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#Mesa 003 - Fire and Blood

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Luckwearer
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Babi
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description#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 2 EmptyRe: #Mesa 003 - Fire and Blood

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Um sorriso de canto surgia no rosto de Daven há cada dothraki que o arqueiro derrubava. Tal satisfação teve de sumir quando o velho Brandyn foi morto, era provavelmente a única pessoa que o loiro respeitava na companhia, uma rara expressão de surpresa misturada com tristeza veio a seu rosto. Mas aquilo era uma batalha, ele sabia que o falecido líder dos Blackhands não aprovaria que emoções resultassem em derrotas, voltou-se a focar na batalha.

- Pretendem esperar até quando? - berrou, sacando uma flecha de sua aljava.

Preparou o arco e lançou a flecha num dothraki aleatório, sendo acompanhado dos outros arqueiros após a ordem de Marga.

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Quando viu a arma atravessando o peito do comandante sentiu uma pontada de dor dentro de si, o homem tinha sido como um pai para ela. Seus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar dos momentos que teve com Brandyn. A sua volta, todos os companheiros estavam igualmente paralisados.

Naquele momento, o que deve ter acontecido em segundos, para ela pareceram horas. Só ouvia sua respiração e via seu líder e um dos companheiros serem morto enquanto algo dentro de si só crescia. Não sabia se era tristeza, odio, medo ou se era uma mistura disso tudo. Acordou quando Serena acertou uma flecha no braço do Khal.

Só lembrava de gritar e correr em direção ao homem que matou Brandyn. Dois homens entraram no seu caminho. Um deles já veio com seu arakh na altura do pescoço dela. Desviou a arma dele abaixando e fincou a espada em seu coração, em seguida chutou seu cadáver para desprender sua espada de dentro do corpo do selvagem.

O segundo se aproximou correndo. Com um rodopio desviou da arma do homem, indo para trás dele e enfiando as duas espadas na altura do abdômen do Dothraki. Quando olhou novamente para o Khal, viu que Shaddan estava lutando com ele, queria ter a honra de enfiar uma espada na garganta do homem, mas confiava no companheiro. Enquanto eles lutavam, Talia continuou atacando os selvagens que se aproximavam com a mesma ira.

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O khalasar fitou-lhes receosos, o Khal e seus filhos jaziam sem vida nos pés de seus inimigos, mortos em segundos, e por mais confiantes que tivessem ficado após vê-los quebrar na morte de seus dois líderes, acabavam de deparar-se sozinhos e sem comandante algum. O exército de Qohor ouviu alguns homens gritarem distantes do campo de batalha, tentando tomar para si o controle dos guerreiros, mas não havia ninguém com peso suficiente naquele momento para seguir com aquela carnificina e, sem outra opção, cederam ao inevitável.

Rhaego ajudou o mascarado levantar-se, tirando-o das fileiras de estacas para levá-lo à fileira de dothraki olhando-os com ódio e tristeza. Shaddan agradeceu a ajuda, mas afastou-se do homem, mantendo-se em pé sozinho, encarando os inimigos cortando suas tranças e jogando sobre seus pés, um por um, até que o sol sumisse no horizonte e o céu escurecesse, não moveu-se momento algum, continuou ereto até que todos estivessem fadados à vergonha e assim que o novo Khal prometeu-os nunca mais voltar aos arredores de Qohor, juntando seus homens e avançando para o interior das florestas a leste, caiu exausto no chão, desmaiando de imediato.

Passaram-se dias de organização, manhãs de luto e noites de discussão, recompensas foram entregues sendo tudo o que haviam prometido, mas o vazio e preocupação do que seria das duas maiorias companhias dos Bastardos Ligeiros nunca abandonaram as mentes cansadas de seus membros. Afastaram-se da cidade sem olhá-la novamente, adentrando na Floresta de Qohor até que chegassem nas pilhas de madeira, onde os corpos de seus companheiros foram colocados, alguns separados, para os dois líderes. Cinco pessoas ficaram em frente aos sobreviventes.

Fery Blackhand fora escolhido como o novo comandante. Não era um dos mais espertos, mas era extremamente fiel e amigável aos seus companheiros e um grande amigo do comandante anterior. Sua reputação não era pequena, das mais conhecidas missões da companhia, havia liderado muitas.

Serena Blackhand chorava como uma criança, seu pai com as mãos vestidas em luvas negras permanecia estático sobre os galhos e troncos, não havia nenhuma mutilação visível, os moradores da cidade tomaram cuidado naquele detalhe, não seria agradável que alguém vomitasse durante seu enterro. Em frente à sua pira estava encravada a espada passada de geração em geração da Companhia Blackhand, nada de especial a caracterizava, mas carregava o peso do título com rumores de sua durabilidade, nunca a viram ficar cega ou perder sua qualidade, muitos diziam ser mágica, outros que apenas trocavam-a escondido.

Droenn Blackhand fixava-se ao lado da menina, um pouco fraco devido os ferimentos recentes, caminhava lentamente e evitava muitos exercícios para que não abrisse. Parecia o mais devastado dali, desde o momento que viram o velho comandante sendo morto, a maioria ganhara dias para trabalhar seu luto, mas ele acordara muito depois, recebendo inúmeras notícias de cara, quase não conseguindo processá-las antes que o dia terminasse. Estava ali entre os cincos pela vitória sobre o filho que representava a ameaça.

Rhaego Blackhand fitou os dois homens com um misto de emoções, toda dor em seu coração vinha especialmente do velho mercenário, mergulhado em sua pira, com os olhos fechados e esperando que pudesse ser libertado de vez daquele mundo. Algumas lágrimas desceram em seu rosto, limpando-as rapidamente. Estava ali pelo peso negativo enorme que entregara para o exército inimigo ao colocar a cabeça do filho mais querido do Khal numa estaca que impedia-os de avançar com seus cavalos, uma afronta inesquecível.

Shaddan Blackhand sempre respeitou os dois comandantes. Brandyn carregava o título de bondoso por variados motivos, surpreendendo-lhe com a falta de julgamento ao ouvir sua história, como fizera com muitas pessoas. Zarka carregava o título de competente pelo alto respeito que trouxera para os Bastardos Ligeiros com os anos, mesmo que também fosse conhecido como bárbaro por alguns pela sua violência excessiva com inimigos.

