Acompanhou todo percurso dos selvagens em direção à Muralha, faltando pouco para que chegassem no portão que tampava a ida de túnel ao outro lado, e perto dali, foi onde virou-se para trás para ver o que os seguia. Sob as árvores, figuras sombrias espreitavam, enquanto centenas de criaturas vestidas de trapos, como selvagens, brotavam para ambas direções, entupindo a entrada da floresta. Mas não eram apenas selvagens, Droenn sabia.
Quando voltou-se para frente, não encontrou sinal da Muralha ou dos selvagens em sua volta. Estava em outro local. O tapete de neve sob seus pés continuava, mas bem distante via montanhas enormes, algumas que chegavam alcançar as nuvens, enquanto alguns metros em sua frente um rapaz estava de pé, olhando para cima do monte algumas dúzias de passos dele, onde havia um tipo de represeiro. O rapaz ao virar-se para trás, percebendo sua presença, ficou tão surpreso quanto ele, e revelou-se como o garoto que vira na visão de Correrrio.
Começou falar, mas de sua boca não saia som algum, tentou aumentar a voz, mas os gritos chegavam aos ouvidos do Stark como sussurros inaudíveis. Então, por fim, pouco antes de desistir e calar-se, o homem entendera apenas algumas palavras que soavam confusas e enigmáticas: ele sabe.
— Quem? — perguntou Droenn, confuso.
Viu o garoto congelar e sentiu um calafrio espalhar-se pelo seu corpo. Tomou coragem para olhar o que estava atrás de si ao sentir todos pelos de seu corpo arrepiarem-se. Virado para trás, seu coração parou de bater por alguns segundos, ao deparar-se com um ser belo e amedrontador, com olhos azuis mais profundos que de qualquer humano que vira antes, era de gelo, em sua mão havia uma espada que brilhava azul e em seu corpo uma armadura do mesmo material, transparente, que refletia levemente a luz do dia. Nenhum olhar mais perverso que fosse, num campo de batalha ou não, comparou-se a ameaça que sentiu daqueles olhos azuis encarando-lhe sem demonstrar emoção alguma.
Só acordou do choque ao sentir a gélida mão da criatura agarrá-lo pelo pescoço e levantá-lo no ar, então o desesperou inundou-lhe como nunca antes, bateu com as pernas no ar e prendeu suas mãos no braço daquilo, mas não fez diferença alguma, o aperto aumentou e viu que o braço que carregava a espada ajeitou-se para um golpe.
Com marcas que beiravam uma mistura de roxo e azul no pescoço de Droenn, tanto Tobin quanto Rina desesperaram-se ao verem o homem começar debater-se contra a cama.
De olhos focados apenas na frieza azul que o encarava, não notou que o rapaz tomara coragem e tentara avançar para ajudá-lo, sendo impedido por outro ser daquele, agarrando-lhe o braço. E, então, tudo escureceu e tornou-se confuso. Um choro de bebê surgiu de forma estridente e dolorosa nos ouvidos de Droenn e novamente inúmeras imagens pularam em seus olhos. Viu seu irmão ajoelhando-se no chão após ser esfaqueado, viu Walder Frey sorrindo, uma flecha sendo solta no peito de seu pai, uma flecha sendo solta de um arco, chamas verdes espalhadas em grama incendiando-se ao tomarem contato com a flecha. Viu homens atravessando o portão de Porto Real, em seguida viu inúmeros moradores fugindo para fora do local, sob neve. Viu Serena com uma camisa de escamas negras, sobre uma cota de malha brotando de seus ombros onde as escamas cessavam, estava com feridas no rosto e em cima de um cavalo, e olhando séria para algo vestida daquele jeito, além de bonita, parecia até mesmo alguém nobre. Atrás dela havia um exército. Ao seu lado, estava Daeron vestido de uma armadura poderosa, com o rosto tão sério quanto de sua irmã, gritando arqueiros. Viu no outro lado daquele gigantesco campo, Jan soltando um berro e iniciando uma corrida com seu cavalo, enquanto uma cavalaria gigantesca o seguia. Sua próxima visão foi uma torre entre outras três, gigantescas, caindo sobre ruínas. Viu Aerion, o dragão de Daeron, com o dobro ou mais de seu tamanho da última vez que o vira, tão grande que talvez agora conseguisse engolir um cavalo inteiro, passando por cima de Portões da Lua. Viu Talia gritando de dor e novamente o choro de uma criança. Viu Serena coberta de sangue sentada no Trono de Ferro. E sua última visão fora do estandarte Arryn, antes que uma quarta trombeta fosse escutada, diferente das outras e acordasse num susto, pulando para fora da cama.
