O som da trombeta dos inimigos chegou aos ouvidos da frota como gigantescas ondas procurando puxá-los para o fundo do mar e nunca mais deixá-los emergir, e aquele mau presságio fora suficiente para amedrontar os corações mais bravos dos piratas e preocupar os mais valentes dos nortenhos e mercenários.
Mas Aaron Greyjoy não permitiu-se impactar-se com aquele primeiro fracasso, não poderia, a última coisa que seus homens precisavam era de um líder tão amedrontado quanto eles. Ele era a imagem que respeitavam, que seguiam, o exemplo deles. Num grito alto e grosso, mandou que assoprassem as suas próprias trombetas e assim fizeram. A primeira foi de Dama de Ferro, a segunda foi de Harpa do Mar e as que se seguiram foram de todos outros navios, criando um coro de cornetas tão alto que não surpreenderiam-se se fosse ouvido no outro lado do mar. Junto a movimentação da tropa em direção a cidade portuária, os tambores começaram ser tocados, iniciando a canção de guerra dos Greyjoy.
A nada simpática canção da Frota de Ferro causou mais medo a cidade que esperavam, assim como suas trombetas. A frota marinha dos Lannister saíram de onde estavam e esperaram mais proximidade dos inimigos para que fossem em direção à eles.
Mas com o surgir crescente de dezenas e dezenas de navios até que virassem centenas, os leões em suas próprias embarcações e os habitantes que ousaram sair de suas casas, tremeram ao verem-nos.
Mapa geral do mar: http://prntscr.com/dg6obhNão é exatamente assim, só pra dar um ideia geral mesmo.
Talia[Babi]Vestimenta: Roupas quentes.
— Vocês agem como se fossem os únicos a sofrer com a guerra, e se me dão o perdão da palavra, isso é patético. Todos nessa sala perdemos alguém desde que isso começou. E vocês sabem que não começou nesses últimos meses.
Os nortenhos calaram-se aos poucos, a voz da rainha tornara-se mais alta do que qualquer grito que tentassem dar, por mais alto que fosse, e aquilo era suficiente para calá-los.
— Vocês querem que eu faça o que? Se a única coisa que vocês têm para sugerir é fugir, então façam. Querem me trair? Então tentem, quem sabe daqui a alguns anos seus filhos não lhe perguntem o que aconteceu e vocês digam bravamente que carregaram tanta honra quanto o homem que matou o avô deles em um casamento.
Taren sentiu os olhos da mulher nele e abaixou os seus próprios para o chão.
— Afinal, ser filho de um traidor deve trazer muita satisfação não é mesmo?
Kaylee desviou os olhos, irritada, a verdade era cruel e mesmo sendo seguida nos questionamentos contra a mulher, era muito julgada pelo resto dos nortenhos pelos erros de seu pai. Sentia vergonha do homem, sentia vergonha do legado que deixara à ela, assim como os outros lordes que o acompanharam na traição, e trazer aquilo a tona a deixara completamente desconfortável.
— Posso ser considerada uma vadia ou ter sida uma bastarda, mas meu filho não é, ele carrega o sangue de Daeron e é o herdeiro legitimo aquele trono. Mas se isso não é o suficiente pra vocês então corram com o rabo entre as pernas mesmo, sempre ouvi que os nortenhos eram o povo mais bravo de Westeros, porém acho que se enganaram, talvez até mesmo os piratas sejam melhores que vocês, porque pelo que sei eles agora estão lutando por algo.
Aquilo mexeu com os nortenhos mais do que Talia esperou que fizesse.
— Tentem ser corajosos pelo menos uma vez na vida de vocês e lutem como homens, vejo que muitos tem coragem de lançar xingamentos se escondendo em meio aos outros, mas tenho duvidas se algum tem coragem pegar uma espada e lutar com tanta coragem ao meu lado. Se acham que não tem mais jeito de sairmos vitoriosos, então assistam-me.