Thoren Skullhead analisava os companheiros ao lado, não aparentava acompanhá-los na tristeza contagiante, mas passava impotência suficiente para levá-los acreditar que também lutava contra o peso da morte de alguém querido. Ele era o novo comandante da Companhia Skullhead, algo que chocou muitos que não estavam em condições para presenciar a reunião, mas a explicação era que dentre tantos ele era o único que herdaria os contatos do pai e por mais que os erros do passado o cercassem, não poderiam perder os favores dos nobres quando meses difíceis viriam pela frente.

Os sobreviventes atravessaram os cinco em frente as duas piras principais, o grupo carregava inúmeras tochas que foram jogadas, um a um em fileira, em cima da longa pilha de madeira, exalando um cheiro podre de cadáveres sendo queimados enquanto voltavam para seus lugares. Agora era vez dos cinco despedirem-se. Serena ergueu sua tocha e aproximou-se de onde o pai descansava, olhando-o pela última vez antes de incendiar sua pira. Os três mercenários fizeram o mesmo, alimentando o fogo sob os olhares das três companhias, sentiam-se estranhos com o respeito repentino que passariam a ter dentre os homens. Os dois comandantes trocaram olhares, sabendo que chegara hora de iniciarem suas vidas no comando, voltaram sua atenção para as piras, parando em frente à elas, ao lado das respectivas armas de seus antigos líderes: a espada mágica e o arakh de aço valiriano. Pegaram suas adagas, estenderam a mão e a cortaram, fechando-a com força para que o sangue fosse derramado sobre o fogo ardente que consumia o corpo de seus antigos comandantes.

- Juro que sob minha liderança minha companhia nunca cairá; meus soldados morrerão alegres em pilhas de ouro e meus inimigos em poças de sangue. Tudo farei para continuarmos firmes, manteremos fiéis as regras de seu nascimento. Não quebraremos contratos. Não saquearemos cidades. Não mataremos nossos contratantes. Não estupraremos as mulheres indefesas, nem machucaremos seus bebês. - repetiram o juramento solenemente, afastaram suas mãos do fogo e agarraram as armas, levantando-as para suas companhias os verem, eram os novos comandantes.

Serena durante todo discurso sentira sensações estranhas, seus pelos arrepiaram-se e suas entranhas pareciam embrulharem-se, algo contava-lhe que um despertar acontecera. Não sabia onde, como ou o que era, mas aquilo a perturbou por meses.

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#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 2 MUqHPl3

Um vento vindo do leste soprou através dos bosques, as pequenas folhas engolidas no emaranhado de árvores balançavam suavemente, perfumada a brisa acompanhava o canto dos pássaros, a estrada invadida por grama e flores ladeava uma pequena correnteza que acabava na queda de água à norte, juntando-a à um longo e largo rio que espalhava-se na região. Os mercenários caminhavam pelo local calmamente, aproveitando o ar sereno da manhã sob a grandiosa e pálida alvorada cor-de-rosa, raramente encontravam-se em tanta paz como naquele momento. Os três anos posteriores aos trágicos acontecimentos em Qohor mergulharam os Bastardos Ligeiros em dias sombrios, os homens começaram desrespeitar os contratantes e em casos extremos atacavam-os, tarefas cada vez menos eram entregues à eles e as poucas pareciam estar amaldiçoadas, pois falhavam ou não eram concluídas. Os membros empobreceram e não havia metade do apoio dos nobres de antigamente, os poucos que ainda tentavam ajudá-los eram pelo esforço absurdo de Thoren, humilhava-se diversas vezes para seus homens não morrerem de fome. O próprio continente parecia adentrar em trevas, diversas áreas apontavam sinais de incêndios e destruição, pessoas contavam que asas pálidas passeavam pelos céus antes de atacá-los, uma criatura horrenda que a cada rumor parecia aumentar sua ameaça, mas a grande maioria da população desconfiava de um grupo de desordeiros que queimavam vilas, estuprando e matando quem vissem pela frente, matá-los fora uma das missões falhas, eram espertos e escondiam-se muito bem, o preço por suas cabeças era gigantesco. A única companhia que parecia próxima dos anos bons eram os Corvos do Deserto, fixos em suas regiões secas protegendo os mestres de escravos. Companhia Blackhand talvez fosse a mais prejudicada, perdera inúmeros membros com o tempo, sobrando uma quantia considerável. Porém, coincidentemente naquele ano, a sorte voltou para aqueles mercenários, levando-os em direção à uma missão simples de extermínio de um grupo de saqueadores, dada por um magíster de Pentos, que localizavam-se num pequeno castelo, lá encontraram uma baú bem protegido, estranhamente seu cadeado não era outro material se não aço valiriano. Depois de abri-lo, com a chave bem escondida, depararam-se com um ovo de dragão vermelho. Aquilo valia navios e mais pilhas de ouro.

Serena Blackhand transformara-se numa mulher muito antes do que deveria, a morte de seu pai obrigou-a adaptar-se num mundo cruel onde eram raras as pessoas que ajudavam-a, mesmo que toda companhia nunca tivesse tentado algo com ela ou qualquer desrespeito em memória do velho mercenário. Ela nunca havia perdido aquela alegria de criança que todos aprenderam conviver, mas amadurecera, mostrando-a poucas vezes e para as pessoas certas, as quais considerava amigos, estes raros. Talvez seu maior e melhor amigo fosse Desmond Blackhand, um nobre homem que sempre foi bom à ela, principalmente após a morte de seu pai, cuidando para que ninguém aproximasse-se com intenções más. Tornou-se membro oficial da companhia, finalmente iniciando suas próprias tarefas, meses atrás, algo que a deixou muito feliz, pois aventuras sempre a conquistaram, adorando ouvir contos e histórias de guerreiros, sendo falsas ou não.

Olhou para trás rindo do quão destacável o homem de cabelo e barba azul era naquela imensidão esverdeada. Rhaego analisava sua volta, fechando os olhos toda vez que o ar sereno da manhã apalpava seu rosto. Atrás de sua pessoa vinha outro homem, esse muito conhecido pelos mercenários, Shaddan era obrigado a segurar seu capuz toda vez que um vento forte vinha, estava com suas roupas típicas e com sua máscara prateada, inexpressível como sempre. Voltou-se para frente, fitando junto a Desmond a aproximação do acampamento onde ocorreria o Festival de Um Século. Comemorariam não só que há exatos cem anos atrás a companhia fora feita, como também a conquista de riqueza, a volta do sabor de vitória que ganharam na posse do ovo. O grupo surpreendeu-se com o tamanho daquele acampamento, além das diversas tendas espalhadas que aumentariam com sua chegada, os homens pareciam comemorar em mesas cobertas de comida e bebidas o terminar de uma arena improvisada onde haveria jogos para entretê-los. Gritaram de prazer, correndo para o interior do lugar e armando suas tendas, alguns nem mesmo davam-se ao trabalho, jogando-se imediatamente nos companheiros de outras companhias e nas refeições. Assustou-se quando viu Talia atravessar sua vista correndo para a grande porção de hidromel espalhada pela mesa, agarrando-as rapidamente, sorriu ao vê-la jogar algumas dentro de sua mochila, era uma pessoa carismática, geralmente sorrindo, desafiava quem a subestimasse, possuía, de fato, uma personalidade forte.

