Spoiler :
No caminho oposto ao do Gulielmus, eu acho que ter visto sabendo "algo" pode ter tirado um pouco da dualidade do filme para mim. Eu já sabia que a possibilidade dele ser simplesmente pirado não existia (apesar de que, forçando um pouco, ainda dá para acreditar nela), então se desfez a possibilidade entre a loucura e a realidade que vinha sido traçada. De qualquer forma, ainda bem que o filme praticamente destrói essa dúvida lá pela metade, então a perda de experiência foi menor.
Achei o filme bem 8 ou 80. A ideia como um todo e a temática de armas biológicas (pra 1996) é bastante original. A estética das cenas futuristas e o próprio clima de estranheza que o filme emprega são o tipo de coisa que eu gosto bastante, mas acho que por questão de expectativa acabei me decepcionando. O lado do sci-fi é deixado beeeem de lado por boa parte do filme, o próprio exército dos 12 Macacos acabou sendo um banho de água fria pra mim, já que eu tava realmente curioso e o filme acabou quebrando isso.
Achei bastante esquisita a relação dos dois protagonistas, porém deu pra engolir. Mas também me incomodaram bastante as conveniências/facilitações como a polícia completamente idiota e o rosto do culpado aparecendo numa foto do cantinho do jornal recém posto sobre a bancada 2,5 segs depois da protagonista esbarrar nele. O filme tinha capacidade para contornar tudo isso bem melhor. Sobre as atuações: achei o Bruce Willis perfeito no papel, mas o Brad Pitt tava um pouco over the top, — não por culpa dele, mas da estranheza que o filme tentava evocar. Ainda assim, funciona.
O ponto mais legal disso tudo acaba sendo o final aberto a interpretações: você pode ver como a missão sendo um sucesso e a cientista do futuro estando no avião para pegar uma amostra, como sendo um fracasso onde a viagem no tempo cria um paradoxo em que a causa do vírus ter se espalhado seja a presença do Bruce Willis no passado, ou pode ser que tudo de fato seja a mente de um adulto atormentado que era uma criança problemática e vive numa fantasia desde que presenciou um assassinato em um aeroporto, ou quem sabe o ponto de vista seja o da Doutora, presa num complexo de Cassandra. Ou sei lá.
Dei 3,5 porque, apesar de no geral ter gostado, ficou a sensação de que por muito pouco poderia ter sido muito melhor.
Gulielmus escreveu: Spoiler :
Afinal, se ele não tinha nada a ver com toda a epidemia e só soltou uns animais do zoológico, porque a galera no futuro ficou achando o contrário? Aquela última mensagem do Bruce Willis não existia originalmente e só depois dela eles souberam que ele não tinha nada a ver? Ou talvez existia algum delay até a mensagem chegar?
Spoiler :
Eu acho que eles simplesmente não sabiam quem era o 'culpado', e só tinham a suspeita sobre o Exército dos 12 Macacos. Pelo que eu entendi a última mensagem não existia antes mesmo, mas nela ele também não identificou quem espalhava o vírus, até porque ele ainda não sabia. Depois que ele a enviou (somente porque decidiu ficar no "passado"), os cientistas conseguiram encontrá-lo (já que ele havia removido os dentes) e enviaram o tal José lá com a arma. Mas o Cole não podia mudar o futuro (seja porque o tempo em si não permitiria ou porque os cientistas do futuro não deixariam), e a função do José era justamente entregar a arma e observar para saber quem espalharia o vírus. Com a informação, a cientista também pôde voltar ao passado para 1. se assegurar de que o futuro não fosse alterado (caso o Cole matasse o ruivo) e/ou 2. conseguir uma amostra do vírus para reconstruírem a Terra no futuro.