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#Mesa 003 - Fire and Blood

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Luckwearer
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─ Juro com a minha vida ─ respondeu, ainda o encarando.

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— É melhor cumprir seu juramento, moleque, ou eu mato você e depois estupro seu cadáver.

Hugar cuspiu no chão e o soltou, afastando-se. Empurrou o guarda na parede e quem estivesse em sua frente, e saiu da sala.

O lugar ficou em silêncio após aquilo, até que um dos comandantes se virou para Droenn e falou:

— Eu tenho um irmão mais novo em Fosso Cailin, ele trabalha como guarda, acabou de começar. Imploro que ajude-o também, senhor. — O homem não fazia parte da ida à Norte.

— Eu tenho um filho com família, eles são tudo que me resta — disse outro comandante que não iria para o Norte. — Eu não sei se consigo acreditar nessas coisas... mas se for verdade, imploro que envie alguém até Vila Acidentada e mande Bryen, Três-Dedos, sair dali o mais rápido possível.

E mais pedidos vieram em seguida, de amigos a família, de herdeiros à lordes, todos diziam os lugares e imploravam que ajudasse-os também. Alguns falavam de lugares próximos da Muralha e tudo que Droenn fazia era escutar, sabendo que se os Outros fossem verdade, todas aquelas famílias já estariam mortas. E muitos dos comandantes pediram não pro completa fé que o Stark os ajudaria, mas sim para tentar convencerem-se de que tinham um trabalho a ser feito.

Quando aquela reunião acabou, os comandantes prometeram manter segredo e uma desculpa fora feita, dizendo que uma frota de Lannister estava indo para o Norte tentar atacá-lo, para desviar a atenção deles de Harrenhal. E os soldados, mesmo os muitos que continuaram desconfiados, acalmaram-se, chegando a rir daquela ideia. Para eles, os inimigos nunca sobreviveriam a um dia no Norte, em pleno inverno.

Última edição por Luckwearer em Qua Ago 09 2017, 22:03, editado 1 vez(es)


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— É melhor cumprir seu juramento, moleque, ou eu mato você e depois estupro seu cadáver.

Hugar cuspiu no chão e o soltou, afastando-se. Droenn não tirou os olhos dele, enquanto o homenzarrão empurrava o guarda na parede e quem estivesse em sua frente, saindo da sala em seguida. Não o culpava pela rebeldia, e já estava mais do que acostumado com a personalidade difícil do Mormont. Ajeitou seu colarinho, sentindo um desconforto no pescoço.

O lugar ficou em silêncio após aquilo, até que um dos comandantes se virou para Droenn e pediu que ajudasse seu irmão em Fosso Cailin, sendo seguido por outro, que falou sobre sua família em Villa Acidentada, que também foi seguido por vários outros comandantes e suas súplicas. O Stark só fazia escutar, lamentando-se por aquelas famílias que moravam em lugares próximos à Muralha, caso tudo fosse verdade.

─ Farei o possível e o impossível, meus senhores ─ foram as suas últimas palavras antes de deixar a reunião.

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Daeron estava sentado na cama com Rhaegar em seus braços, balançado-o levemente enquanto o mesmo dormia. Repassava seu plano repetidamente, algo que estranhamente fizera o bebê dormir. Foi interrompido quando Talia abriu a porta do quarto para avisá-lo que tudo já estava pronto para partirem. Olhou para mulher por alguns instantes e virou-se para o bebê.

— Nós iremos ganhar, não é mesmo, Rhaegar? — falou beijando a testa do bebê e erguendo-se da cama, saindo do quarto junto de Talia que pegara Daemon.

Portões de Lua ficou para trás enquanto passavam pela ponte que conectava as duas terras, a única passagem pelo precipício. Quando chegaram no outro lado, encontraram um grupo os esperando. Era hora das despedidas. A primeira pessoa a ganhar a atenção de Daeron foi Serena. Aias pegaram os bebês e levaram para carruagem que tinha como objetivo Correrrio, não Harrenhal. Então, sem nada em mãos, Daeron ficou de frente para irmã e ela ficou de frente para ele.

— Você não precisa ir — pediu ele mais uma vez. Pedira durante toda noite para que ela mudasse de ideia e fosse com ele, mas a garota estava determinada em ir para o Norte. "Não posso ficar na sua sombra para sempre, irmão, prometo que voltarei", tinha dito à ele com firmeza, já decidida.

— Eu preciso — respondeu Serena, simplesmente.

O Rei suspirou e puxou-a para um abraço apertado, no qual ela devolveu com todo amor que sentia por ele.

— Você cresceu muito — disse Daeron, de olhos fechados, ainda abraçando-a.

Serena apenas sorriu e separou-se dele, dando um sorriso triste para o homem e respirando fundo, a vontade de soltar pelo menos uma lágrima era grande, mas queria se mostrar forte para o irmão, caso aquela fosse a última vez. Olhou-lhe bem, lembrando-se de como o odiava quando o conhecera. Virou-se para Talia que estava esperando eles terminarem e sorriu.

— Quando eu voltar, meu dragão vai estar muito grande... uma pena que o seu não chegou a nascer — provocou Serena, sorrindo para rainha.

Talia poderia xingá-la ou dizer mil coisas, mas apenas riu e abraçou a garota. Ficaram assim por alguns segundos, com toda aquela guerra e Daeron, tornaram-se melhores amigas e nos piores momentos sempre se ajudaram. Eram muito importantes para a outra.

Daeron apertou a mão de Droenn e acenou para o homem.

— Espero que seja apenas uma emboscada e você os surpreenda, Stark — falou Daeron.

— Desejo boa sorte para você em Harrenhal, Targaryen — respondeu Droenn, devolvendo o gesto.

Talia e Droenn se abraçaram logo em seguida.

— Tente não morrer lá, meu amigo — pediu ela.

— Sempre tento, até agora consegui, espero que continue assim. E você faça o mesmo, use um elmo para variar — respondeu-a, já separados do abraço quando falou do elmo, apontando para o nariz.

Daeron e Rhaego sorriram para o outro, já tinham vivido muita coisa juntos, sofrimento suficiente para três vidas. Não precisavam de palavras para se despedir, apenas apertaram as mãos e puxaram-se para um abraço rápido. Já Talia, teve que falar:

— Tenha cuidado lá, sua morte não é algo que eu queira agora, Sor Idiota.

— Já você, tente não deixar Jan ou Jordan escaparem — respondeu Rhaego.

Talia suspirou e riu, socando o ombro dele.

— Na próxima vez que batalharmos lado a lado, serei eu quem ganhará a aposta dessa vez — falou ela.

— Pouco provável, mas você é minha rainha, então é meu dever deixá-la se iludir, pelo menos.

Em seguida, Talia se despediu de Alayne, apertaram as mãos e acenaram para outra, tinham se ajudado bastante durante a guerra, principalmente na traição.

Quando as despedidas terminaram, a hora de finalmente partir tinha chegado. Os grupos continuaram juntos por mais um tempo, até que se dividiram na floresta, cada um com destinos diferentes. Alayne virou-se para trás e viu Hugar se afastando, ficou triste que o homem preferira ir embora sem se despedir.

— Garota! — ouviu a voz do homem.

Alayne virou-se outra vez e viu o homem dando o dedo do meio para ela, enquanto seu cavalo afastava-se lentamente. Ela sorriu e mostrou o dela também, voltando a olhar para frente, focada em seus filhos. Agarrou o colar de obsidiana e apertou-o, Talia lhe dissera que era uma das armas contra os Outros e Alayne dissera à ela que seu marido a contara que o material vinha de Pedra do Dragão.

Apenas quatro pessoas ficaram para trás, separando-se dos grupos temporariamente. Talia, Rhaego e Droenn ficaram em pé, observando Serena mexer em sua mochila. Estavam num pedaço qualquer da floresta, após a seguirem, a pedido dela.

— O que você está fazendo, Serena? — questionou Talia.

Serena não respondeu, apenas continuou mexendo na mochila, procurando algo. Os três se entreolharam e continuaram esperando a menina dizer algo. Quando ela finalmente achou o que queria, retirou algumas luvas negras da mochila, mostrando-as com um sorriso. O trio olhou aquilo em silêncio, confusos.

— Para quê as luvas? — perguntou Droenn.

— Para nós. Somos o que restou da Companhia Blackhand. Pode ser nosso passado agora, mas foi o que nos trouxe aqui, então é algo importante. — Jogou uma luva para cada um e vestiu a sua própria. — Quero que tenha um significado entre nós. Que fiquemos unidos até o fim, por mais cafona que isso possa soar. Somos a única coisa que restou da família que meu pai criou, não quero que isso se perda com o tempo.

Serena tirou sua espada da bainha, mostrando o aço valiriano e se ajoelhou. Era de Argus Lannister, até que Talia o matou, Daeron dera à ela, por precaução. Rhaego suspirou, entendendo, vestiu a luva e retirou seu arakh, ajoelhando-se também em frente à ela. Droenn retirou Netuno e ajoelhou-se ao lado deles, após vestir a luva. Talia também se ajoelhou, de frente à Droenn, com a luva já numa das mãos.

— Juro que em meu dever nunca deixarei minha companhia cair; seus soldados são meus amigos, seus inimigos são meus inimigos; de ouro me encherei, de alegria também, mas de inocentes, poças de sangue nunca farei; os contratos são meus líderes e nunca os desobedecerei, meus contrantes sempre tratarei bem. Não saquearemos cidades. Não estupraremos as mulheres indefesas, nem machucaremos seus bebês. A Companhia é nossa família e nosso contrato eterno é com eles. — Ecoaram juntos o juramento da companhia.

Ajoelhem-se como desconhecidos e levantem-se como família, dissera Brandyn muitos anos atrás para cada um deles.

E assim fizeram. Então, finalmente despediram-se de uma vez por todas e tomaram seus próprios rumos, rezando para que um dia voltassem a se encontrar.


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#Mesa 003 - Fire and Blood - Página 30 R9MV4Gv

Demoraram alguns dias para que chegassem no Norte. Perto daquelas terras, o mar começou se tornar mais violento, as brisas mais frias e o céu se tampar por nuvens negras, chovendo e trovejando sem parar. Foi assim por dias, até que finalmente chegassem em terra firme. Os cinco navios zarparam nas águas de uma vila qualquer que usariam como porto. Usaram todos barcos e ainda assim demorou quase duas horas para que todo exército chegasse na praia. Os membros do Pequeno Conselho foram os primeiros a chegar. Ali, já não havia mais tempestade, apenas estava de noite, uma noite que parecia mais escura que qualquer outra que viram na vida. O ar estava pesado e congelante, batia contra o rosto deles trazendo o desagradável cheiro de morte, mas para onde andavam e para onde olhavam na vila, não havia sequer um cadáver ou algo vivo para contar história. Apenas silêncio e solidão. Viam que algumas casas, cercas, barracas e outras coisas estavam quebradas, mas era apenas isso. Não importasse quantos homens tinham ou quem tinha atacado, nenhum massacre desaparecia do local onde ocorrera.

