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#Mesa 003 - Fire and Blood

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O último toque de espadas beirou o anoitecer, finalizando a demorada invasão que levara centenas de vivos à outro mundo ou a crença que os confortasse dos destinos cruéis e insignificativos de seus companheiros. O rei adentrou no castelo e caminhou entre os corpos, observando-os num misto de pena e respeito, era a única coisa que podia dar àquelas pessoas naquela altura. Continuou, encontrando, no interior da maior torre, dezenas de corpos espalhados sob os pés dos vitoriosos, tanto de aliados quanto de inimigos, mas no final, apenas seus homens permaneciam em pé.

Viu sua mulher aproximando-se da saída, bastante ferida.

- Você está bem? - perguntou, colocando as mãos em seu rosto, levantando-o de leve para olhá-la nos olhos.

- Sim, só mais um dia de batalha - respondeu ela, sorrindo, tentando confortá-lo de qualquer preocupação.

A expressão de Daeron foi uma mistura de reflexão e tristeza, mas pegou-a nos braços mesmo assim, ajudando o velho cavaleiro a levá-la dali.




O salão teve suas portas abertas por uma dúzia de soldados, buscando o resultado da entrada dos lordes nortenhos, surpreendendo-se ao encontrar ninguém além da mulher loira em pé, coberta de sangue, cercada de um emaranhado de cadáveres.

- Tobin Reed e Hugar Mormont estão vivos, mas feridos, ajudem-os - ordenou a Karstark, saindo da pilha de corpos e dirigindo-se às portas.

Acenou para Rhaego ao encontrá-lo no caminho, tão ferido quanto ela.




Droenn saiu da torre, chegando no pátio, viu o rei correndo para dentro da torre, mas ali já sabia que independente do que acontecera dentro daquela fortaleza, estava finalizado. Ergueu o rosto, sentindo o sol em seu rosto e em sua pele, aproveitando-o, então respirou fundo e voltou a fazer o que precisava.


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#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 17 R9MV4Gv

O quinto alvorecer nas Gêmeas acordou seus nobres e soldados com péssimas notícias, dais quais os corações mais temerosos mergulharam em onda de premonições sem cabimento, de um futuro escuro e cheio de terrores. E estes não eram a minoria. Pela manhã, o sol vindo do leste, iluminou dezenas de caixotes espalhados sob a gigantesca sombra das muralhas do castelo. Quando as tais sombras misteriosas sumiram no interior das florestas à sul, soldados puderam checá-las, revelando o primeiro movimento de Jan Baratheon naquela guerra. Cada caixote, retirando sua tampa, tinha em seu interior dúzias de cabeças, amontoadas até o topo, todas podres e decompondo-se, e em cada uma delas havia bilhetes ressaltando a reconquista de Pedra do Dragão e a destruição de toda tropa marinha inimiga, parte lá e parte cá, encontrada depois de torturas.

As péssimas notícias não paravam por ali, os exércitos do sul juntavam-se e formavam uma força cada vez maior, algumas forças iniciando marchas em direção ao norte, sem medo algum de encontrar-se com o tal rei que proclamava-se herdeiro do trono. Junto à isso, o estandarte do dragão de três cabeças ganhara mais ódio a cada dia que passara, exatamente pelo dragão, sobrevoava campos e vilarejos, destruindo-os ou deixando danos terríveis para trás. E, para as pobres e coitadas almas dos camponeses, já sofridas pela rebelião anterior, efeitos tão negativos na véspera de uma guerra deixavam-nas aflitas do que viria pela frente.

Como se não bastasse, mesmo dividindo o grande exército em vários pedaços, uma delas adoecera como haviam no Norte, diminuindo seu número a cada dia que passava.

E, para alívio da maré de azar, foi dada uma certa quantia de mantimentos para animar o exército, enquanto os nobres foram reunidos num grande grupo que exploraria as florestas em volta para caçar.




Talia[Babi]
Vestimenta: Vestimentas nobres, claramente vindas do mesmo armário do marido, sobre uma cota de malha velha, mas ainda útil. Da cintura pra baixo vestia uma calça e botas de cavalaria.
Armas: Uma lança de tamanho moderado e a adaga com um chifre gravado na lâmina.

Caminhava calmamente pela floresta, localizada num belo bosque, vivo e cheio de animais, mesmo que não encontrassem nenhum javali até ali. Virou o rosto para o lado quando seu marido surgiu ao seu lado, enfiando um pequeno girassol em seu cabelo.

- Uma bela flor para uma bela rainha - disse, sorrindo para ela.

- Sério? - perguntou Talia com um sorriso de escárnio.

- Só tentei ressaltar sua beleza nesta linda floresta - respondeu Daeron, rindo. - Aliás, sinto que a cada dia que passa, seu nariz fica mais torto.

Conversaram mais um pouco, continuando a trilha, ambos atrás de alguns outros homens que levavam cachorros e cercados de soldados, assim como a Guarda Real.

- Talia - chamou o rei, um pouco mais sério. - Durante sua vida de mercenária, quantas vezes você usou diplomacia em vez de violência?


Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Sua armadura era modesta em comparação as outras, mesmo resistente favorecia a mobilidade: apenas o braço da espada possuía proteções, o ombro era protegido por uma ombreira de aço, o braço escondia-se em vestimentas normais e uma cota de malha ia até o cotovelo, enquanto uma manopla cobria o restante. O peito era protegido por couro e sobre ele uma cota de malha que cessava apenas na cintura, embaixo vestia uma calça simples e botas.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

Soltou algumas risadas sozinho, chamando atenção involuntariamente de alguns homens, quando notou como sua posição atual semelhava-se à anterior. Quando mercenário, protegia pessoas, como se fosse um guarda, e participava de suas lutas. Como cavaleiro, protegia seu rei e sua rainha, participando de guerras que não eram suas. Talvez virasse quando chegasse à Porto Real, onde tanto a família de Daeron quanto seu pai morreram.

Arrancou com os dentes um pedaço da maçã em suas mãos, observando a troca de olhares entre os dois nobres em sua frente, um estranhava o oposto e a outra parecia interessada.

Estava com um saco de maças na cintura.


Droenn[Prime]
Vestimenta: Roupas nobres, um manto de pele de lobo, couro fervido e embaixo uma cota de malha.
Armas: Uma lança, uma aljava na cintura e um arco pendurado em suas costas, com a corda envolvendo seu ombro e peito.

Notou a ausência de Mors, entendia sua dor e principalmente porque não fora com eles. A calmaria daquela floresta o agradava, mas para balancear, estava incomodado com a presença de uma das filhas de Walder Frey, a prometida à Edam, antes de sua morte. Caminhava calada, olhando-o uma vez ou outra, era bonita e claramente tímida.


Alayne[Mary]
Vestimenta: Vestimentas modestas sob duas camadas de couro, uma cobrindo todo seu tronco e outra por cima protegendo completamente seus ombros, a última fundida com uma cota de malha resistente que ia até sua cintura, onde Solar era mantida pacientemente. Numa bainha no lado contrário da espada, era guardado a lâmina de obsidiana que Henrik havia lhe dado, para dar sorte.
Armas: Espada nomeada como Solar, a empunhadura negra é feita de couro e o pomo feito de prata, em formato de sol, daí o nome. Uma adaga com os dizeres de sua casa gravado na lâmina curvada: o sol no inverno. Tem a empunhadura negra e sem adornos. Um escudo de madeira com bordas de metal.

Não tirou suas vestimentas de batalha em momento algum desde o dia que as banhara, limpando-as do banho de sangue, e mesmo assim continuavam cheirando a morte e manchadas de sangue, algo que a incomodava e a reconfortava ao mesmo tempo. Estava em um dos navios que aproximava-se da baía de Porto Branco, avistando-a claramente de longe, lembrara da primeira vez que viera até o local, sem visitar muitos lugares anteriormente, o marido a deixara de boca aberta com a linda paisagem, mesmo tão simples. Desceu para terra firme dentro das muralhas, no Porto Interior, onde era guardado pela imponente massa da Toca do Lobo de um lado e pelas muralhas da cidade de outro. Despediu-se do capitão, fora o mesmo que a levara quando mais nova, e encontrá-lo novamente era uma mistura de nostalgia e tristeza. Continuou seu rumo, entrando de vez na cidade, com vários de seus soldados ao redor, cuidando de sua segurança. Castelo Novo, sede da Casa Manderly, mostrou-se poderoso como sempre foi, tão branco quanto a cidade, esta com largas ruas pavimentadas que facilitavam a movimentação. Incomodava-a um pouco tanto branco, as casas eram feitas de pedra caiada branca e, até mesmo, os telhados de íngremes de ardósia cinza-escuro contribuíam aquilo.

Subiu a colina, calmamente, observando as ondas chocando-se contra as costas distantes, até finalmente chegar no castelo. Entrou, sem problema algum, e foi aos cômodos de Wyman Manderly, à mando de seu próprio filho, Wylis, irmão mais novo de Henrik. Movido por uma maca de tão gordo, o lorde ficou conhecido por Lorde Lampreia, sendo ridicularizado pelo seu próprio povo e, consequentemente, os outros. Julgavam-no imbecil e covarde, mas a mulher tinha outra visão dele, assim como seu marido, que o conhecia muito bem para isso.

Encontrou-lhe deitado na cama, comendo uma enorme torta de carne, claramente saboreando-a como se fosse a última coisa que comeria na vida. No momento que seus olhos bateram com a figura da Karstark em pé, na porta, engoliu o que estava na boca, limpou a boca com um pano e mandou os servos levarem a bandeja dali, imediatamente oferecendo algo para loira que negou, sem fome ou sede. Sentou-se na cama, ao lado do homem, aceitando sua mão e trocando o aperto, lembrava de como ele a recebera bem muitos anos atrás, confortando-a como confortava agora. Ele sempre fora amável e gentil, fazendo-a e Henrik rir com sua risada estrondosa.

- Escutei sobre seus feitos nas Gêmeas, todos falam disso agora, a respeitam demais - disse Wyman, encarando-a, sorrindo gentilmente, antes do rosto virar uma expressão um tanto quanto preocupada. - Mas sejamos sinceros, como você realmente está, querida?