- Bem-vindos, vocês demoraram demais - anunciou-se Thoren, surgindo de repente com alguns companheiros que começaram explicar-lhes o lugar.

- Há quanto tempo, rapaz - respondeu Fery, sorrindo, abraçou o homem e separou-se, perguntando como passava.

- Passarei bem depois que ver a maravilha que encontraram. É real? - questionou, mesmo que confiasse arduamente que era pelos gastos visíveis naquela festa.

- Sim, é. Veremos quando eu puder descansar meus pés.

- Não levem nenhuma arma para dentro. Coloquem todas suas espadas e o que mais for afiado dentro de suas cabanas, bem escondidas, não queremos que ninguém bêbado entre em brigas e acabem com nossa noite por causa de uma maldita infantilidade - gritou o Skullhead, sem máscara como todo restante.

Fery Blackhand tentara ao máximo continuar o legado dos comandantes anteriores, mas com o passar do tempo ele e o restante da companhia acabaram por perceber que falhara, e já era tarde demais para outra eleição. Era um bom homem, de qualquer jeito. Thoren Skullhead mudara muito desde a última vez que ela o vira, os cabelos longos e sedosos sumiram para uma camada quase invisível em sua cabeça, semelhando-lhe ao pai pela primeira vez, o rosto angelical foi substituído por um cavanhaque e algumas cicatriz. Encontraram mais tarde os Corvos, Marga do Deserto parecia ter envelhecido muito naqueles anos.

Dirigiu seus olhos para o leste do acampamento, descobrindo uma pequena área de terra onde os homens lutavam com os punhos até que o adversário fosse imobilizado ou desistisse, parecia que teria um campeonato naquela noite onde o ganhador receberia duas sacolas de ouro. Atrás, sob as sombras das árvores, haviam alguma celas infestadas de prisioneiros, cada um olhou-a de uma maneira diferente, alguns queriam fodê-la, outros pareciam implorar por ajuda e uma minoria simplesmente parecia querer encará-la. Escutou barulhos de vidro quebrando e virou-se para ver o que era, não surpreendendo-se com a visão de Droenn derrubado aos pés de uma árvore, procurando o hidromel já espatifado no chão. Estava perturbado desde que recebera notícias vindas de Westeros, diziam que Joran Stark iniciara uma guerra declarando desrespeito à sua família vindo de Jordan Lannister que engravidou sua mulher sem que soubesse. O resultado não fora nada agradável para os homens que carregavam um estandarte de lobo, toda família e muitos de seus vassalos foram dizimados no que chamavam de Casamento Vermelho, um nome estranho para Serena, sobrando apenas a filha que seria casada com algum nobre qualquer. Sentia empatia pelo homem, era um dos mais honrados da companhia e sofria tanto. Sua atenção foi mudada quando viu algumas mulheres gritando de indignação depois de ouvir algumas cantadas de Daven, o loiro galanteador.

Entardecia quando todo acampamento estava completamente organizado, com todas tendas postas e as armas enfiadas nelas, os homens não carregavam cotas ou armaduras, apenas roupas casuais, escolhendo o local para onde quisessem passar o festival. Serena acompanhou os comandantes junto à muitas pessoas, adentrando na arena modesta, suas paredes eram de madeira assim com as arquibancadas, o local onde teria batalhas era apenas lama musgosa de dias de chuva. Perguntou-se quem entraria ali para disputar se outros já lutavam lá fora. Esperou, impacientemente, todos sentarem-se em seus lugares para assistirem as lutas, demoraram muito e mesmo depois fora quase meia hora para que finalmente se iniciasse. Caveiras adentraram na arena, um de cada lado, jogando seu respectivo prisioneiro na lama, já solto das correntes. Thoren levantou-se, exclamando:

- Agora começará alguns combates para nos entreter, onde nossos prisioneiros lutarão até a morte. E vocês escolherão as armas! - gritou a última parte, recebendo alguns berros empolgados de seus homens e dos Corvos. Serena notou que nenhum deles parecia bêbado, pelo menos não tanto quanto a maioria dos Blackhand.

- Desde quando fazemos esse tipo de coisa, Thoren? - perguntou Fery, indignado.

- Não viramos malditos vilões, Fery. Todos esses homens estão ali por atos horríveis, morrerão de qualquer maneira como sempre fizemos, então por que não nos dar um pouco de diversão? - retrucou Thoren, parecendo irritado com o incomodo do comandante aliado.

Os dois primeiros homens receberam uma clava e um machado.

- Hoje é um dia de comemoração, aproveite-o! - disse o comandante Skullhead, enquanto o combate se iniciava.

- Aproveitarei - respondeu Fery, observando o brutamontes do machado decepando a cabeça do pobre homem que mal sabia manusear a clava.

Esperaram mais alguns minutos e os mesmos mercenários apareceram jogando diferentes prisioneiros na lama, sujando-os imediatamente. Serena analisou-lhes focada dessa vez, vendo como estavam machucados e sujos, pareciam ter recebido alguma surra recente, havia sangue em seus trapos rasgados.

- Aquele ali é interessante - apontou Thoren para o homem de cabelo curto levantando-se do chão com dificuldade -, seu nome é Kyan, pelo que disse. Matou vários membros da família Freets e depois incendiou o lugar, quando foi tentar terminar o trabalho capturamos-o facilmente.




Mapa: https://i.imgur.com/03E2LKj.png

Agora é momento de interação, vocês podem interagir entre si ou nos eventos que acontecem atualmente:

Arena - observará os prisioneiros lutando.

Campo de Batalha - lá estará acontecendo um certo campeonato, onde vários homens lutarão e o último ganhará duas sacolas de ouro. Agora um momento não realístico:

• Primeiro oponente: um magrelo ágil com +2 em agilidade.

• Segundo oponente: um rapaz normal, esperto e habilidoso em combate com +2 de força e +2 de agilidade.

• Terceiro oponente: um homem robusto com +3 de força e +2 de agilidade.