Avançaram para floresta não muito longe da vila, adentrando-a. Ali, as coisas se tornaram diferente. No momento que adentraram aquelas árvores, foi como se tivessem sido cercados por uma névoa escura, um breu interminável, tiveram que acender inúmeras tochas para enxergar. Mas aquilo não era a única coisa. Nenhuma alma ali, nenhuma, não sentiu todos pelos do corpo se arrepiarem. Nenhuma alma ali não foi dominado de repente por medo, a sensação de serem observados, de algo os esperar, de algo rastejar entre eles, procurando agarrar suas pernas e levar para a escuridão desconhecida naquelas terras. Os homens que vinham nas laterais da grande quantidade que caminhava pela floresta, sentiam puro medo do que poderia vir por ali, e os que vinham atrás tentavam se misturar com os da frente desesperadamente, temendo o que viria por trás. Droenn que liderava em frente, sentiu as mãos e as pernas tremendo, como se tivesse em seu oitavo dia do nome e fosse jogado numa caverna escura, cheia de seus pesadelos. O sentimento de desolação era insuportável, tenebroso, aflitivo e, por algum motivo, mortal.

Mas continuaram seu caminho.

Os cavalos começaram relinchar e não querer avançar. O dragão de Serena que voava sobre as árvores, desceu e começou a voar baixo, perto dela, como se fosse um simples pássaro atravessando uma floresta qualquer. Para um dragão, aquilo era anormal.

Treze horas depois de chegarem em terra, a noite continuava. Perguntando aos soldados, alguns que prestavam atenção no tempo disseram que aquela altura o sol já devia ter surgido. Duas horas depois, estavam finalmente fora da floresta e dentro de uma área mais aberta. Puderam ver melhor o céu e ele estava tão escuro que nem conseguiam ver as nuvens, tampouco as estrelas, a lua parecia engolida naquela escuridão. Pareciam estar dentro de uma caverna mesmo a céu aberto, onde precisavam de tochas para enxergar.

Faltavam dois dias ou menos para chegarem as florestas da casa Hornwood, onde pretendiam procurar notícias sobre o que acontecera. Acamparam aos pés de um grande rochedo, onde ficaram apenas algumas horas e voltaram a marchar. E a noite continuava.

Entraram numa floresta pouco depois de saírem do acampamento, ali o frio estava se tornando tortuoso. Droenn há horas esfregava o pescoço com as mãos, coçando, apertando, tentando desesperadamente aliviar a tensão e pressão que começava surgir ali. Rhaego, olhando-o, disse que as marcas se tornavam mais visíveis a cada dia. E aquilo não era a única coisa que tinham notado que crescia a cada dia.

Os desaparecimentos também.

Notaram no acampamento. Homens disseram que seus amigos estavam desaparecidos. Houve uma contagem de diferentes grupos e o número era de três mil e cem. Quinhentos homens tinham desaparecido sem que ninguém visse. Como?, era a pergunta que todos se faziam. Na floresta, tudo piorou. Sem que percebessem novamente, homens vieram gritando que soldados estavam sumindo. O pior daquela vez é que notando enquanto andavam, descobriram que os sumiços vinham das laterais e o fundo do exército. Estava tão escuro que uma criança poderia enfiar a adaga nas costas de um homem e arrastá-lo para trás de uma árvore sem que ninguém visse.

Seis horas depois, tinham dois mil e oitocentos homens.

Dez horas depois, a noite continuava. Os homens começaram ficar doentes, outros pareciam enlouquecer, atacando os companheiros até conseguirem os acalmarem, alguns sentavam-se escorados em árvores ou pedras, choravam por suas mães e não conseguiam mais levantar-se. Os soldados começaram chamar aquilo de Doença do Inverno. O resto que não se "adoentava" começava a tremer e sentir medo de tudo ao seu redor, tramar em sua mente seus piores pesadelos. Olhavam para o Norte, o breu que vinha em frente e sua mente iniciava brincadeiras sombrias, fazendo-os imaginarem e temerem seus piores pesadelos. Alguns conseguiam ver tais pesadelos como se fossem reais de fato, outros apenas tinham que lidar com o sentimento.

Duas horas depois, os soldados começaram a conversar entre si, teorizando que eram os sintomas para Doença do Inverno. Uma hora depois, voltaram a acampar, dessa vez por mais tempo para que todos dormissem e descansassem. Se aquela doença fosse cansaço, seria resolvida naquele momento. Quando já tinha se passado tempo suficiente para que todos tivessem descansado, voltaram a marchar. Descobriram que não era cansaço. Descobriram que tinham dois mil e quinhentos homens agora. A doença se espalhava rapidamente. Assassinatos começaram se espalhar pelo exército, homens enlouquecidos gritando coisas para amigos e companheiros, como se fossem seus piores inimigos. Queimaram todos corpos a mando de Serena. Talvez aquele tivesse sido o pior erro deles.

Atrás do exército, o fogo cobria os cadáveres e os consumia. Em frente ao exército, o clima parecia piorar, o breu aumentar e o sentimento de asfixiação dominá-los completamente, a ponto de seu próprio consciente os fazerem ficar sem fôlego. Os suicídios começaram ali. Em três horas, homens já cortavam suas próprias gargantas ou matavam seus amigos a pedido dos mesmos, antes de se matarem. O desespero e o medo era tão grande para alguns que nem mesmo a morte parecia uma solução, apenas enlouqueciam, começavam gritar e corriam para a profunda escuridão, por motivo algum, se não loucura.

Sete horas depois, o pesadelo começou. Inúmeros homens alegavam escutar vozes em seus ouvidos, como se estivessem sussurrando em seus ouvidos, bem atrás deles, mas quando se viravam, nada havia. Era um idioma desconhecido, vindo de vozes que pareciam o gelo se partindo num lago congelado. Como se alguém deslizasse uma adaga em vidro. Demorou para que chegassem, mas as vozes alcançaram a frente do exército, inundando Serena e os demais de medo. Naquele ponto, a sensação de que estavam sendo observados já tinha se tornado a principal coisa que sentiam, além do medo e a asfixiação.

Acamparam novamente e fizeram a contagem, agora tinham dois mil e duzentos homens. Tinham perdido trezentos desde a última contagem. E a noite continuava.




Todos vocês sentiram o básico que falei dos sentimentos negativos. Por mais foda ou merda que qualquer um seja nesse exército, vocês são todos como crianças numa escuridão infinita... e uma criança numa escuridão infinita, bem...

Números: http://prntscr.com/g579n8

Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Sua armadura era modesta, uma camada de cota de malha por baixo de couro fervido, o que ajudava muito na sua movimentação, já que tinha o peso e a dificuldade de se mover com o casaco de pele.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

Fazia um dia que Cetim começara a se cagar e andar com cheiro de merda, gritando uma vez ou outra de medo, indo para trás de Rhaego como se o homem pudesse protegê-lo do nada. Estava mostrando cada vez mais os sintomas da Doença de Inverno.

No acampamento, Rhaego ferveu água do riacho próximo e levou até o rapaz, empurrando-o com pé para que acordasse, já que estava debruçado no chão. Chutou-o levemente uma vez e o chamou pelo nome, mas o rapaz apenas se contorceu e soltou um gemido estranho da boca. Rhaego empurrou-lhe pelo ombro com a mão livre e o rapaz o respondeu, tirando a adaga e tentando cortá-lo, um golpe que o Velaryon escapou no último instante.

— Toca em mim de novo e eu vou te matar! — berrou Cetim, furioso. — Você nunca mais toque em mim, nunca mais toque em mim. Eu não sou seu. Eu não sou seu. Você não toca mais em mim — berrava, desesperado, chorando. — Você não podia ter feito isso comigo. Você não podia, seu monstro.

Atacou novamente com a adaga, mas dessa vez não Rhaego e sim o ar, como se quisesse que o homem recuasse amedrontado. Os soldados em volta observaram a situação sentados ou escorados em algum lugar, já acostumados com aquilo. Era a Doença do Inverno.

— Não toca em mim! — berrou Cetim avançando contra Rhaego.


Droenn[Prime]
Vestimenta: Algumas camadas de couro fervido sob um casaco de pele. Isso é uma representação do que você tá vestindo sob o casaco de pele.
Armas: Espada com a cabeça de um lobo gigante esculpida em seu punho, nomeada de Netuno. No guarda-mão, as dizeres de sua casa grafados: O inverno está chegando.

Droenn estava escorado numa pedra com Rina em seus braços. Toda vez que a olhava tão pálida e com fome, arrependia-se de ter a trazido. Seus olhos foram dela para Tobin, quando o rapaz começou gritar. Berros uma hora de fúria, outra de medo e muitos outros sentimentos. Fazia isso muito. Fora um dos primeiros a enlouquecer e desde então o trazia acorrentado. Caminhando ficava calmo, apenas se revoltando algumas vezes, mas quando paravam para acampar, ele enlouquecia completamente, obrigando Droenn de amarrá-lo numa árvore. Não sabia o que fazer com ele.

Sua atenção mudou novamente ao ver a cena entre Cetim e Rhaego começando.


Alayne[Mary]
Vestimenta: Vestimentas modestas sob duas camadas de couro, uma cobrindo todo seu tronco e outra por cima protegendo completamente seus ombros, a última fundida com uma cota de malha resistente que ia até sua cintura, onde Solar era mantida pacientemente. Por cima, tinha um casaco de pele. Numa bainha no lado contrário da espada, era guardado a lâmina de obsidiana que Henrik havia lhe dado, um dia fora para sorte, agora por precaução.
Armas: Espada nomeada como Solar, a empunhadura negra é feita de couro e o pomo feito de prata, em formato de sol, daí o nome. Uma adaga com os dizeres de sua casa gravado na lâmina curvada: o sol no inverno. Tem a empunhadura negra e sem adornos. Um escudo de madeira com bordas de metal.

Sentia muito medo, tanto medo que nem mesmo nos dias mais amedrontadores de sua vida, seja adulta ou quando criança, equiparava-se ao mínimo do que sentia agora. O frio e a fome estavam a enlouquecendo já também.

Estava escorada numa pedra perto do riacho, ao lado de uma fogueira com outros soldados, ao ver a cena de Rhaego e Cetim começar.


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Rina estava simplesmente branca e em seus lábios formavam-se crostas secas. Droenn tirou seu casaco de pele para que pudesse compartilhá-lo com ela como um manto; então a envolveu em seus braços e apertou forte. Doía-se profundamente por fazê-la sofrer naquela expedição suicida, mas não suportaria deixá-la fora de seu alcance, vulnerável. Pertencia a Winterfell, agora.
─ Tudo ficará bem, minha vida ─ o ar quente saía de sua boca e desfazia-se no vento congelante. ─ Seja lá o que for aquilo que nos espera, nós enfrentaremos e tudo ficará bem.

