AUTORA: Menta


Oiê gente! Bom, como o tema é livre, decidi postar essa fic, uma história que escrevi baseada na lenda da creepypasta, o famoso Slender man, que por volta de 2012 aterrorizou a internet no joguinho beta, no canal marblehornets do youtube e similares. Razz Espero que gostem!




PS: Gabi veio dizer que ficou exultante demais essas notas iniciais. Desconsiderem minha simpatia, se isso incomoda alguém. KJ




O HOMEM ESGUIO



"Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay..."



Chamavam-na Sandra, e era uma estudante mediana de ciências biológicas.

Com seus parcos vinte anos de idade, trabalhava como estagiária do laboratório de botânica do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, dedicando-se ao seu início de vida profissional.

O que agora é relatado ocorreu em uma noite fria de julho, quando a moça saíra do estágio muito tarde, além de seu horário habitual, depois de horas cumprindo as pesquisas pendentes do dia. Seus chefes estavam fora da cidade, convidados a participar de um Seminário em Minas Gerais em homenagem aos estudos de Amaro Macedo, um dos maiores coletores de espécies vegetais do cerrado do século XX. Convidaram-na a ir junto, na ocasião, mas a jovem mulher recusara, por temer que atrasasse seus estudos na faculdade, algo que não poderia se dar ao luxo de permitir.

Após um longo dia de estudos e tarefas, Sandra se preparava para deixar o Instituto por aquela noite. Cumprindo sua rotina habitual, ela apagou as luzes da sala de pesquisas e trancou as portas, descendo as escadas até a guarita mais próxima, e finalmente entregando as chaves para o porteiro. Finalizando este ritual quase mecânico, ela enfim se deu conta de que não carregava consigo a própria mochila.

A estudante fechou os olhos com força, parando bruscamente em frente ao portão do parque, enquanto praguejava mentalmente contra si mesma. Lembrou-se de onde esquecera o material, mas sabia que agora teria mais uma longa tarefa a realizar até que finalmente pudesse ir para casa. A esquecera enquanto colhia as flores que nasciam próximas à cachoeira para o estudo daquela tarde, e jurara a si mesma que a buscaria antes de anoitecer. Lá estavam as pastas com todos os relatórios e pesquisas de seus chefes, e, se a perdesse ou deixasse os documentos estragarem, estaria demitida na manhã seguinte.

Sandra foi a passos largos até a guarita, e falou novamente como porteiro. 'Seu Zé', simpático como sempre, ofereceu de bom grado sua própria lanterna para que ela pudesse encontrar o que precisava, em meio à escuridão do parque urbano naquela hora tardia. Conhecia a menina, e sabia que ela não aprontaria nada, deixando-o em paz para não ter de lidar com nenhum tipo de confusão.

Porém, também não sendo muito prestativo, disse-lhe que teria de ir sozinha, pois seu turno acabaria em menos de cinco minutos.

Eram por volta das dez horas da noite e Sandra sabia que não passava de uma desculpa esfarrapada para justificar sua má vontade. Além do mais, era inegável que algo mais "importante" do que ajudá-la o ocupava no momento, afinal, o jogo do Flamengo estava passando no rádio. Assim, ainda mais desapontada consigo mesma, e agora com um leve percentual de irritação destinada ao porteiro José, ela decidiu seguir caminho sozinha.

Afinal de contas, ela conhecia o parque inteiro como a palma de sua mão. Sabia o nome de todas as plantas exibidas no Jardim Sensorial, contava mentalmente as rosas que floresciam no roseiral, e sabia quantos passos deveria dar àquela distância para chegar ao Jardim Japonês, levantar um dos braços e tocar o portal talhado em madeira, seguindo o estilo oriental.

Em suma, não reconhecia perigo nenhum.

Mas, ainda assim, havia também algo no ar parado do parque, apesar da leve brisa que soprava silenciosa pela folhagem das árvores. O som das folhas era o ruído mais alto que se podia ouvir, como se o próprio vento temesse perturbar algo que poderia se esconder entre a mata.

