Um vento vindo do leste soprou através dos bosques, as pequenas folhas engolidas no emaranhado de árvores balançavam suavemente, perfumada a brisa acompanhava o canto dos pássaros, a estrada invadida por grama e flores ladeava uma pequena correnteza que acabava na queda de água à norte, juntando-a à um longo e largo rio que espalhava-se na região. Os mercenários caminhavam pelo local calmamente, aproveitando o ar sereno da manhã sob a grandiosa e pálida alvorada cor-de-rosa, raramente encontravam-se em tanta paz como naquele momento. Os três anos posteriores aos trágicos acontecimentos em Qohor mergulharam os Bastardos Ligeiros em dias sombrios, os homens começaram desrespeitar os contratantes e em casos extremos atacavam-os, tarefas cada vez menos eram entregues à eles e as poucas pareciam estar amaldiçoadas, pois falhavam ou não eram concluídas. Os membros empobreceram e não havia metade do apoio dos nobres de antigamente, os poucos que ainda tentavam ajudá-los eram pelo esforço absurdo de Thoren, humilhava-se diversas vezes para seus homens não morrerem de fome. O próprio continente parecia adentrar em trevas, diversas áreas apontavam sinais de incêndios e destruição, pessoas contavam que asas pálidas passeavam pelos céus antes de atacá-los, uma criatura horrenda que a cada rumor parecia aumentar sua ameaça, mas a grande maioria da população desconfiava de um grupo de desordeiros que queimavam vilas, estuprando e matando quem vissem pela frente, matá-los fora uma das missões falhas, eram espertos e escondiam-se muito bem, o preço por suas cabeças era gigantesco. A única companhia que parecia próxima dos anos bons eram os Corvos do Deserto, fixos em suas regiões secas protegendo os mestres de escravos. Companhia Blackhand talvez fosse a mais prejudicada, perdera inúmeros membros com o tempo, sobrando uma quantia considerável. Porém, coincidentemente naquele ano, a sorte voltou para aqueles mercenários, levando-os em direção à uma missão simples de extermínio de um grupo de saqueadores, dada por um magíster de Pentos, que localizavam-se num pequeno castelo, lá encontraram uma baú bem protegido, estranhamente seu cadeado não era outro material se não aço valiriano. Depois de abri-lo, com a chave bem escondida, depararam-se com um ovo de dragão vermelho. Aquilo valia navios e mais pilhas de ouro.
Serena Blackhand transformara-se numa mulher muito antes do que deveria, a morte de seu pai obrigou-a adaptar-se num mundo cruel onde eram raras as pessoas que ajudavam-a, mesmo que toda companhia nunca tivesse tentado algo com ela ou qualquer desrespeito em memória do velho mercenário. Ela nunca havia perdido aquela alegria de criança que todos aprenderam conviver, mas amadurecera, mostrando-a poucas vezes e para as pessoas certas, as quais considerava amigos, estes raros. Talvez seu maior e melhor amigo fosse
Desmond Blackhand, um nobre homem que sempre foi bom à ela, principalmente após a morte de seu pai, cuidando para que ninguém aproximasse-se com intenções más. Tornou-se membro oficial da companhia, finalmente iniciando suas próprias tarefas, meses atrás, algo que a deixou muito feliz, pois aventuras sempre a conquistaram, adorando ouvir contos e histórias de guerreiros, sendo falsas ou não.
Olhou para trás rindo do quão destacável o homem de cabelo e barba azul era naquela imensidão esverdeada.