Esperançoso de ver alguma interferência de luz em meio ao céu fechado, trêmulo dos pés à cabeça, olhou para cima pela enésima vez e mordeu os lábios quando não viu nada além da interminável escuridão.  A abóbada celeste era um mar negro de nuvens pesadas e nenhuma ave arriscava-se no vento cortante que soprava numa canção fúnebre. Àquela altura, não poderia dizer se tremia pelo frio ou pelo medo – não o medo de falhar com seus homens, com sua família e com seus amigos, mas uma sensação paralisante, infantil, tenebrosa: o medo da escuridão. E a escuridão os cercava de todos os lados.  Era como uma névoa negra que pairara sobre a floresta e fizera-se uma só com as árvores.  Era uma entidade que reduziria as bolas de um homem a ervilhas. Era o que eriçava os pelos dos mais corajosos; aquilo que traduzia o farfalhar de folhas em sentenças de morte ditadas por um idioma desconhecido; lar de todos os pesadelos de uma vida inteira, para os enlouquecidos. Como se não bastassem as perdas repentinas,  os enlouquecidos já não eram minoria, e suicídios ocorriam. Ouvia, dia após dia, os urros desesperados, a sanidade implorando por clemência ao inverno.  A doença o forçara a manter seu próprio amigo em correntes, e quando estabeleciam acampamento, o Reed era amarrado no tronco de uma árvore. O que eu fiz? O que devo fazer? Que tipo de líder induz seus homens ao suicídio? Mas, para ele, uma coisa era certa como a morte: desistir não lhe era opção.

Quebrando o silêncio, áspera e desesperada, a voz de Cetim fez-se ouvida por ali.
— Toca em mim de novo e eu vou te matar! — berrou Cetim, furioso. — Você nunca mais toque em mim, nunca mais toque em mim. Eu não sou seu. Eu não sou seu. Você não toca mais em mim — berrava, desesperado, chorando.  Brandia uma adaga contra Rhaego. — Você não podia ter feito isso comigo. Você não podia, seu monstro.
Apenas esperou que Rhaego o contivesse, e assim como aqueles em volta, o Stark olhava entristecido, cenas como aquela se tornaram frequentes. Nada mais podia ser feito, além de possivelmente ter de aprisionar o coitado em nome de seu próprio bem.

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Inúmeros e constantes haviam sido seus encontros com o frio durante a sua vida. Sempre sentia-o genuíno e inerente, agraciando-a com o vento que saboreava de olhos fechados; doce, puro.
Repassava sem sucesso as lembranças em sua mente. Não conseguia resgatar os sentimentos e sensações que precisava naquele momento, sentia que vazavam por entre seus dedos no instante em que tentava agarrar os pensamentos de um frio bem-vindo, como aquele não era. Frustrava-se cada vez mais, gerando emoções fortes demais para uma mera, porém incontrolável decepção e receio.

Estava diante do inverno que moldara seus ancestrais como homens duros e alegadamente inabaláveis.
O inverno teso que intimidava mesmo quando contido em folhas amareladas, antigas demais para que fossem questionadas. Detentor de um vento tão impetuoso que quase podia vê-lo dançando no ar, tão escuro quanto o céu que perpetuava-se em uma cor que Alayne nunca vira. Talvez o seu temor pintara o céu da maneira intensa como o sentia: forte demais para estar ali, esvaindo-se entre o negro e o nada, em meio a flocos de neve tão gelados que queimavam os rostos desprotegidos, embora não soubesse mais o que era calor.

O próprio medo tremia dentro de si como uma segunda pessoa, presa em um corpo tão gelado que estava em agonia, mas temia deixá-lo. Não havia lugar seguro. O significado de segurança havia sido esquecido nos passos que deram inicialmente em direção ao incerto, nas poças de sangue dos homens que dilaceravam-se como animais por pura loucura ou em busca de alívio. Tais atos deixaram claro o destino: a morte, que caminhava perigosa e lenta, como havia sido com sua casa. Sua família.

Desavisada de sua própria dor, por pouco não reprimiu um grito súbito.
Estava enlouquecendo, sentindo as rédeas de sua própria mente duras demais para que suportasse segurar. Aqueles que não haviam enlouquecido passavam pela árdua transição entre o consciente, repleto de deveres sem sentido e preocupações, e o subconsciente, insensato e imprevisível. Alayne sentia-se na borda.

Já Cetim parecia ter atravessado a fronteira, furioso com Rhaego que o observava, mudo e cansado. Não conseguia decifra-lo, temendo que quando o fizesse visse mais um dos seus, definhando e entregando-se para aquela terrível e tenebrosa longa noite.


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A respiração débil e pausada fazia uma nuvem condensada de fumaça dançar a frente de seus olhos. O vento cortante soprava tão rápido que causava um assobio agudo, mas apesar de todo o frio uma calidez abrasava seu peito como uma pequena fogueira que queimava, era uma sensação estranha da qual não estava habituado. Sentia um frio mortal, assim como provavelmente todos os outros, mas uma pequena onda de calor espalhava-se como dedos em brasa por seus braços e pernas, e seu peito e seu pescoço. Ainda assim, um nó inchado formava-se em sua garganta, cada um de seus músculos estavam rígidos e o frio penetrava seus ouvidos como uma agulha, agredindo cada nervo em seu corpo e açoitando o ar a sua volta de forma que, se gritasse, talvez nem ele mesmo ouviria.  

Homens sumiam aos montes, como se uma força invisível os levasse para o nada. Já outros enlouqueciam, ou optavam pelo suicídio. Visões romantizadas de como poderia ser o som de inverno, com neve soprando ao vento e flocos cristalizados caindo nada tinham a ver com o que vivenciava. O sopro do vento cortava seu rosto e seu chiado era agudo e esganiçado, de modo a fazer os ouvidos doerem. Alguns homens, já abatidos pela Doença de Inverno, alegavam ouvir vozes sussurrando em seus ouvidos, um idioma desconhecido que soava como adagas raspando em vidro.
O vento estava cada vez mais pesado, e algo extremamente incômodo pairava sobre eles. Eram como se olhos os observassem na escuridão, uma aura pútrida se espalhava pelo ar, anunciando que uma morte lenta porém certeira os aguardava. Por vezes encontrava os olhos de Droenn e Alayne, e neles via a quietude e o abatimento daqueles que faziam de tudo para seguir em frente pois sabiam que não havia outra opção. Os seguiria, não importava o que, mesmo que os números caíssem cada vez mais que entranhavam o Norte. Controlava a vontade de perguntar quem ou o que era responsável pelas mortes, ciente de que a resposta os faria lembrar de que aqueles que buscavam tinham poucas chances de estarem vivos. O tyroshi entornou seu cantil e o rum desceu pela garganta em uma onda morna, atingindo seu estômago vazio e aquecendo-o por um breve instante.  

Seu corpo latejava, inicialmente, e depois vinha a dor. Em certo ponto até mesmo a dor havia ido embora, e sentia como se sua mente estivesse desligada de seu corpo, completamente dormente, nada sentia a não ser aquele pequeno calor em seu âmago que suspeitava ser uma febre. Já havia ficado doente no Norte antes, e o frio agora estava muito mais severo.  
Em dado momento voltaram a acampar, dessa vez por mais tempo para que todos dormissem e descansassem. Ele deitou e se encolheu em sua barraca, e se retraiu de forma que a cabeça repousava sobre os joelhos e os braços enrolavam-se ao redor das pernas. Virou mais vezes do que poderia contar naquele pequeno espaço, tentando procurar posição para descansar e dormir nem que fossem minutos. O frio encontrava seu caminho para dentro, não importava o quanto se enrolasse no casaco de pele que lhe cobria. O corpo entorpecido e a escuridão completa dentro da tenda faziam-no lembrar de como aquilo era próximo da morte, e em meio a estes pensamentos que faziam seu coração apertar sob o peito, apagou.
Teve um sonho de verão. Era um garoto que não havia passado do décimo-terceiro dia de seu nome, e reconhecia o lugar como se nunca o houvesse deixado: Derivamarca podia ser considerada úmida e apertada por alguns, mas estas eram qualidades das quais ele apreciava. As ondas lhe acertavam os joelhos e o vento acariciava-lhe o rosto numa brisa leve, ele fechou os olhos e se permitiu sentir.  O jovem rapaz abriu os braços e deixou seu corpo afundar na costa da Baía da Água Negra, o mar era seu lugar, deitava-se e deixava o corpo afundar cada vez mais, enquanto peixes e cavalos-marinhos circundavam-no. O mergulho evocava nele sentimentos conflituosos. Sentia medo. Ansiedade. Solidão. Escuridão. E talvez, até esperança.
— Levante-se. — a voz de Desmond soava abafada em meio ao breu, e tudo que conseguia ver era uma mão negra estendendo-se para ele.
O jovem Rhaego debateu-se, guerreando contra a vontade do mar e subindo até a superfície, mas ao puxar a mão que lhe oferecia ajuda um corpo sem vida caiu sobre si, submergindo em direção as profundezas da Baía. Ele olhou, por alguns segundos, enquanto o corpo decapitado de Desmond afundava, e então, quase sem ar, emergiu à superfície.  
Acordou de seu mergulho num salto ofegante, sentia-se sufocando e respirava com dificuldade, o ar parecia se recusar a rumar para os pulmões. Esfregou os olhos e esperou até que o coração desacelerasse e todos os seus fantasmas se liquefizessem em sua memória. Estava fragilizado, vulnerável como poucas vezes estivera antes, talvez tanto quanto em Harrenhal. Questionava-se se o que passara no lugar havia feito dele um homem mais fraco e instável, ou se apenas também estava perdendo a sanidade como os outros. De qualquer maneira, fora daquela barraca e na frente dos outros que ainda restavam, deveria parecer o mais resistente e obstinado possível. Agarrava-se a sua mão direita e apertava-a com força, num sinal que sempre lhe ajudava a criar forças mas que só agora, após ter perdido sua primeira luva, pôde notar quanto o presente de Serena lhe era importante.  Aguardou até estar pronto para enfrentar o exterior novamente e saiu.
 
Deixou a barraca sentindo-se ainda mais cansado do que quando entrara, acendendo seu archote e vendo a escuridão se iluminar por um instante, para então as chamas serem engolidas pelo vento cortante e ter seu brilho amarelado dissipado novamente, não iluminando mais do que um palmo à frente de seu nariz. O céu cinzento, — sem nuvens ou estrelas, — não os permitia mais diferenciar dia de noite, obrigando-o a apertar os olhos para enxergar a sua frente; seu cabelo estava mais branco do que nunca, e seus lábios azuis como os de magos qartenos. A medida em que avançavam Cetim parecia ainda pior, sua pele estava azul-clara, fedia, começara a surtar no dia anterior e agora demonstrava sinais de alucinações. Ferveu um pouco de água do riacho e levou até ele, que estava debruçado ao chão. Apenas resmungava ao tentar ser acordado, mas quando Rhaego o puxou pelo ombro o rapaz saltou, agarrando sua adaga e apontando para ele.  