A cada novo passo, ela sentia que era mais difícil respirar. Como se algo dentro de si implorasse que também não fizesse nenhum tipo de ruído, e que se disfarçasse, se integrasse ao ambiente... Se quisesse voltar para casa.

Esta distinta situação despertava na mulher uma espécie de instinto primário, algo que não é levado em conta no dia a dia das cidades grandes, onde indivíduos vagam repletas de obrigações e compromissos a se cumprir.

Pouco a pouco, fluía fria pelo seu sangue a sensação que se esconde em cada pessoa, e só pode ser atiçada em situações similares, quando a fronteira entre o real e o irreal aparenta ser mais tênue. Quando a fantasia e o folclore podem fazer o mais cético questionar o que é fato e o que é apenas lenda destinada a assustar os mais fracos.

Este receio, esta sensação de insegurança reside na estranheza do lado mais animal do humano ao constatar que a noite está tão escura que não se pode ver mais do que sombras à sua frente, sem a ajuda do luar ou do brilho das estrelas.

A lembrança primária de tempos antigos em que, apesar da falta de tecnologia, o homem era mais sensato, e conhecia melhor os seus próprios limites, e também os alheios. Respeitava a natureza, e os meios deste e do Outro Mundo, que, quem sabe, podem conviver em um limite menor do que o imaginado...

Este temor irascível e incontrolável, assim, leva-o a pensar, mesmo que a contragosto, sobre a possibilidade do homem não ser o animal superior que controla este mundo, e que talvez ele possa não ser bem-vindo em qualquer lugar que ouse pisar.

Experimentando um misto de contrários, Sandra se esforçava para caminhar mais rápido, ao mesmo tempo em que se sentia mais e mais aterrorizada à medida que seus pés faziam ruídos quase estridentes naquela situação, rasgando a areia do parque em cada passo, evidenciando sua presença para o que quer que pudesse ali estar, seguindo-a lentamente, sem pressa. Se alimentando pouco a pouco de seu crescente horror, enquanto ela perdia-se cada vez mais na escuridão que envolvia todo o parque.

E ela sabia, mesmo sem ver. Ainda que sem usar os olhos do rosto, ela conseguia enxergar claramente: escondido entre as árvores do parque, alguém – ou algo – a observava.

E, quanto mais ela avançava pela mata escura, com a nítida impressão de que aquilo se tornara uma espécie de caçada – a qual não envolvia mais apenas sua busca pela própria mochila -, mais de perto ela sentia, ela sabia que era seguida.

Tentando controlar seu corpo, desejando que pudesse flutuar e passar despercebida, sutil como a brisa gelada daquela noite de inverno, Sandra virou a direita, aproximando-se da Aléia Barbosa Rodrigues, uma das principais do parque.

Ela tinha apenas um fio de coragem que a permitia dispôr a luz da lanterna apenas na direção do chafariz que havia no centro daquela Aléia, onde as quatro extensas e largas passagens convergiam. Iluminado solitariamente, o chafariz, escuro em sua cor de bronze ainda mais enegrecida pelo tempo, mostrava apenas suas sombras na luz difusa e distante da lanterna.

Parecia um mau presságio.

Sandra fechou os olhos, seus lábios tremendo de medo, por mais que racionalmente aquilo não fizesse sentido. Sentia que, por alguma razão, enquanto mantivesse seus olhos fechados, estaria segura.

Ela ouviu o som muito próximo de um galho estalando, quebrando-se em pedaços, como se um pesado indivíduo pisasse displicentemente acima da frágil peça de madeira. Sem poder evitar, seguindo um instinto quase suicida, ela virou-se bruscamente na direção de onde o som vinha, os olhos arregalados, a lanterna apontando para o local.