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Mesmo com sua cabeça ainda dolorida e as dores que vinham de tempos em tempos devido a pancada que levara, decidiu se juntar aos outros nobres e ir para a floresta caçar. Já estava cansada dos ares melancólicos das gêmeas devido a batalha sangrenta e as cabeças enviadas por Jan. Quando soube da historia se irritou, para um primeiro movimento em meio a guerra o Usurpador havia jogado bem, reconquistara Pedra do Dragão e fizera com que Daeron ficasse ciente disso da pior maneira. Por algum tempo até mesmo pensou em propor que devolvessem o presente ao rei, mas o exercito do dragão precisaria apenas de uma cabeça para irritar Jan, e essa já tinham , porém haviam dois problemas nisso. Ainda não haviam a separado do corpo e Talia não queria ser a pessoa a propor que a separassem.

Tirou essas ideias da cabeça e voltou a focar-se nos movimentos vindos em meio as árvores. Até o momento não tinham nem mesmo avistado um javali, apesar de todos os outros animais os quais tinham cruzado. Olhava para os lados lembrando dos tempos em que havia fugido de Ponta Tempestade e tinha de sobreviver em meio aquelas florestas, antes que fosse para Salinas e pegasse o primeiro barco para Bravos onde encontrou a companhia dos mercenários. Aquela época foi quando teve que aprender a viver sozinha de fato. Sua cama tinha sido trocado por chão frio e cheio de terra, seu teto tinha se tornado o céu, sua comida era o que conseguia capturar no dia, quando conseguia  e todo aquele barulho e as gargalhadas de sua casa tinham se tornado o uivo dos lobos ou o som dos insetos.

- Uma bela flor para uma bela rainha- Disse Daeron a tirando de seus pensamentos e enfiando um pequeno girassol em seu cabelo.

-Serio? - Perguntou ela sorrindo sem acreditar que ele tinha realmente acabado de enfiar uma flor em seu cabelo e falado aquele péssimo gracejo

- Só tentei ressaltar sua beleza nesta linda floresta - respondeu ele dando uma risada e fazendo Talia sorrir ao ver o animo do marido. - Aliás, sinto que a cada dia que passa, seu nariz fica mais torto.

- Espere daqui a alguns anos e mais algumas pancadas e meu nariz ficará tão assustador quanto sua cicatriz - Disse tirando a flor de seu cabelo e dando uma gargalhada colocando-a na mão do homem.


Continuaram conversando por algum tempo antes que o rei olhasse para ela com um pouco mais de seriedade

- Talia, durante sua vida de mercenária, quantas vezes você usou diplomacia em vez de violência? - A pergunta fez com que erguesse uma sobrancelha, sabia o provável motivo daquela pergunta. Olhou para ele lembrando-se da ultima vez que tentou a diplomacia, se tivesse apenas contido as palavras Garren não teria morrido e ela não teria sido estuprada, mas a falta de informação vinda do mercador e seu temperamento explosivo haviam a levado a violência. Apesar desse acontecimento, já havia se virado algumas vezes com sua lábia em seu tempo de mercenária. Deu um pequeno sorriso.

- Não muitas, mas apesar de preferir a violência sei como me virar com as palavras - Virou-se para ele com um olhar curioso. - Porque essa pergunta, Daeron?


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Encarou-a por alguns segundos, ainda seguindo os homens e seus cães, olhando-a curiosamente, a mulher no qual apaixonara-se e casara-se, uma nobre, mesmo bastarda, que teve de sobreviver numa companhia mercenária e acabou com uma coroa de espinhos dourados na cabeça.

- Creio que daqui para frente, cercos serão cada vez mais raros e campos de batalha surjam diariamente - explicou, sério. - Sei como você ama lutar, e como sei - soltou uma risada sem graça, lembrando-se de suas derrotas -, mas não há mais lugar para você entre as fileiras de soldados. Você não é só a rainha, como também a mulher que amo e que carrega meu filho. Meu herdeiro.

Virou o rosto novamente para ela, encarando seus profundos olhos azuis.

- Não estamos numa boa situação, e mesmo com os planos futuros, talvez não avancemos tão poderosos quanto no Norte - silenciou-se, parecendo refletir se continuava ou não, mas, por fim, continuou: - As chances de que eu acabe perecendo são grandes e isso trará coisas negativas à essa rebelião, mas essa criança talvez garanta algo. Eu não posso perdê-la, muito menos ela.

Puxou a mulher para seus braços e beijou sua testa.

- Preciso que você se vire com suas palavras a partir daqui.


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Adentrou o denso emaranhado de floresta acompanhando os nobres que iriam em uma caçada. Não entendia o porquê daquilo, — presumira que talvez a vida da nobreza fosse tediosa, — e nem queria estar ali, já que inúmeros soldados e até cachorros os escoltavam no passeio ao bosque. Ainda estava dolorido, lavara ele mesmo suas feridas com vinagre e tinha curativos de linho branco por todo seu corpo, que grudavam no couro puído de sua vestimenta. Mas pelo menos lhe deram maçãs.

Julgava em sua consciência aquilo ainda mais insignificante em comparação com as notícias recentes, os Baratheon haviam esmagado a tropa marinha Targaryen, além de retomarem Pedra do Dragão, — lembrou-se de Shaddan e todos os que se perderam para tomar o castelo, mas decidiu que era melhor esquecer tudo o que acontecera lá. Agora, Salladhor Saan se juntara a pilha de mortos, o homem que o libertara das Arenas, mais uma de suas figuras paternas que apodreceria embaixo da terra. Deixou escapar uma risada ao notar que, por mais que o tempo houvesse passado, ainda não era nada mais do que um guarda que lutava pelos que carregavam o ouro, uma amarga ironia que agora o divertia. Não importava se portava um nome nobre ou a relevância que a sua casa uma vez teve. Rhaego Naerys era um bastardo nascido em uma ilha na fronteira entre os mares de Myrth e Estreito, e apenas isso. Mas, outra vez, ele tinha maçãs, — várias maçãs.

Caminhava emproado logo atrás do grupo, sua mão direita repousava com os dedos ásperos apertando-se sobre o pomo de seu arakh, enquanto a esquerda lançava uma maçã para cima, apanhando-a novamente antes que caísse. Encontrou algum tipo de diversão observando um desconfortável ensaio de interação entre Droenn e a jovem Frey, que era de uma rara delicadeza para uma família tão mal-apessoada. Parecia que ambos seguravam a respiração, e nem mesmo o vento da manhã soprava entre eles. Quando os olhares dos dois se esbarravam ela sorria, tímida, já ele parecia desconfortável. Aproximou-se aos poucos enquanto enterrava os dentes na maçã, fazendo um crac quebrar o silêncio insuportavelmente longo, sugando o caldo que escorrera da fruta num barulhento chupão.

— Minha senhora. — Inclinou-se num gesto cortês, fazendo uma mesura polida e oferecendo-a uma maçã de seu saco.
— Obrigada, sor. — Sabia que aceitaria mesmo que não a quisesse, mas ele não se importava.

— Meu velho amigo, — Virou-se para Droenn, abrindo os braços sorridente. — Que adorável passeio, não é mesmo? Ar fresco em nosso rosto, o aroma da floresta, todas essas lindas flores... Incrível, parece que até no mais feio dos jardins uma bela rosa pode desabrochar, Lorde Stark. Só para você colhê-la. — Sorriu um sorriso cínico e jogou-lhe uma das maçãs, que o nortenho agarrou com ligeireza.

O grande problema de um homem loquaz sempre fora não saber a hora de calar-se. E Rhaego nunca sequer pretendia tentar.

— Fantástica sua tática de encará-la desconfortavelmente, Stark. — Aproximou-se mais dele, abaixando o tom da voz em suas palavras para que a moça não as ouvisse. Um sorriso inquieto surgiu e desapareceu no rosto do homem. — Eu sou um romântico, só os deuses sabem como, mas eu nunca tinha visto nada parecido funcionar. Notável, de fato. Já lhe foi oferecida formalmente ou está tentando afugentá-la de antemão? — Mordiscou novamente a maçã, com o seu suco escorrendo pela barba cerúlea e caindo sobre o manto lourejante com o qual cobria sua deselegante armadura.


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Ouviu atentamente e com curiosidade as palavras do rei, até que ele por fim deu o motivo daquela conversa. Encarou os olhos purpuras do homem, incrédula. Não acreditava que ele estava a proibindo de lutar. Entendia em partes seu ponto, mas cofiava em sua espada, enquanto pudesse lutar, ela tinha vontade. Daeron a puxou dando-lhe um beijo na testa enquanto Talia terminava de digerir a informação que tinha acabado de receber. Ele terminou dizendo por fim sobre ela ter que se virar com as palavas o que a irritou. Desde quando era uma garotinha dentro das muralhas de Ponta Tempestade, lutar tinha sido sua vida e agora estavam em uma guerra, cada espada contava, e ela carregava duas.

- Ta dizendo que vou ter que ficar na porra de um castelo enquanto vocês tão lutando?! - Disse nervosa se afastando dos braços do rei e o encarando. O homem olhou para os lados desconfortável o que fez a Baratheon acompanhar seu olhar. Todos os cavalheiros tinham parado e olhado na direção dos dois. Revirou os olhos olhando para os cavalheiros e puxou Daeron pelo braço para fora da trilha. Em suas costas ouviu Barristan gritando para que continuassem o percurso.

Puxou o marido até uma clareira e parou diante dele colocando as mãos na cintura e o olhando indignada.

- Então... -Disse esperando que ele falasse algo, mas quando ele abriu a boca para começar a dizer algo, a mulher falou mais rápido - Você acha que vou deixar você arriscar sua vida enquanto eu fico parada? No que você esta pensando, e se acontecer como em Winterfell e eu não estiver para ajuda-lo? - Olhou para o lado desviando os seus olhos do homem e abaixando seu tom de voz - Eu sei que você não quer enfrentar a chance de perder essa criança ou a mim, mas te garanto que ela não quer enfrentar a chance de crescer sem o pai. Nos dois sabemos como isso é horrível, Daeron.


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Apesar de ter tomado o corvo enigmático como uma coisa boba, fruto daquele dia esgotante e que quase arrancou-lhe a vida, os pássaros a pousar sobre os galhos das árvores lembravam-no da passageira figura negra que o encarou com três olhos nas Gêmeas. Em meio àquele bosque, imaginou neve caindo sobre o chão, o som de madeira contra madeira produzido pelos irmãos e Netuno correndo ao redor de Dania como quem procura diversão. Boas lembranças, bom sorrisos, e o breve sorriso que deu logo desapareceu. Notara mais cedo a ausência do Umber: seu sofrimento era mais que compreensível, tal como sua decepção para com o Stark por não ter sentenciado o Bolton à morte, de uma vez por todas. Droenn teve sua atenção fisgada pela presença de uma das filhas de Walder Frey. De uma beleza notável ─ com a qual os demais membros daquela família não foram abençoados ─, vez ou outra fazia-o alvo de suas tímidas fitadas, e o Stark as recebia um tanto desconfortável. O silêncio ali imposto quebrou-se quando Rhaego apareceu, trazia consigo um saco de maçãs. O amigo fez uma reverência à moça e tirou uma fruta do saco:

─ Minha senhora. 
─ Obrigada, sor.