— Toca em mim de novo e eu vou te matar! — Gritou em um desafio rouco. — Você nunca mais toque em mim, nunca mais toque em mim. Eu não sou seu. Eu não sou seu. Você não toca mais em mim — berrava, desesperado, chorando. — Você não podia ter feito isso comigo. Você não podia, seu monstro.
O tyroshi franziu a sobrancelha, mas sabia dos abusos que o garoto havia sofrido em Vilavelha. Cansaço e fúria misturavam-se na expressão de Cetim, onde dias de seu nome que ainda nem vivera pesavam em seu rosto. Se alguma lágrima tentava sair dos olhos de Rhaego, haviam congelado em seu interior.  
— Não toca em mim! — o menino repetiu.  

Sentia pelo que ia fazer, e pediria desculpa por aquilo, mas sabia que Cetim não estava ali agora para ouvir. Temeu ao pensar que, caso não melhorasse, seria dele o fardo de dar paz ao menino. Mas não ainda, e assim como Tobin, ele haveria de ser contido.  
Jogou a água fervendo sobre ele e aproveitou-se da distração para arrancar-lhe a adaga da mão, e o olhar de medo de Cetim ao fazer isso o fez sentir-se mal. Os dedos de Rhaego se enterraram em seus cabelos, e seu punho contrário esmurrou o rosto do rapaz suficientemente forte para apagá-lo. Não precisou dizer nada, e os homens de Droenn trouxeram-lhe correntes.


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O pequeno riacho parecia os braços de uma mãe em meio aquela escuridão, e aquilo era suficiente para fazer com que os homens tivessem de abandoná-lo com muito pesar e tristeza. Ficaram no acampamento por três horas, tempo suficiente para que pudessem comer, se aquecer e descansar as pernas. E quando voltaram a caminhar, adentrando novamente a floresta, notaram algo impossível: parecia que o frio conseguia aumentar cada vez mais. Cada brisa, por mais fraca que fosse, batia neles como um chicote de gelo. A pele ardía ao ser banhada pelos ventos de inverno.

Seis horas depois, tinham acabado de atravessar um campo aberto que separava as florestas, adentrando em outra, a floresta Hornwood. Os suícidios, sumiços, loucuras e as vozes tinham desaparecido temporáriamente, deixando-os em paz, mas a sensação de que eram observados, nunca passara.

A primeira tocha apagada foi onde começou. Serena olhou para tocha do soldado ao lado, a fumaça subindo de onde haviam chamas, virou-se para seu dragão que pousou no chão ao seu lado e começou rosnar. Outra tocha se apagou, dessa vez de Rhaego. Ventos fortes começaram surgir por toda floresta. Mais tochas se apagaram. Os ventos ficaram fortíssimos. Os cães começaram latir, os cavalos relinchar, empinando e jogando quem estivesse em cima para o chão. O dragão pegou voo. Os homens sacaram suas espadas.

Então, todas tochas se apagaram. Ficaram cegos naquela escuridão. Em campo aberto era difícil de se enxergar, mas era possível. Em meio a floresta, era impossível.

Um minuto depois, os gritos começaram.

Vocês precisam tirar 13 para o seguimento dessa ação.

Spoiler :


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Estava deitado na cama, nu, ao lado de sua esposa, também nua, que descansava em seu peito, dormindo. Pensava sobre aquela guerra, repetindo os planos em sua cabeça para encontrar erros e consertá-los, pensando em todas variáveis possíveis. Se prepare para tudo e nada lhe surpreenderá, aconselhara Harrold. E seguia, o máximo que podia, agora. Mas nunca tinha imaginado, em momento algum de sua vida, que encontraria-se numa situação que o Norte poderia estar tomado por criaturas mágicas. Que seu povo estaria em perigo, que seus conhecidos que já deviam ter chegado lá, também.

Talia se ajeitou no peito de Daeron, chamando sua atenção e lhe causando um sorriso. O homem beijou a cabeça dela e voltou a fazer carinho, enquanto seus pensamentos continuavam confusos sobre onde se dirigir, à Harrenhal ou ao Norte.


Mais tarde, o rei já estava fora da tenda, bem vestido, caminhando pelo acampamento, cumprimentando os soldados com sua humildade típica. Passou pelos nortenhos e viu alguns nervosos, outros normais. Acreditava que os nervosos eram os que já sabiam e tinham que manter a boca fechada. Suspirou e continuou andando. Precisa ficar sozinho um pouco para que pudesse pensar.




Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Sua armadura era modesta, uma camada de cota de malha por baixo de couro fervido, o que ajudava muito na sua movimentação, já que tinha o peso e a dificuldade de se mover com o casaco de pele.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.


Droenn[Prime]
Vestimenta: Algumas camadas de couro fervido sob um casaco de pele. Isso é uma representação do que você tá vestindo sob o casaco de pele.
Armas: Espada com a cabeça de um lobo gigante esculpida em seu punho, nomeada de Netuno. No guarda-mão, as dizeres de sua casa grafados: O inverno está chegando.


Alayne[Mary]
Vestimenta: Vestimentas modestas sob duas camadas de couro, uma cobrindo todo seu tronco e outra por cima protegendo completamente seus ombros, a última fundida com uma cota de malha resistente que ia até sua cintura, onde Solar era mantida pacientemente. Por cima, tinha um casaco de pele. Numa bainha no lado contrário da espada, era guardado a lâmina de obsidiana que Henrik havia lhe dado, um dia fora para sorte, agora por precaução.
Armas: Espada nomeada como Solar, a empunhadura negra é feita de couro e o pomo feito de prata, em formato de sol, daí o nome. Uma adaga com os dizeres de sua casa gravado na lâmina curvada: o sol no inverno. Tem a empunhadura negra e sem adornos. Um escudo de madeira com bordas de metal.

Os soldados começaram ter as gargantas cortadas, a cabeça dividida em dois, cortes profundos, membros decepados e vários outros tipos de golpe vindos da escuridão. Viam vultos, atacando-os, e muitos nem tinham tempo de reagir.

O dragão de Serena cuspiu chamas inundando duas daquelas criaturas em fogo e iluminando aquela área para quem estava volta. Puderam olhar bem e viram que eram nortenhos, com pele pálida. Eram seus homens.

Rhaego desviou do primeiro que lhe atacou e cortou seu braço fora, empurrando-o contra o chão num chute no peito. Assustou-se quando viu o braço se arrastando em sua direção. Pisou nele várias vezes e dessa vez decepou a cabeça da criatura. Alayne recebeu um corte leve nas costas que devolveu enfiando Solar no peito da criatura, só para descobrir que ela caminhou para frente, deixando a lâmina entrar cada vez mais, sem se incomodar com dor ou morrer. Chutou a criatura para longe antes que a espada dela a acertasse e viu outros soldados tomarem conta dela. Enquanto isso, Droenn tivera uma experiência semelhante à deles.

Serena pensou rápido, pegou sua tocha e enfiou em frente à um dos jatos de fogo de Viselion, acendendo-o na hora. Passou o fogo para cada um, enquanto gritava:

— Só fogo pode pará-los! Só fogo pode matá-los! Só fogo pode matá-los! Fogo, usem o fogo. Fogo! Gritem, seus fodidos, gritem para que escutem.

E os soldados, alguns poucos, gritaram as mesmas coisas, passando a informação.

Estavam sendo atacados por criaturas imortais, pelo que viam, e agora tinham várias decisões a tomar. Ficar naquele local, tentar ganhar; avançar desesperadamente pela floresta para sede da casa Hornwood, perdendo as carroças de suprimentos no processo; ou voltar para o campo aberto, esperando que lá as coisas poderiam ser mais fáceis. Havia muitas outras escolhas também que poderiam ser consideradas.


Talia[Babi]
Vestimenta: Roupas bem quentes.

Ao saírem do Vale, tivera que se despedir de suas crianças, que foram rumo a Correrrio, onde ficariam mais seguras. O castelo era um dos mais difíceis de se invadir, ou até mesmo impossível.

Aprisionado, Dayron vinha junto do exército, a mando de Daeron que colocou Lucan de volta ao cargo devido, ameaçando que mataria o rapaz se tentasse algo. Dayron era frio, Lucan não.

A única coisa boa naqueles dias de marcha e acampamento, fora o dia que acordara com seu estandarte balançando conforme a brisa batia nele, feito a pedido de Daeron, ao lado do estandarte dos Targaryen, em frente a tenda deles.


Aaron[Chris]
Vestimenta: Roupas bem quentes.

Foi acordado ao ser balançado levemente por um de seus soldados. O Greyjoy ergueu-se da cama, esfregando os olhos e lançou um olhar irritado ao homem, claramente exigindo saber por que ele o incomodava na manhã.

— Senhor, dessa vez quinhentos homens desertaram — salientou ele.

Dois dias antes, tinham sido vinte. Um dia antes, tinha sido sessenta. Aquela manhã, tinha sido mais de cem, talvez duzentos. O número crescia absurdamente e para os poucos mais de três mil homens de ferro que tinha trago, aquelas perdas eram grandes e se continuassem, encontraria-se numa manhã com apenas ele e o irmão no acampamento de homens das Ilhas de Ferro. Seus homens estavam cada vez mais desmotivados a participar daquela guerra. O mar estava distante e consequentemente o Deus Afogado também, não eram suas terras, não estavam entre os seus deuses. O que lhes dava sorte e conquistas, estava há muitos quilômetros de onde estavam. Por isso, os homens estavam desistindo.

Aaron precisava cuidar daquilo, urgentemente. Saiu de sua tenda e andou um pouco até onde havia maior aglomeração de tendas do seu exército. Encontrou logo um grupo de quatro homens que conversavam e gargalhavam juntos, em volta de uma fogueira. Os três homens que estavam virados para direção que o Rei vinha congelaram, o que estava de costas continuou falando:

— E aquele merda pode ter nos dado muito ouro, mas agora tá levando a gente pra morte. Não vêem?

Os homens o encararam e depois apontaram os olhos para trás dele, mas o idiota continuou falando. Tinha cabelo curto, castanho claro, faltava um orelha nele e pelo pouco que dava para ver pelo seu rosto de lado, tinha várias espinhas também e um bigode grosso.

— Devíamos ter estuprado a bastarda, matado seus bebês e aquele rei que fodesse seu próprio dragão. Isso é pagar o preço do ferro, não assinar papéis e se ajoelhar para mulheres. — Gargalhou, virando uma garrafa de cerveja.


Skyron[Josh]
Vestimenta: Roupas bem quentes.

Os livros que tinha pegado emprestado em Portões da Lua tinham bastante informações interessantes, coisas que os nortenhos aprendiam com alguns poucos anos de seu nome, mas que para ele, um Greyjoy, era total novidade.

Tinha escolhido ler num canto distante do acampamento para afastar-se de tamanha barulheira e acabou topando novamente com o Targaryen, ao vê-lo subindo pelo caminho que dava para o monte onde estava, provavelmente para ficar sozinho também.

Última edição por Luckwearer em Dom Ago 13 2017, 21:12, editado 1 vez(es)


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Desfizeram o acampamento após terem recarregado aquilo que lhes restava de energia e partiram mais uma vez. A grande maioria de seus homens estava exaurida, podia ver o desânimo e a melancolia estampada na palidez daqueles rostos, e quando o Stark trocava olhares com eles, notava que estavam se conformando com a morte. Mesmo assim, o Norte vivia dentro daqueles corações. Sabia que seus homens dariam cada gota de sangue na batalha.