Poderia jurar que vira um braço enorme, vestido com uma manga negra e comprida, estranhamente similar a um terno masculino, tão grande – e deformado -, que era capaz de tocar o chão. Ela apenas piscou os olhos, incrédulos, e a visão sumiu por trás do tronco de uma das grossas palmeiras.

Ela arfou, comprimindo um grito agudo de medo, e pôs-se a correr na direção que deveria seguir. Já não mais se importava em ser discreta, poderia fazer o barulho que quisesse, logo que não se desviasse de seus objetivos. Sentindo que suas pernas voavam por sobre a areia, a sola de seus pés doloridos pela terra úmida e pelas pequenas pedras que entravam no sapato com seu movimento brusco, ela corria, sabendo, por um motivo ainda desconhecido, que poderia fazer o que quisesse se seguisse sua intuição.

Contanto que jamais voltasse pelo caminho que viera.

Mesmo no escuro, ela conhecia aquele local, mas não conseguia compreender – além de instintivamente – o que a fazia comportar-se de maneira tão temerosa.

Até, claro, ter a visão do braço deformado.

Tentando esquecer-se do que a horrorizava, e, talvez, perseguia, a mulher seguiu em uma linha praticamente reta, apenas virando a esquerda para encontrar-se próxima ao Lago Frei Leandro. Seu impulso de correr a impelia tão longe que sequer percebia sua respiração arfante, ou seu coração que implorava que fosse mais devagar para suportar aquele pico de exercício intenso.

Sandra subiu a escadaria para seguir até a pequena cachoeira que vinha desde a mata que não pertencia ao Jardim Botânico, e era apenas parte da reserva florestal que circundava aquelas áreas do parque.

Subitamente, ela tropeçou, sentindo uma espécie de líquido quente sujar seus pés, caindo com as mãos acima do degrau de pedra. Pelo impacto, suas mãos ralaram-se superficialmente e começaram a sangrar. Ignorando a ardência dos ferimentos, observou o que a fizera cair.

Pôs a luz da lanterna acima do objeto, e um trenzinho de brinquedo, aparentemente de plástico, jazia inofensivo ao lado de seu pé que tropeçara. Seria de um perfeito amarelo, se um líquido mais escuro e viscoso não empapasse grande parte de sua superfície...

...E agora, da pele de sua planta do pé.

Sangue.

Sandra gritou, dessa vez verdadeiramente apavorada, colocando as mãos nos ouvidos, fechando os olhos que agora punham-se a lacrimejar. Seu corpo protestava, dizia-lhe que continuasse, que não deveria continuar parada, e o silêncio sepulcral do parque, sempre tão cheio de vida e de animais noturnos, parecia segredar-lhe o mesmo conselho.

Quando finalmente parou de gritar e abriu novamente seus olhos, arregalados de horror, ela apertava a lanterna com tanta força, suas mãos tão suadas que não compreendia como o objeto não se quebrava ou escorregava de sua posse. Ouviu, seu medo quase melancólico, o eco de seu grito solitário sumindo aos poucos, seguindo muito ao longe... Como se embrenhado em meio as árvores, lembrando um espírito agourento fugindo pela mata de algo ainda mais aterrorizante que sua própria existência.

Em seguida, ouviu o som de um galho ainda maior e mais grosso se quebrando, da mesma maneira que o outro parecia ter se estilhaçado.

Ainda mais próximo de onde estava parada.

Gemendo de terror, sua respiração entrecortada, ainda mais audível do que antes, Sandra correu degraus acima, seus passos ecoando agourentamente pela pedra fria, e começou a reparar que a luz da lanterna falhava.

– NÃO! – Ela gritou, desesperada, indo contra tudo o que seria mais sensato. Debilmente, ela sacudiu a fonte de luz, como se fosse capaz de fazê-la funcionar mais uma vez com este gesto.

A lanterna apagou completamente, e a escuridão engoliu-a como uma enorme onda de breu.