Mesas - caso você queira se descrever comendo e bebendo. Aqui os jogadores podem criar seus próprios eventos, competições de bebida até guerra de comida.

Se quiserem, podem simplesmente vagar pelo local.

Talia[Babi]
Vestimenta: Roupas casuais.

...

Droenn[Prime]
Vestimenta: Roupas casuais.

...

Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Roupas casuais.

...

Shaddan[Guliel]
Vestimentas: Um manto marrom, que esconde a cabeça com um capuz.

...

Daven[Chris]
Vestimenta: Roupas casuais.

...

Kyan[Josh]
Vestimenta: Trapos sujos e fedidos, cheio de rasgos e buracos.
Armas: Adaga.

Você está de frente à um homem robusto, ele parece satisfeito com o martelo.

Última edição por Luckwearer em Seg Jan 04 2016, 15:36, editado 1 vez(es)

description#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 2 EmptyRe: #Mesa 003 - Fire and Blood

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Ser capturado era algo que não conseguia imaginar. Kyan tinha conhecido alguns mercenários, em sua maioria boas pessoas, outros nem tanto, mas ver uma companhia protegendo os Freets era uma situação que não conseguira fazer adentrar em sua mente. Tudo bem que esta não era uma das melhores, mas imaginava que protegeriam pessoas mais decentes. Não os odiou por isso, mesmo que fossem apenas cachorrinhos que fazem qualquer coisa por dinheiro. Sentiu mais raiva quando viu sorrisos nos rostos dos membros daquela família enquanto era levado pelos Skullhead. Entretanto, não conseguia suportar a ideia de ficar preso. Queria poder fugir e acabar com o que restou de seus inimigos, mas tinha bom senso o suficiente para saber que não era possível fazer isso e sair vivo dali.

No primeiro dia enjaulado, manteve uma cara fechada e olhos atentos sobre a cela e seus companheiros. Todos possuíam expressões parecidas ou de desgosto, mas estavam mais agitados e ansiosos para fugir. Tentava não encarar ninguém além de seu próprio reflexo na lama do chão. Falava apenas com os Skullhead que faziam perguntas, enquanto os seus parceiros de cela ele ignorava completamente. Aceitava seu pão em silêncio, sem reclamar, mas quando uma vez tentaram roubar a sua parte teve que quebrar alguns braços. Desde então, nunca tentaram novamente.

Os outros dias foram monótonos, comendo pouco e sem muito o que apreciar. Kyan gostava dos dias em que chovia. O som das gotas caindo lhe relaxava, além do cheiro que se espalhava. Passava o tempo fazendo alguns exercícios físicos quando tinha energia para tal, caso contrário apenas fitava o teto refletindo sobre o que havia feito até aquele dia. Começou a pensar se seria mais vantajoso tentar fugir e morrer com algumas mortes em seu nome ou morrer aos poucos naquela cela.

Agora tinha a notícia de que os prisioneiros iriam ter que lutar entre si até a morte. Era uma ideia absurda, mas os Skullhead pareciam se divertir. Inicialmente, negou-se a si mesmo que iria lutar para alimentar aqueles olhos famintos dos mercenários, mas morrer também não era uma opção. Foi levado depois de ser espancado por alguns Skullhead, deixando-o bem fraco e incapaz de tentar alguma coisa contra eles. Era tratado como nada pelos mercenários, uma diversão temporária até ser morto no campo. Kyan mantinha uma expressão séria e um silêncio mortal, não mostrando estar com medo ou sentimento semelhante. Para outros prisioneiros, mais parecia que tinha aceitado a morte e iria deixar-se ser assassinado, o que não seria uma má ideia para irritar os homens que assistiam procurando alguma batalha épica.

Foi jogado no campo, caindo de cara no chão, sendo dado a ele apenas uma adaga. Seu inimigo era robusto, um pouco mais baixo, e possuía um martelo de ferro. O oponente sorria enquanto via Kyan se levantar com dificuldade e pondo-se em pé com muito esforço. Não estava tão mal, mas sua vontade de lutar era pouca. Em outros tempos, acabaria com o prisioneiro em um estalar de dedos, mas agora fraco e mal alimentado não conseguia imaginar seu destino. Olhou em volta, percebendo muitas pessoas de diferentes companhias animados para ver a batalha. Não teve muito tempo para observar as faces, mas reconheceu a da garota que havia passado pelas celas anteriormente. Lançou nela um olhar frio. Não parecia ser uma pessoa como os Skullhead, nem os outros daquela companhia, mas não entendia o motivo dela estar ali.

O homem robusto lançou-se em sua direção, avançando como um animal selvagem e desgovernado, com brutalidade no movimento e o martelo alto pronto para acertá-lo. Kyan nem sequer se moveu enquanto o adversário corria, o assistindo avançar com um rosto sombrio. Para as pessoas ao redor parecia que o rapaz de trapos negros estava querendo se matar. O oponente já estava para acertar a cabeça do guerreiro alto quando foi interrompido pela mão deste impedindo que o braço do martelo avançasse e, com a outra mão, enfiou a adaga na garganta do mesmo, sujando posteriormente seu rosto com o sangue. Tudo aconteceu tão rápido quanto uma flechada, com o morto despencando no chão de costas para a lama, tentando estagnar o sangue que percorria seu pescoço recém esburacado.



description#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 2 EmptyRe: #Mesa 003 - Fire and Blood

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Josh escreveu:
O homem robusto lançou-se em sua direção, avançando como um animal selvagem e desgovernado, com brutalidade no movimento e o martelo alto pronto para acertá-lo. Kyan nem sequer se moveu enquanto o adversário corria, o assistindo avançar com um rosto sombrio. Para as pessoas ao redor parecia que o rapaz de trapos negros estava querendo se matar. O oponente já estava para acertar a cabeça do guerreiro alto quando foi interrompido pela mão deste impedindo que o braço do martelo avançasse e, com a outra mão, enfiou a adaga na garganta do mesmo, sujando posteriormente seu rosto com o sangue. Tudo aconteceu tão rápido quanto uma flechada, com o morto despencando no chão de costas para a lama, tentando estagnar o sangue que percorria seu pescoço recém esburacado.