Sorrindo, Rhaego abriu os braços:
─ Meu velho amigo. Que adorável passeio, não é mesmo? Ar fresco em nosso rosto, o aroma da floresta, todas essas lindas flores... Incrível, parece que até no mais feio dos jardins uma bela rosa pode desabrochar, Lorde Stark. Só para você colhê-la. ─ o amigo forçou um outro sorriso e Droenn pegou a maçã que lhe foi jogada. Fitou-o divertido, e pela feição no rosto do azulado, poderia ditar as suas próximas palavras. Só torceu para que a situação tivesse passado apenas pelos olhos de Rhaego. ─ Fantástica sua tática de encará-la desconfortavelmente, Stark. ─ continuou, aproximando-se e falando mais baixo para que não fosse ouvido. Droenn sorriu àquilo, restava-lhe entender se tratava-se de uma ironia ou não. Optou pela ironia. ─ Eu sou um romântico, só os deuses sabem como, mas eu nunca tinha visto nada parecido funcionar. Notável, de fato. Já lhe foi oferecida formalmente ou está tentando afugentá-la de antemão? 

─ Estava tentando fazer exatamente o contrário ─ riu e levou a fruta até a boca e arrancou um pedaço generoso. ─ Nascido no gelo, feito de gelo. Um infortúnio em situações como essa. ─ a Frey agora não o olhava mais. ─ E minha sorte nesse quesito não é das melhores. A Baratheon que Daeron mantém refém foi minha paixão de rapaz verde, ou de algum tempo antes. Nos distanciamos porque, na época, já havia sido oferecida a um Lannister. Quando a reencontro, ela é uma refém, e eu o protetor do Norte. Suplicou por ajuda em Winterfell, mas nada pude fazer. Seja lá a decisão que Daeron tomar quanto à ela, está longe da minha interferência... Estamos em guerra, e é o que importa ─ mordiscou a maçã.

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Os detalhes de Porto Branco eram naturais e quase imperceptíveis à olhos desatentos, apesar da beleza notável ser facilmente vista como um todo. Porém Alayne havia aprendido a ver até os detalhes mais modestos, que Henrik lhe mostrara em todas as vezes em que esteve ali, — os vasilhames de óleo de baleia que queimavam nas mãos das sereias de mármore, eram os que mais lhe prendiam a atenção. Esperava tê-las como companhia novamente, e que lhe alentassem com o brilho amavioso como fizeram em todas as vezes em que andou por Passo do Castelo, juntamente com a brisa do mar, tímida e acompanhada do cheiro característico dos pesqueiros, que ao alcançar o topo da grande rua, estava suave.

Ao avistar Porto Branco de dentro da embarcação, diversos sentimentos lhe atingiram. Nostalgia e tristeza eram os mais presentes, mas enquanto não pôde ver a grande cidade, esteve alegre durante a viagem. O capitão Thoron, um homem repleto de cicatrizes e grosserias com sua tripulação, lhe contou boa parte de suas histórias marítimas, arrancando raras risadas da Karstark que eram ofuscadas pela sua estrondosa gargalhada. Ele conseguiu lhe fazer rir nas muitas vezes em que levou a loira até a cidade, até quando era uma garota passando mal pelo convés. Pôde despedir-se sorrindo dessa vez, para retribuir. Já aguentava as ondulações do barco, mesmo no mar agitado.

Desembarcou em Porto Interior, confortando-se com o lugar familiar. Caminhou mais adentro, cercada pelas muralhas, até chegar em Passo do Castelo. Sentiu-se feliz com as lembranças que a atingiram, — as sereias, a brisa e o cheiro estavam ali. Continuava a mesma cidade em que as pessoas trombavam-se nas ruas, sempre aos gritos e negócios, mas estava branca demais. Ou talvez a mente de Alayne estivesse vazia de uma maneira que há tempos não estava, e o branco a dominou facilmente.

Subiu a colina com alguns de seus soldados ao redor. Olhou para as ondas do mar que agitava-se aos poucos, respirando fundo o ar castiço antes de entrar no castelo e enxergar-se, anos atrás, de braços dados com Henrik. A falta dele continuou excruciante, crescendo todos os dias e ocupando o interior da Karstark, mas experimentou a leveza que veio logo após sua vingança e organizou os sentimentos dentro de si, sabendo quais priorizar. Ele havia sido um marido excepcional, e ainda nutria o mesmo forte amor, podendo sentir com clareza e sem objeções e empenhando-o ao lembrar-se de Henrik.

Emergiu de seus pensamentos, entrando nos aposentos de Wyman. Estava mais gordo do que da última vez que o vira, e comendo uma torta de carne com rapidez e ganância. Envergonhou-se ao ver Alayne parada ao lado da porta, limpando-se afobado e a oferecendo algo. Negou, e sentou-se no pouco espaço que não era ocupado pelo seu enorme e pesado corpo. Alentou-se quando o Lorde segurou sua mão, olhando-a nos olhos, mostrando alívio, pesar e preocupação. Julgavam-no covarde, mas a Karstark passou à admirá-lo desde que o conheceu, quando era um homem magro, notando em seus olhos tão semelhantes ao de Henrik que seu peso fora a única coisa que havia mudado.

- Escutei sobre seus feitos nas Gêmeas, todos falam disso agora, a respeitam demais - disse Wyman, encarando-a e sorrindo gentilmente. Alayne incomodou-se com o comentário, gostaria de estar mais sozinha com seu sentimento vitorioso de várias maneiras. Não fez o quê fez por respeito, e nem o almejou. Continuou olhando-o com carinho, notando sua expressão tornar-se temerosa. - Mas sejamos sinceros, como você realmente está, querida?

- Sabe que nunca gostei de ser o centro das atenções, não é? - Lhe disse, com um sorriso discreto porém sincero surgindo em seu rosto. Sincero assim como a loira sabia que podia ser com ele. Sempre havia lhe ajudado quando garota, deixando-a escapar de perguntas vergonhosas enquanto distraia as pessoas com sua escandalosa risada. - Gostaria de ter compartilhado meus feitos com você e quem realmente necessitasse saber, mas ainda não sou capaz de controlar as bocas e corvos deste continente. - O homem riu ruidosamente, engasgando-se ao tentar esforçar-se para parar. A sua risada lhe confortou. - Porém estou melhor. - Exitou antes de prosseguir, lhe lançando um significativo e afetuoso olhar, antes de desviá-lo frio para o chão. - Ninguém havia me dito o quão satisfatória é a vingança. Agora posso ver com compreensão, que estive cega pelo ódio durante muito tempo, e sem boa parte dele alguns sentimentos bons retornam. E como você está? - Voltou à olhá-lo, afagando sua rechonchuda mão.


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Continuou encarando-a conforme esvaziava sua frustração, piscando uma vez ou outra, mas nunca desviando dos olhos azuis tão sublimes e profundos.

- Olhe seu estado, você teve a cabeça tão ferida que ficou desacordada por quase um dia inteiro, e quando acordou estava tão tonta que passaram-se algumas horas até a coerência em suas palavras voltar. Seu rosto ainda está ferido e seu nariz talvez continue torto, e isso é porque teve sorte nessa invasão. Ouvi dizer, com bastante detalhes, de seus feitos dentro da torre, de como, num êxtase, entrou numa matança que só parou quando feriu-se seriamente - respondeu, sem mostrar o típico carinho que sempre dirigia à ela, não por não querer, forçava para que fosse assim, mesmo odiando agir daquele jeito com ela, mas naquela altura, precisava mostrar firmeza. - Não farei de você prisioneira, nosso casamento não ocorreu para que chegássemos à esse ponto. Farei à você sua primeira escolha como rainha, a de várias. Você pode continuar a sentir a adrenalina que tanto acostumou-se e adora, sofrer as consequências, ou fazer o que lhe pedi.




O lorde gorducho sorriu com a pergunta, pegando um copo de água e engolindo todo conteúdo de seu interior.

- Orgulhoso, aliviado, preocupado, pensativo... muitas coisas poderiam definir-me neste momento - respondeu, simplesmente. - Fico feliz que escapou da escuridão de uma vida resumida à vingança e sede por sangue, querida. Não sou um guerreiro, já fui, mas agora mal consigo sair desta cama sem que haja alguém no lado com uma maca, esperando-me. Quis, mas não pude dar-me o direito de afundar-se em ódio, tive que engoli-lo. Jordan Lannister enviou-me uma carta pouco depois do Casamento Vermelho, dizendo que guardava Wylis como prisioneiro, obrigando-me abrir meu porto e a cidade para seus soldados, se não a saquearia, como fizera em Porto Real na Guerra das Tormentas. Concordei em ajoelhar-me à Roose Bolton e abrir meus portões, mas só depois que meu filho colocou seus pés em meu lar. E, então, a rebelião iniciou-se e nisso um conjunto de corvos enviado por Henrik. Foi difícil respondê-lo, temeroso do que poderia acontecer. Estava cercado de falsos amigos, meu próprio meistre, que deveria ter abandonado seu passado, é um Lannister de Lannisporto e em seus olhos, vejo que ainda guarda antigas alianças.

Parou, resfolegando e bebendo mais um copo de água, após enchê-lo novamente.

- Quando os Bolton foram finalmente exterminados, tive prazer de expulsar qualquer inimigo de Porto Branco, enfiando-os em alguns navios de carga e avisando-os que caso tentassem voltar, não encontrariam nada mais que flechas e espadas esperando-os. Não encontrariam mais pão e sal em minhas mesas, apenas as cabeças dos primeiros que descessem em minhas terras - explicou, satisfeito com o rumo daquela guerra. - Agora, com tamanha distração, o velho leão talvez tenha esquecido-se de Porto Branco, ou talvez não, e agora uma frota esteja vindo em minha direção. Consideram-me fraco e tolo, mas não sou. Estou preparado. Esperando-o.

Wyman deixou a expressão séria morrer, sorrindo novamente para loira.

- Por que você veio aqui, querida?


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Ficaram se encarando por algum tempo antes de Daeron responde-la. O homem soltava cada palavra com seriedade. Só se lembrava de ter sido tratada com tanta frieza por ele após a morte de Garren. Franziu o cenho ao ouvir o que dizia e mordeu o lábio enquanto ele terminava.

