Os cavalos e seus respectivos ocupantes eram engolidos gradualmente, conforme a guarnição avançava, pelas gigantescas e grandiosas Montanhas da Lua, tão enormes que para cima, eram poucas que mostravam os picos, e estes eram cobertos de nuvens. O Vale estava límpido e animador naquela manhã, o céu tão iluminado e bonito quanto a região e sua vegetação, mexendo-se ocasionalmente. Os homens dos Clãs das Montanhas seguiam o grupo há dias, aproximaram-se diversas vezes, mas não o suficiente para serem avistados, tão pouco ousaram atacá-los, abandonando-os de vez ao finalmente chegarem no Portão de Sangue. As rochas da montanha formavam um corredor estreito, onde idênticas torres de vigia, unidas por uma ponte coberta de pedra cinzenta que se arqueava pela estrada, formavam a única passagem para o Ninho da Águia, tão protegida e impenetrável que uma dúzia de exércitos foram dizimados antes que sequer passassem pela ponte, na Era dos Heróis.
- Quem quer passar o Portão Sangrento? - perguntara o Cavaleiro do Portão, comandante do local.
A resposta fora rápida e clara: o Norte e a família real, herdeira legítima dos Sete Reinos. Soltas, as palavras tiveram seu poder elevado pelos estandartes das casas nortenhas e as casas do rei e a rainha. O cavaleiro permanecera quieto e pensativo, deixando-os avançarem pouco depois, avisando-os que Lysa Arryn estava seriamente doente. Atravessando o único bloqueio nos pés de Lança do Gigante, a maior montanha do Vale erguia-se admirável e marcante, o Ninho da Águia ficava em seu topo e quem estava longe dele não tinha ideia de como aparentava, pois perdia-se nas nuvens. Na vertente ocidental, podiam ver as Lágrimas de Alyssa. Tiveram de passar por mais três castelos na subida demorada e perigosa da montanha, antes de finalmente chegarem em seu objetivo. O Ninho, o menor dos grandes castelos, consistia de apenas um aglomerado de sete esguias torres brancas agrupadas bem próximas, feitas de fina pedra branca. Aqueceram-se e refrescaram-se no salão de recepções ao entrarem no castelo, deixando seus cavalos nos alojamentos seguintes, onde encontraram um homem e um rapaz de pé, firmes e, claramente, aguardando-os. Os dois ajoelharam-se perante a rainha, o homem levantando-se primeiro que o rapaz, de expressão mal humorada, e pegando a mão da mulher, beijando-a de leve.
- Bem-vinda à nosso castelo, Vossa Graça, espero que sinta-se em casa e o mais bem recebida possível - cumprimentou
Lucan Arryn, o herdeiro da família. - Não vejo o rei dragão.
- Ele não veio conosco, está liderando um exército contra os inimigos nas Terras Fluviais - respondeu Talia.
Dayron Arryn, o mais jovem entre os dois irmãos, não fez nada mais que um aceno de cabeça, antes de desviar os olhos para qualquer lugar que o interessasse mais do que a mulher em sua frente ou os guardas reais de modestas armaduras.
- Entendo - disse ele, pensativo, voltando a sua expressão leve rapidamente. - Sei o que quer aqui e já convoquei meus vassalos. Estão, neste momento, nos esperando no interior do castelo. Seus homens serão guiados para cômodos, quanto aos lordes, sigam-me.
E foi o que fizeram. As duas dúzias de soldados que haviam subido com a rainha até o lugar seguiram os servos e apenas os dois guardas reais mantiveram-se perto da mulher, e os nortenhos. O Alto Salão dos Arryn revelou-se longo e austero diante dos olhos estrangeiros, com paredes feitas de mármore branco com ranhuras azuis. Ao fundo, encontrava-se o trono da família, feito de represeiro. Inúmeras estreitas janelas arqueadas espalhavam-se pelo local, entre as quais estavam tochas seguradas por arandelas de ferro. Debaixo da elevação de mármore onde localizava-se o trono estava uma longa mesa com diversas cadeiras, muitas ocupadas por lordes do Vale e muitas vazias para que os lordes nortenhos sentassem-se.