Talia Baratheon encarou cada lorde naquela reunião com uma feição severa e séria, alguns continuaram encarando-a, outros desviaram o olhar, mas nenhum deles olhavam-na mais como antes, como uma vadia ou só como uma bastarda. Desconhecida daquele povo, apenas viu neles um silêncio após suas palavras, mas para Droenn que nascera com aqueles e vivera por muitos meses de guerra ao lado deles, notou um certo respeito vindo deles que o fez sorrir, mesmo que de leve. Talia estava ganhando a confiança que queria aos poucos, por mais complicado e difícil que fosse, mesmo naquela situação.
Sem outra palavra dos nortenhos, a rainha tirou os olhos deles e acenou respeitosamente com a cabeça para Mors que estava quieto, sabia da dor do pobre homem e era um dos nortenhos que mais respeitava, fora um dos poucos que a respeitara mesmo quando era só uma bastarda que andava ao lado de Daeron. Talvez o único entre aqueles lordes.
Bateu no quarto de Serena após despedir-se de Droenn nos corredores. Encontrou-a deitada na cama, lendo um livro, enquanto seu dragão estava deitado sobre uma mesinha.
— Serena Targaryen lendo um livro? — brincou com um sorriso, mas realmente surpresa ao vê-la lendo sobre batalhas históricas, um livro claramente de aparência antiga e um tanto quanto acabado, perguntava-se onde a garota arrumara aquilo e de onde o gosto por leitura viera. Notou também um amontoado de livros num canto do quarto.
— O tédio — disse ela sem graça, fechando o livro e deixando-o cair sobre a cama. — Pode entrar, ele não morde.
Talia estava parada na porta, encarando o dragão que abriu um dos olhos e a encarou.
— Ele não é selvagem como de Daeron, é bem dócil até.
Tomando coragem, adentrou no quarto e fechou a porta atrás de si.
— Pode tocá-lo se quiser, ele gosta — disse ela apontando com os olhos para que ela fosse em direção ao dragão. Indo ou não, Serena ficou em silêncio por alguns instantes, então disse: — Como você está lidando com tudo isso do Daeron? Não conseguimos falar sobre isso nesses últimos dias.
Era notável as olheiras sob os olhos da garota, que estava muito bonita com o cabelo curto.
Rhaego[Dwight]Vestimenta: Trapos rasgados, fedidos e sujos, em seu peito há uma grande marca de sangue que fora onde a espada atravessara.
Kean sorriu após ouvir as palavras de Rhaego, estava surpreso com a atitude repentina do homem.
— Parece que mesmo como um cadáver ambulante, a coragem nas palavras continua — observou ele, sorrindo. — Mas você está certo, guardinha, ele é mais útil como uma recompensa do que um de meus homens para mim. São vários motivos para que ele ainda esteja sob meus cuidados, o principal é que esse mundo é muito tedioso para que eu jogue fora uma futura amizade com o descendente de Aegon, O Conquistador! — exclamou gargalhando a última parte, olhou para Daeron e o mesmo continuou em silêncio, fazendo com que perdesse o sorriso e suspirasse. — Daeron, O Mudo, pelo visto.
O salão tornou-se tão silencioso quanto Daeron, apenas os sons baixos e irritantes de Kean comendo eram ouvidos, o sacerdote não tocara na comida e Edam desistira depois de algumas colheradas. Kean ao notar os quatro olhando para baixo, em silêncio, riu daquilo.
— Os quatro quebrados, um quarteto e tanto, não acham? — comentou com o sorriso que nunca parecia sair de seu rosto. — Todos aqui são figuras interessantíssimas! Pensei que Edam era apenas um camponês qualquer, mas acabei ouvindo pelo castelo que ele já foi considerado um herói por essas regiões, defendendo as vilas de ladrões há muitos anos atrás. Me pergunto por que parou, um dos ladrões foi o motivo de você ser feio pra caralho assim?
— Isso aconteceu antes — respondeu Edam numa voz triste.
Daeron olhou-lhe por alguns segundos, um olhar que Edam compartilhou e desviou rapidamente.
— Diga-nos o motivo, por favor! — pediu Kean, curioso, enquanto alguns servos que surgiram pegavam as panelas e seu prato da mesa, levando-os embora.
— Acidente enquanto forjava uma espada — respondeu.