- Você pode continuar a sentir a adrenalina que tanto acostumou-se e adora, sofrer as consequências, ou fazer o que lhe pedi. - Assim que ele terminou a mulher o olhou por alguns segundos antes de respondê-lo. Sabia que o homem estava certo e que sua escolha podia trazer consequências muito piores, não só para ela mais para todos. Porém esse não era o tipo de escolha que esperava alguma vez enfrentar. Sabia o quanto podia ser útil em um campo de batalha, mas mesmo matando cem inimigos que fosse, poderia morrer e fazer com que perdessem a guerra. Sabia do temperamento de Daeron, e sabia as prováveis consequências se ela e a criança morressem.

- Sim, eu fiquei desacordada por um dia e tonta por mais um, mas esse é um preço barato para uma guerra, e te garanto que eles pagaram ainda mais caro. - disse encarando-o, mas dessa vez sentindo-se vencida - Se o que Vossa Graça quer é me tirar do campo de batalha conseguirá. Mas após essa criança nascer, você não poderá fazer nada se não me tornar prisioneira. - Falou desafiadora - Se você pensa que vou me tornar uma senhora e ficar em um castelo costurando, casou-se com a pessoa errada, Daeron Targaryen.


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— Estava tentando fazer exatamente o contrário — O Stark riu, levando a fruta até a boca e arrancando um pedaço generoso. — Nascido no gelo, feito de gelo. Um infortúnio em situações como essa. E minha sorte nesse quesito não é das melhores. A Baratheon que Daeron mantém refém foi minha paixão de rapaz verde, ou de algum tempo antes. Nos distanciamos porque, na época, já havia sido oferecida a um Lannister. Quando a reencontro, ela é uma refém, e eu o protetor do Norte. Suplicou por ajuda em Winterfell, mas nada pude fazer. Seja lá a decisão que Daeron tomar quanto à ela, está longe da minha interferência... Estamos em guerra, e é o que importa.

— Se isso significa alguma coisa, Stark, pobre de mim que provavelmente sou nascido em um bordel. — Cuspiu uma semente da maçã, rindo ao pensar do que seria ele feito. — Jenna pode não compreender isso agora, e nem deveria, mas está mais segura atrás de nosso exército do que se estivesse do lado inimigo. Todo governante é carniceiro... ou carne. Daeron não sabe qual deles quer ser, porém jamais vai permitir que sua prisioneira seja machucada, — Cuspiu outra semente, jogando o resto da maçã para trás, — mas não pense que qualquer decisão dele está longe de sua interferência. Você agora é Senhor de Winterfell e Protetor do Norte, o maior dos Sete Reinos, tenho certeza de que até mesmo o rei entende a importância de seus conselhos.

Rhaego não era matéria-prima para a nobreza, sua natureza era sedenta por sangue e ele tinha a consciência de um mercenário, — o equivalente a nenhuma, — mas entendia de pessoas.

— Conseguiu me convencer que sua vida amorosa é de fato desastrosa, Droenn. Mas Winterfell precisa de sua Senhora. Vossa Graça optou por seguir seu coração, mesmo que isso não traga quaisquer espadas ou homens para o nosso lado. Não o culpo, de qualquer maneira, — deu de ombros indiferente. — não posso respeitar um homem que escolha a mulher com qual irá se deitar pelo resto da vida com a cabeça em espadas, apesar de não saber apontar se a opção de Daeron é prova de imbecilidade ou coragem. Só o resultado da guerra nos dirá, penso eu.

Refletiu por um momento em quanta coisa seria diferente se, a tantos anos atrás, a princesa Baratheon tivesse sido prometida a Droenn ao invés do Lannister.

— Mas como você disse, estamos em guerra, e você não está casado. — Prosseguiu, não se importava em ser invasivo. — Eu não sei se será a Frey que lhe será oferecida, e nem se algo daquela Baratheon ainda queima em seu coração gelado, mas esse momento se aproxima cada vez mais, e um fardo enorme cairá em seu colo. Saberá como escolher?

Última edição por Dwight em Seg Nov 28 2016, 03:15, editado 1 vez(es)


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- Talvez seja um preço barato, mas não quero vê-la tão machucada novamente - disse, voltando a sorrir. - Eu casei com a certa, saiba disso. Depois que tiver essa criança, eu terei minha revanche, e finalmente ganharei.

Levantou a mão, prendendo a flor novamente em seu cabelo e aproximando-se do rosto da mulher, beijando-a na boca, um longo e apaixonado beijo que terminou quando ele se afastou, dizendo:

- Vamos voltar a fila - pediu, começando caminhar ao seu lado. - Você me contou sobre sua madrasta, e seu ódio dela. O que você pretende fazer em relação à ela quando conquistarmos o trono?


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─ Se isso significa alguma coisa, Stark, pobre de mim que provavelmente sou nascido em um bordel ─ Rhaego cuspiu a semente da maçã e riu. Pego de surpresa pela informação, Droenn pensou em reformular o que tinha dito, mas o bom humor do amigo entenderia. — Jenna pode não compreender isso agora, e nem deveria, mas está mais segura atrás de nosso exército do que se estivesse do lado inimigo. Todo governante é carniceiro... ou carne. Daeron não sabe qual deles quer ser, porém jamais vai permitir que sua prisioneira seja machucada, ─ o Stark torceu para que assim fosse. O azulado desfez-se da maçã. ─ mas não pense que qualquer decisão dele está longe de sua interferência. Você agora é Senhor de Winterfell e Protetor do Norte, o maior dos Sete Reinos, tenho certeza de que até mesmo o rei entende a importância de seus conselhos.

Para Droenn, aqueles títulos ainda estavam muito distantes de sua pessoa. Embora mesmo que sem perceber estivesse lidando com as responsabilidades que eles traziam, perguntou-se quando veria a si mesmo merecedor deles. Deu uma última mordida na fruta.  

─ Conseguiu me convercer que sua vida amorosa é de fato desastrosa, Droenn. Mas Winterfell precisa de sua Senhora. Vossa Graça optou por seguir seu coração, mesmo que isso não traga quaisquer espadas ou homens para o nosso lado. Não o culpo, de qualquer maneira ─ Rhaego deu de ombros, indiferente. ─, não posso respeitar um homem que escolha a mulher com qual irá se deitar pelo resto da vida com a cabeça em espadas, apesar de não saber apontar se a opção de Daeron é prova de imbecilidade ou coragem. Só o resultado da guerra nos dirá, penso eu. 

De fato, o melhor a se fazer na situação de Daeron era arranjar um casamento que o trouxesse boas alianças. Quanto àquilo, Droenn julgou que o Targaryen estava fazendo o que confiava ser certo, ciente das consequências e ainda que corajoso, temeroso delas. 

─ Mas como você disse, estamos em guerra, e você não está casado. Eu não sei se será a Frey que lhe será oferecida, e nem se algo daquela Baratheon ainda queima em seu coração gelado, mas esse momento se aproxima cada vez mais, e um fardo enorme cairá em seu colo. Saberá como escolher?

─ Jenna e eu somos equivalentes a conhecidos, e nada mais. Tinha deixado a escolha para os deuses ─ olhou para a filha de Walder, curioso. ─ e eu diria que fizeram a certa.

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- Talvez seja um preço barato, mas não quero vê-la tão machucada novamente - disse Daeron, voltando a sorrir em seguida. - Eu casei com a certa, saiba disso. Depois que tiver essa criança, eu terei minha revanche, e finalmente ganharei.

- Só se for em seus sonhos - Disse ainda emburrada antes que o Targaryen se aproximasse a beijando. Depois de algum tempo o homem se afastou.

- Vamos voltar a fila - Falou antes que voltassem a caminhar. Tirou novamente a flor que o marido tinha colocado em seu cabelo e ficou olhando para o girassol enquanto caminhava. A cor a lembrava o amarelo do brasão Baratheon, e isso fez com que um frio subisse por seu peito. O lado do Veado tinha feito seu primeiro movimento, e agora seria comum em toda batalha ver aquele brasão se erguendo sobre todos os outros. Mas o que causou aquele incomodo foi o fato de que não estaria la para ver, ficaria em um castelo ou em um acampamento enquanto os amigos arriscavam suas vidas - Você me contou sobre sua madrasta, e seu ódio dela. O que você pretende fazer em relação à ela quando conquistarmos o trono?- Perguntou Daeron, após um tempo em silencio

A pergunta do Rei fez com que olhasse da flor para os olhos do homem. Ele a olhava com curiosidade esperando uma resposta, mas a verdade é que desde que tinha se tornado rainha não tinha parado para pensar naquilo. Voltou a olhar para o girassol que girava em seus dedos sentindo o olhar do homem sobre si. Desde quando tinha se juntado a Daeron tinha esperança de encontrar com Elyse e ter a vingança que sempre esperou, mas sendo a rainha aquilo tinha se tornado mais complicado. Se um soldado matasse a viúva de um nobre era apenas uma das consequências da guerra, já a rainha matar sua madrasta seria visto como crueldade. Mordeu o lábio tentando pensar em uma saída.

- Ela é uma Swann, uma das casas mais importantes de Ponta Tempestade, mata-la quando a guerra acabar poderia gerar mais rebeliões. Não seria uma boa ideia. - Disse voltando os olhos do amarelo da flor para o purpura dos olhos Targaryen - A única forma de fazer isso vai ser me aproveitando do caos da guerra. O problema é se eu não tiver uma boa chance nesse contexto. Você tem alguma sugestão? - Disse fitando-o curiosa.


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- Devo ser direta e logo lhe dizer que em partes, não está errado, Wyman. Há uma frota marchando em nossa direção neste momento, uma frota que está perto demais. O Norte está devastado e inseguro, como Jan Baratheon fez questão de nos mostrar, deixando dezenas de caixas amontoadas com cabeças em decomposição escondidas, nas paredes escuras das Gêmeas. Fizeram isto durante a noite, silenciosos e furtivos, deixando em evidência o tipo de exército que teremos de enfrentar em breve, tão preparado quanto o pouco que nos restou, mas certamente maior. - Analisou os olhos escuros e cerrados do homem, que parecia pensar em sua proposta ainda não dita. Alayne manteu-se firme, convicta de suas palavras não tão bem articuladas e manipulativas, lhe dizia a verdade. Caso não fossem convincentes, não seria a verdade a ser insuficiente. - As batalhas que aconteceram até agora foram ganhas, mas a guerra está longe de ser, com ameaças surgindo à todo o tempo e um exército enfraquecido. Precisamos de apoio durante esta instabilidade. - Suspirou, retirando sua mão do aperto quente dos dedos gordos do Manderly, passando à esfregá-las distraidamente em sua calça. - Há muito tempo não luto por Daeron, deve saber. Outros motivos me impeliram nesta guerra incessável e sufocante, mas necessária. O Norte é o alvo agora, não desejam nos arruinar de uma vez, nos enfraquecerão nos pontos vitais, assim como devemos fazer, e para isso precisamos de força. Não foi atoa que passou pela minha mente de imediato, Wyman.