- Agora que todos estão em seus devidos lugares, podemos começar - anunciou Lucan, desta vez sério. - O tal Targaryen no momento está lidando com sua guerra em campos de batalha, em seu lugar sua própria esposa foi enviada e alguns dos lordes nortenhos que comandam parte do seu exército.
- Uma visão adorável, de fato, mas vim aqui para ver o rei que anda criando uma confusão nos Sete Reinos com seu dragão, não uma mulher com uma bonita coroa - salientou
Yohn Royce de sua insatisfação aos demais, era um velho de aparência respeitável e carregava consigo uma das típicas armaduras da família, feita de bronze e com runas que os membros diziam protegê-los do perigo.
- Ouvi dizer que é uma bastarda - disse
Jon Lynderly com sua voz fina e irritante, sua aparência não era algo agradável de se encarar, era pálido e esquelético, e mesmo não estando doente, sempre parecia estar. - Bastardos não são confiáveis, são criaturas malignas que esperam o momento certo para atacar, nós lordes, e subir em poder.
- Ela é uma rainha, Jon, não há mais como ela crescer em poder - respondeu Lucan, erguendo uma sobrancelha ao outro lorde. - E mesmo que não queira ajudá-la, deve respeito.
O homem franzino olhou para o herdeiro do Ninho com os olhos mortos e depois voltou sua atenção para qualquer outro lugar, preferindo não dizer mais nada.
- Vocês estão aqui para que possamos ajudá-los numa guerra que não é nossa, mas o que ganharíamos com isso? - questionou
Jull Egen para rainha e os lordes nortenhos, falava como adulto, mas era uma criança com talvez dez anos. - Vamos arriscar a vida de milhares dos nossos para quê?
Mapa: https://i.imgur.com/meOZUgE.pngUma coisa que eu não deixo tão na cara é que os lordes nortenhos não se resumem apenas nos com nome e dou destaque, tem mais e uma parte deles foram com vocês para o Ninho da Águia. Outra parte resolveu ficar no norte, uma minúscula seguir o Droenn e outra minúscula(Hugar incluso)ir com Daeron para as batalhas.
Basicamente, todos vocês vão seguir o que já acontecia no Norte, que era eu começar uma linha de diálogo e vocês definirem o rumo dela. É bem difícil eu estabelecer um resultado imutável para esse tipo de coisa, prefiro entrar no personagem e deixar vocês formarem o rumo da conversa, e consequentemente seu fim.
Talia[Babi]Vestimenta: Sua coroa, vestimentas nobres e uma calça normal.
Talia está sentada no final da mesa, na direção contrária da saída, junto aos dois irmãos e cercada de desconhecidos do Vale.
Tente convencê-los de participar da empreitada de vocês.
Rhaego[Dwight]Vestimenta: Sua
armadura era modesta em comparação as outras, mesmo resistente favorecia a mobilidade: apenas o braço da espada possuía proteções, o ombro era protegido por uma ombreira de aço, o braço escondia-se em vestimentas normais e uma cota de malha ia até o cotovelo, enquanto uma manopla cobria o restante. O peito era protegido por couro e sobre ele uma cota de malha que cessava apenas na cintura, embaixo vestia uma calça simples e botas.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.
Como Guarda Real, era seu dever ficar de pé e esperar que a reunião acabasse, protegendo-os de qualquer mal que pudesse aparecer, mesmo que não precisassem, até mesmo a rainha era tão selvagem quanto os soldados de seu exército. Estava de um lado da mesa, enquanto Desmond estava de outro, ambos entediados, mesmo que o homem escondesse facilmente.