Kean assoviou, encarando-o.
— Um acidente curioso, nota-se — comentou numa voz baixa e pensativa.
Outro servo surgiu no salão, carregando uma grande panela com luvas, devido sua temperatura alta. Rhaego surpreendeu-se ao ver que era Cetim, com alguns ferimentos no rosto de quem havia sido espancado, mas não tanto quanto o próprio rapaz que ficou chocado de ver seu mestre ali. Paralisou por alguns segundos, mas ao notar os olhos de Kean sobre ele, continuou andando e colocou a panela em frente ao homem, abriu-a revelando uma grande quantidade de sopa quente ali dentro e colocou uma porção no prato do homem.
— Estou resfriado — explicou Kean à eles. — Esse rapaz aprendeu muito bem com você, guardinha. Tomou todos socos e chutes que meus homens puderam dar, mas mesmo assim negou-se ajoelhar-se perante mim. Eu gosto de vocês dois — disse apontando para Rhaego e Cetim — e de você também, reizinho, apesar de estar mudo — falou, agora desanimado, apontando para Daeron.
Cetim nem mesmo deu-se trabalho de acenar com a cabeça respeitosamente, apenas deu as costas para Kean e saiu do salão, dando uma última olhada, ainda muito surpreso, para Rhaego. Kean riu daquilo e começou a engolir sua sopa, queimando a língua em um certo ponto e soltando um grito de dor, enquanto tomava água para ajudar.
Minutos passaram-se, novamente um silêncio que só foi terminar quando Kean voltou focar seus olhos no quarteto, principalmente em Edam e Daeron.
— Dois heróis, dois homens quebrados. Essa é uma lição que aprendi há muito tempo e sinto por você nunca ter aprendido antes, reizinho: homens bons são os primeiros a cair.
Daeron virou o olho um pouco para o lado que Kean estava.
— Você tinha os temíveis dez mil homens da Companhia Dourada, uma frota com inúmeros piratas e sabe-se lá quantos mais homens. Provavelmente os Bastardos Ligeiros também — falava para Daeron, olhando para Rhaego no final, que surpreendeu-se com o homem ter conhecimento do nome que as três companhias formavam. — Tantos homens, tantos homens! E um dragão! Mesmo assim, ao invés de atacar Porto Real, dominá-lo tão facilmente como você poderia, qual foi sua escolha? Ajudar o Norte! E o que você ganhou com isso? Nada. — Kean largou a colher no prato e colocou uma das mãos em frente o rosto, como se estivesse estressado com aquilo. — Se alguém fez com que sua esposa e seu filho fossem mortos, foi você.
Rhaego notou que Daeron desviou o olho de Kean e focou-lhe em seus pés o máximo que podia.
Kean suspirou novamente e levantou-se da cadeira.
— Chegou a hora, Brack — disse ele. — Mandem que tomem atenção nos portões a partir de agora.
Dos seis soldados no salão, dois deles acenaram com a cabeça e correram, enquanto Brack e o restante agarraram Daeron e Rhaego, levando-os para fora.
O Velaryon notou que seu rei trocava sua atenção dos pés para o que vinha em volta repetidamente, enquanto seus lábios moviam-se levemente, mas não entendeu o que ele murmurava. Pararam de andar quando chegaram num tipo de pátio, tão grande que daria dois de Winterfell. Não demorou para que inúmeras pessoas se reunissem em volta deles, inclusive Cetim e Edam. Quando uma multidão firmou-se ao redor deles, Kean começou falar:
— Espero que todos estejam indo bem hoje! Só tenho agradecimentos pela prosperidade de Harrenhal, vocês são ótimos trabalhadores. Ótimos amigos! — berrava, feliz.
Rhaego notou que muitas pessoas olhavam para o homem com temor, alguns com certa raiva, outros apenas para o chão, olhos tão vazios que julgou estarem quebrados também. Mas apenas os habitantes e trabalhadores, os soldados não pareciam quebrados, tão pouco mostravam alguma emoção, estavam apenas sérios, exceto Brack que parecia adorar seu lorde.