Olhou para Tobin, sulcos abriam-se em carne no pulso do rapaz, que grunhia vez ou outra por causa das feridas. Olhou para Rina, cada vez mais abatida, e quis mandá-la de volta, de alguma forma. A situação só pioraria, Droenn estava ciente. Na linha de frente, era um dos primeiros a receber as lufadas dos ventos de inverno. Doía, cada uma delas, uma mais forte que a outra, assobios agudos que sussurravam morte. Não sentia fome, não sentia sede, não sentia sono. O medo o deixara mais que alerta, seus olhos pulavam de um lado para o outro quando ouvia o menor estalido ao seu redor. Os gritos de loucura cessavam de pouco em pouco, e ele não se contentava com aquilo.

Deu por si assustado ao perceber que haviam acabado de passar por um campo aberto e encontravam-se próximos do castelo dos Hornwood. Em seu começo, a floresta era rarefeita, algumas coníferas erguiam-se despidas de folhagem e ornadas com salpicos de neve; depois, começava a condensar-se em árvores maiores e mais espessas, cobertas em branco. Num trote manso, sempre varria os seus arredores com olhares que perscrutavam os mínimos detalhes. Em meia hora ou menos encontrariam o castelo e poderiam atualizar-se quanto a situação de todo o Norte, mas Droenn buscava se preparar para o pior, para quando encontrassem o castelo destruído e seus residentes mortos, não perdesse sua sanidade em desespero.

O dragão de Serena rosnou de súbito. Quando Droenn se virou para ver, a tocha de Rhaego foi apagada, assim como a sua própria. O vento correu por entre eles tão rápido que seus cabelos queriam saltar para fora de sua cabeça. Puxou as rédeas e ficou de frente para seus homens, enquanto assistia o fogo extinguir-se nas demais tochas. Assim como todos os outros, seu cavalo relinchou e empinou.
─ Calma, garoto – assim que o animal colocou as patas no chão outra vez, ele tentou domar.
Foi em vão, pois os cães desataram a uivar, latir e correr. O cavalo outra vez reclamou e disparou após empinar, lançando o Stark na neve. O dragão bateu asas e partiu – naquele momento, teve certeza que estavam sob ataque. Um coro metálico ressoou em meio à escuridão total quando ele e seus homens desembainharam suas espadas. Os soldados começaram a ter as gargantas cortadas, a cabeça dividida em dois, cortes profundos, membros decepados e vários outros tipos de golpe vindos da escuridão. Viam vultos, atacando-os, e muitos nem tinham tempo de reagir. O dragão de Serena cuspiu chamas inundando duas daquelas criaturas em fogo e iluminando aquela área para quem estava volta. Puderam olhar bem e viram que eram nortenhos, com pele pálida. Eram seus homens.

Colocou Netuno no caminho da espada ao notar que uma das criaturas vinha em sua direção. Chutou-a no peito e com a distância a decapitou. Um outro nortenho morto levou a lâmina à cabeça e desceu com fúria, mas o Stark esquivou-se num giro e decepou o braço da criatura. Olhou incrédulo para o pedaço de carne morta que empunhava a espada e se contorcia em sua direção. Inclinou-se para trás para desviar de uma outra investida, e quando a criatura lhe deu as costas no erro, perfurou-a por trás. Ela não esboçou reação, e se virou para atacar o Stark, que urrou e sem hesitar espetou o crânio da criatura, empurrando-a para longe na esperança de finalmente matá-la.

— Só fogo pode pará-los! Só fogo pode matá-los! Só fogo pode matá-los! Fogo, usem o fogo. Fogo! – Serena gritava, enquanto acendia sua tocha com o fogo do dragão e o repassava para outras.

Viu um soldado dar seus últimos golpes antes de ter a garganta cortada e notou que ele segurava uma tocha na outra mão, ainda acesa. Antes que o homem desabasse na neve, Droenn aproximou-se e decapitou a criatura por trás; então pegou a tocha com agilidade e incendiou o corpo de uma outra criatura que se preparava para golpeá-lo.

O Stark foi até Rhaego, que lidava com seus próprios problemas.
─ Rhaego! ─ chamou, defendendo-se de uma estocada e livrando-se de mais uma criatura. ─ Preciso que você busque Rina e a leve para o castelo, para qualquer lugar que não aqui! Eu voltarei para o campo aberto com os meus homens, não podemos perder os suprimentos.

Deu as costas logo em seguida e vociferou, fazendo seu caminho por entre as criaturas de volta para o campo aberto:
HOMENS, COMIGO!

Era uma decisão cega, e as criaturas aparentavam ser imortais e inúmeras, mas o seu dever e espírito nortenho o manteriam com seus soldados até a morte. Tinha feito uma promessa.

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O Greyjoy loiro dava passos lentos e pesados sobre a neve enquanto se afastava do acampamento. Levava em um dos seus braços três livros de espessuras variadas, mas ambos com aparência bastante desgastada. Skyron pretendia lê-los atentamente em algum local mais silencioso, longe da multidão.

Mirava em uma árvore solitária que estava longe o suficiente para que pudesse ler tranquilamente. De longe, conseguia perceber o vento levemente movimentando as folhas verde claro da árvore. Lhe trazia uma sensação boa, apesar de achar que o ar estava estranhamente muito frio para aquela região.

Coincidentemente, Daeron Targaryen estava caminhando para a mesma direção que o Greyjoy. Skyron não ficou surpreso; já sabia que outros também desejariam estar na tranquilidade daquele lugar. Parou em frente ao homem, antes de se aproximar da árvore para sentar-se e ler. 

— Bom dia, Targaryen — cumprimentou, com uma expressão amigável no rosto. — Também estava desejando a solidão?

Última edição por Josh em Ter Ago 15 2017, 16:47, editado 1 vez(es)

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— Devíamos ter estuprado a bastarda, matado seus bebês e aquele rei que fodesse seu próprio dragão. Isso é pagar o preço do ferro, não assinar papéis e se ajoelhar para mulheres. — disse um dos soldados, virando uma cerveja.

— Ótima ideia. Levantem-se os quatro e vamos lá fazer isso agora mesmo. — disse Aaron, surpreendendo o homem que não havia o visto. — Tenho certeza que será prazeroso e não teremos problemas, não é? — terminou com um largo e claramente falso sorriso.

Sua expressão foi se fechando aos poucos e começou a se aproximar do bêbado, que assim como os outros, se levantou após sua chegada. Estava bastante perto do homem, poderia simplesmente socar a cara dele e resolver tudo de uma vez, mas isso não acabaria com os desertores.

— Você teme a morte, marujo? — seu olhar era intimidador, e apesar de focado no homem com a cerveja, era sentido por todos os piratas em volta. — Eu não a temo, muito pelo contrário, a levo para a cama e faço dela uma de minhas vadias. Nós temos duas opções nessa guerra: aproveitar que Jan não liga para nossos saques no Norte e continuar sendo a escória de Westeros, até Daeron tomar o trono e nos fodermos na mão daquele maldito dragão. Ou, ajudar a tomar o trono e mostrar de verdade porque somos homens de ferros, igual fizemos em Rochedo Casterly.

O Rei das Ilhas de Ferro deu mais um passo na direção do pirata, ficando cara a cara com ele, num olhar sério que se transformava em irritado, e então cuspiu as palavras:

— Então eu volto a lhe perguntar: você teme a morte?

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O sol e a lua se ergueram, se puseram e se ergueram novamente, mas as nuvens escuras enchiam o céu de tal forma que não podiam notar a diferença entre ambos.  
Rhaego havia se tornado uma pessoa taciturna naquele cenário. Todos ali pouco falavam, mesmo que algumas conversas ajudassem a manter a sanidade, era o inverno o único que não se calava. As árvores estavam cobertas de branco em seu topo pelos flocos de gelo que caíam, eram figuras tortas e sinuosas em meio a escuridão, dobradas pelo peso da neve e apinhadas como sombras soturnas, de braços disformes e presença faminta à distância. A medida que se aproximavam o ar fedia cada vez mais, cheirava a carne morta e a sangue seco, exalando um forte odor de podridão.  
O cheiro de morte lhe era familiar, havia estado em mais batalhas do que a maioria dos homens podia contar, mas nada comparava-se aquela Floresta de Hornwood.  

Viselion pousou ao lado de Serena e começou a rosnar, parecia que algo o deixara desconfortável. Então as tochas começaram a se apagar, uma por uma, e o vento começou a açoitar seus corpos com mais violência. Cães latiam, cavalos relinchavam, homens gritavam. O dragão levantou voo, os nortenhos sacaram suas espadas, e ele libertou seu arakh. Não haviam mais tochas acesas, a escuridão era absoluta.  
Vultos vindos do interior da floresta começaram a atacar e matar os homens. O dragão de Serena cuspiu chamas inundando duas daquelas criaturas em fogo e iluminando aquela área para quem estava em volta. No clarear das chamas pôde ter um vislumbre das figuras sombrias que os fitavam: casacos de pele nortenhos cobriam corpos pálidos, e seus olhos brilhavam como rubis azuis. Olhar no interior deles era como encarar as profundezas da alma do inverno em si. Eram frios e desumanos, eram morte.  

Rhaego desviou do primeiro que lhe atacou e cortou seu braço fora, empurrando-o contra o chão com um chute no peito. O braço fora cortado na altura do cotovelo, o coto não despejava sangue como era esperado, mas os dedos negros agarravam a neve e arrastavam-se em sua direção.  
— PORRA! — Gritou, — Porra, porra. — Pisou no membro decepado várias vezes, mas continuava a se mover. Chutou-o para longe e dessa vez arrancou a cabeça do corpo criatura, ateando fogo na mesma e vendo a demoníaca chama azul de seus olhos se apagar. O que quer que fosse aquilo, seus ossos e carne se partiam com facilidade, mas ele não parecia sentir qualquer tipo de dor, e certamente não era humano. Não mais.
 
— Só fogo pode pará-los! Só fogo pode matá-los! Só fogo pode matá-los! Fogo, usem o fogo. Fogo! Gritem, seus fodidos, gritem para que escutem. — Serena gritava, alimentando sua tocha com o fogo do dragão.  

Ele juntou sua tocha ao chão e aproximou-se da Princesa, acendendo-a. No clarão súbito pode ver Droenn aproximando-se.  
— Rhaego! — chamou, defendendo-se de uma estocada e livrando-se de mais uma criatura. — Preciso que você busque Rina e a leve para o castelo, para qualquer lugar que não aqui! Eu voltarei para o campo aberto com os meus homens, não podemos perder os suprimentos.  