Décadas no cargo devem deixá-lo acostumado a isso, pensou o azulado. Espalhados pelo salão, estavam outros guardas, cada um utilizando o simbolo de sua respectiva casa na armadura, estas coloridas de acordo com o estandarte. Ele e Desmond eram os únicos vestidos de maneira modesta, e isso era o mais estranho, pois devia ser eles a ostentar. Sua atenção foi chamada quando uma figura pôs-se ao seu lado, vestia uma armadura semelhante ao padrão das outras, mas com suas próprias cores e seu próprio simbolo.
- Sete infernos, você é um Guarda Real? - perguntou a
figura de rosto bonito e cabelos cacheados, sussurrando para que apenas os dois escutassem, sem tirar os olhos da mesa. - Veste-se como um cavaleiro andante.
Quando notou como suas palavras foram ofensivas, mesmo que de propósito, logo manifestou-se:
- Desculpe-me, acabei me exaltando pela surpresa - disse ele num sorriso desdenhoso. - Por que o cabelo azul, meu caro? Não sabe que está pagando de palhaço nessa salão com algo assim.
Droenn[Prime]Vestimenta: Uma armadura normal, um pouco velha devido o uso, com ombreiras um pouco maiores que o normal, além da cota de malha embaixo.
Armas: Espada com a cabeça de um lobo gigante esculpida em seu punho, nomeada de Netuno. No guarda-mão, as dizeres de sua casa grafados: O inverno está chegando.
Não era o gênio dos cercos, mas sabia o suficiente para ordenar seus homens a formarem acampamentos por todo perímetro em volta do castelo - pelo menos até onde as terras chegassem, recebendo ajuda de Tobin ao avisá-lo que seria bom construir arietes e catapultas para que os homens no interior sentissem-se ameaçados. Estava com quatro mil homens, quantidade suficiente para encher as terras em volta do castelo. Os três primeiros dias foram calmos e completamente vazios, nenhum homem ousou mostrar-se nas muralhas para conversar com ele, e mesmo após ordenar que seus arqueiros jogassem saraivadas de flechas para ver se algum movimento surgia ali, nada aconteceu.
Correrrio não era o maior castelo, muito menos o mais pomposo, mas era um dos mais difíceis de ser dominado, os dois rios cercando-o averiguavam isso. De sua tenda, podia ver as copas das árvores do bosque sagrado, dentro das muralhas do castelo, principalmente o vermelho do represeiro, no qual alguns corvos dirigiam-se ocasionalmente para lá, intrigando-o. Os acampamentos eram numerosos, mas iam até o ponto que a margem proporcionava, e isso não era grande coisa. Droenn tinha duas opções naquele lugar: entrar com palavras ou entrar com espadas. E a segunda opção não seria nada fácil. Muitos Frey estavam lá dentro, mas apenas um importava: o comandante daquele lugar. Tinha um filha que estava cativa no acampamento, em segredo, a qual Daeron recomendara usar se não tivesse outra escolha ou como quisesse, antes de partir para seus próprios deveres. A garota devia ter quase duas décadas de seu nome, era feia e gorda, mas diziam ser mimada pelo pai. Assim como ela, sua recém esposa, Rina Frey, estava no acampamento também e durante o conselho tinham o aconselhado a usá-la como vantagem pelo casamento, que selara as duas famílias.
No quinto dia em pé, sob a sombra da ponte levadiça colada ao castelo, ao lado de Tobin Reed e em frente as centenas de soldados armados com espadas e arcos, o homem finalmente apareceu. Junto à uma dezena de arqueiros que encostaram-se nas ameias, ele apareceu mostrando sua feiura. O nome era Carthos Frey e assustaria crianças durante uma noite, se o vissem perambulando.
- Você não terá Correrrio, ela é impenetrável e eu não a cederei - gritou ele, preparando-se para sair de vista novamente.
Alayne[Mary]Vestimenta: Um lindo e pomposo vestido azul nortenho, além de alguns enfeites no cabelo.
Alayne está sentada no meio da mesa, em frente à Jull.
Tente convencê-los de participar da empreitada de vocês.