— Estes dois homens ao meu lado são Daeron Targaryen e Rhaego Velaryon, um Rei e um Guarda Real! — gritou alto suficiente para que todos escutassem e as pessoas ao verem o cabelo de ambos, ficaram chocadas, começando uma série de murmúrios sobre eles. — Disseram que estava morto, mas não estavam! São sobreviventes!
Daeron encarava a lama sob seus pés, ainda com seu único olho tão vazio quanto o cego. Rhaego ouvia o homem, encarando-no.
Kean que berrava seu discurso, ao terminá-lo, virou-se para ambos. Tudo que Rhaego entendera era que o homem queria provar um ponto, talvez mostrar-se mais poderoso.
— Jurem — disse Kean, sério.
Ambos continuaram quietos.
— Não vou repetir mais uma vez — avisou sorrindo.
A multidão estava tensa, Cetim olhava aquilo com nervosismo, mesmo Edam estava nervoso, mas a dupla continuou quieta.
Kean gargalhou, assoviou para seus homens e o primeiro a ser agredido foi Rhaego, que tomou um soco fortíssimo no estomago que o fez ajoelhar-se na lama, enquanto tentava retomar o fôlego perdido. Ao seu lado, Daeron recebeu um soco tão forte que caiu na lama. Mas os dois ergueram-se novamente, ficando de pé.
O Lorde de Harrenhal esperou as palavras, mas novamente ficaram quietos. Suspirou e mandou que seus homens continuassem.
Quatro homens os cercaram, um deles acertou o estomago de Daeron e o outro acertou um soco em seu rosto que o fez cair, dando oportunidade do primeiro acertar um chute em sua barriga, fazendo-o rolar no chão. Rhaego tivera o mesmo tratamento, recebendo alguns socos e chutes que o fizeram cair na lama.
E pela segunda vez levantaram-se.
Kean assoviou, sorrindo.
Agarraram Daeron pela gola e começaram espancá-lo novamente, abrindo suas feridas que já estavam cicatrizando e criando novas.
Brack aproximou-se de Rhaego e acertou-lhe um soco tão forte que o fez cair de bruços no chão, tentou levantar-se, mas acabou cedendo pela dor.
— Levanta, Rhaego! — berrou o rapaz gordinho. — Vou te bater até você me dar meu pão.
Era uma tarde ensolarada e quente em Tyrosh, o gordinho chamado Luvas e o amigo ao seu lado gargalhando do sangue escorrendo pela boca de Rhaego de bruços no chão após um fortíssimo soco do gordo, eram dois órfãos de ruas como ele, assim como as crianças em volta que riam dele e pediam por uma luta. Mas não havia criança alguma ali, em grande maioria eram rapazes, como ele era, faltando poucos dias para que completasse dezessete anos de seu nome. Os outros ladrõezinhos odiavam-no por sua agilidade e habilidade de roubar coisas, e naquele momento não era diferente, o pão que roubara e comeria poucos instantes depois chamou atenção de Luvas e seu amigo, que começaram uma briga pelo pão que ele não daria.
— Levanta, seu merda, vou te bater até você me dar meu pão! — berrou o gordo, chamando-o para briga.Droenn[Prime]Vestimenta: Uma armadura normal, um pouco velha devido o uso, com ombreiras um pouco maiores que o normal, além da cota de malha embaixo. A mesma que usava na época da Companhia Blackhand.
— Tudo bem, meu amigo? — questionou Talia conforme andavam no corredor, ao vê-lo distraído em seus pensamentos que resumiam-se nas visões e seus significados.
Droenn demorou um pouco para responder, indeciso se explicava aquilo agora, mas resolveu deixar para depois, caso quisesse.
— Estou sim, apenas pensando na guerra.
Ao chegarem no fim da caminhada juntos, onde um iria para esquerda e o outro seguiria em frente para seu quarto, Droenn chamou a mulher antes que ela sumisse no corredor, fazendo-a virar-se para ele.
— Parabéns pela reunião, Talia, você foi ótima nela.
A mulher sorriu e acenou com a cabeça, voltando a caminhar.