Tateando debilmente em seu bolso, enquanto ainda corria, a jovem mulher buscava seu celular. Finalmente lembrara-se dele, e, se tivesse as plenas capacidades mentais intactas naquela situação limite, se não estivesse dominada pelo mais puro pânico, tentaria fazer uma ligação.

Ao invés disso, como se estivesse enfeitiçada, apenas ligou a lanterna do aparelho.

Com uma luz ainda mais fraca que a lanterna do vigia, Sandra seguiu para a direita, agora já tendo subido todos os lances de escada, bastando apenas seguir reto naquela direção para conseguir ser bem sucedida na busca por sua mochila. Ouvia o ruído da cachoeira agora próximo, e o som da água corrente não mais lembrava o barulho relaxante do correr dos rios, mas sim o som de uma garganta afogando-se com o ar que tenta sorver antes do último suspiro.

Sentindo um horrendo calafrio subir-lhe por toda a espinha, seu corpo moveu-se bruscamente outra vez para a direita, fitando o longo barranco que havia ao seu lado, repleto de árvores e folhagens. Seu queixo caiu, e sentiu seu coração pular uma batida. Parecia que seus olhos, sua consciência e sua alma queriam fugir de seu corpo, abandonando-a para não experimentar aquele momento.

Sandra queria gritar, mas nem isso lhe foi permitido.

Um enorme vulto, que lembrava um homem – mas que não era, não podia ser um homem – a fitava, parado em meio as folhagens, como se não se importasse de ser testemunhado naquela terrível situação.

Vestia um terno negro impecável, limpo apesar da alta mata pela qual se locomovia, cujas mangas cobriam perfeitamente seus braços disformes, grotescamente grandes, que se perdiam em meio a folhagem. Sua gravata era também negra como a noite, e a blusa que havia por baixo... Alva, pálida como o rosto que ela ainda não conseguira ver.

Quando deu por si novamente, estava mais uma vez correndo. Mas, estranhamente, seus sentidos não mais a obedeciam. Seu tato estava prejudicado, pois não sentia mais dor. Sua visão, enevoada, mesmo com a luz do celular para ajudá-la no mínimo que fosse. Nem sequer ouvia mais o ruído da cachoeira, o único som que antes havia no local. Não sentia mais o cheiro da grama, ou das flores noturnas. Sua boca estava seca, e sua voz recusava-se a obedecer às súplicas de seu corpo para se manifestar. Era como se aquele homem, como se aquela criatura devorasse tudo a sua volta, deixando-a completamente sozinha com ele, à sua mercê.

Correu, olhando para o lado direito, para onde se delineava a descida e o mato alto que a circundava, e sentia que, cada vez mais, se dirigia em uma fuga desesperada para onde não teria saída.

Olhando mais a frente, quase perdeu os sentidos. Reconheceu que não tinha mais para onde correr, a não ser que voltasse por onde já passara. Quis deixar as lágrimas descerem de seus olhos o mínimo que fossem, mas seu corpo não mais a obedecia. Sua alma gritava, urrava de medo e desespero, mas, cada vez mais, o silêncio lúgubre a devorava, pouco a pouco, a cada passo dado.

Ela parou de correr, e levantou o celular. Assim, sem mais se movimentar, seus lábios tremeram, e seu rosto retorceu-se em uma máscara de medo, enquanto ela viu o que seria a cena mais horrenda que já presenciara.

Há poucos metros a sua frente só havia uma grossa árvore, com uma enorme inscrição em seu tronco também vasto. Em um de seus galhos, o corpo de uma criança – um menino – torcia-se em um ângulo disforme, como se sua coluna tivesse sido quebrada em pequenos pedaços, um trabalho feito minuciosamente. Sangue escorria de seus lábios, levemente entreabertos, e seus olhos vidrados fitavam o ar da noite, como se o contemplasse calmamente do Outro Mundo.

Na estampa de sua camiseta, havia um trem amarelo como o que ela vira nas escadarias.

