Clube do Filme - Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan

Divertido, o cara manda muito bem no papel e as absurdidades do plot são o suficiente pra moverem a história, mesmo que a graça do filme mesmo seja mais nas reações reais. Eu só senti que podia ter cabido melhor um contexto para o cinegrafista, porque na maioria do cenas ele é mais como um espectador fantasmagórico que segue o Borat mesmo quando não faz muito sentido alguém tar seguindo ele, já vi isso ser feito melhor em outros filmes semelhantes. Eu acho também que a câmera podia ser mais "escondida" mesmo, porque em vários momentos fica bem claro que as pessoas na cena sabem que a câmera tá lá, então as vezes bota um pouco em questionamento o quão real são as reações. As cenas lá no trailer com os malandros beberrões, ou aquelas com os negões, acho que são os maiores exemplo disso, porque fiquei bastante na duvida do quanto aquilo era real e sai sentindo que foi 80% encenação, o que enfraqueceu um pouco a ótica de "critica social" que se podia ter tirado daquilo nas cenas com os caras do trailer, além da graça mesmo. 

Dei 3.5 no Letterbox, e deixo aqui um vídeo sobre a galera da vila do Borat, que é um lugar real mesmo, e que saiu bem puta com o filme. Foi mesmo bem escroto a forma como ele representou essa galera do leste europeu, mesmo que o objetivo tenha sido só o humor, e fico curioso como nego de hoje em dia tá reagindo a isso tudo agora com esse novo filme por ai. Se pá devem cagar, pela distância tão grande geográfica e cultural. 

Esquisito como eu lembrava mas não lembrava desse filme, mais para a segunda opção. Não entendo porque tanta gente por aí (principalmente agora com o 2) trata como uma obra prima da comédia mas eu admito que gostei mais do que esperava. O humor nem sempre funciona pra mim, seja por dar pra prever a piada ou por eu simplesmente não achar graça (que provavelmente eu achava quando tinha 12 anos), mas tem pelo menos duas sequências realmente muito engraçadas. Perdi duríssimo naquela sequência thriller de terror na casa dos velhinhos judeus, e puta que pariu o cara realmente deu tudo de si pra levar aquele saco gordo e peludo na cara em nome da arte. Nos melhores momentos de humor vergonha alheia do filme me lembrou Arrested Development (tipo aquela piada do retired/retarded na mesa de jantar), que criam aquele ar de constrangimento. Tive o mesmo pensamento do Guliel de como o filme perdeu a oportunidade de aproveitar o câmera como um personagem, principalmente quando o Borat fica sozinho isso me ocorreu.
De qualquer forma, bom filme e me deixou curioso para ver a sequência, já que esse mesmo filme provavelmente não aconteceria hoje em dia.

Esse foi difícil, odeio esse tipo de personagem, falando igual um doente mental, forçando piadas, era intencional e a graça era pra estar nisso, mas não deu, chato de mais, não dei uma risada bicho, ruim mesmo.

Cenas que eram pra ser críticas sociais foda eu achei bem caídas também, a grande maioria na real, ele cagando e se masturbando em local público foram desnecessárias, puta parada escrota, nossa senhora. A cena dele quebrando a loja me irritou pra caralho também.

O ponto do Guliel é o meu, não consegui saber qual o nível de veracidade da coisa, pareceu tudo atuação, por essa dúvida do que era verdade ou não dou um ponto para o filme, meu segundo e último ponto vai para a corajosa cena do gordo com o pau/cu na cara do Borat, coragem, se entregou mesmo ao personagem e a ideia do filme, sem se segurar.

Agora indo para o segundo filme, consegui algumas risadas, mas achei caído igual o anterior, mas levemente melhor, talvez pelos temas mais atuais, a cena dele cantando e a galera repetindo as falas pesadíssimas foi foda pra caralho. Infelizmente não sei o quanto de verdade tem nessa merda, então não levo 100% a sério igual o 1.

Talvez se ele falasse de forma normal eu não me incomodaria tanto. Foi difícil.

Apesar de também não ver o filme como uma obra prima da comédia (longe disso até, eu diria), não posso negar que tem o seu diferencial, mesmo que datado, e que cumpre bem o papel principal de um filme do gênero: fazer rir. Humor negro é algo que me atrai e a forma ácida e de escala absurda de Borat me comprou, não é algo que já não tenha visto em outros filmes (inclusive do próprio Sacha), mas bem feito como esse são poucos.

O formato de mockumentary funciona muito bem pelo enredo proposto, mesmo em alguns momentos sendo duvidoso a veracidade das reações como o Guliel citou, mas na maioria das cenas tinha boas reações e algumas bem naturais. Mas não adianta, o que me ganhou no filme mesmo foi o Borat e o tom do humor dele, mesmo com o sotaque forçado e retired. A quebra de expectativa sempre acaba me pegando na comédia, então cenas como a dele raptando a Pamela Anderson DU NADA me tirava umas risadas. Assim como os estereótipos elevados a um nível exagerado, a cena da casa dos judeus deve ser um consenso, gargalhei com eles jogando dinheiro para as baratas e perguntando se "era o suficiente".

Sobre as críticas sociais, sei lá, acho whatever entrar nesse mérito. Li um negócio interessante no artigo da Wikipédia, sobre o filme ser "antiamericano", e pra mim funciona esse formato de expor ao ridículo as reações, costumes e preconceitos do U.S and A.

Com exceção de alguns momentos em que precisa ser dado uma forçada num humor mais silly tipo a cena da loja que o Pelé pontuou, curti o filme e me rendeu boas risadas. Uma pena filmes desse tipo não funcionarem hoje em dia, podia surgir umas paradas geniais se fossem bem pensadas e que tivessem um timing cômico notável igual o do Sacha Baron Cohen.