Ele olhou para a mulher, que parecia perdida no meio da escuridão, e quando virou-se novamente para Droenn ele já havia lhe dado as costas enquanto convocava seus homens.
Rhaego vacilou por um segundo, seu primeiro instinto sempre era sobreviver, mas não aceitava a ideia de dar as costas para batalhas, muito menos quando seu amigo ficava para morrer. Por outro lado sabia que, caso ficasse, estaria condenando sua esposa, e Droenn nunca se perdoaria por ter a levado para uma morte tão cruel.

Vá se foder, Stark. Puxou pelas rédeas a primeira montaria que encontrou, e jogou uma Rina dormente e tão assustada quanto o cavalo nas costas do mesmo. Vá se foder você e sua honra, seu filha da puta. A neve estava alta, os cascos do animal sobre ela afundavam. Sabia que Cetim e Tobin estavam acorrentados junto das carroças, e só podia torcer que Droenn fosse capaz de protegê-los. Viu Alayne, montada em um cavalo, e entendeu que ela partiria para Hornwood por ter deveres que iam muito além da vassalagem, deveres de sangue. Acenou para ela e se preparou para segui-la, mas em meio a escuridão seus olhos encontraram os de Serena e ele parou por um instante, lhe dirigindo um olhar que sabia que ela entenderia enquanto aguardava uma ação da garota.
Você sabe como correr, ele pensou, não precisa de ninguém para segurar a sua mão.

Última edição por Dwight em Sex Ago 11 2017, 14:22, editado 1 vez(es)


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A loucura e as alucinações pareciam ter deixado os homens aos poucos, conforme afastavam-se do acampamento. Embora tentassem focar seus pensamentos na direção para que iam suas pernas cansadas e trêmulas, pelo medo ou pelo frio que permanecia castigando-os sem cessar, as mentes mantinham os momentos incômodos cruelmente frescos. O domo de terror em que estiveram envoltos dera os seus sinais de aparição, quase como uma cortesia, e contudo nada podiam ter feito.
A sensação de impotência que cercava seu exército e os demais fazia com que caminhassem ariscos, confundindo os movimentos súbitos dos corpos assustados, cansados e trôpegos, com a personificação de seus medos — aquilo que os espreitava desde muito.

Sua jornada os levara a atravessar um vasto campo de grama cinza-esverdeada, com suaves e contínuos aclives que no passo cauteloso em que prosseguiam assemelhavam-se as ondas de um mar calmo, como o de Porto Branco. As lembranças de sua última visita às terras do tritão lembraram-na de que lá ela estava, não muito longe, mas certamente sem vida como o lugar por onde passavam.
O vento gelado vindo da floresta atingiu o seu rosto desprotegido, fazendo seu cabelo pálido chicotear violentamente. Juntamente com as folhas secas, a brisa trouxera a imagem do que um dia fora aquele lugar. Wyman lhe dissera que o Norte possuía um pedaço do Sul em suas terras: a floresta Hornwood.
As árvores esbranquiçadas e frágeis costumavam ser cheias, e os espaços entre elas pareciam não existir. As folhas verdes alegravam a paisagem, repleta de estranha vivacidade para o solo nortenho. Agora, jazia morto.

Como todo o resto.

As rajadas cada vez mais implacáveis pareciam uivar, e agourentas, eriçavam seus pêlos como dedos gelados percorrendo sua espinha.

Os animais arredios apresentavam uma crescente inquietude, seu cavalo passando a trotar em impulsos sem direção ao mesmo tempo em que o dragão de Serena rosnava. Seguido por latidos e relinchos, souberam que aquilo que estivera cercando-os pelas sufocantes noites, preparava-se para atacar.
Uma por uma, as tochas se apagaram. O vento fez com que dançasse no ar a fumaça de cada uma delas, antes que se dissipasse por completo, deixando-os mergulhados em uma torturante cegueira.
Pôde ouvir as asas do dragão provocarem uma trovoada em seu vôo. Lâminas fora das bainhas, e então gritos. Muitos ao mesmo tempo para inicialmente saber de onde vinham, notando logo após que eram de todas as direções.

O fogo do dragão iluminou parcialmente as criaturas. Ágeis, moveram-se rápido demais para ver algo que não fossem os casacos familiares e olhos azuis eletrizantes.

Uma delas atacou a Karstark pelas costas, lhe causando um pequeno corte que ardeu como se tivesse sido perfurada por uma afiada estaca de gelo. Virou-se rapidamente, enfiando inutilmente Solar no peito daquilo. Empalava-se na lâmina na tentativa de alcançar Alayne que o encarava, perplexa. Estava estampado na expressão cadavérica; estavam extremamenge longe de possuir alma. Chutou o seu corpo e então soldados pularam em cima da criatura. Ouviu as palavras de Serena e agarrando a tocha que encontrou mais próxima, ateou fogo no Outro.

Então, eram aquilo. O Inverno estava ali e o enfrentavam. Entorpecida demais para reagir, apenas seguia o seu instinto e reflexo.
Vasculhou o espaço com seus olhos atentos e frenéticos, encontrando Rhaego, que observava o Stark lhe dar as costas e comandar o seu exército. Sua honra não permitiria que saísse dali sem que os todos os inimigos estivessem mortos.
Que os Deuses o protejam, pensou. Eles já não estavam vivos.

Montou em seu cavalo, tentando o acalmar de alguma forma, mas ela mesma não estava sob controle. Apenas continuaria até o seu destino. Faria o que fosse preciso para que o sacrifício de Droenn não fosse em vão. Compreendia os deveres dele, como ele havia compreendido os seus e acima disso, que alguém ali teria de sobreviver.

Olhou para Rhaego, sabendo que a seguiria para a segurança de Rina e então partiu, aprofundando-se na escuridão e o que mais a acompanhasse.

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Assim que avistou a clareira, Daeron mandou que parassem. Já era quase noite e aquilo fez com que seus cabelos da nuca eriçassem e o pesar em seu coração fosse ampliado. Tinha noção que ali iria despedir-se dos filhos e direcionar-se até a última batalha daquela guerra – Ou era o que desejava. Porém, nem mesmo o pôr do sol avermelhado sobre o pequeno rio que ali corria tranquilizava sua inquietude devido as atuais circunstâncias.

Naquele momento dedicou-se apenas aos filhos. Isso porque, em seu peito sentia como se algo estivesse sendo comprimido, e sabia exatamente o que era. Aquele medo que havia sentido apenas uma vez em sua vida retornara naquele momento e com ele, voltaram também suas lembranças. Em menos de uma semana, teria despedido-se de grande parte de sua família, só permanecendo junto a Daeron. Todavia, mesmo que acreditava nos planos do marido questionava-se se voltaria algum dia a ver aqueles a quem deu adeus. Sua atenção que naquele intervalo dividira-se em Norte e Sul havia voltado-se para o Sul, assim como sua escolha sobre qual caminho seguir. Antes de separar-se dos companheiros, questionou-se se não deveria ir junto a eles, mas percebeu que pensava naquela opção pois estava fugindo de ter que encarar seu irmão ou alguém de tal importância para ela. Porém aquela tinha se tornado sua guerra, e depois de meses não abandonaria Daeron novamente. Em sua mente pedia ao guerreiro todo dia para que tanto os homens ao norte quanto aquele exército, que com ela permanecia, tivessem força para lutar contra o que quer que encontrassem. Ao pai pedia que fosse justo e julgasse-os da forma correta, ao ferreiro suplicava para que os desse ímpeto para concluir aquele trabalho, da velha desejava sabedoria nas escolhas que se seguissem e ao estanho pedia que não levasse dela todos que ama como já havia acontecido.

Em meio a suas suplicas e pensamentos, o crepúsculo deu origem a escuridão e as estrelas, e por fim veio o alvorecer. Então, naquele momento, só conseguiu rezar para a Mãe. A dor em seu peito aumentou e o cansaço de uma noite acordada foi sentido. No entanto, permaneceu-se ao lado do berço pedindo para que ela por entender sua angustia protegesse seus filhos em Correrrio. E como que sentindo seus pensamentos, Rhaegar acordou ao seu lado olhando-a com seus olhos bicolores. Sorriu vendo a calma incomum no garoto e segurou-o no colo embalando-o em seus braços. E então as lembranças voltaram, acertando-a com força. E em sua cabeça ouvia a voz de seu pai junto com seu sorriso gentil para sua filha. “Não se preocupe comigo, voltarei logo e farei com que carregue meu nome” . Poderia prometer algo como aquilo aos filhos? Ou estaria mentindo como ele havia mentido para ela? Não tinha garantia que voltaria a vê-los e aquilo a aterrorizava. Tornariam-se órfãos assim como foi em parte de sua vida, não tendo uma figura materna e perdendo a paterna? Sentiu uma lagrima escorrendo em seu rosto e pingando no garotinho que com um sorriso continuou brincando com a mão de sua progenitora. Aquilo por fim fez com que parasse de questionar-se. Não deveria dar adeus aos seus príncipes, porque apenas aquele sorriso inocente deles daria-lhe forças para seguir em frente e para voltar a encontra-los. Caminhou até o berço e viu o outro despertando também enquanto Daeron em sua cama fazia o mesmo, sorriu para aquela cena e deixou que aquela despedida não tornassem-se lagrimas novamente. E então olhando para um olho purpura e um azul do mais novo, deu um beijo em sua testa que foi novamente respondido com um olhar de satisfação. E aquilo foi o suficiente para que se sentisse aquecida o resto do caminho.

Então um dia depois encontrava-se no braço de Daeron. Acordou com o carinho do homem em seus cabelos e o balançar de estandartes em sua tenda. Sorriu para ele lembrando-se da instalação da bandeira com seu brasão. O chifre com as cores Targaryen provavelmente geraria desgosto aos inimigos, mas fazia sentir-se em casa. Após um tempo na cama desfrutando um da companhia do outro, levantaram-se. Talia ainda sonolenta vestiu-se com suas tradicionais roupas masculinas e colocou um manto por cima para proteger-se do frio, e em baixo, sua típica cota de malha. Mas aquilo era o menos importante pois depois de ser privada por meses, nada alegrava-lhe mais que prender o cinto com suas duas espadas ao redor de seu corpo enquanto atrás posicionava-se a adaga de seu pai. Com aquilo saiu do ambiente e caminhou pelo acampamento sentando-se com soldados que realizavam o desjejum.


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Serena notou que seu dragão lançava chamas apenas nas criaturas, acertando nortenhos uma vez ou outra, mas não por serem seu objetivo e sim por estarem perto demais dos inimigos. Um dragão não treinado como aquele não deveria diferenciar quem era inimigo ou não, mas naquele frio e escuridão, ele sabia quem eram seus reais inimigos. E simples humanos pareciam formigas comparadas ao perigo que o cercava.

Virou-se para Rhaego, ao escutar as palavras de Droenn, devolveu o olhar do homem com um sorriso triste, acenando com a cabeça para ele. Era uma despedida, uma fria despedida, ela sabia, fosse temporária ou eterna, mas ironicamente em meio aquela escuridão, era a única coisa que poderia ser dita. Respirou fundo e voltou sua atenção para toda confusão, seguindo Droenn.

— Viselion! — berrou ela, chamando-o.