Você precisa tirar 14 para concluir essa ação.

http://prntscr.com/9la8ql + 4


Os espectadores pareciam decepcionados, ambos possuíam aparências semelhantes, mas enquanto um avançava furiosamente, o outro estava desinteressado, parecia esperar a morte, alguns mercenários irritados com a sonolência do combate já soltavam escárnios pela perda de tempo. Quando o adversário aproximou-se suficiente, Kyan quebrou-lhe o braço antes que pudesse feri-lo com o martelo, penetrando a adaga na garganta do homem e puxando-a desajeitadamente, abrindo uma grande fenda que arrancou ondas de sangue do pobre prisioneiro. O silêncio prevaleceu na arena até que os mercenários que haviam jogado o atual vencedor tiraram a arma de suas mãos e jogaram-lhe para dentro da sala onde ficavam os vencedores, ocupado apenas pelo do combate anterior.

Observou mais dois pares de prisioneiros sendo arrastados para dentro da arena, resultando tempos depois apenas em quatro homens dentro daquela pequena sala. Escutou o comandante anunciando a próxima batalha e os malditos carcereiros agarraram-lhe, pondo-o no outro lado da arena, onde seu primeiro oponente estava. Virou-se, vendo que seu inimigo seria o primeiro vitorioso. Jogaram o machado de volta para as mãos do brutamontes que sorriu manuseando-o facilmente, e para ele uma lança de madeira com uma ponta de ferro enferrujada.

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Lanard Stark nascera quando os pelos começaram a brotar no rosto de Droenn. Crescera uma criança astuta e agitada, assim como fora o irmão mais velho uma vez. É um verdadeiro anjo, dizia Suesane Stark com o bebê no colo ─ de fato era: olhos tingidos do verde de Jardim de Cima e o sol de Dorne nos cabelos. A amizade inabalável que preservavam ruiu quando Lanard, na sua recém chegada adolescência, atravessou a espada de treino nas costas de Suesane. O jovem Droenn assistiu a mãe partir ao lado de Netuno, o amável e cinzento lobo gigante que jamais hesitou em deixar sua companhia. Eu fiz isso, segredava-lhe Lanard no silêncio das Criptas.

Conforme os boatos abeiravam seus ouvidos, tudo se encaixava. Não, não... Via em Lanard apenas uma pessoa doentia e, mesmo assim, não tivera a bravura de matá-la no momento em que o encontrou ajoelhado perante o sangue de Netuno, tampouco quando meia espada rompeu do peito de sua mãe. Pelas notícias, Jordan Lannister teria colocado um bebê na barriga de Suesane Stark, mas Droenn não aceitava a verdade de que Lanard era então filho do leão. Como se não fosse suficiente, seu pai, Joran Stark, começara uma guerra em razão da descoberta. Seus irmãos foram cruelmente assassinados, restando Dania e seu destino incerto. Deteve as lágrimas durante todo o tempo: um mercenário sentimental é um mercenário morto ─ para o bem da companhia, era necessário ter sucesso nas missões.

O mão negra pouco desfrutava da admirável manhã. Sadias goladas de hidromel desciam pela garganta: bebia para livrar-se de suas depressões. Vagava pelo acampamento sob o efeito alcoólico, passeando por tudo que ali fora montado. Zombou dos prisioneiros que ora retribuíam com olhadelas grosseiras, ora cuspiam na túnica do rapaz, já úmida de bebida derramada. Incitou brigas e gritou golpes no pequeno terreno onde alguns companheiros lutavam por uma quantia de ouro e até pensou em disputar o prêmio, mas percebeu que estava inapto quando foi repor seu hidromel e beijou a grama, despedaçando a garrafa que segurava. Uma parcela do acampamento virou-se para rir e observar o bêbado a se levantar com uma ligeira dificuldade. Serena o olhava, fazendo-o lembrar de Brandyn e colocar mais bebida pra dentro. A morte do velho murchara qualquer alegria advinda daquela batalha e qualquer outra posterior. Não negou-se a acenar um cumprimento desajeitado para a moça e Desmond, que a acompanhava, redimindo-se de tal comportamento.

Com o entardecer, guiou-se até as mesas e contemplou à distância uma bela pratada de carne de cordeiro e purê de cenoura para complementar, mas o estômago ainda não havia lhe incomodado. Notou Shaddan e Daven ali sentados e caiu na tentação de um duelo. Ergueu o caneco, abriu um sorriso embriagado e perguntou aos dois companheiros:
─ Como vão os senhores? Alguém disposto a competir?

Última edição por Prime em Sáb Jan 02 2016, 23:33, editado 1 vez(es)

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Daven dirigiu-se até a mesma onde estava alguns mercenários comendo e se embebedando. Sentou-se ao lado de Shaddan, colocou os pés em cima da mesa e começou a comer uma maçã verde. Notou o mascarado ao seu lado e mastigando o fruto, pergunta:

- Medo ou vergonha? - apontando com o queixo para o rosto do mercenário, obviamente se referindo a máscara.

Voltara a saborear a maçã, aguardando a resposta e encarando as mulheres que o chamavam a atenção.

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Ao observar o inimigo caído, Kyan o observou com desprezo no olhar e percebeu que seu plano havia dado certo quando viu o silêncio dos espectadores. Não tinha lhes dado prazer em assistir uma boa luta e pretendia fazer isso na batalha seguinte. Deixou a adaga cair antes dos mercenários chegarem e levantou os braços de forma calma e lenta, como um simbolismo de que não iria tentar fazer nada, porém eles o levaram de forma forçada, segurando-o e o jogando com violência no ambiente onde estavam os outros lutadores.

Na sala, apenas fitou o teto, como sempre fazia dentro de sua cela. As dores das pancadas já estavam quase totalmente desaparecidas, mas ainda possuía sangue em algumas partes do corpo. Limpou seu rosto com a própria camisa de forma bruta, tentando tirar o sangue rapidamente. Percebeu que hora ou outra iria ter que lutar com o brutamontes, o que poderia fazê-lo falhar na questão de dar uma luta sem graça para os Skullhead e outros que estavam assistindo.

Após um tempo, sua vez havia chegado novamente e teria que lutar com o grande homem mais cedo do que imaginava. Diferente do que aconteceu anteriormente, quando foi jogado, conseguiu levantar-se com facilidade. Decepcionou-se quando viu que jogaram uma lança para que ele usasse como arma, pois estava à espera de outra arma pequena para ataques mais rápidos, mas pegou-a com precisão e olhar avaliativo. O brutamontes estava confiante, sorridente, girando o machado com agilidade. Possuíam a mesma altura, porém o inimigo era mais musculoso e provavelmente mais forte. Isso não o intimidava, e sim o deixava feliz por uma luta mais emocionante. Sabia que toda aquela monstruosidade tinha um defeito: velocidade.

