O contraste da linda manhã onde os raios do sol penetravam nas árvores perfumadas pela brisa era notável sob a vastidão negra que fora lar de inúmeros pássaros durante suas horas azuis, a camada espessa de nuvens escuras alastravam-se por toda região, tampando-os de verem as estrelas, não demoraria para que uma tempestade acontecesse, podiam ouvir trovões próximos de onde localizavam-se, mas os mercenários não ligavam, continuavam festejando e bebendo como nunca. Alguns deles. Serena fitou o desenrolar do torneio com tédio, não conhecia nenhum dos prisioneiros e tão pouco importava-se com seus futuros, mas não pôde negar a surpresa ao ver o homem desanimado sair vivo de toda aquela carnificina. O comandante dos Skullhead levantou-se, revelando o nome de Kyan para o público e pedindo que o aplaudissem, muitos de seus mercenários o fizeram, mas nenhum mão negra pareceu a fim daquilo. No final das contas, agarraram o vitorioso e jogaram-lhe de volta à cela, não o executaram ou jogaram no mundo, apenas estenderam a vida do homem para futuros jogos. As pessoas começaram sair da arena e foi aí que a garota começou a suspeitar daquela situação, os Caveiras e Corvos pareciam ter muito de seus membros bêbados, mas a grande maioria andava normalmente, tropeçando ali e aqui, mas ainda assim mais sóbrios que os mãos negras que esbarravam um nos outros e caiam no chão. Virou-se para trás, tentando encontrar algo que acabasse com aqueles pensamentos que a incomodavam tanto, mas as pessoas que vinham logo atrás estavam na mesma situação.
Com o completar da noite, ocorreria um pequeno banquete na grande tenda feita especialmente para os comandantes. Chamaram-a devido seu pai, mas Desmond teve que ficar para trás mesmo que quisesse acompanhá-la, disse que ficaria bem e que os pratos não a atacariam. Thoren durante todo caminho não parara de falar sobre o futuro dos Bastardos Ligeiros e como voltariam à era de ouro, recebendo tarefas a exaustão e concluindo-as como antigamente, dentre todas essas promessas uma coisa chamou sua atenção, ele falava sobre um traidor que estava a anos em sua companhia e que durante todo esse tempo passava informações para pessoas que infelizmente o Skullhead não conseguira descobrir, ele havia arrancado a linguá antes que a tortura pudesse enlouquece-lo, mas antes gritara que alguém viria atrás de Thoren para matá-lo. Fery perguntou que informações eram essas e o filho de Zarka pareceu pensar no que falar, soltando finalmente que eram algumas missões importantes que poderiam fazer e acabaram nas mãos da maldita Companhia Dourada.
Os quatro foram em direção à enorme mesa que parecia engolir metade do espaço da tenda, cada um sentou-se em seu lugar, Serena e Fery no lado direito e Marga no esquerdo, enquanto Thoren ficava no meio da mesa, de frente à ambos lados. Todos estavam muito próximos um dos outros, os dois comandantes principais alguns centímetros de distância. Serena escutou-lhes conversando, não entrara no meio ou fora chamada, agradecia pela falta de atenção dada à ela, observava as gotas de água começando a colidir com o teto da tenda e várias sombras passeando por fora, pareciam apressadas. Virou-se para eles quando estranhou o interrompimento repentino da conversa, vendo-os pararem para degustar da comida. Marga e Thoren trocaram olhares e perceberam-a os vigiando.
- Serena, não me interprete errado, mas quem diria que aquela garotinha franzina e aventureira se tornaria uma mulher tão atraente - cortejou-lhe o Skullhead. - É verdade que agora você é um membro oficial da Companhia Blackhand?
- Sim, já estava na hora - respondeu, ignorando os elogios. Não tocara na comida, não estava com fome.
- Talvez um dia os Bastardos Ligeiros tenham mais de uma mulher como comandante - disse Marga, sorrindo. Atrás dela surgiu barulhos de coisas caindo, o som era familiar, mas não sabia identificá-lo. - Malditos bêbados, sempre esbarrando em algo.
Notou que um homem parara em frente à tenda, não estava lá antes, mas agora parecia um guarda.
- Fale sobre o vendedor que você pretende negociar o ovo - disse Thoren.
- Ele é um comerciante muito rico, adora colecionar tesouros e daria uma boa fortuna para possuir essa preciosidade que está atrás de você. Não para em um lugar por muito tempo, mas combinamos de nos encontrarmos em regiões próximas de Volantis ou talvez na própria daqui alguns dias.
- Como diabos você conseguiu contatá-lo?
- Simples, toda cidade nesse maldito continente é ocupada por um grupo dele, geralmente os chamam de Exploradores - respondeu Fery, agarrando um pedaço de carne e enfiando na boca.
Serena viu os outros dois comandantes entreolhando-se novamente e seus pelos arrepiaram-se de repente.