Rhaego analisava sua volta, fechando os olhos toda vez que o ar sereno da manhã apalpava seu rosto. Atrás de sua pessoa vinha outro homem, esse muito conhecido pelos mercenários,
Shaddan era obrigado a segurar seu capuz toda vez que um vento forte vinha, estava com suas roupas típicas e com sua máscara prateada, inexpressível como sempre. Voltou-se para frente, fitando junto a Desmond a aproximação do acampamento onde ocorreria o Festival de Um Século. Comemorariam não só que há exatos cem anos atrás a companhia fora feita, como também a conquista de riqueza, a volta do sabor de vitória que ganharam na posse do ovo. O grupo surpreendeu-se com o tamanho daquele acampamento, além das diversas tendas espalhadas que aumentariam com sua chegada, os homens pareciam comemorar em mesas cobertas de comida e bebidas o terminar de uma arena improvisada onde haveria jogos para entretê-los. Gritaram de prazer, correndo para o interior do lugar e armando suas tendas, alguns nem mesmo davam-se ao trabalho, jogando-se imediatamente nos companheiros de outras companhias e nas refeições. Assustou-se quando viu
Talia atravessar sua vista correndo para a grande porção de hidromel espalhada pela mesa, agarrando-as rapidamente, sorriu ao vê-la jogar algumas dentro de sua mochila, era uma pessoa carismática, geralmente sorrindo, desafiava quem a subestimasse, possuía, de fato, uma personalidade forte.
- Bem-vindos, vocês demoraram demais - anunciou-se Thoren, surgindo de repente com alguns companheiros que começaram explicar-lhes o lugar.
- Há quanto tempo, rapaz - respondeu Fery, sorrindo, abraçou o homem e separou-se, perguntando como passava.
- Passarei bem depois que ver a maravilha que encontraram. É real? - questionou, mesmo que confiasse arduamente que era pelos gastos visíveis naquela festa.
- Sim, é. Veremos quando eu puder descansar meus pés.
- Não levem nenhuma arma para dentro. Coloquem todas suas espadas e o que mais for afiado dentro de suas cabanas, bem escondidas, não queremos que ninguém bêbado entre em brigas e acabem com nossa noite por causa de uma maldita infantilidade - gritou o Skullhead, sem máscara como todo restante.
Fery Blackhand tentara ao máximo continuar o legado dos comandantes anteriores, mas com o passar do tempo ele e o restante da companhia acabaram por perceber que falhara, e já era tarde demais para outra eleição. Era um bom homem, de qualquer jeito.
Thoren Skullhead mudara muito desde a última vez que ela o vira, os cabelos longos e sedosos sumiram para uma camada quase invisível em sua cabeça, semelhando-lhe ao pai pela primeira vez, o rosto angelical foi substituído por um cavanhaque e algumas cicatriz. Encontraram mais tarde os Corvos,
Marga do Deserto parecia ter envelhecido muito naqueles anos.
Dirigiu seus olhos para o leste do acampamento, descobrindo uma pequena área de terra onde os homens lutavam com os punhos até que o adversário fosse imobilizado ou desistisse, parecia que teria um campeonato naquela noite onde o ganhador receberia duas sacolas de ouro. Atrás, sob as sombras das árvores, haviam alguma celas infestadas de prisioneiros, cada um olhou-a de uma maneira diferente, alguns queriam fodê-la, outros pareciam implorar por ajuda e uma minoria simplesmente parecia querer encará-la. Escutou barulhos de vidro quebrando e virou-se para ver o que era, não surpreendendo-se com a visão de
Droenn derrubado aos pés de uma árvore, procurando o hidromel já espatifado no chão. Estava perturbado desde que recebera notícias vindas de Westeros, diziam que Joran Stark iniciara uma guerra declarando desrespeito à sua família vindo de Jordan Lannister que engravidou sua mulher sem que soubesse. O resultado não fora nada agradável para os homens que carregavam um estandarte de lobo, toda família e muitos de seus vassalos foram dizimados no que chamavam de Casamento Vermelho, um nome estranho para Serena, sobrando apenas a filha que seria casada com algum nobre qualquer. Sentia empatia pelo homem, era um dos mais honrados da companhia e sofria tanto. Sua atenção foi mudada quando viu algumas mulheres gritando de indignação depois de ouvir algumas cantadas de
Daven, o loiro galanteador.