Rhaego[Dwight]
Vestimenta: Sua armadura era modesta, uma camada de cota de malha por baixo de couro fervido, o que ajudava muito na sua movimentação, já que tinha o peso e a dificuldade de se mover com o casaco de pele.
Armas: Arakh de Aço Valiriano e duas adagas com o punho em formato de cavalos-marinhos esculpidos em prata presas cada uma a um lado da cintura.

Alayne[Mary]
Vestimenta: Vestimentas modestas sob duas camadas de couro, uma cobrindo todo seu tronco e outra por cima protegendo completamente seus ombros, a última fundida com uma cota de malha resistente que ia até sua cintura, onde Solar era mantida pacientemente. Por cima, tinha um casaco de pele. Numa bainha no lado contrário da espada, era guardado a lâmina de obsidiana que Henrik havia lhe dado, um dia fora para sorte, agora por precaução.
Armas: Espada nomeada como Solar, a empunhadura negra é feita de couro e o pomo feito de prata, em formato de sol, daí o nome. Uma adaga com os dizeres de sua casa gravado na lâmina curvada: o sol no inverno. Tem a empunhadura negra e sem adornos. Um escudo de madeira com bordas de metal.

Várias daquelas criaturas estavam espalhadas pela floresta, em alguns cantos a quantidade era grande, em outros menor. Tentavam passar pelas partes mais remotas, indo em direção ao castelo, rezando para que ainda estivesse de pé, mas com todo aquele horror na floresta, temiam pelo que encontrariam.

O cavalo estava claramente desesperado, talvez mais que eles e Rhaego não podia culpá-los. Viu alguns dos pobres animais serem derrubados no chão por aquelas criaturas, mortos as porradas e com as tripas sendo arrancadas pelas mãos dos mortos. Eles eram fortes, notou. Passou por alguns na fuga e viu que não eram tão rápidos, mas eram fortes. Não saberia dizer o quanto eram, vira pouco deles antes de escapar. Alayne pensava o mesmo.

As patas do cavalo afundavam na neve, que não estava tão profunda, mas ainda assim escondia o solo e isso era um problema. O cavalo de Rhaego prendeu o casco numa raiz e torceu a perna, quebrando-a, jogando Rhaego e Rina para frente, fazendo-os rolarem pela neve, enquanto o pobre animal estava no chão, berrando de dor e se rebatendo. Toda aquela gritaria chamou atenção e viram vultos aos arredores, alguns "próximos", outros nem tanto.

Rina tinha congelado, não conseguia se mover.

Mapinha: http://prntscr.com/g85jt0


Droenn[Prime]
Vestimenta: Algumas camadas de couro fervido sob um casaco de pele. Isso é uma representação do que você tá vestindo sob o casaco de pele.
Armas: Espada com a cabeça de um lobo gigante esculpida em seu punho, nomeada de Netuno. No guarda-mão, as dizeres de sua casa grafados: O inverno está chegando.

Tinham acorrentado os loucos às carroças, as vezes juntos, mas no caso de Tobin e Cetim, que agora gritavam e se esperneavam demais, em carroças separadas. Droenn pretendia não parar de correr e atacar até que chegassem no maldito campo, mas se fosse para morrer, tentaria de tudo. Foi em direção às carroças e deparou-se com algumas criaturas que não chegaram a lhe atacar, sendo queimadas pelas chamas do dragão rapidamente. Era notável que mesmo uma faísca de fogo conseguia criar uma explosão de chamas naqueles mortos, eram completamente inflamáveis. Viu que Serena tinha optado ficar com ele e aproveitou-se da ajuda do dragão para aproximar-se dos doentes.

As chaves da corrente de Tobin estavam nos bolsos de Droenn, que as pegou velozmente e as preparou para serem encaixadas no cadeado, mas Tobin não deixava. Ele se rebatia e gritava, furioso, babando, como uma besta. Cetim fazia o mesmo, dentro de sua própria carroça e ambos estavam chamando bastante atenção.


Aaron[Chris]
Vestimenta: Roupas bem quentes.

O pirata ficou mudo ao encontrar-se de frente ao homem que zombava, engoliu em seco e largou a garrafa de rum no chão. Não tinha certeza de que resposta o Rei esperava, muito menos qual ele deveria falar, e de qualquer maneira não teve oportunidade, ao ter o silêncio quebrado por uma voz que não era a sua.

— Eu não tenho! — berrou uma voz, surgindo da multidão que começara aglomerar-se em volta da cena. — Nós, homens de ferro, não tememos a morte. Nosso corpo veio do mar e quando morrermos, voltará para ela.

Aaron virou-se para ver quem tinha falado aquilo e deparou-se com ninguém menos com Vickon Blacktyde. O rosto sereno e bonito do homem era muito semelhante ao de seu pai, Sargon Blacktyde, um dos homens que fora contra sua coroação no dia que tornara-se o Lorde das Ilhas de Ferro. O velho morrera com a garganta cortada e o pau decepado, enfiado em sua boca, provavelmente vítima de uma das mulheres que vivia transando, os rumores de que batia nelas até sangrarem e as estuprava rindo com os sons de seus gritos espalhou-se rapidamente na época. Já, seu filho, aparentava ser um homem mais calmo e menos estúpido, atacava mensalmente os litorais da Campina, pilhando o máximo que podia. Era um homem respeitado. E lorde da casa mais nobre, depois dos Greyjoy.

Cada casa tinha um representante ali, fosse um lorde ou comandante.

— Eu tenho uma pergunta melhor: você continua sendo um homem de ferro? — questionou ele, sorrindo. — Aqui estamos, em terra. Quantos de nós morrerão distantes do mar?

— Senhor, eu não acho que seja... — falou um homem ao lado, tentando parar Vickon, que empurrou-o para trás com força, calando-o. O Blacktyde parecia bêbado, todos pareciam bêbados naquele maldito acampamento.

— Faz muitos anos que você age como um deles. Nunca me incomodou muito, não até agora, que parece cada vez mais eles do que nós. Acredita em seus deuses também? Vai rezar para os Sete Fodidos?

Aaron viu no rosto do rapaz o mesmo ódio do rosto do pai. Para os homens de ferro, o homem tinha sido morto por uma mulher qualquer. Para Aaron, tinha morrido a mando dele, uma ordem e algumas moedas de ouro foram suficientes para que uma mulher qualquer entrasse no quarto do homem e o matasse. Nunca pensara, porém, que o rapaz poderia ter descoberto, já que sempre tratara Aaron com neutralidade, mas ali parecia diferente, carregando consigo algo maior que apenas opiniões diferentes.


Skyron[Josh]
Vestimenta: Roupas bem quentes.

Daeron virou-se para Skyron, surpreso, ao vê-lo por ali.

— Bom dia, Skyron — respondeu ele com um sorriso. — Sim, ultimamente o acampamento só se cala a noite. — Olhou para os livros no braço de Skyron. — E creio eu que tenha vindo aqui para ler. O que está lendo?


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Netuno fizera-se um só com seu braço. Apertava-a com tamanha força que não sentia mais os músculos da mão direita, nela calos poderiam ter se formado, poderiam abrir-se em feridas e sangrar por debaixo da luva negra, mas ele não os sentiria. Como borrões, os reluzes do fogo pestanejavam no aço da lâmina, ela era rápida, cortava o ar e a carne morta daqueles nortenhos que cruzavam seu caminho. Mas nem sempre – quase nunca ─ bastava, ora, eram imortais ao aço, à porrada, ao cansaço. Droenn o tinha estabelecido em sua cabeça: na noite interminável, se aquilo que mata os vivos não for fogo, nada que não o fogo será capaz de pará-los quando levantarem dos mortos. Quando lhe convinha, usava apenas da tocha no corpo extremamente inflamável daquelas criaturas, a menor lambida de fogo bastava para que as chamas consumissem os mortos-vivos. Estava determinado a extinguir suas energias naquele pesadelo de inverno, mas seus pensamentos estavam sempre em Winterfell, em sua irmã, em seus amigos. Vez ou outra olhava para trás e não encontrava sinal de Rhaego. Se o conhecia o suficiente, o Stark era alvo de suas pragas naquele mesmo momento. Bem sabia que era lamentável desperdiçar tamanha bravura numa fuga, mas não conseguiria depositar igual confiança em outrem – além disso, estava certo de que o seu amigo executaria o proposto com tento e coragem. Em algum momento, lembrou-se de quando Rhaego ofereceu-lhe uma mão salvadora nas Gêmeas, e sua consciência pesou. Sua dívida para com o homem era imensurável, e ela acabara de aumentar.

Alcançou a fileira de carroças, as mais separadas do resto, nas quais tinha aprisionado seu amigo cranogmano e Cetim. Por ali, encontrou mais criaturas e gingou Netuno na mão, preparando-se para algo. Mas nada foi necessário fazer, o dragão de Serena cuspiu uma só vez e qualquer resquício de vida daquelas criaturas esvaiu-se no ar congelante. Aproveitando a insistência da garota em ficar ali, dirigiu-se até os doentes. Desceu os olhos num Tobin Reed completamente irreconhecível, estava pior e branco como leite. As veias eram visíveis como rios que corriam por entre a neve; tinha crateras arroxeadas no entorno de cada olho, seus lábios estavam incolores e pareciam duas folhas secas. Seu cabelo, quebradiço e caótico, esbranquiçava-se com o salpicar de neve acumulado por dias.

Quando Droenn apanhou as chaves e quis destrancar o cadeado das correntes, Tobin não deixou. Era um animal feroz. Como um cão, babava e rosnava furioso. Tentou ignorar e partiu para uma segunda tentativa, mas não conseguiu. As costas da sua mão de espada se chocaram com o rosto do cranogmano em uma pancada abafada, forte o suficiente para o desmaiar.
─ Acorde, caralho! ─ Droenn esbravejou, trazendo a luz da tocha para perto e mostrando seu rosto. Talvez se reforçasse sua identidade, conseguiria domá-lo. O cranogmano continuou a berrar e a espernear. ─ Precisa acordar! ─ a mesma mão voltou com um soco, dessa vez o desacordando.

Por um momento não soube o que fazer. Não poderia simplesmente amansá-los, não poderia arcar com as consequências dos gritos se quisesse os manter vivos, tampouco poderia deixá-los ali para morrer. Olhou em sua volta, chamavam bastante atenção. Tinha de ser rápido, tinha de fazer aquilo que vinha em mente. Fincou a tocha na neve e destrancou o cadeado, puxando Tobin pelos panos enquanto se deslocava com pressa até a carroça de Cetim. O escudeiro de Rhaego exibia situação semelhante, Droenn não pensou antes de acertar-lhe na cabeça com o pomo da espada. Ele apagou e o Stark o tirou das correntes, para depois arrastá-lo até uma das últimas carroças, mais afastada e mais vazia para que coubesse ambos os doentes. Cobriu-os com pano, agarrou a tocha e percebeu que, praticamente, já estava de volta ao campo aberto, pois a floresta se rarefazia e acabava ali. Seus homens faziam caminho para aquela área também, e ele decidiu que tentaria ficar nos arredores da carroça.