Sandra fechou os olhos, querendo acreditar que era um sonho ruim, implorando para esquecer a imagem que acabara de presenciar, mas, pelo contrário, isso só a fixou ainda mais rigidamente em sua imaginação.

Ela abriu os olhos e viu no tronco a sua frente as letras enormes, garranchos em letras de fôrma, como se fossem rasgos, como se garras tivessem escrito aquelas palavras na superfície da árvore. Das profundezas do relevo daqueles rasgos, um líquido como sangue escorria, descendo em grossas e lentas lágrimas até tocar a relva verde, agora levemente enrubescida.

Sandra leu, embora sua alma lhe suplicasse para que não o fizesse.

“ME VERÁ QUANDO OLHAR PARA TRÁS.”

Lentamente, ela perdia o controle de seus próprios movimentos. Sabia que deveria correr novamente, apagar as luzes, pular em direção ao grosso matagal e fugir noite adentro, mas a jovem moça não fez nada disso.

Devagar, ela virou-se, como se levada por um encanto. Seu pés voltaram-se, lentos, para a direita, seguindo o caminho de cento e oitenta graus até que todo o seu corpo tivesse se voltado na direção do Homem Esguio.

Ele estava ali, a centímetros dela, parado, firme, como se a estudasse demoradamente. Seus braços caíam pelo terno limpo e de um requinte gritante com a situação em que se encontravam, e ela finalmente viu, muito próximo a seu próprio rosto, o semblante daquela distinta criatura.

Seus ouvidos zumbiram, e ela ouviu, de muito longe, seu celular tocar um som agudo, como se houvesse uma estranha interferência no local. Sentia-se entorpecida, como se estivesse fora de seus sentidos.

Mais uma vez, ela fitou-o, seus lábios entreabertos, admirando sua distinta figura. Ele era o homem mais belo que ela já vira, embora sequer tivesse um rosto em sua face branca; tão alva como a lua, mais pálida do que as lápides de mármore dos cemitérios...

Ele movimentou seus braços, embora seu corpo continuasse parado. Sandra sentiu seu coração retumbar dentro do seu peito, como se seu corpo estivesse pouco a pouco acordando de um torpor, de um sono pesado que a levara por horas e horas a fio.

Um fio de medo e também uma sensação de incrível fascínio ainda maior que o temor, juntos subiram pela sua espinha, trazendo-lhe um sutil calafrio, quando sentiu aquelas pálidas mãos cadavéricas puxarem-na, seus braços envolvendo-a em um abraço do qual ela jamais poderia se desvencilhar.

Ela escondeu sua face em seu peito magro, e fechou os olhos, soluçando, as lágrimas finalmente descendo por seu semblante.

– Por favor, não me machuque. – E tudo o que ela mais queria, mesmo que a contragosto, era ver seu rosto outra vez.

Ele a abraçou forte, e ela fechou os olhos, franzindo as sobrancelhas enquanto chorava. A última sensação que teve foi de partir-se ao meio, ouvindo um estalo como o dos galhos quebrados, e não viu mais nada.

Em seguida, sentindo que a vida de Sandra deixara seu corpo, o homem esguio soltou o cadáver, deixando-o desfalecer aos seus pés. Virou-se de costas, moveu-se para as árvores, e, em seguida, desapareceu.

Assim que desvaneceu, algumas estrelas brilharam acima dos céus do parque. Uma nuvem que cobria a lua cheia daquela noite passou e deixou seu lume livre para desbravar a escuridão, e o brilho do luar, por segundos, iluminou aquela cena.

Enquanto os olhos mortos de Sandra fitavam a luz do céu, na mesma aparente paz que se encontrava o cadáver da criança ao seu lado, uma forte lufada de vento gemeu floresta adentro.

Ao movimento da brisa, junto levantou voo uma das folhas das pesquisas de Sandra, e em meio aos dados científicos, feito com uma estranha tinta vermelha, havia o desenho infantil de uma criatura alta, de braços deformados que alcançavam o chão, parecendo um disforme homem esguio.