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Os homens e seus cachorros desceram para perto de um riacho, após um dos animais ter farejado algo, afastando-se um pouco do grande grupo seguindo-os, alguns metros acima, separados por uma pequena ladeira.

- Deixe-a viva, seus últimos anos de vida serão vendo-a reinar quando anos atrás a considerava nada mais que uma bastarda - respondeu Daeron, simplesmente. - Isso será tortura suficiente para ela.

Foi quando a atenção do rei e sua rainha direcionaram-se à arbustos mexendo-se misteriosamente, assustando-os ao verem uma figura gorda e grande pulando de seu interior.

Javali: http://prntscr.com/bgg9u2
Droenn: http://prntscr.com/bgga2r + 3
Rhaego: http://prntscr.com/bggaop + 3


O animal pulou dos arbustos, correndo desesperadamente pelo grupo, atropelando os dois homens, levando-os ao chão num baque doloroso, onde as maçãs espalharam-se por todo local, caindo junto a descida do javali, na ladeira. Os homens tentaram persegui-lo, mas o animal atravessou o riacho rapidamente, deixando para trás os cachorros e sumindo no outro lado da floresta.

Talia soltou sua típica gargalhada, estrondosa e chamativa, rindo dos dois e, principalmente, do azulado, ambos levantando-se envergonhados. A filha de Walder Frey estendeu a mão para o Stark, ajudando-o a levantar e depois tentou fazer o mesmo com o guarda real, mas naquela altura o homem já estava de pé.

Só pra provar que vocês são uns fodidos mesmo: http://prntscr.com/bggubm




Wyman não pareceu pensativo em dar mais de suas forças à rebelião de Daeorn, respondendo-a rapidamente:

- Darei o que precisa, o máximo que posso, por você e por meu falecido filho - respondeu ele, sorrindo. - Agora vá descansar, a levarão para seu quarto, a viagem deve ter sido longa.

Recebeu um beijo na testa após aproximar-se mais do lorde, despedindo-se dele com um sorriso e dirigindo-se a porta calmamente, mas sendo interrompida quando o homem a chamou, voltando a atenção dela novamente à ele e sua bonita - e grande - cama.

- Eu sei que você perdeu muita coisa desde que todo esse caos começou, assim como eu. Um de meus filhos casou-se com uma Hornwood, e o maldito bastardo dos Bolton o matou. Outro de meus filhos, comandando parte de minhas tropas, foi ao Casamento Vermelho como convidado. Comeu o pão e sal de Lorde Walder e pendurou sua espada na parede para banquetear com amigos. E eles o assassinaram. Repito, os malditos o assassinaram. Assim como mais um de meus filhos, morto numa emboscada. Seu marido e pai de seus filhos - pareceu triste ao terminar, mas foi rápido em trocar a expressão para uma mais obscura e enraivecida. - Os Lannister e os Frey ficaram sob meu teto, enquanto ambas de suas forças subiam à norte, procurando dizimar você, meu filho e meus netos, tratando-me, embaixo de tudo isso, como se fosse um de seus familiares. Comi e brinquei com todos eles, até ofereci uma de minhas netas. Mas enganaram-se ao pensar que esqueci. O Norte se lembra, e seu dever está quase no fim, querida.


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O salão ainda fedia a morte e fezes, coisa que não desagradava a senhora de Karhold, mas ao restante, bastava aguentar até que as reuniões acabassem.

- Conseguimos, com bastante dificuldade, recuperar grande parte das fortalezas e vilarejos dominados pelos homens de ferro, mas as forças que enviamos para lá não conseguirão locomover-se tão cedo, mal puderam enviar uma dúzia de homens, nos quais apenas três sobreviveram, para atravessar as fortes nevascas que engolem cada vez mais o norte - explicou um dos lordes nortenhos.

- E nisso, ganhamos vantagem - pronunciou Daeron, tomando a explicação para si. - Os piratas desistiram de vez de suas terras, meus lordes. Avançaram para o sul e começaram atacar terras sulistas. Sua primeira vítima foi a Ilha Escudos, quatro ilhas que protegem a Campina deles. Dominando-a, aumentaram sua própria frota e agora partem para as margens, indo em busca de mais lugares para saquear.

- Isso significa, então, que o seu plano de dividir as forças sulistas está sendo executado por outras pessoas? - questionou Dieck Locke, frio como sempre.

- Sim, isso nos poupa alguns do vários navios dos Manderly - o rei voltou o olhar rapidamente à loira que os conquistou, agradecendo-a novamente. - Os usarei para trazer o exército que Dorne nos proporcionará - focou-se, claramente, no Locke -, graças a Serena. O casamento ocorreu e a aliança está selada novamente.

Hugar gargalhou, feliz pelas notícias.

- No final, aquela pirralha serviu de algo - exclamou, alto e chamativo como sempre. - Estamos preparados novamente para o Baratheon e seu cachorrinho Lannister.

- Não, ainda não - respondeu Talia, tanto ela quanto os outros lordes ainda acostumavam-se com sua presença em reuniões. - Não são poucos rumores que estão juntando quase cem mil homens na Campina, precisamos de mais homens.

- Então para onde iremos dessa vez? - perguntou Taren, ainda com a cabeça enfaixada.

- Para o Vale - respondeu Daeron. - Uma Stark governa o lugar, e talvez com a presença de Droenn, ela nos ajude.

- Dizem que ela enlouqueceu depois que o marido foi morto pelo irmão e um de seus filhos sumiu - destacou Dieck.

- Sim, e que isso não passe de rumores, para nosso bem - disse o rei, virando-se para Droenn em seguida. - Quanto a você, preciso que se case com a Frey que estava conosco durante a caça dias atrás. Ou qualquer outra filha que deseje, apesar desta ter sido a mais bonita que encontraram. Fica de acordo com seu gosto.

- Casar o Protetor do Norte com um fruto dessa maldita casa? Você enlouqueceu? - questionou Hugar, furioso. - Devíamos assassinar qualquer um que carregue consigo o sangue dessa porra de família.

Daeron voltou sua atenção para o brutamontes, calmamente.

- Correrio ainda está nas mãos dos Frey, casando com ela, não vai demorar muito para que desistam do castelo, e com ele nas nossas mãos, os lordes dessa região talvez se motivem de nos seguir. Além disso, parte dos motivo pelo qual Joran e Edam Stark foram mortos nesse lugar, foi porque precisaram combinar um casamento, exatamente para que os exércitos nortenhos atravessassem em direção à capital. A partir do dia que Droenn e a garota casarem, as Gêmeas serão dos Stark também, para sempre. Basta que ele aceite.


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A reunião seguia, os diálogos giravam em torno do Sul, dos planos de Daeron e de seus próximos destinos. Sentiu-se bem ao ver Dieck Locke engolir em seco as boas notícias sobre Serena, e o rude otimismo de Hugar deu-lhe esperanças passageiras. Daeron anunciou que iriam para o Vale e Dieck destacou rumores sobre a Stark que lá governava.

─ Sim, e que isso não passe de rumores, para nosso bem ─ disse o rei, virando-se para Droenn em seguida. ─ Quanto a você, preciso que se case com a Frey que estava conosco durante a caça dias atrás. Ou qualquer outra filha que deseje, apesar desta ter sido a mais bonita que encontraram. Fica de acordo com seu gosto. 

─ Casar o Protetor do Norte com um fruto dessa maldita casa? Você enlouqueceu? ─ questionou Hugar, furioso. ─ Devíamos assassinar qualquer um que carregue consigo o sangue dessa porra de família.

Droenn olhou o Targaryen após aquilo. Não gastaria palavras com o Mormont, bem se sabia que o velho não reagiria de outra forma, mas Daeron virou-se e explicou paciente:

─ Correrio ainda está nas mãos dos Frey, casando com ela, não vai demorar muito para que desistam do castelo, e com ele nas nossas mãos, os lordes dessa região talvez se motivem de nos seguir. Além disso, parte dos motivo pelo qual Joran e Edam Stark foram mortos nesse lugar, foi porque precisaram combinar um casamento, exatamente para que os exércitos nortenhos atravessassem em direção à capital. A partir do dia que Droenn e a garota casarem, as Gêmeas serão dos Stark também, para sempre. Basta que ele aceite.

─ Se é o melhor a se fazer, que assim seja.

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Os cavalos e seus respectivos ocupantes eram engolidos gradualmente, conforme a guarnição avançava, pelas gigantescas e grandiosas Montanhas da Lua, tão enormes que para cima, eram poucas que mostravam os picos, e estes eram cobertos de nuvens. O Vale estava límpido e animador naquela manhã, o céu tão iluminado e bonito quanto a região e sua vegetação, mexendo-se ocasionalmente. Os homens dos Clãs das Montanhas seguiam o grupo há dias, aproximaram-se diversas vezes, mas não o suficiente para serem avistados, tão pouco ousaram atacá-los, abandonando-os de vez ao finalmente chegarem no Portão de Sangue. As rochas da montanha formavam um corredor estreito, onde idênticas torres de vigia, unidas por uma ponte coberta de pedra cinzenta que se arqueava pela estrada, formavam a única passagem para o Ninho da Águia, tão protegida e impenetrável que uma dúzia de exércitos foram dizimados antes que sequer passassem pela ponte, na Era dos Heróis.

- Quem quer passar o Portão Sangrento? - perguntara o Cavaleiro do Portão, comandante do local.