- Você sabe que toda minha companhia possuí um forte laço com os nobres de Essos, não é? Várias famílias nos ajudaram, apenas algumas nos ajudam agora. Sempre nos enviaram tarefas e mesmo que não enviem mais, sentem saudades de nossas habilidades, as outras companhias com força semelhante cobram demais ou o contrato é extremamente cansativo, cheio de combinados e outras coisas - enquanto o Skullhead falava, o comandante Blackhand parara de comer, encarando-o com desconfiança. - Entre todas três companhias, a sua é mais impactante na má fama que nos ronda. Vocês não conseguem manter-se em conduta por pelo menos alguns meses, parece que toda semana falham em algo. Sardok!
Virou-se para abertura da tenda, vendo um gigantesco homem entrando, quando o viu parado lá fora sua sombra não era tão grande como aparentava agora. Analisou seu corpo musculoso com temor, não sabia o que esperar depois daquele chamado, principalmente por não possuir nenhuma arma. Apertou a faca que cortava a carne com força, seu coração começara disparar e parecia prestes a entrar em desespero, mas sentiu a mão de Fery cutucando-a nas costelas e voltou sua atenção para ele, entregou-a um sorriso acolhedor e levantou os olhos para o recém chegado.
- Pode começar - disse Thoren, simplesmente. O homenzarrão saiu da tenda sem soltar outra palavra e começou a gritar palavras que ela não conseguiu entender direito.
- O que significa isso? - exclamou Fery, levantando-se. Acompanhou-lhe, distanciando-se da mesa, Marga agora a olhava com aqueles olhos ameaçadores, em pé também.
- Os nobres nos disseram que voltariam a depositar a confiança em nossa companhia se juntássemos os Caveiras e Corvos, tornando apenas uma. Sim, eu pensei: vamos destruir uma divisão que passou décadas assim. Nunca! Mas aí me lembrei que as décadas anteriores nunca haviam enfrentado os bárbaros que enfrentamos três anos atrás, nunca sofreram o que sofremos - continuou seu discurso, ainda sentado em sua cadeira, cortando um pedaço de carne e colocando na boca.
- Você só disse duas - observou Fery, sabendo para onde aquilo iria. - Se você nos quer fora, para que nos encurralar?
Escutou gritos lá fora, parecia que uma guerra iniciara-se fora da tenda, começara escutar espadas colidindo e pessoas berrando ordens para organização, provavelmente os mãos negras tentando sobreviver. Engoliu em seco, preocupada com o que aconteceria ali, tinha uma mal pressentimento e temia que seria seu fim, apertando a faca que utilizara para comer ainda em suas mãos.
- Vocês não aceitariam, e de qualquer jeito as ordens foram claras - levantou-se, com um dos braços ainda em baixo da mesa. - A Companhia Blackhand deverá morrer para que os Bastardos Ligeiros possam voltar à era de ouro - puxou seu arakh de aço valiriano de baixo da mesa e girou em direção à Fery que não pode desviar-se, decepando-o a cabeça.
O mundo silenciou-se para Serena, o jato que cobriu seu rosto de sangue congelou os próximos acontecimentos, viu Marga agarrando uma das facas e flanqueando a mesa, enquanto o maldito Skullhead aproximava-se sujo do homem que acabara de matar. Cerrou os olhos, limpando o rosto e abaixou-se de um golpe da lâmina inimiga, virando-se para parede de pano, enfiando sua faca nela e rasgando-a, sentiu um golpe em suas costas, abrindo uma ferida profunda e gritou de dor, mas já havia pulado para fora. Levantou-se machucada e correu para longe, finalmente descobrindo o que acontecia no acampamento. A Blackhand teve uma das piores visões de sua vida, as duas companhias traidoras pareciam desenvolver seu objetivo com bastante sucesso, eram incontáveis os números de cadáveres de sua família no chão, alguns carregavam armas, mas a grande maioria deitava-se morto com nada, muitos sob suas tendas ou com suas gargantas abertas durante o sono, haviam aproveitado aquele dia para um ataque surpresa.
Procurou alguma espada, encontrando uma enfiada num cadáver, agarrou-a e viu um dos Corvos aproximando-se, esperou que viesse e desviou de sua estocada, decepando-lhe o braço e cortando sua garganta. Deparou-se com o homem de cabelo azul defendendo-se de alguns traidores, olharam-se e ela soltou de imediato:
- Precisamos sair daqui, agora.
- Eu sei, se você tem alguma ideia de como sair desse maldito lugar com uma dúzia de traidores a cada esquina, eu agradeceria se você dissesse agora - respondeu nervoso, matando mais um.
- Podemos fugir para floresta - sugestionou.
Ele pareceu considerar a ideia enquanto ela olhava em volta, notando entre o caos o prisioneiro vitorioso observando a desgraça no seu silêncio costumeiro, solitário nas celas. Defendeu-se de uma mulher com machado e atravessou seu estomago, pegando a arma para si e jogando em direção à cela, assustando o distraído que afastou-se ao ver a arma alguns centímetros longe dele. Ela acenou com a cabeça, agora ambos tinham motivos para matar os outros mercenários e mais um contra aquela grande quantidade não seria algo negativo.
