Eu não caio em blefes. Eu os faço.

O caolho dá uma pequena risada debochada e ia falar algo, porém a última coisa que enxerga é James com receio, porém convicção do que estava prestes a fazer. O loiro dispara três vezes contra o peito de Murph, que cai de joelhos e por fim, desaba com seu único olho aberto, porém sem vida. James pisca os olhos lentamente e suspira fundo após feito. Alguém tinha que ter culhões. Ele pensa.



Murph caiu de joelhos perante James. Uma lágrima desceu do único olho do velho, e escorreu pela bochecha repleta de cicatrizes. O loiro perguntava-se o que aquilo significava, enquanto assistia a vida deixando o rebelde.

─ Obrigado ─ disse antes de despencar, abrindo um sorriso largo e, acima de tudo, triste.

James vasculhou o lugar em busca das chaves dos veículos e as encontrou sobre a mesa no centro, ao lado de um arquivo nomeado de Murph Ivanov. Pegou ambos e deixou a tenda, tinha agora que rumar para o sul do parque.

Josh escreveu:

Olhou rapidamente para o lado direito e a viu perto o suficiente para alcançá-la com um braço. Utilizando agora força e agilidade ao mesmo tempo, Kyle forçou as mãos e a faca do homem que tentava matá-lo para utilizar seu braço direito para pegar a arma e atirar na cabeça do rebelde. Quando estava prestes a ceder à faca apenas segurando-a com a mão esquerda, usou a arma na direita para atirar em seu rosto.


Você precisa tirar 7 para concluir a ação.

http://prntscr.com/ammju5

Kyle encostou a boca da arma no rosto do rebelde e atirou ─ sangue borrifou sobre sua vista e o rapaz caiu ao seu lado.

Dwight escreveu:

Sua mão direita avançou com firmeza e fez a lâmina gelada beijar a garganta do homem mais próximo, onde uma fina linha de sangue escorreu para baixo ao remexer-se assustado. O outro virou-se num sobressalto, levando a mão até seu fuzil e mirando para os dois. O braço contrário de Matt desceu até a submetralhadora que pendia na mão do homem imobilizado, esperando que tivesse juízo de soltá-la com uma faca no pescoço.  

— Shh, shh. — Chiou para que não fizessem nenhum alarde. — Ninguém aqui precisa morrer. Vê? Eu sou só um pregador, acredito que a vida nunca deve ser tirada e sempre preservada, — Podiam ter matado os militares pela superioridade numérica, mas ainda eram pessoas comuns, assustadas. — Mas também acredito que quem defende sua vida não é culpável, — Prosseguiu, — se você me obrigar a escolher entre mim e vocês, eu vou rasgar a garganta do seu amigo e enfiar esse canivete tão fundo no seu cu que vai alcançar o outro lado. — Tentava aproveitar a despreparação dos homens para virar a situação a seu favor, mesmo que fosse uma grande mentira. — Então, largue suas armas e renda-se, — Foi interrompido pelos sons de disparos, pode contar três. — Isso foi o russo que vocês seguem morrendo, se você se entregar terão suas vidas poupadas, podem até vir conosco à Torre Connor. Ou fiquem, como bem entenderem, o fato é que poderão preservar suas vidas, como todos queremos. — Sorriu de canto, firmando a faca na garganta do homem. O cabelo suado grudava em sua testa. — E então, como vai ser?


Você precisa tirar 11 para concluir a ação.

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Matt imobilizou o primeiro com sucesso, mantendo sua lâmina no pescoço do rebelde. O outro não ousou atirar, e no mesmo instante abaixou o rifle:

─ Eu sinto muito... ─ disse ele, caindo de joelhos, enfiando as mãos no rosto. ─ Murph é um filho da ─ repentinamente, uma bala acertou a garganta do rebelde, que começou a se engasgar no próprio sangue. O rapaz imobilizado começou a se desesperar.

─ Não, não! ─ começou a gritar, mas logo foi interrompido quando foi atingido no peito por um tiro, morrendo instantaneamente. Matt levantou os olhos para ver de onde aquilo vinha, esperava dar de cara com um rebelde, porém, encontrou apenas Brad, munido de uma metralhadora silenciada.

─ Perdão, ele já estava tirando a faca do cinto para fincá-la nas suas costas enquanto o outro falava.

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Observando-os adentrar o caminhão, refletia sobre sua torre e questionava-se como estaria naqueles dias atuais, a segurança era muito boa e sabia que invadida não estaria, bloqueou-a ao ser levado dali para o acampamento, talvez aquela quantidade enorme de pessoas sentissem-se um pouco apertadas lá dentro, mas acostumariam-se e estariam mais seguros do que ali. Tudo estava indo bem quando um homem brotou carregando uma grávida, assustando-o com aparição repentina, notou que não o vira até então e logo em seguida Dwayne jogara a responsabilidade sobre si mesmo, salvando-a e sendo rendido. Viu-os afastando-se e aproveitou-se daquilo para aproximar-se lentamente, escondendo-se nas sombras das árvores e do muro, indo calmamente, escondendo-se em tudo que poderia usar como camuflagem até finalmente dar um pequena corrida e colocar a arma apontada para cabeça do maldito.

- Solte a arma, se não abrirei uma porra dum buraco na sua cabeça - ordenou.

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