A resposta fora rápida e clara: o Norte e a família real, herdeira legítima dos Sete Reinos. Soltas, as palavras tiveram seu poder elevado pelos estandartes das casas nortenhas e as casas do rei e a rainha. O cavaleiro permanecera quieto e pensativo, deixando-os avançarem pouco depois, avisando-os que Lysa Arryn estava seriamente doente. Atravessando o único bloqueio nos pés de Lança do Gigante, a maior montanha do Vale erguia-se admirável e marcante, o Ninho da Águia ficava em seu topo e quem estava longe dele não tinha ideia de como aparentava, pois perdia-se nas nuvens. Na vertente ocidental, podiam ver as Lágrimas de Alyssa. Tiveram de passar por mais três castelos na subida demorada e perigosa da montanha, antes de finalmente chegarem em seu objetivo. O Ninho, o menor dos grandes castelos, consistia de apenas um aglomerado de sete esguias torres brancas agrupadas bem próximas, feitas de fina pedra branca. Aqueceram-se e refrescaram-se no salão de recepções ao entrarem no castelo, deixando seus cavalos nos alojamentos seguintes, onde encontraram um homem e um rapaz de pé, firmes e, claramente, aguardando-os. Os dois ajoelharam-se perante a rainha, o homem levantando-se primeiro que o rapaz, de expressão mal humorada, e pegando a mão da mulher, beijando-a de leve.

- Bem-vinda à nosso castelo, Vossa Graça, espero que sinta-se em casa e o mais bem recebida possível - cumprimentou Lucan Arryn, o herdeiro da família. - Não vejo o rei dragão.

- Ele não veio conosco, está liderando um exército contra os inimigos nas Terras Fluviais - respondeu Talia.

Dayron Arryn, o mais jovem entre os dois irmãos, não fez nada mais que um aceno de cabeça, antes de desviar os olhos para qualquer lugar que o interessasse mais do que a mulher em sua frente ou os guardas reais de modestas armaduras.

- Entendo - disse ele, pensativo, voltando a sua expressão leve rapidamente. - Sei o que quer aqui e já convoquei meus vassalos. Estão, neste momento, nos esperando no interior do castelo. Seus homens serão guiados para cômodos, quanto aos lordes, sigam-me.

E foi o que fizeram. As duas dúzias de soldados que haviam subido com a rainha até o lugar seguiram os servos e apenas os dois guardas reais mantiveram-se perto da mulher, e os nortenhos. O Alto Salão dos Arryn revelou-se longo e austero diante dos olhos estrangeiros, com paredes feitas de mármore branco com ranhuras azuis. Ao fundo, encontrava-se o trono da família, feito de represeiro. Inúmeras estreitas janelas arqueadas espalhavam-se pelo local, entre as quais estavam tochas seguradas por arandelas de ferro. Debaixo da elevação de mármore onde localizava-se o trono estava uma longa mesa com diversas cadeiras, muitas ocupadas por lordes do Vale e muitas vazias para que os lordes nortenhos sentassem-se.

- Agora que todos estão em seus devidos lugares, podemos começar - anunciou Lucan, desta vez sério. - O tal Targaryen no momento está lidando com sua guerra em campos de batalha, em seu lugar sua própria esposa foi enviada e alguns dos lordes nortenhos que comandam parte do seu exército.

- Uma visão adorável, de fato, mas vim aqui para ver o rei que anda criando uma confusão nos Sete Reinos com seu dragão, não uma mulher com uma bonita coroa - salientou Yohn Royce de sua insatisfação aos demais, era um velho de aparência respeitável e carregava consigo uma das típicas armaduras da família, feita de bronze e com runas que os membros diziam protegê-los do perigo.

- Ouvi dizer que é uma bastarda - disse Jon Lynderly com sua voz fina e irritante, sua aparência não era algo agradável de se encarar, era pálido e esquelético, e mesmo não estando doente, sempre parecia estar. - Bastardos não são confiáveis, são criaturas malignas que esperam o momento certo para atacar, nós lordes, e subir em poder.

- Ela é uma rainha, Jon, não há mais como ela crescer em poder - respondeu Lucan, erguendo uma sobrancelha ao outro lorde. - E mesmo que não queira ajudá-la, deve respeito.

O homem franzino olhou para o herdeiro do Ninho com os olhos mortos e depois voltou sua atenção para qualquer outro lugar, preferindo não dizer mais nada.

- Vocês estão aqui para que possamos ajudá-los numa guerra que não é nossa, mas o que ganharíamos com isso?  - questionou Jull Egen para rainha e os lordes nortenhos, falava como adulto, mas era uma criança com talvez dez anos. - Vamos arriscar a vida de milhares dos nossos para quê?




Mapa: https://i.imgur.com/meOZUgE.png

Uma coisa que eu não deixo tão na cara é que os lordes nortenhos não se resumem apenas nos com nome e dou destaque, tem mais e uma parte deles foram com vocês para o Ninho da Águia. Outra parte resolveu ficar no norte, uma minúscula seguir o Droenn e outra minúscula(Hugar incluso)ir com Daeron para as batalhas.

Basicamente, todos vocês vão seguir o que já acontecia no Norte, que era eu começar uma linha de diálogo e vocês definirem o rumo dela. É bem difícil eu estabelecer um resultado imutável para esse tipo de coisa, prefiro entrar no personagem e deixar vocês formarem o rumo da conversa, e consequentemente seu fim.

Talia[Babi]
Vestimenta: Sua coroa, vestimentas nobres e uma calça normal.

Talia está sentada no final da mesa, na direção contrária da saída, junto aos dois irmãos e cercada de desconhecidos do Vale.

Tente convencê-los de participar da empreitada de vocês.


Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Sua armadura era modesta em comparação as outras, mesmo resistente favorecia a mobilidade: apenas o braço da espada possuía proteções, o ombro era protegido por uma ombreira de aço, o braço escondia-se em vestimentas normais e uma cota de malha ia até o cotovelo, enquanto uma manopla cobria o restante. O peito era protegido por couro e sobre ele uma cota de malha que cessava apenas na cintura, embaixo vestia uma calça simples e botas.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

Como Guarda Real, era seu dever ficar de pé e esperar que a reunião acabasse, protegendo-os de qualquer mal que pudesse aparecer, mesmo que não precisassem, até mesmo a rainha era tão selvagem quanto os soldados de seu exército. Estava de um lado da mesa, enquanto Desmond estava de outro, ambos entediados, mesmo que o homem escondesse facilmente. Décadas no cargo devem deixá-lo acostumado a isso, pensou o azulado. Espalhados pelo salão, estavam outros guardas, cada um utilizando o simbolo de sua respectiva casa na armadura, estas coloridas de acordo com o estandarte. Ele e Desmond eram os únicos vestidos de maneira modesta, e isso era o mais estranho, pois devia ser eles a ostentar. Sua atenção foi chamada quando uma figura pôs-se ao seu lado, vestia uma armadura semelhante ao padrão das outras, mas com suas próprias cores e seu próprio simbolo.

- Sete infernos, você é um Guarda Real? - perguntou a figura de rosto bonito e cabelos cacheados, sussurrando para que apenas os dois escutassem, sem tirar os olhos da mesa. - Veste-se como um cavaleiro andante.

Quando notou como suas palavras foram ofensivas, mesmo que de propósito, logo manifestou-se:

- Desculpe-me, acabei me exaltando pela surpresa - disse ele num sorriso desdenhoso. - Por que o cabelo azul, meu caro? Não sabe que está pagando de palhaço nessa salão com algo assim.


Droenn[Prime]
Vestimenta: Uma armadura normal, um pouco velha devido o uso, com ombreiras um pouco maiores que o normal, além da cota de malha embaixo.
Armas: Espada com a cabeça de um lobo gigante esculpida em seu punho, nomeada de Netuno. No guarda-mão, as dizeres de sua casa grafados: O inverno está chegando.

Não era o gênio dos cercos, mas sabia o suficiente para ordenar seus homens a formarem acampamentos por todo perímetro em volta do castelo - pelo menos até onde as terras chegassem, recebendo ajuda de Tobin ao avisá-lo que seria bom construir arietes e catapultas para que os homens no interior sentissem-se ameaçados. Estava com quatro mil homens, quantidade suficiente para encher as terras em volta do castelo. Os três primeiros dias foram calmos e completamente vazios, nenhum homem ousou mostrar-se nas muralhas para conversar com ele, e mesmo após ordenar que seus arqueiros jogassem saraivadas de flechas para ver se algum movimento surgia ali, nada aconteceu.

Correrrio não era o maior castelo, muito menos o mais pomposo, mas era um dos mais difíceis de ser dominado, os dois rios cercando-o averiguavam isso. De sua tenda, podia ver as copas das árvores do bosque sagrado, dentro das muralhas do castelo, principalmente o vermelho do represeiro, no qual alguns corvos dirigiam-se ocasionalmente para lá, intrigando-o. Os acampamentos eram numerosos, mas iam até o ponto que a margem proporcionava, e isso não era grande coisa. Droenn tinha duas opções naquele lugar: entrar com palavras ou entrar com espadas. E a segunda opção não seria nada fácil. Muitos Frey estavam lá dentro, mas apenas um importava: o comandante daquele lugar. Tinha um filha que estava cativa no acampamento, em segredo, a qual Daeron recomendara usar se não tivesse outra escolha ou como quisesse, antes de partir para seus próprios deveres. A garota devia ter quase duas décadas de seu nome, era feia e gorda, mas diziam ser mimada pelo pai. Assim como ela, sua recém esposa, Rina Frey, estava no acampamento também e durante o conselho tinham o aconselhado a usá-la como vantagem pelo casamento, que selara as duas famílias.

No quinto dia em pé, sob a sombra da ponte levadiça colada ao castelo, ao lado de Tobin Reed e em frente as centenas de soldados armados com espadas e arcos, o homem finalmente apareceu. Junto à uma dezena de arqueiros que encostaram-se nas ameias, ele apareceu mostrando sua feiura. O nome era Carthos Frey e assustaria crianças durante uma noite, se o vissem perambulando.

- Você não terá Correrrio, ela é impenetrável e eu não a cederei - gritou ele, preparando-se para sair de vista novamente.


Alayne[Mary]
Vestimenta: Um lindo e pomposo vestido azul nortenho, além de alguns enfeites no cabelo.

Alayne está sentada no meio da mesa, em frente à Jull.

Tente convencê-los de participar da empreitada de vocês.


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Não havia dito nada desde que começaram seu caminho para o Vale. Sentia-se desconfortável com o fato de Daeron ter ido para mais uma batalha e ela ter de usar a diplomacia para conquistar os nobres do Vale. Mantinha-se em silencio pensado sobre o que faria ao chegar la enquanto observava a paisagem do lugar. Em certo momento cruzaram o Portão de sangue e subiram a montanha até o menor castelo que chamavam de Ninho da águia, a cede da casa Arryn.