Kyan dessa vez não demarcava uma expressão tão séria no rosto, apesar de também não estar sorrindo ou dar alguma sugestão disso. Seu olhar sobre o inimigo misturava zoação e desprezo, mas só ele sabia desse significado. O oponente sorria exageradamente e tentava parecer forte e habilidoso com os movimentos que fazia com o machado. O homem de cabelos negros apenas segurava e soltava a lança para testar seu peso, enquanto encarava seu adversário. Não estava tão parado quanto na sua primeira luta, o que pôde ter dado um pouco de esperança para os expectadores, por mais que já estivessem confiantes de que Kyan perderia a cabeça ali.

O brutamontes avançava com menos pressa do que seu inimigo anterior, dando um certo suspense na luta. Por um momento, o que portava uma lança sentiu-se grato por ter ganhado tal arma. Kyan estava tão calmo quanto o céu enquanto via o oponente caminhar em sua direção, mas sua velocidade e posição mudaram ligeiramente, fazendo-o correr para o lado onde o homem não segurava o machado e espetando sua arma pontuda na costela do homem. Soltou-a no mesmo instante, repetindo o processo com o braço que segurava o machado e em suas duas pernas. Finalizou-o com uma espetada na cabeça, deixando-o cair ainda com a lança cravada.


Última edição por Josh em Sáb Jan 02 2016, 20:16, editado 2 vez(es)

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Shaddan havia recém chegado a festa, sentando-se junto de mais alguns companheiros. Passara toda a manhã em sua tenda, realizando seu ritual diário de livrar-se da máscara e das bandagens, meditando por ininterruptas duas horas. Jamais fora interrompido por ninguém, principalmente pelo boato ─ que com os anos tornou-se quase que uma lenda ─, do dia que um desavisado abriu sua tenda sem aviso e teve os olhos e a língua arrancados. Como nunca desmentiu, não é claro se o próprio tyrosh inventou a história para ter sossego ou se ela realmente ocorreu. 

Trocou poucas palavras com os homens ao redor, sempre com o seu tom de voz calmo e aparentemente simpático, não bebendo e nem comendo nada, sempre alegando que o preferia fazer sozinho. Encarou o loiro que se aproximou e sentou-se ao seu lado, ocultando sua real expressão por trás da face neutra da máscara. Foram raras as vezes que conversaram, mas Shaddan já esperava  uma possível pergunta antes de ela acontecer. Respondeu-o brevemente, evidenciado seu fortíssimo sotaque tyrosh:

─ Empatia. 

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- Empatia. - respondeu Shaddan.

O loiro arqueou uma das sobrancelhas, não era a resposta que esperava. Deu uma breve risada debochada de canto e insistiu:

- Não pode ser empatia. Vamos lá, você é queimado mesmo como dizem por aí? - perguntou dando uma nova mordida na maçã. - Ou é apenas feio e tem vergonha das mulheres te acharem estranho? Porque confie em mim, a máscara não ajuda.

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Rhaego desafivelou suas ombreiras e removeu a couraça que usava como proteção, trocando-a por uma leve túnica dornesa e guardando suas armas em sua tenda. Deixou-a e enfrentou o sol escaldante do fim da manhã batendo em seu rosto, secando o suor da testa com a manga. Dirigia-se diretamente à arena quando cruzou com Serena, acenando-a com uma reverência animada, e Desmond, a quem cumprimentou com polidez, — respeitava-o imensamente dentro da companhia, e em seu íntimo considerava-o verdadeiro merecedor do cargo de Comandante.

Adentrou o campo de combate e removeu cada um de seus anéis, colocando-os junto de sua túnica em uma pedra ao lado, esperando o primeiro adversário. Não sabia por que se envolvia em competições como aquela, se era por algum sentimento de autodestruição que lhe entusiasmava ou se era pelo exato oposto, por gostar de estragar o rosto de quem o enfrentava. Talvez, afinal, só gostasse de ouro.

Um rapaz magrelo era seu primeiro oponente, e tornou-se um dos únicos a conseguir assustá-lo antes de uma batalha, — não por temer as suas habilidades, mas por ser inacreditavelmente feio. O nariz era muito grande, fino e pontudo, e a boca muito pequena. Os olhos desviavam-se, olhando cada um horripilantemente para cada direção, e as orelhas abriam-se como velas de um navio. A pequena criatura salteava sorridente de um lado ao outro, enquanto Rhaego encarava-o com o cenho franzido.

— Eu já tô com pena de bater no rosto desse cara. — Exclamou a um dos homens ao lado, com as sobrancelhas levantadas e a expressão de estranheza ainda no rosto.

O homem avançou contra ele rapidamente, socando-lhe a boca e rodopiando à sua volta, provavelmente para compensar a falta de força física. O tyroshi esfregou a língua contra os lábios para sentir o gosto do sangue na boca, engolindo-o. Ainda achava-o merecedor de pena, mas agora sentia uma profunda vontade de lhe surrar. Ao lado, Droenn gritava entusiasmado, incitando os dois a brigarem. Não pode evitar o riso ao avistar o amigo cair de encontro ao chão, por mais deprimente que fosse a situação.

Trocaram alguns murros desajeitados numa luta imbecil, — nenhum golpe se encaixava, com a maioria atingindo o lado do pescoço ou a orelha do oponente, — até que o magrelo acertou uma pancada em seu queixo que o deixou profundamente irritado. Rhaego socou-lhe com força no meio do peito derrubando-o sem ar. Aproximou-se do indivíduo e o prendeu entre o chão e o seu joelho, largando todo o seu peso sobre ele e socando seu nariz mal-concebido com diversas batidas surdas até que o homem conseguisse, em meio a rangidos, lamuriar um quase inaudível "pare".


Última edição por Dwight em Sáb Jan 02 2016, 21:34, editado 4 vez(es)

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Com a resposta, Shaddan revirou os ombros e mexeu a cabeça, deixando ambíguo se havia achado engraçado ou ofensivo, já que a máscara lhe escondia o potencial sorriso. Recebeu a réplica que esperava de Daven, tomada de um ácido e importuno cinismo, algo que alguém menos sensato interpretaria como uma clara provocação. Talvez essa fosse a intenção do loiro, mas ele jamais saberia se havia funcionado ou não.

─ Intrigante ponto, mas ele não anula o fator empatia de minha resposta. ─ ignorou a primeira pergunta, mantendo o calmo tom de voz e ecoando a dúvida sobre o que se passava por baixo da máscara. ─ Além do mais, as mulheres com que homens como nós interagimos só se importam com a beleza do ouro que carregamos, ou você se ilude achando o contrário? ─ apanhou um dos copos vazios de cima da mesa e o virou ao contrário. A expressão dúbia da máscara rendia uma frieza ao seu discurso. ─ Talvez a juventude faça você achar que tem um diferencial, mas como para todos, ela irá embora um dia. E acho que agora você entende o porquê da máscara, não? 