Em seu quarto, deparou-se com Tobin preparando a poção com as ervas novamente, enquanto Rina estava sentada na cama, observando-o. Seria a quinta vez que tentava ter as visões novamente, estava começando achar que não funcionaria. Tomou-a e deitou na cama, respirou fundo e fechou os olhos, sentindo o sono chegar rapidamente.
Então, por muito tempo, apenas a escuridão o cercou.
Ainda com os olhos fechados e sem enxergar nada, escutou um zumbido incomodante alastrar-se por seu ouvido enquanto alguns sons identificáveis como gritos de homens, relinchos de cavalos, o clangor de espadas e o crepitar de chamas dominavam sua audição. Era o som de um campo de batalha. Abriu os olhos com dificuldade e notou que estava deitado em neve, ergueu-os com dificuldade, enxergando pouca coisa, viu alguns homens lutando entre si, em meio a uma confusão sinistra de mutilação e cadáveres, viu alguns cavalos correndo para lá e para cá, e então seus olhos fecharam-se e seu rosto voltou para neve. Poucos minutos depois, acordou novamente. Desta vez, mesmo com dificuldade, conseguiu levantar-se aos poucos e deixar os olhos abertos, acostumando-se com onde estava.
Ainda sobre neve e sob o calor do sol, uma floresta estava em sua frente, um pouco distante. Olhou-a por alguns segundos antes de virar-se e ser surpreendido por um tapete de neve que cobria o chão até o pé da grande construção de gelo que era a Muralha. Sentiu um frio dominar seu corpo de repente e tomou um susto ao escutar um berrante vindo de lá. Escutou outro. Virou-se para floresta e viu algumas figuras vestidas de trapos surgindo, algumas que logo viraram centenas de selvagens surgindo das árvores.
Julgou ao vê-los ainda entre as árvores que aproximavam-se da Muralha para atacá-la, mas conforme viu-lhes aproximando-se, notou que não corriam para algo. Corriam de algo. Os primeiros selvagens atravessaram sua vista e continuaram correndo sem sequer olhá-lo, o que lhe fez acreditar que assim como na visão que Harrold matara o pai de Daeron, nenhum deles podia vê-lo.
Sua atenção, por fim, foi chamada quando o interior da floresta começou sumir numa tempestade de neve e o frio ao seu redor tornou-se pior.
E pela terceira vez, o berrante foi tocado.
Pode fazer uns posts pequenos a partir de agora, Prime, por causa de algumas ações simples que você vai ter que escolher fazer, tipo agora que ficar parado, ir pra floresta, se esconder ou correr com a galera é contigo.Alayne[Mary]Vestimenta: Um bom couro sob uma cota de malha, vestia-se muito bem para aquecer-se. A Adaga de Obsidiana pendurada em seu pescoço.
Armas: Espada nomeada como Solar, a empunhadura negra é feita de couro e o pomo feito de prata, em formato de sol, daí o nome. Uma adaga com os dizeres de sua casa gravado na lâmina curvada: o sol no inverno. Tem a empunhadura negra e sem adornos. Um escudo de madeira com bordas de metal.
— O que é isso? — questionou Alayne, arqueando uma sobrancelha. Uma pequena adaga negra de algum material contorcido, mas ainda assim belo, estava pendurado por uma corda enrolada na mão de seu marido, que deixava balançar em frente os olhos da loira.
— É um presente — respondeu ele com um sorriso, envolvendo seu pescoço com a corda. — Considere como um amuleto de sorte, toda vez que estiver longe de mim, isso me representará.
Alayne encarou a adaga, depois seu marido, voltou os olhos para adaga e novamente para seu marido, e começou a rir.
— Qual a graça? — perguntou ele.
— Eu já ouvi falar de maridos dando à suas mulheres presentes como flores, joias e outras coisas, mas nunca ouvi falar de adagas de obsidiana — respondeu ela, sem conter sua risada.
Henrik ficou vermelho, mas riu junto dela.
— Continue caçoando mesmo, idiota — reclamou ele, chateado e controlando um sorriso no rosto que queria aparecer de toda maneira.
Ela apenas deu um abraço no amado e beijou-lhe.