Assim que entraram no castelo aqueceram-se e refrescaram-se no salão de recepções e foram orientados sobre onde deixar seus cavalos. Um homem e um rapaz que claramente esperava por eles se ajoelharam diante da rainha que apenas assentiu para que levantassem novamente. O mais velho beijou sua mão com gentileza enquanto o outro olhava mau humorado. Provavelmente estava tão animado para aquela reunião quanto ela. O mais velho, que provavelmente seria Lucan Arryn deu boas vindas para a mulher e notou a ausência de Daeron. Talia deu um pequeno sorriso para os comprimentos e respondeu de uma forma breve sobre o paradeiro do Rei.

As duas duzias de soldados foram dispensados, para que se direcionassem ao salão onde haveria a reunião. Apenas Desmond e Rhaego se mantiveram junto a rainha e aos outros nobres. Ao chegarem no lugar olhou os homens sentando-se ao redor da mesa, olhavam para os recém chegados com curiosidade procurando os cabelos prateados de Daeron e logo que não encontravam olhavam meio frustrados para a rainha, provavelmente percebendo que o homem não tinha marcado presença e que apenas uma mulher vestida como homem teria de convence-los. Assim que sentaram Lucan deu inicio a reunião.

- Agora que todos estão em seus devidos lugares, podemos começar - anunciou Lucan com seriedade. - O tal Targaryen no momento está lidando com sua guerra em campos de batalha, em seu lugar sua própria esposa foi enviada e alguns dos lordes nortenhos que comandam parte do seu exército.

- Uma visão adorável, de fato, mas vim aqui para ver o rei que anda criando uma confusão nos Sete Reinos com seu dragão, não uma mulher com uma bonita coroa - Manteve seus olhos rolando pelas pessoas da mesa enquanto ajeitava-se na cadeira. Parou no velho que tinha falado pensando o quanto aquilo seria tedioso. Olhou para a armadura marcada com runas, supondo que o mesmo seria Yohn Royce. Sua atenção foi tirada quando um homem ao lado do mais jovem Arryn pronunciou-se

- Ouvi dizer que é uma bastarda. Bastardos não são confiáveis, são criaturas malignas que esperam o momento certo para atacar, nós lordes, e subir em poder.- Virou seus olhos azuis tempestuosos para o homem. Olhou curiosa para seu rosto feio. Mesmo que com vontade de mandar que fosse se foder controlou-se e manteve sua expressão neutra. Já tinha se acostumado a ser chamada de bastarda mas em uma reunião aquilo complicaria as coisas.

- Ela é uma rainha, Jon, não há mais como ela crescer em poder - respondeu Lucan ao seu lado. - E mesmo que não queira ajudá-la, deve respeito. - Manteve seu olhar no homem feio enquanto ele desviava os olhos para o lado como se não tivesse gostado da resposta do outro homem.

- Vocês estão aqui para que possamos ajudá-los numa guerra que não é nossa, mas o que ganharíamos com isso? - questionou um jovem de no maximo onze anos. Olhou curiosa para o garoto imaginando o que tinha acontecido a sua familia e se impressionou por ele agir e falar como um adulto. Olhou interessada esperando com que terminasse o que tinha a falar. - Vamos arriscar a vida de milhares dos nossos para quê?

Notou os outros lordes dirigindo seus olhos para a mulher curiosos com a resposta à pergunta do menino. Manteve seu olhar no garoto e inspirou, sentia como se o ar fosse mais pesado naquela altitude, mas ignorou isso, era a hora de fazer o que teria de fazer pelo resto de sua vida como rainha. Levantou-se de sua cadeira e olhou para o garoto.

- Imagino pela forma que você fala e pela sua idade que tenha sido endurecido da pior forma, e por ter falado a coisa mais inteligente dessa sala imagino que você não se importe muito por eu ser uma mulher ou por ter sido uma bastarda, admiro que tenha em mente seu povo e seus deveres. Assim como você ou todos os outros senhores nessa sala o rei também teve de aprender sobre seus deveres. Mas seu trono foi tomado por um usurpador, que massacrou sua família. Não espero que todos vocês entendam o que é perder seu lugar de direito, mas imagino que tenham noção disso. - Disse tirando os olhos do garoto e direcionando para todos da sala. - Vocês podem achar que essa guerra não é de vocês, mas é. Já temos Dorne e o Norte e logo teremos as terras fluviais por completo, e mais do que isso, temos um dragão. Vocês podem ficar aqui no ninho esperando que essa guerra acabe por não ser a guerra de vocês, mas isso será lembrado quando acabar. - Virou seu olhar para Lucan dando uma pausa e pensando em Lysa Arryn, se ela tivesse la provavelmente facilitaria as coisas, mas teria que tentar aquele argumento mesmo que para seu filho - Sua mãe era uma Stark antes de se casar com o antigo lorde Arryn, o que te faz primo do novo protetor do norte e você sabe toda a injustiça que caiu sobre os nortenhos quando Jan mandou que o pão e sal fosse violado. Se acha que lutar pelo rei de direito não é o suficiente, talvez lutar por parte de sua família seja. Vocês escolhem se vão ficar aqui apenas observando ou se vão lutar ao nosso lado e impedir que um homem sem honra nenhuma lidere Westeros.


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Rhaego sentiu-se aliviado quando seus olhos encontraram o estandarte azul-celeste e branco, com a lua e o falcão da Casa Arryn. A subida do Vale ao cume da Lança do Gigante era penosa e extenuante, suas costas doíam da montaria e sabia ele que até mesmo sua égua estava esgotada, fazendo com que as primeiras pedras das paredes do Ninho da Águia lhe fosse uma imagem muito bem-vinda.

Adentraram o castelo e aguardaram no salão de recepções por alguns instantes, onde aqueceram-se do frio exterior e receberam água fresca, a qual recusou. Seguiram para o alojamento seguinte, onde deixou sua égua aos cuidados do cavalariço local, e foram recebidos por dois rapazes, ajoelhando-se perante a rainha. Lucan e Dayron Arryn eram filhos da Senhora do Vale, e sem delongas os dirigiram para uma reunião no Alto Salão, onde os nobres do Vale os aguardavam.

Apesar do cansaço, Rhaego manteve-se aprumado, com as costas retas e a mão como sempre repousada sobre o pomo do arakh, vagueando o olhar pela longa mesa: no lado oposto ao dele, Desmond aguardava ereto, provavelmente acostumara-se com isto; a sua frente Alayne estava sentada, ainda calada, e aos seu lado um punhado de lordes nortenhos, bem como a rainha com sua coroa na extremidade em que sentavam-se os Arryn.

— Sete infernos, você é um Guarda Real? — Um homem aproximou-se, sussurrando-lhe para que apenas os dois escutassem, sem tirar os olhos da mesa. Lembrava-lhe um pouco a Cetim, com a diferença dos cabelos loiros. — Veste-se como um cavaleiro andante. — Sua presunção era visível e incômoda. — Desculpe-me, acabei me exaltando pela surpresa — disse ele num sorriso desdenhoso. — Por que o cabelo azul, meu caro? Não sabe que está pagando de palhaço nessa salão com algo assim.

— Os cabelos azuis são para que os inimigos sempre me vejam chegar, e fiquem fracos de medo. — Não se armou com falsas cortesias, respondeu-o com seriedade por mais provocativa que a pergunta fosse. — Sou um Guarda Real porque com aço em mãos faço em pedaços qualquer homem bem vestido, das muralhas de Winterfell as ruínas de Valíria, e não pelo brilho em minha armadura. Mas eu o perdoo pela sua confusão. — Dirigiu-lhe um olhar de canto, observando um brasão com corvos negros em voo e três corações vermelhos em suas garras, mas não adicionou polidez em suas palavras por se tratar de um nobre. — Homens melhores do que o senhor já me tomaram por palhaço pela minha aparência, lhe diriam o tamanho do seu engano se os mortos falassem.


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Os lordes a escutaram com atenção, alguns surpreendendo-se pelas belas palavras vindas da mulher, no qual subestimavam. Mas com o fim dos argumentos da rainha, tanto ela quanto os lordes nortenhos esperaram algum impacto naqueles lordes, mas como resposta ganharam apenas as mesmas expressões. O jovem lorde talvez fosse o único que tivesse a mudado, porém apenas durante o discurso, quando deu um pequeno sorriso de canto que logo sumiu.

- Jan Baratheon, o rei desonrado! O malvado, o tirano! - exclamou Melvan Melcolm para todo salão, balançando os braços no ar como se estivesse encenando uma peça, claramente zombando da mulher. - Não foi dele que tiramos ótimos anos de prosperidade até que seus lordes nortenhos - disse dando um olhar desconfiado à eles - iniciaram uma guerra pela traição de uma mulher já morta? Você usa como argumento a falta de honra de Jan, mas foi honra que trouxe desgraça às famílias do norte.

- Senhor, como ela disse, o sangue da família Stark corre em suas veias, você deveria ter alguma empatia a nossa causa - disse Dieck Locke à Lucan.

- A visão de vocês é de apenas um lado da guerra - disse Yohn, interrompendo qualquer resposta que Lucan pudesse dar. - Estamos neutros desde seu inicio. E como você disse - falou, encarando os olhos azuis de Talia -, os lordes nortenhos sofreram no Casamento Vermelho. Sofreram a perda de uma guerra, a qual arriscaram-se iniciando-a. Seu sofrimento não nos da pena, se desse, morreríamos afogados em lágrimas, pois toda guerra traz injustiça. Pensamos, neste momento, com a cabeça e não com o coração.

- O que eles querem dizer, sob toda essa frieza, é que vocês pedem que arrisquemos milhares de nossos homens para uma guerra que não é nossa. Que não perdemos sequer um membro. Para quê? Como nosso bom e jovem lorde Egen perguntou - disse Rickar Corbray, um homem de certa idade, mas que ainda parecia pronto para uma luta, inserindo-se na discussão.

Lucan coçou a garganta, chamando a atenção de todos.

- Quando Joran Stark veio à minha mãe, ela negou qualquer ajuda que pudesse dar, pois sabia dos prejuízos que teria naquela guerra. Por que faríamos diferente? - estava mais sério, e um tanto quanto triste. Virou-se para os lordes nortenhos, encarando-os por alguns segundos, antes de perguntar: - Ignorem tudo o que ocorreu com vocês... e digam-me se enviariam seus filhos e seus soldados, todos com esposas e crianças, para uma guerra que não fosse de vocês e apenas do Vale. O que ganhariam com isso? Perdas, desgraça, tristeza. E é isso que todos vocês nos pedem neste momento.