Havia milhares de tonéis espalhados pelo acampamento, todos cheios de vinho e outras bebidas, era o que esperavam. Os traidores foram espertos, enquanto uma parte distraia a pequena porção que não estava completamente bêbada dos mão negra, a grande maioria organizava-se, abrindo os tonéis cheios de armas e adentrando em suas próprias tendas, espalhando adagas e armas piores na distração, até que o homenzarrão Sardak gritou:
- Comecem, mate-os todos! Agora, mate-os!
A chacina começou sob uma tempestade que acabara de iniciar, uma chuva forte que colidia nos homens encharcando-os em segundos enquanto trovões regulares embranqueciam o lugar em alguns milésimos.
Mapa: https://i.imgur.com/HaMbw8G.pngHá muitos inimigos em volta de vocês, mas tirando os vermelho escuro que representam seus inimigos atuais, o restante claro só tá ali pra mostrar como tá a situação, vocês não são os únicos sobreviventes da companhia.
Agora é com vocês, se organizem ou não, escolham fugir ou não, mas façam imediatamente depois de lutarem - ou seja, no mesmo post -, todos estão com pouquíssimo tempo pra ficar brincando. Podem tentar entrar nas suas respectivas tendas e pegar suas armas, pior, proteções como cota de malha e armadura, mas não recomendo...
Talia[Babi]Vestimenta: Roupas casuais.
Armas: Espadas curtas e a adaga.
Dois homens abriram a tenda, pretendiam cortar a garganta de quem estivesse ali dentro, mas surpreenderam-se com a visão de uma belíssima mulher. Sorriram, adentrando na cela, já abaixando as calças, mas foram interrompidos quando os olhos dela abriram de repente, levantando-se rapidamente e pulando no mais próximo, encravando sua adaga em seu pescoço, fazendo com que ela e o cadáver levasse o que seguia ao chão, fora da tenda. Antes que ele pudesse se levantar, ela pulou sobre ele também, cravando sua adaga múltiplas vezes.
Viu-se cercada por três homens, cada um deles carregando uma espada, tirando o terceiro que levava uma espada curta.
Droenn[Prime]Vestimenta: Roupas casuais.
Armas: Nenhuma.
O Stark deitava-se entre as mesas em um sono profundo. Sonhava com coisas estranhas, coisas que não entendia e no fundo o amedrontavam, não sabia por que. Sonhou com campos de batalha cobertos de sangue, estandartes queimavam e outros afundavam-se em cadáveres. Sonhou com homens esfolados cercando-o. Viu dois homens portando uma linda e extraordinária
espada de empunhadura negra com ambos lados formada por um dragão com uma orbe vermelha no centro, um era um gigante e outro um homem normal. Sua última visão, a que acordou-lhe finalmente, num susto e que aterrorizaria suas próximas noites de sono, fora da sala do trono destruída, aberta à uma vastidão branca, o
trono de ferro parecia aos pedaços e estava coberto de neve.
Abriu os olhos, confuso, perdido e estranhamente assustado, quis vomitar novamente, mas segurou-se, surpreendeu-se ao ver dois cadáveres em cima dele. Quando finalmente entendeu quem atacava quem e a situação atual, notara que confundiram-lhe com um dos cadáveres. Levantou-se, zonzo, vendo os vários inimigos espalhados. Virou-se para trás, vendo um deles surpreso ao vê-lo em pé, parecia prestes a atacá-lo com sua adaga.
Rhaego[Dwight]Vestimenta: Roupas casuais.
Armas: Espada normal.
O ataque começou quando descansava ainda no campo de lama onde brigara com alguns homens. Após conseguir uma espada qualquer, iniciou alguns combates até encontrar-se com Serena.
Os dois preparam-se para lutar com dois inimigos que surgiram, cada um de um lado. O de Rhaego carregava uma lança.
Daven[Chris]Vestimenta: Roupas casuais.
Armas: Adaga.
Dormia tranquilamente quando começara escutar barulhos vindos de fora, levantou-se, agarrando uma adaga e saindo da tenda infestada com cheiro de sexo, deparando-se com aquele caos.
Dois homens aproximaram-se, ambos de espadas, estavam um pouco distantes.
Kyan[Josh]Vestimenta: Trapos sujos e fedidos, cheio de rasgos e buracos.
Armas: Machado.
Kyan pegou o machado arremessado pela garota e acertou a fechadura múltiplas vezes, abrindo-a alguns minutos depois. Deparou-se com os mercenários lutando entre si e viu que a confusão estava completamente em sua volta.
- Prisioneiro! - gritou um homem de repente.
Viu ele e outro abandonando a busca pelos mercenários que estavam sendo aniquilados e avançaram contra Kyan. Um com espada longa e outro com uma adaga.
Última edição por Luckwearer em Seg Jan 04 2016, 18:16, editado 1 vez(es)