— Agradeço pelo presente, idiota — disse após terminar o beijo, abraçando-o com mais força.
— Preciso ir, tenho algumas coisas pra fazer — avisou Henrik, separando-se do abraço e beijando-a de novo.
— Aliás, onde você conseguiu isso? — perguntou Alayne antes que ele saísse do quarto.
— O pai do meu pai deu à ele quando o mesmo chegou a idade adulta, a mesma coisa comigo — respondeu ele. — Pelo que sei Pedra do Dragão é cheia de obsidiana.
Pedra do Dragão, refletiu Alayne, outro lugar que esperava visitar um dia, sabia que as construções dos Targaryen tinham a obrigação de serem extraordinárias e aquela era uma delas. Mas esses pensamentos foram jogados fora quando notou que aquela adaga era de família.
— Não dê isso a mim, é da sua família — retrucou envergonhada, preparando-se para tirar o cordão.
— Não tire, por favor — pediu ele, interrompendo-a. — Você é minha família, Alayne Karstark, ou Alayne Manderly, se quiser.
A loira deu um sorriso doce para ele ao ouvir aquilo. E antes de fechar a porta do quarto deles, Henrik virou-se para ela mais uma vez:
— Qualquer ajuda que precisar, estou aqui pra isso, lembre-se — disse ele com um sorriso tão doce quanto o dela, referindo-se a recente descoberta que ela estava grávida. — Até mais tarde, mamãe.Uma leve chuva bateu contra o rosto de Alayne e seu cabelo dourado, molhando suas vestes calmamente, mas não dava atenção aquilo. O navio que estava era um dos primeiros na fila que aproximava-se de Lannisporto e, consequentemente, seria uma das primeiras tripulações a lutar contra a frota dos Lannisters.
Beijou o presente de seu falecido amor e deixou que caísse sobre seu peito.
Que me dê sorte mesmo, seu idiota, pensou enquanto retirava sua espada da bainha e preparava-se para batalha ao lado de Hugar que estava com um sorriso gigantesco no rosto.
— Parede de escudos! — berrou para sua tripulação ao ver os arqueiros do navio inimigo soltando uma saraivada de flechas neles. Junto de sua tripulação, ergueu seu escudo e protegeram-se das setas.
Ouviu pontes sendo derrubadas sobre as amuradas e viu inimigos atravessando-as. O primeiro inimigo a descer vestia-se apenas com couro fervido e algumas camadas de roupa, portava uma espada longa e era corpulento, enquanto o que vinha atrás era mais magro, porém possuía uma armadura, todo seu tronco era protegido por uma camada de aço, tinha manoplas do mesmo material e um elmo aberto, seria difícil acertá-lo.
Mapa: http://prntscr.com/dg6fkiAaron[Chris]Vestimenta: Com o simbolo da casa, um peitoral de aço sobre uma camada de cota de malha e couro fervido, este que saia da proteção de aço e ia por todo seu braço até as mãos cobertas por manoplas de aço. Em seus ombros haviam ombreiras de aço também.
Armas: Uma espada longa de aço valiriano com o lema Greyjoy forjado e uma adaga cujo pomo é a lula gigante da casa.
Não esperou que o navio ao lado de Dama de Ferro colocasse suas próprias pontes sobre as amuradas e pulassem, mandou seus arqueiros jogarem suas flechas enquanto seus próprios soldados jogavam as pontes para que pudessem atravessar para o navio inimigo. Aaron foi o primeiro a subir, seguido de Nalia e seus muitos homens.
Pulou para embarcação inimiga acertando um golpe no peito do primeiro que tentou machucá-lo e desviou do segundo, deixando-o para Nalia que sorriu e matou-o facilmente.
Em sua frente haviam três homens, todos com espadas.
Mapa: http://prntscr.com/dg6dkeSkyron[Josh]Vestimenta: Uma
armadura Lannister.
Armas: Espada grande de aço valiriano com o pomo esculpido em forma de lula gigante e lança comum com ponta de ferro.