Droenn caiu no chão, tentando respirar, mas não conseguindo, Rina agachou-se ao seu lado e tentou acalmá-lo, mas não adiantava. Ao erguer os olhos para o espelho do quarto, viu que as marcas continuavam em seu pescoço.
Quando voltou-se para frente, não encontrou sinal da Muralha ou dos selvagens em sua volta. Estava em outro local. O tapete de neve sob seus pés continuava, mas bem distante via montanhas enormes, algumas que chegavam alcançar as nuvens, enquanto alguns metros em sua frente um rapaz estava de pé, olhando para cima do monte algumas dúzias de passos dele, onde havia um tipo de represeiro. O rapaz ao virar-se para trás, percebendo sua presença, ficou tão surpreso quanto ele, e revelou-se como o garoto que vira na visão de Correrrio.
Começou falar, mas de sua boca não saia som algum, tentou aumentar a voz, mas os gritos chegavam aos ouvidos do Stark como sussurros inaudíveis. Então, por fim, pouco antes de desistir e calar-se, o homem entendera apenas algumas palavras que soavam confusas e enigmáticas: ele sabe.
— Quem? — perguntou Droenn, confuso.
Viu o garoto congelar e sentiu um calafrio espalhar-se pelo seu corpo. Tomou coragem para olhar o que estava atrás de si ao sentir todos pelos de seu corpo arrepiarem-se. Virado para trás, seu coração parou de bater por alguns segundos, ao deparar-se com um ser belo e amedrontador, com olhos azuis mais profundos que de qualquer humano que vira antes, era de gelo, em sua mão havia uma espada que brilhava azul e em seu corpo uma armadura do mesmo material, transparente, que refletia levemente a luz do dia. Nenhum olhar mais perverso que fosse, num campo de batalha ou não, comparou-se a ameaça que sentiu daqueles olhos azuis encarando-lhe sem demonstrar emoção alguma.
Só acordou do choque ao sentir a gélida mão da criatura agarrá-lo pelo pescoço e levantá-lo no ar, então o desesperou inundou-lhe como nunca antes, bateu com as pernas no ar e prendeu suas mãos no braço daquilo, mas não fez diferença alguma, o aperto aumentou e viu que o braço que carregava a espada ajeitou-se para um golpe.
Com marcas que beiravam uma mistura de roxo e azul no pescoço de Droenn, tanto Tobin quanto Rina desesperaram-se ao verem o homem começar debater-se contra a cama.
De olhos focados apenas na frieza azul que o encarava, não notou que o rapaz tomara coragem e tentara avançar para ajudá-lo, sendo impedido por outro ser daquele, agarrando-lhe o braço. E, então, tudo escureceu e tornou-se confuso. Um choro de bebê surgiu de forma estridente e dolorosa nos ouvidos de Droenn e novamente inúmeras imagens pularam em seus olhos. Viu seu irmão ajoelhando-se no chão após ser esfaqueado, viu Walder Frey sorrindo, uma flecha sendo solta no peito de seu pai, uma flecha sendo solta de um arco, chamas verdes espalhadas em grama incendiando-se ao tomarem contato com a flecha. Viu homens atravessando o portão de Porto Real, em seguida viu inúmeros moradores fugindo para fora do local, sob neve. Viu Serena com uma camisa de escamas negras, sobre uma cota de malha brotando de seus ombros onde as escamas cessavam, estava com feridas no rosto e em cima de um cavalo, e olhando séria para algo vestida daquele jeito, além de bonita, parecia até mesmo alguém nobre. Atrás dela havia um exército. Ao seu lado, estava Daeron vestido de uma armadura poderosa, com o rosto tão sério quanto de sua irmã, gritando arqueiros. Viu no outro lado daquele gigantesco campo, Jan soltando um berro e iniciando uma corrida com seu cavalo, enquanto uma cavalaria gigantesca o seguia. Sua próxima visão foi uma torre entre outras três, gigantescas, caindo sobre ruínas. Viu Aerion, o dragão de Daeron, com o dobro ou mais de seu tamanho da última vez que o vira, tão grande que talvez agora conseguisse engolir um cavalo inteiro, passando por cima de Portões da Lua. Viu Talia gritando de dor e novamente o choro de uma criança. Viu Serena coberta de sangue sentada no Trono de Ferro. E sua última visão fora do estandarte Arryn, antes que uma quarta trombeta fosse escutada, diferente das outras e acordasse num susto, pulando para fora da cama.
Droenn caiu no chão, tentando respirar, mas não conseguindo, Rina agachou-se ao seu lado e tentou acalmá-lo, mas não adiantava. Ao erguer os olhos para o espelho do quarto, viu que as marcas continuavam em seu pescoço.