Clube do Filme - Le Samouraï

O matador Jeff Costello é um perfeccionista: ele sempre planeja com extremo cuidado todos os seus assassinatos para nunca ser pego. Uma noite, porém, ele finalmente é surpreendido por uma testemunha, e aos poucos, a partir daí, ele vai sendo cada vez mais pressionado.

Ano: 1967;
Direção: Jean-Pierre Melville.

Filmow

Gostei bastante. De primeira, achei que seria mais um protagonista frio e calculista, mas construíram um personagem redondinho por meio de detalhes como o passarinho, um apartamento infeliz e a atuação que é precisa ao milímetro - daqueles casos que você não consegue separar o ator do personagem. O que me cativou é que tudo é feito pensado nos detalhes, e o final se desenrola muito bem.

Maneríssimo esse clima Noir, acho que nunca tinha visto um filme desse tipo antes. Todo esse foco na atmosfera das cenas, na trilha sonora e com esse ritmo que não tem medo de ser mais lento e tal, me lembrou do que eu gosto nos Westerns. Se eu não fosse preguiçoso eu procuraria ver mais filmes desse estilo, acho que iria curtir.

A tensão é construída muito bem, como durante toda aquela sequência da perseguição policial no metrô, ou a do interrogatório na delegacia. Demorei um pouco pra sacar as correlações entre as testemunhas e o assassinato, e fiquei momentaneamente confuso com as intenções deles quando mandaram aquele cara pra tentar contratar o Costello mais uma vez, ao invés de ter matado ele como pretendiam antes — a explicação do cara acho que explicou o suficiente. Acho que a participação da cantora lá foi o que me confundiu mais, porque não saquei muito o papel dela ali. As intenções dele próprio ali no final eu também não saquei muito, pareceu que ele propositalmente caiu na armadilha policial já que o revolver nem carregado tava, mas por que? Foi tipo um harakiri, talvez? Cara sentiu que falhou no primeiro assassinato, ou algo do gênero. Sei lá, não entendi direito, mas interessante.

Dei 4 estrelas no filmow.

Gulielmus escreveu:

Maneríssimo esse clima Noir, acho que nunca tinha visto um filme desse tipo antes. Todo esse foco na atmosfera das cenas, na trilha sonora e com esse ritmo que não tem medo de ser mais lento e tal, me lembrou do que eu gosto nos Westerns. Se eu não fosse preguiçoso eu procuraria ver mais filmes desse estilo, acho que iria curtir.

A tensão é construída muito bem, como durante toda aquela sequência da perseguição policial no metrô, ou a do interrogatório na delegacia. Demorei um pouco pra sacar as correlações entre as testemunhas e o assassinato, e fiquei momentaneamente confuso com as intenções deles quando mandaram aquele cara pra tentar contratar o Costello mais uma vez, ao invés de ter matado ele como pretendiam antes — a explicação do cara acho que explicou o suficiente. Acho que a participação da cantora lá foi o que me confundiu mais, porque não saquei muito o papel dela ali. As intenções dele próprio ali no final eu também não saquei muito, pareceu que ele propositalmente caiu na armadilha policial já que o revolver nem carregado tava, mas por que? Foi tipo um harakiri, talvez? Cara sentiu que falhou no primeiro assassinato, ou algo do gênero. Sei lá, não entendi direito, mas interessante.

Dei 4 estrelas no filmow.

Pois é, parecia que ele seguia um código, maneiro. Agora que você falou dessa atmosfera noir, o filme me lembrou Taxi Driver, que deve ser uma versão neo dessa vertente. Deu vontade de ver mais filmes desse tipo msm.

Prime escreveu:

Pois é, parecia que ele seguia um código, maneiro. Agora que você falou dessa atmosfera noir, o filme me lembrou Taxi Driver, que deve ser uma versão neo dessa vertente. Deu vontade de ver mais filmes desse tipo msm.  

Tinha me lembrado Taxi Driver também, esqueci de citar. E imagino que esse ai meio que já era uma releitura mais contemporânea dos filmes noir americanos também, apesar de agora pra gente parecer estar bem próximo da época, acho que a maioria desses filmes são da década de 40/50. 

Inclusive, fiquei pensando como ele ficaria se tivesse sido feito preto e branco, acho que teria combinado bem.

Filme a cara do Badass, mesma sensação do filme que ele recomendou no primeiro clube que participei, com aqueles dois irmãos.

Como sempre falo das recomendações dele, ambientação maneiríssima, ainda mais sendo nos anos 60/70, foi uma das paradas que me prenderam nesse filme, já que não sou fã de filmes tão lentos, inclusive nunca assistiria por conta própria, ponto para o clube que sempre me tira da zona de conforto.

Queria entender o final também, se ele já previa tudo aquilo, mas muito maneira a construção de toda a investigação, gostei da cena em que estão investigando um por um dos suspeitos logo no começo, dei até umas boas risadas.

O ator é belíssimo e a atuação também achei ótima, mesmo quando não fala ele entrega o que precisa em cada cena, seja com a pianista ou nas investigações.

Dei 4 no Filmow. Boa recomendação.

Ótimo thriller tão sereno quanto pode ser, vai crescendo na direção de um clímax que não trai o sentimento de todos os outros 100 minutos anteriores. Em retrospectiva fica claro como esse daí influenciou tentativas mais recentes e mais pops de neo-noir, de Drive à John Wick. Principalmente o protagonista relaxado e praticamente indiferente a qualquer situação, Alain Delon é um dos caras mais bonitos a terem pisado na Terra.
Acho que é meu favorito (até agora) desse Clube do Filme junto com Predador.

que filme de samurai diferente

Me senti menos burro ao ver que os burros também ficaram confusos com o final, que burros kk. Mas depois de ver por esse lado, da interpretação do Felipe ali em cima, acabei gostando mais não só do clímax, mas de toda a construção. Eu não sei se é porque as referências de filmes dos anos 60 que eu tenho serem em preto e branco e planos mais fechados, mas achei foda toda a cinematografia da parada, eu compraria fácil que é um filme menos antigo, méritos da produção. Se bobear é o melhor filme francês (e de samurai) que eu tenha visto, já que não me aventuro muito por essas bandas. Curti a ambientação, o clima de tensão, a falta de pressa no ritmo que citaram ali em cima foi algo que ao invés de ficar cansativo me deixou em sintonia com o desenrolar, enfim, bom filme.

não dei nota nenhuma no filmow