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- É, eu acho que agora sei o motivo da máscara. Mas não devido ao discurso, e sim por ter ignorado a primeira pergunta. - ironizou Daven com um sorriso no rosto.

O arqueiro termina sua maçã e joga o resto em cima da mesa. Volta a encarar o mascarado e continua a dialogar:

- Conheço mulheres que não precisei gastar uma moeda sequer com elas. Talvez elas gostem do dinheiro de apenas alguns de nós, não acha? - falou com um sorriso até que simpático, levando em conta sua normal personalidade sarcástica.

Pegou um copo de hidromel e começou a beber, observando o evento.

- Você é estranho mas até que é um cara legal. - soltou tal frase ainda vendo o festejo dos companheiros.

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─ É, eu acho que agora sei o motivo da máscara. Mas não devido ao discurso, e sim por ter ignorado a primeira pergunta. ─ o loiro respondeu com o cinismo habitual e abrindo um sorriso vitorioso, mesmo que não conseguisse ver o provável descontentamento atrás da máscara do tyrosh, que novamente remexeu os ombros. Ele terminou de devorar a maçã que saboreava e jogou o que restou em volta do seu cabo para cima da mesa, vangloriando-se sobre seu suposto talento com o sexo oposto, mas só reforçando o que Shaddan lhe disse momentos atrás. 

─ Como eu falei, a juventude faz você achar que tem um diferencial. Vai enxergar isso quando tiver minha idade... ─ o tom de voz ainda era o mesmo, mas sua fala trazia uma naturalidade maior dessa vez. Voltou seu olhar para o cambaleante Stark que parecia tentar alcançar a mesa, uma cena que o tyrosh acharia cômica se não soubesse os motivos da embriaguez. Sabia como era receber uma notícia como a que ele recebeu, estando longe e completamente incapaz de fazer algo a respeito. Ser obrigado a aceitar a injustiça e ser negado da vingança. Não era a primeira vez que os Lannisters dizimaram uma Casa inteira de maneira traiçoeira e covarde, e provavelmente não seria a última. Conversaria com o homem depois daquilo...

─ Você é estranho mas até que é um cara legal. ─ foi o que o loiro lhe disse antes da chegada de Droenn, que erguia uma caneca de hidromel e os convidava para uma competição. Se mostrava animado, mas os olhos afiados de Shaddan conseguiam ver além disso, sabia que ele queria aliviar sua mente com a bebida, mesmo que momentaneamente. Virou-se para ele e o respondeu de imediato, voltando para o tom frio e educado de antes:

─ Me sinto honrado pela oferta, mas não tenho estima por esse tipo de atividade. ─ se levantou da cadeira e deu dois tapinhas no ombro do Stark, trazendo uma naturalidade para a voz. ─ Boa sorte e espero ter a oportunidade de falar com você mais tarde... ─ virou-se para o loiro antes de partir para a arena. ─ Até mais, Daven.

Rumou solitário até as arenas, chegando a tempo de assistir o início do segundo combate do, até então desconhecido, Kyan. Conseguiu um lugar por entre as arquibancadas, se surpreendendo ao ter a atenção fisgada pelo lanceiro, que demonstrava uma frieza e calmaria incomum dentre os corriqueiros prisioneiros que costumavam lutar ali. Conseguia identificar o olhar analítico dele contra o inimigo ao permitir que ele fizesse o primeiro movimento. O homem partiu em sua direção em um curto avanço, denunciando a postura rude e a natureza precipitada. Achava que o corpo robusto era a única vantagem que precisaria, não considerando, em momento algum, o alcance superior da lança adversária.

Estava claro quem sairia vencedor daquilo...

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Daven não deu muita bola para o que Shaddan dissera, apenas notou quando Droenn chegou oferecendo um desafio de bebidas. O mascarado despediu-se de ambos indo para provavelmente a arena ver as lutas.

- Até. - respondeu. - Vamos lá, Stark, vamos ver quanto álcool você aguenta. - aceitou o desafio.

O mesmo aponta para o lugar vago onde antes estava Shaddan, termina o hidromel que bebia e continua a falar:

- Que merda o que ocorreu com sua família.

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─ Me sinto honrado pela oferta, mas não tenho estima por esse tipo de atividade ─ disse Shaddan, dando-lhe a cortesia de algumas pancadas no ombro. ─ Boa sorte e espero ter a oportunidade de falar com você mais tarde...
─ Tenho a certeza de que será um prazer ─ o assistiu partindo rumo à arena e enfim lembrou-se de quem era o mascarado e o quão importante fora contra Ragh e seu khalasar.

Mais um tanto de álcool e talvez esqueceria-se também de todas as infelicidades daquele dia sangrento, e então chupitou a espuma do hidromel, sorrindo por motivos além de sua compreensão.

Virou-se para Daven, que aceitou o desafio após despedir-se de Shaddan:
─ Vamos lá, Stark, vamos ver quanto álcool você aguenta.
Desastrado, Droenn sentou-se, fazendo o conteúdo de seu caneco saltar, por muito pouco não banhando as vestes do rapaz ao lado. Daven continuou, esgotando o que lhe restava de hidromel no copo:
─ Que merda o que ocorreu com sua família.
O Stark o fitou, era um jovem jeitoso de cabelos dourados. Ah sim, o arqueiro de Qohor...
Fora pego de supresa pelo companheiro ao abordar tal assunto, mas não recusou o diálogo ─ bebida nenhuma saciaria a sede de desabafar.
─ Pessoas nascem em castelos de ouro, aquecidas como se estivessem na boca de um dragão, empanzinadas de suas comidas exóticas e suculentas, mas para elas, não é o suficiente. Buscam preencher algum vazio, o bem material do qual dispõem nunca lhes satisfez. Pergunte à rainha e ela lhe dirá que no fundo deseja um homem violento para fodê-la no fim de sua adorável noite. Pergunte ao rei e ele lhe dirá que no fundo deseja uma mulher de seios tão avantajados quanto o próprio bolso para foder no fim de sua adorável noite. Com sorte, ainda cedo aprendi a valorizar aquilo que tinha, mesmo nascendo no castelo dos lobos de Winterfell ─ pausou para dar um gole. Deu uma gargalhada ébria ao notar que Daven o encarava com estranheza ─ Desculpe-me, eu passei do ponto, não é mesmo? E a sua família, como está ou como estava quando tornou-se um mercenário?