Você precisa tirar 16 para que sua tripulação não faça merda.
http://prntscr.com/dg6693 + 1Por sorte, a tripulação de Skyron fizera seu trabalho bem e dominara facilmente uma embarcação comercial. O capitão soube disso quando um de seus homens chegou de barco na torre onde estavam, avisando-os que poderiam prosseguir com o plano. E mesmo sob a trombeta dos inimigos e a canção de seu povo, ele escolheu prosseguir com seu papel. Boca do Leão era o jeito mais fácil de conquistar o interior do Rochedo Casterly, talvez o único.
Apenas uma pessoa da tripulação original do navio fora deixada viva, um rapaz que servia como escudeiro do capitão anterior e ele seria o meio deles de adentrar, um meio perigoso e desesperado, mas necessário. Ameaçaram-no suficiente para que o rapaz cheio de medo ficasse aterrorizado, mas prometaram que cumprindo com a parte dele, o deixariam esconder-se em algum canto enquanto o combate acontecia e seria poupado para que fizesse com sua vida o que bem pretendesse depois. Os homens de Skyron vestiram-se com as armaduras dos soldados Lannister e o próprio Skyron não fora uma exceção, teve que se virar com uma que era bastante apertada nele.
O Rochedo era realmente um lugar de uma enormesidade surpreendente, chegava ser assustador conforme aproximavam-se dele e seu sopé. Viram pelas grandes entradas das cavernas que serviam de portões para o porto lá dentro, que Boca do Leão estava uma confusão.
— Quem vem aí? — berrou um guarda numa das torres que ficavam em cada lado do portão onde as embarcações passavam, nelas haviam alguns arqueiros, claramente.
— Sou eu, Modnar! — respondeu o rapaz que revelara seu nome como Edward.
O homem cerrou os olhos e viu o rapaz.
— O que vocês estão fazendo aqui em pleno ataque? — perguntou ele.
— Estamos aqui justamente pelo ataque!
— Onde está Oakip!?
— Está deitado em sua cama, doente!
O guarda ficou em silêncio, observou os soldados e os tripulantes do navio, que por sorte não memorizara nenhum deles, então não fazia ideia de que na verdade eram alguns piratas vestidos com roupas da tripulação anterior.
— Abram os portões! — ordenou, por fim. — Não demorem, seus fodidos! Os inimigos podem tentar atacar por aqui!
Skyron e seus homens suspiraram de alivío. Após atravessarem o portão viram que a caverna era grandiosa e precisariam colocar dezenas de navios em cima do outro para que alcançasse o teto do lugar. O porto não era rico e pomposo, era normal como qualquer outro. Não demorou para que zarpassem. O lugar estava mais cheio de homens comuns que soldados, apesar que a quantidade deles era bem grande. Mas os homens de Skyron poderiam tomar conta daquilo facilmente, o problema era o que viria em seguida.
Demorou quase meia hora para que todo compartimento do navio fosse colocado em chão, assim como os vários barris cheios de peixe.
— O que nos traz hoje, Edward? — perguntou um dos homens ao rapaz.
— Peixes e bebidas da Árvore — respondeu apontando para os barris e as grandes caixas.
O tal homem aproximou-se de um dos barris e foi aí que o ataque ali dentro começou. Ao retirar da tampa, uma espada acertou o rosto do homem e o barril caiu contra o chão, derrubando alguns peixes e Rodrik.
Skyron sorriu ao ver Garrett mal humorado saindo de seu próprio barril e cuspindo um peixe de sua boca. Era um dos barris que ainda estavam na embarcação. Em terra, a caixa que deveria estar cheia de garrafas, estava cheia de homens que saltaram, espalhando-se e atacando, enquanto dúzias saíam de dentro da embarcação Lannister e iam para fora, onde Skyron, Garrett e Alfer que saiu aos xingamentos de seu próprio barril foram juntos.
No píer ao lado do navio, foi onde seus primeiros inimigos daquela noite surgiram, um brutamontes com uma espada longa, quase da mesma altura que a dele, e outro menor com duas espadas. Viu o grandão quase dividindo um homem ao meio com um golpe só e a agilidade surpreendente do menor que matou três de seus homens rapidamente.
Mapa: http://prnt.sc/dg6awy