- Não é preciso de muito para saber que o rei dragão é odiado até pelos próprios homens, os tais nortenhos. Não estão o seguindo pelo seu direito de trono, apenas por vingança, pela pura e doce vingança - murmurou Dayron, alto suficiente para que todos escutassem, encarando uma das janelas do salão. - Pedem empatia pelas suas perdas, mas vocês mesmo não tem empatia pelas perdas que teremos.




- Seus inimigos são putas de bordéis? Apenas elas se assustariam com esse cabelo... azul - retrucou encarando novamente os fios azulados, soltando uma risadinha e voltando sua atenção à mesa dos lordes -, acho que nem por ouro transariam com um bobo da corte. Mas se você diz cortar dezenas de inimigos no campo de batalha, quem sou eu para dizer algo? - virou para o cavaleiro, encarando-o com um grande sorriso arrogante - Apenas um simples homem com uma espada de aço valiriano em minha bainha e a reputação de um dos melhores cavaleiros do Vale - galanteou-se, tirando de leve a lâmina da bainha para não chamar atenção de ninguém da sala, deixando Rhaego ver o aço esfumaçado, e depois abaixando os olhos para ver a espada que carregava. - Sete infernos, você tem uma lâmina curvada? - questionou quase gargalhando, mas conseguindo engoli-la de última hora. - Seja quem for, você não é um cavaleiro, é apenas um idiota que deve ter ganhado o cargo por falta de opção, veste-se como um mendigo, age como um plebeu, ameaça como uma criança e, acima de tudo, está ocupando minha vaga. Independente de hoje, seu rei me aceitará como um de seus guardas reais e, então, terá alguém certo para isso, não um palhaço que deveria carregar uma vassoura ao invés de uma espada.


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As descrições que sua mãe dera batiam com o que via: Correrrio fora arquitetado de maneira simples, modesta e, no que mais se destacava, resistente da sua maneira. Desejou ter visitado o forte quando criança. De dentro da tenda, era possível ver os topos das altas árvores do Bosque Sagrado. Colocou seus olhos nos corvos que por lá esvoaçavam, e os seguiu até as folhas vermelhas e os galhos brancos do represeiro, onde pousaram. Sentiu-se um pouco intrigado com aquilo. 

Contavam-se cinco dias de cerco, e até o momento, Carthos Frey não dera as caras. Os homens abrigavam-se sob tendas, que dispersas pelo terreno, alcançavam a margem do rio. Nos primeiros dias, seguindo o conselho de Tobin, catapultas e arietes foram construídos e arrastados pelo acampamento ─ embora todos soubessem que o Frey não iria sentir-se mais ameaçado com aquilo, e nem com uma saraivada de flechas: Droenn era paciente por natureza, mas conforme passavam-se os dias, começava a imaginar que seu último recurso teria de ser utilizado quando o homem aparecesse.

Pôs-se na beira da estrutura de madeira que se somaria à ponte levadiça. Pela primeira vez, os arqueiros tomaram posição por entre as ameias e apontaram seus arcos. O Frey surgiu de algum lugar, trazendo consigo feições desagradáveis e gritando:

─ Você não terá Correrrio, ela é impenetrável e eu não a cederei.

Foi como esperava. Droenn acenou, e ao seu lado, um dos homens trouxe-lhe a filha. Os pulsos da moça estavam amarrados e a mulher mostrava-se suja, mas fora muito bem cuidada. Droenn tirou o saco de pano que cobria-lhe a cabeça e a moça levantou os olhos para as ameias, um tanto angustiada. Irado, o Frey conseguia ser ainda mais esquisito. 

─ De joelhos ─ falou, e a moça rechonchuda obedeceu, olhando para o pai nas ameias. O som de Netuno riscando a bainha ressoou em meio ao silêncio, e a espada descansou sobre a terra ─ por mais que não fosse sua intenção usá-la naquele momento, teria de arriscar tal ameaça. Droenn manteve ambas as mãos sobre o pomo, e ergueu o queixo, suas palavras seriam direcionadas ao Frey. ─ Correrrio não é sua para que a ceda, em primeiro lugar. O certo é que temos algo em comum, já que não quero perder meus homens e nem você os seus ─ o homem preservava o silêncio. ─ Deveríamos optar pela pacificidade, já que nossas Casas uniram-se recentemente. Mas para ser sincero, gostaria de saber quando foi que sua filha desceu em sua consideração para julgá-la digna de um sacrifício ─ questionou, imaginando que em seguida seria testado a fazê-lo. Droenn bem sabia que tirar uma vida gratuitamente não se encaixava com sua pessoa e a morte da mulher não desceria aquela ponte. Porém, mais cedo ou mais tarde aquela conversa acabaria chegando naquele nível de qualquer outra forma.

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Deixar o Norte jamais fora sinônimo de uma tarefa fácil, mas ir até o Vale atingiu as expectativas de Alayne, criadas atráves do que ouvira; um trajeto árduo, digno de castigo para aqueles que mal saíam de seus castelos. Alcançar Ninho da Águia fora recompensador, uma bela paisagem e água lhes esperavam, junto com oquê todos ali ansiavam: um solo não acidentado. Aquecer-se não fora uma prioridade, há muito acostumou-se com o frio.

Sentou-se assim como todos os outros lordes na grande mesa, desconfortável. Observou os detalhes do Alto Salão dos Arryn, sóbrio e com detalhes límpidos que não forçavam uma falsa atmosfera no grupo, boa ou ruim, mas estudando os rostos que ali estavam, teve certeza de qual imperaria. Manteu-se quieta em meio à sensatez e equívocos que lhe rondavam, esperando o momento certo para mostrar-se mais que uma boa ouvinte... exímia, por sinal.

- É a principal pauta, Jull. - Dirigiu-se ao garoto que sentava em sua frente, calmamente, ponderando sua voz o suficiente para soar suave como um canto tímido, independente das palavras escolhidas. - E uma boa pergunta. - Olhou para Dayron, duas cadeiras á esquerda de Jull, obtendo sua atenção e provavelmente lhe intrigando com seu olhar. - Não pedimos que se sacrifiquem por nós. O Casamento e tudo após ele, mostraram-nos mais empatia e sensatez, algo que todos os homens deveriam aprender, não os faria achar que somos dignos de pena. - Vagou os olhos azuis nos detalhes de mesmo tom nas altas paredes, sentindo os olhares erroneamente atingidos em si. Fez uma breve pausa, colocando suas mãos entrelaçadas em cima da gelada madeira.

- Jan não é inexperiente, focou em nós por sermos a mais evidente ameaça, poupando outras famílias da morte, mas reservando para elas um futuro indistinto com o governo revolto que deverá manter. Não levaremos ninguém até a desgraça, porém é inegável que caminha lenta e perigosa em Westeros, sedenta por falhas que não encontrarão se formos capazes de resistir juntos, ou sequer mostrá-las. - Sua voz continuava terna e firme, demonstrando clareza. - Devem considerar oquê digo, suponho que não saíram de seus lares apenas para negar uma proposta, algo que poderia ser feito diretamente de suas confortáveis camas. Se havia uma premissa de quê imploraríamos pelos exércitos, foi falsa, não é isso que irão ver. Mas se temem tanto por seus soldados em uma batalha, achando que a miséria poderá assolar suas casas, sugiro que voltem até elas e treinem seus exércitos, senhores.


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Sob os olhos amedrontados da filha acorrentada e suja, o homem aparentou fraquejar momentaneamente, engolindo o choque e voltando a encarar o Stark, daquela vez com mais intensidade.

- Eu sei do casamento, e sei que ocorreu após invadirem as Gêmeas. Depois de matar meus irmãos e meus amigos, de engoli-la em chamas com o maldito dragão do seu rei! Seu bastardo, filho da puta! - berrou as últimas palavras, agarrando o arco de um dos arqueiros e colocando uma flecha nele.

Você precisa tirar 16 para não ser acertado.

http://prntscr.com/bm58t7 + 3


Droenn continuou observando-o em fúria, não desviando o olhar em momento algum, mesmo quando a flecha acertou a madeira alguns centímetros atrás dele.

- Vocês não passam de saqueadores com um grande exército a seu despor, no momento que botarem os pés dentro desse castelo, matarão todos meus homens, incluindo-me - disse Carthos, mais calmo.




Conforme soltasse as palavras, a nortenha conseguia interessar cada vez mais os lordes ao soltá-las com ternura e firmeza, transformando duas linhas distintas num tênue inesperado. Deixou claro, por fim, o óbvio interesse, mesmo que pequeno, daqueles nobres ao saírem de suas casas e rumarem para a sede dos Arryn. Principalmente que não estavam ali para ajoelhar-se perante o Vale, pedindo socorro.

- Se havia uma premissa de quê imploraríamos pelos exércitos, foi falsa, não é isso que irão ver. Mas se temem tanto por seus soldados em uma batalha, achando que a miséria poderá assolar suas casas, sugiro que voltem até elas e treinem seus exércitos, senhores. - Terminado o simples discurso, os lordes do Vale olharam-na num misto de opiniões, alguns surpresos pelas ousadia da mulher e outros satisfeitos com a resposta.

- Não fale de nossos homens como se os conhecesse, cada um de nossos soldados equivale a três dos seus e nossa cavalaria dizimaria qualquer coisa que entrasse em seu caminho - respondeu Melvan, um tanto irritado pela ousadia da mulher.

- O medo de entrar num campo de batalha deve ser o triplo também - comentou Taren com a voz mais firme que de costume, e para surpresa dos outros lordes nortenhos: sarcástica.

Enquanto alguns lordes riram do rosto enfurecido de Melcolm, o restante continuou sério como antes.

- Desculpe-me a pergunta inconveniente, mas foi você quem lutou sozinha contra dúzias de inimigos até chegar no homem que matou membros de sua família, não é? - perguntou Linly Waynwood à Alayne, num sorriso caloroso. Era uma linda mulher, de uma gentileza e amor pelos outros memorável, bastante famosa em sua região por ser venerada pelas mulheres e desejada pelos homens. - Seus atos são impressionantes e com toda certeza admiráveis. Parece-me muito inteligente, mas enganou-se achando que tememos pelas habilidades de nossos soldados. Tememos pelo que as usaremos. Vocês, nortenhos, ganharão sua vingança. Você - falou para rainha - ganhará um trono e sua coroa reinará não apenas um exército, mas todos Sete Reinos. Os lordes das Terras Fluviais talvez ganhem fornecimentos para que ergam-se novamente e, provavelmente, anseiam por vingança também. Mas, nós, ajudando-os, ganharemos nada mais que agradecimentos de seu rei e despesas de uma guerra.


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