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Encarou Droenn com um olhar confuso, mal entendera o que ele dissera. Mas relevou e respondeu a pergunta que foi feita a ele.

- Eu não faço idéia da situação atual da minha família desde que eu nasci. Agora daqueles que diziam ser meus familiares, os Plumm's, devem continuar sendo as mesmas putinhas mandadas dos Lannisters. - falou num tom de desprezo e volta a dar um gole no hidromel.

Daven olha para o horizonte e começa a achar que já estava bêbado, hoje havia interagido com seus companheiros mercenários mais do que de costume, normalmente ele está batalhando ou fodendo, coisa que ouvira certa vez de um Lannister que eram as duas melhores coisas a se fazer.

- Acho que essa é uma das maiores vantagens de ser um mercenário. Não ser a putinha de casa alguma. - falou com seu sorriso irônico.

Continuara a apreciar aquele delicioso hidromel.

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─ Eu não faço idéia da situação atual da minha família desde que eu nasci. Agora daqueles que diziam ser meus familiares, os Plumm's, devem continuar sendo as mesmas putinhas mandadas dos Lannisters ─ disse-lhe o companheiro.
─ Lannisters... ─ cravou na grama os olhos encobertos dum desejo de vingança. ─ Se eu pelo menos pudesse ter a honra de conhecer algum... ─ continuou, murmurando.
─ Acho que essa é uma das maiores vantagens de ser um mercenário. Não ser a putinha de casa alguma ─ Daven esbanjava ironia no sorriso.
─ Meu caro, estas foram as mais sábias palavras que eu ouvi nesta semana! ─ exclamou e virou o caneco na boca duma vez, fazendo um pouco do líquido descer pela barba. ─ Ah ─ finalizou o longo gole. ─ E este é o mais saboroso hidromel que eu já tomei!
Notou que Daven mirava algumas mulheres aqui e ali. Não pôde deixar de questionar, estendendo um sorriso:
─ Se me permite a pergunta, qual o segredo?

Última edição por Prime em Dom Jan 03 2016, 13:44, editado 1 vez(es)

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Quando chegaram, o primeiro lugar para o qual Talia se dirigiu foram as mesas. Guardou algumas garrafas na bolsa para o caso de acabar antes que ela estivesse do jeito que gostava de ficar.

Sentou-se na mesa para comer algo e beber. Sabia q tinha uma arena em que estava acontecendo lutas até a morte, mas não via graça em assistir uma batalha, ela gostava de participar. Havia também uma arena para lutas, mas no momento, as comidas e bebidas a atraiam mais. Serviu- se de um copo de cerveja e virou, depois foi para três copos de hidromel, em seguida bebeu mais quatro de cerveja. Até o momento em que perdeu a conta, e estava pegando mais copos sem notar.

Tentava prestar atenção na conversa entre Shaddan e o arqueiro bonito. Como Daven, ela também queria saber o porque da mascara, mas não foi dessa vez que descobriram. O Homem mascarado dava respostas que para ela pareciam bem evasivas.

Ouviu alguem ao lado falando sobre competição de bebida. Levantou de sua cadeira já tonta e gritou com um sorriso no rosto
- Eu também quero!!!!

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- Confiança, crer que você pode. - respondeu sorridente. - Se falhar, use o dinheiro como recurso secundário. - completa com uma breve gargalhada embreagada.

Ouvira um grito de Talia, querendo participar da bebedeira, a moça parecia empolgada para encher a cara. Daven olha para Droenn com uma feição de "isso vai ser divertido" e volta a olhar para Talia.

- Junte-se a nós então, docinho. - falou apontando para um lugar próximo que estava vago. - Mas será que você aguenta mais hidromel que dois homens feitos? - continua com um sorriso malicioso para a garota.

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─ Confiança, crer que você pode ─ respondeu Daven e o Stark apenas pôde balançar a cabeça em concordância ─ Se falhar, use o dinheiro como recurso secundário ─ o loiro gargalhou.
─ Então de qualquer modo estou fodido ─ Droenn lançou uma longa risada.

─ Eu também quero! ─ a mulher levantou e gritou. Estreitou o olhar tentando reconhecê-la. Aparentemente, era Talia e estava tão bêbada quanto os dois mercenários. Droenn entendeu a mirada sugestiva dada-lhe por Daven, que disse à moça:
─ Junte-se a nós então, docinho. Mas será que você aguenta mais hidromel que dois homens feitos?
─ Nisso eu tenho minhas descrenças ─ desafiou o Stark.

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- Junte-se a nós então, docinho. - falou o arqueiro apontando para um lugar próximo que estava vago. - Mas será que você aguenta mais hidromel que dois homens feitos?
─ Nisso eu tenho minhas descrenças ─ Falou o Stark em seguida

Talia sentou-se perto dos homens e encheu seu copo de hidromel, virando ele de uma vez e batendo com o copo na mesa.

- Acho melhor vocês começarem a acreditar, porque quando os dois estiverem caidos no chão e passando mal, eu não quero ouvir reclamações. - Disse com um sorriso confiante para os dois, em seguida virou para o loiro e deu o mesmo sorriso malicioso. - Então, o que eu vou ganhar com essa aposta?

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- Acho melhor vocês começarem a acreditar, porque quando os dois estiverem caidos no chão e passando mal, eu não quero ouvir reclamações. - falou Talia. - E então, o que eu vou ganhar com essa aposta? - completou olhando para o loiro.

Daven sorriu e respondeu no tom charmoso de sempre:

- Pode ter certeza que não haverá reclamações.

Pega seu copo de hidromel e vira-o, colocando depois o vazio recipiente na mesa para a próxima rodada.

- O prêmio da aposta é discutível, se você ganhasse poderia até escolher. - responde o arqueiro. - Mas como não será o caso, posso afirmar que perdendo pode ser recompensada também. - termina com um sorriso de canto.

Já enche o copo novamente de hidromel, para a próxima rodada.

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- Pode ter certeza que não haverá reclamações. - Disse Dave bebando um copo - O prêmio da aposta é discutível, se você ganhasse poderia até escolher. - responde o arqueiro. - Mas como não será o caso, posso afirmar que perdendo pode ser recompensada também. - termina com um sorriso de canto.

Talia deu um sorriso pra resposta do homem.

- Sair no lucro em todos os casos...gostei da proposta - Disse com o mesmo sorriso de antes- Mas no seu lugar, eu não teria tanta certeza da minha vitoria.

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