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Na biblioteca do Vale, Skyron tomou vários minutos do seu tempo para procurar livros relacionados ao que aquela carta falava. Apesar de muitos dos homens naquela reunião terem a tomado como uma farsa, o Greyjoy não tinha certeza se deveria desacreditar naquilo. Essa desconfiança o motivou a procurar algumas obras que pudessem falar do assunto, para tentar relacionar as informações dadas como fictícias com as da mensagem misteriosa.

Skyron utilizou as palavras chaves da carta para procurar os livros nas prateleiras empoeiradas. Seus toques nos livros velhos faziam eco na modesta biblioteca, que estava quase que completamente silenciosa. Estava praticamente sozinho, com exceção de um idoso meistre que se sentava ali perto, mas com idade tão avançada que provavelmente nem percebera a presença do homem de ferro. O Greyjoy selecionava cuidadosamente todos os livros que poderiam falar sobre um dos temas. Começando com cerca de treze livros, eliminou um a um os que não seriam muito úteis, lendo rapidamente seus índices e algumas páginas. Por fim, finalizou com apenas três livros nos quais nenhum poderia excluir, pois tinha certeza que todos eles seriam úteis em seus estudos.

Afastado do acampamento, Daeron cumprimentou-o e perguntou sobre o que ele estava lendo após ter concluído inteligentemente que Skyron pretendia ler ao ver os livros em seus braços. De imediato, o homem de ferro refletiu sobre o que o Targaryen pensaria sobre aquelas obras e os seus estudos. Para um homem que possuía um dragão, era incrível que Daeron tivesse um mente tão fechada quando àquele assunto. Skyron não o culpava totalmente, visto que estava em guerra e provavelmente prestes a ganhar.

— Algumas obras que peguei da biblioteca do Vale após a leitura daquela mensagem que tanto nos impactou — Skyron lhe disse, organizando os livros e destacando um deles com sua outra mão, de capa preta e com um desenho de um corvo. — Este é sobre a Patrulha da Noite. Especificamente, sobre o histórico e o propósito de sua existência. — O Greyjoy colocou-o abaixo dos outros e destacou mais um, de cor marrom. — Este é sobre contos de inverno, bastante antigo. E esse... — Por fim, Skyron destacou o livro mais grosso e velho dos três, de cor preto desbotado. — ...aparentemente fala de assuntos variados, como uma tal de noite extensa, espadas flamejantes e Outros.

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Devido a sua recusa de alimentar-se melhor que o exercito, seu desjejum foi composto por mingau e uma fatia de pão duro acompanhada de um corno de cerveja preta. Contentou-se alegre com aquela refeição, principalmente, por lembrar-se dos velhos tempos e ter o sentimento de liberdade das restrições que eram impostas a ela durante a gravidez. Porém, sem muitas delongas agredeceu aos homens na fogueira pela comida e retirou-se para caminhar pelo acampamento.

Apesar de sua preocupação ser grande a respeito do que enfrentariam no sul, era maior ainda nos companheiro e seus filhos a norte de sua posição. Questionava-se se os pequenos já tinham chegado a Correrrio e amedrontava-se sobre a falta de mensagens vindas de Droenn e Serena. Sua preocupação tinha girado tanto ao redor da questao de despedir-se dos príncipes, que esquecera-se do que havia sido contado a ela por Alayne. Mas agora, era um bom momento para avisar Daeron, qualquer que fosse suas intenções após ganharem em Harrenhall deviam preparar-se para o exercito dos mortos. Havia igualmente um ponto que por muito tempo havia pensado e que mostrava-se de extrema importância, deveria enviar um mensageiro a leste para facilitar um processo semelhante ao de adquirir as obsidianas.

A medida que andava entre dezenas de pavilhões e centenas de estandartes, perdia-se cada vez mais em pensamentos. Questionava-se se o tempo longe de um campo a teria prejudicado, mas ainda assim confiava em suas espadas e em todos seus 17 anos usando aquela habilidade como seu ganha pão. No entanto, foi despertada de seus pensamentos quando um escudeiro esbarrou na mulher ao correr em direção ao conjunto de tendas dos Greyjoys. Ergueu uma sobrancelha e caminhou com calma até o lugar ao qual o jovem se destinava. Ao alcançar o seu alvo, deparou- se com um montim em torno de dois homens. Esses, mesmo que ciculados por outros homens curiosos, foram reconhecidos por Talia graças a elevação do lugar que se encontrava. Tratava-se de Aaron e um homem aparentemente de estimado respeito entre os nobres das ilhas de ferro, o que fez com que olhasse analiticamente da elevação como se desenrolaria aquele confronto. E mesmo naquela distância via que alguns piratas a olhavam com um misto de raiva e desejo. manteve suas expressão seria e seus olhos na briga porém suas mãos cruzadas sob o manto estavam preparadas caso fosse necessário sacar as espadas.


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A doença poderia ser apenas sintomas de uma vida em meio aquele inferno ou poderia se tornar marcas que seguiriam aqueles doentes pela eternidade, mas no momento, não importava para Droenn. Arrastou Cetim pela floresta, enquanto um soldado levava Tobin.

Decidiu sair da floresta para que tivessem uma visão melhor do que estava os cercando e formar alguma posição de batalha para derrotá-los. Voltou a gritar, avançando em meio aos soldados, em direção à saída da floresta. Ele gritava e gritava, e os soldados ouviam, viravam-se e corriam atrás dele. Por onde passasse, seus soldados reuniam-se e formavam uma longa e larga fileira correndo para fora daquelas árvores. Foram dez minutos gritando, dez minutos correndo, dez minutos para que chegassem no fim das árvores e voltassem ao campo onde a neve batia até seus tornozelos.

Avançaram até quase a metade do campo e já quase sem voz, gritou mais uma vez para que se agrupassem. Alguns homens traziam a carroça com Tobin e Cetim. Atrás deles, as criaturas vinham, tropeçando e caindo na neve, algumas rápidas, outras devagar, pareciam pessoas normais, mas muito desajeitadas e não muito espertas. Muitos soldados foram alcançados e puxados pelas pernas, as criaturas pulavam neles ou tropeçavam, esticando o braço para agarrar as pernas no último segundo. Era notável que por mais que muitas delas usassem espadas e outras armas, vários preferiam usar as próprias mãos.

Os soldados que estavam ao redor do Protetor do Norte fizeram um grande circulo defensivo, de forma desajeitada e não muito organizada, colocando escudos lado a lado e algumas lanças por cima deles, mas a maioria obviamente segurava tochas. Serena e Droenn ficaram próximos a parte de trás do aglomerado de soldados naquele círculo, na direção oposta de onde vinham as criaturas. A carroça com os dois rapazes estava próxima deles.

Então, só restava esperar. Ali, no campo, finalmente puderam ver melhor a quantidade de inimigos e era muito grande, talvez mais do que mil deles, saindo da floresta e vindo em direção à eles como se fossem carnes suculentas. Um homem qualquer era mais rápido que aquelas criaturas, que mesmo rápidas, ainda moviam-se com certo esforço, e eram desastradas e estúpidas. Exceto serem mortas apenas por fogo, não pareciam nada demais aos olhos deles.

Foi o que acharam até o momento que as tais criaturas acertaram os escudos, revelando algo que ninguém havia notado antes, um único detalhe. Eram fortes, muito fortes. O braço de uma delas atravessou o escudo e o soldado que o portava ficou congelado ao ver os dedos remexendo-se bem em frente aos seus olhos, tentando alcançá-lo. O cheiro de merda e mijo juntou-se ao ar, conforme escorria das pernas dos homens e "lavava" o branco da neve. A parede de escudos foi rompida facilmente e a organização voltou a ser a confusão da floresta.

Você precisa tirar 17 (14 + 3) para não se machucar.

http://prntscr.com/g8wd6o + 3


Em meio aquela confusão e gritos, uma daquelas criaturas pulou sobre Droenn que desviou no último segundo. Ela pareceu se complicar para levantar do chão, tentando lembrar-se de um jeito, mas o Stark não teve tempo de aproveitar-se daquilo, pois outra avançou contra ele.

O dragão soltava suas chamas naquela área ao lado de Serena que tentava sobreviver também.

Mapinha: http://prntscr.com/g8wjsq




Daeron achou curioso o fato de um Greyjoy estar pesquisando sobre a cultura nortenha, principalmente sobre a Patrulha da Noite e os Outros, assuntos que talvez nem os nortenhos se importassem tanto. Mas com aquela carta e o que dizia, o impacto em seu exército e a parte dele que perdeu naquele dia, a notícia realmente poderia soar interessante.

— Longa Noite — respondeu Daeron. — Fala sobre a Longa Noite. E qual sua opinião sobre isso? Acredita? — perguntou curioso.


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Suas cordas vocais ardiam, secas, como se areia tivesse descido garganta a baixo. Mas foram apenas os gritos. Berrara, berrara muito, e seus homens o seguiram, então ele continuara até que estivessem em campo aberto. Atrás deles, elas sempre estavam lá. As criaturas eram burras, corriam com fúria e não se importavam com obstáculos, verdadeiras marionetes da morte. Viu muitas tropeçarem nos próprios pés, nas raízes e nos corpos. Mas se a presa estava perto o suficiente, se jogavam desesperadamente e projetavam os braços no ar para tentar alcançá-la. Quando conseguiam, puxavam com uma força irreal, e os gritos vinham em seguida. Urros de dor, de desespero, pedidos de misericórdia. E nenhuma misericórdia seria derramada sobre eles naquele dia, ele sabia. Nem nos seguintes.

Os escudos foram postos à frente, as lanças apontaram por sobre eles e uma formação improvisada estabeleceu-se ali. Olhou para o horizonte turvo e sombrio, as criaturas começavam a escorrer por entre os troncos dos pinheiros, como insetos. Dali, todos os viam como insetos, coisas desastradas. Talvez fossem fracas, talvez pudessem ganhar aquela batalha. Talvez pudessem passar aquela miríade na espada, no fogo. Não morreremos hoje, ele repetia para si mesmo, mesmo sem ter certeza, mesmo reconhecendo que nunca fora otimista. Aguardava o baque, sentindo a neve agarrar seus pés, cada vez mais pesados. Não tivera mais tempo para perceber o vento a estapeá-lo durante aqueles momentos de desespero, mas agora sentia. Tentava extrair forças dele, algum impulso, mas apenas via-se cada vez mais imobilizado.

Então ouviu-se um estrondo. Um escudo esburacou-se e um braço atravessou, tentando tocar o homem que o segurava. Deceparam o antebraço da criatura e tudo começou de novo, os grunhidos de ambos os lados, a melodia metálica, os gritos. Desviou no susto quando uma das criaturas lançou-se nele, mas não pôde aproveitar, pois outra avançou em sua direção. Droenn também correu ao encontro dela e apenas deu uma estocada, atravessando o pescoço da criatura. Ela ignorou, mas ficou presa o suficiente para que a tocha tocasse seu corpo e o fogo a matasse em segundos.

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