Entardecia quando todo acampamento estava completamente organizado, com todas tendas postas e as armas enfiadas nelas, os homens não carregavam cotas ou armaduras, apenas roupas casuais, escolhendo o local para onde quisessem passar o festival. Serena acompanhou os comandantes junto à muitas pessoas, adentrando na arena modesta, suas paredes eram de madeira assim com as arquibancadas, o local onde teria batalhas era apenas lama musgosa de dias de chuva. Perguntou-se quem entraria ali para disputar se outros já lutavam lá fora. Esperou, impacientemente, todos sentarem-se em seus lugares para assistirem as lutas, demoraram muito e mesmo depois fora quase meia hora para que finalmente se iniciasse. Caveiras adentraram na arena, um de cada lado, jogando seu respectivo prisioneiro na lama, já solto das correntes. Thoren levantou-se, exclamando:
- Agora começará alguns combates para nos entreter, onde nossos prisioneiros lutarão até a morte. E vocês escolherão as armas! - gritou a última parte, recebendo alguns berros empolgados de seus homens e dos Corvos. Serena notou que nenhum deles parecia bêbado, pelo menos não tanto quanto a maioria dos Blackhand.
- Desde quando fazemos esse tipo de coisa, Thoren? - perguntou Fery, indignado.
- Não viramos malditos vilões, Fery. Todos esses homens estão ali por atos horríveis, morrerão de qualquer maneira como sempre fizemos, então por que não nos dar um pouco de diversão? - retrucou Thoren, parecendo irritado com o incomodo do comandante aliado.
Os dois primeiros homens receberam uma clava e um machado.
- Hoje é um dia de comemoração, aproveite-o! - disse o comandante Skullhead, enquanto o combate se iniciava.
- Aproveitarei - respondeu Fery, observando o brutamontes do machado decepando a cabeça do pobre homem que mal sabia manusear a clava.
Esperaram mais alguns minutos e os mesmos mercenários apareceram jogando diferentes prisioneiros na lama, sujando-os imediatamente. Serena analisou-lhes focada dessa vez, vendo como estavam machucados e sujos, pareciam ter recebido alguma surra recente, havia sangue em seus trapos rasgados.
- Aquele ali é interessante - apontou Thoren para o homem de cabelo curto levantando-se do chão com dificuldade -, seu nome é
Kyan, pelo que disse. Matou vários membros da família Freets e depois incendiou o lugar, quando foi tentar terminar o trabalho capturamos-o facilmente.
Mapa: https://i.imgur.com/03E2LKj.pngAgora é momento de interação, vocês podem interagir entre si ou nos eventos que acontecem atualmente:
Arena - observará os prisioneiros lutando.
Campo de Batalha - lá estará acontecendo um certo campeonato, onde vários homens lutarão e o último ganhará duas sacolas de ouro. Agora um momento não realístico:
• Primeiro oponente: um magrelo ágil com +2 em agilidade.
• Segundo oponente: um rapaz normal, esperto e habilidoso em combate com +2 de força e +2 de agilidade.
• Terceiro oponente: um homem robusto com +3 de força e +2 de agilidade.
Mesas - caso você queira se descrever comendo e bebendo. Aqui os jogadores podem criar seus próprios eventos, competições de bebida até guerra de comida.
Se quiserem, podem simplesmente vagar pelo local.
Talia[Babi]Vestimenta: Roupas casuais.
...
Droenn[Prime]Vestimenta: Roupas casuais.
...
Rhaego[Dwight]Vestimenta: Roupas casuais.
...
Shaddan[Guliel]Vestimentas: Um
manto marrom, que esconde a cabeça com um capuz.
...
Daven[Chris]Vestimenta: Roupas casuais.
...
Kyan[Josh]Vestimenta: Trapos sujos e fedidos, cheio de rasgos e buracos.
Armas: Adaga.
Você está de frente à um homem robusto, ele parece satisfeito com o martelo.
Última edição por Luckwearer em Seg Jan 04 2016, 15:36, editado 1 vez(es)