S01E01 - Pilot
Spoiler :
— Peter! — falou num tom de voz mais alto Grant, chamando a atenção do melhor amigo que estava distraído olhando pela janela da sala de aula o tempo nublado que fazia aquele dia.
Os dois sentavam nas penúltimas carteiras da primeira e segunda coluna de classes, sendo Peter próximo a uma das janelas, onde o mesmo estava observando o pátio da escola. Era a terceira vez que seu amigo o havia chamado, quando o rapaz dos cabelos negros e espetados falou quase gritando, Peter balança a cabeça voltando a si e dando atenção ao amigo.
— Cara, estou te chamando há quase cinco minutos, minha próxima tentativa era jogar o livro de matemática em você. — disse Grant.
— Foi mal, eu estava com a cabeça longe. Tão longe que estou há quinze minutos ignorando o fato de que Jack não para de jogar bolinhas de papel na minha cabeça. — explica enquanto se vira para trás olhando para Jack O'Hara, que estava com uma folha de papel na mão pronto para embolotá-la.
O repetente Jack era um rapaz desleixado e hiperativo, sua reação ao ver Peter virando-se para trás foi apontar o dedo para o colega do lado, o estranho e calado Den, que estava deitado em cima dos próprios braços na carteira, não dormindo, apenas refletindo.
— Eu posso literalmente ver o papel na sua mão. — responde Peter a ação de Jack com uma expressão de desaprovação.
— Ele implantou a prova em mim tentando me incriminar. — responde o repetente com um sorriso travesso.
Peter balança a cabeça negativamente e volta a dar atenção para Grant, que começa a conferir respostas de um trabalho de matemática que deveria ser entregue naquele dia.
Algumas horas depois, o horário do almoço finalmente havia chegado. Os dois melhores amigos caminhavam pelos longos corredores da Ludendorff Highschool, jogando conversa fora. Um aluno destacadamente mais velho, que andava pelos corredores esbarra em Grant, era Cliff, o aluno mais velho que havia naquela escola, com seus vinte anos ainda frequentava a sala de aula, sendo bastante conhecido no lugar devido a sua idade, seu estilo caipira assim por dizer e por sua banda que tocava em um pub que localiza-se em frente a escola.
O redneck olha com um pouco de desgosto para a dupla e continua a caminhar em passos cheio de marra.
— O que mais admiro nesse lugar é o respeito que recebemos. — reclama Grant.
Peter ri da situação e ambos se direcionam a cantina. O grande cantina do colégio estava com todas suas mesas redondas e brancas cheias, havia apenas uma que estava Den, sozinho, com mais quatro lugares vagos. Após encherem suas bandejas de comida, Grant cutucou o braço de Peter e apontou com o queixo para os lugares.
Se aproximando da mesa onde estava o jovem calado, ele olha a dupla se aproximando sem os encarar muito e volta a se concentrar no almoço.
— Den, se importa? — perguntou Peter referindo-se aos lugares vagos.
O rapaz vestido de forma desleixada e cabelos bagunçados responde com sinal negativo utilizando a cabeça e os três permanecem ali fazendo suas respectivas refeições. Alguns cochichos começam a se formar pela cantina e chama a atenção do trio que almoça, vendo na porta da cantina entrar Chloe, a irmã mais velha de Grant. Era uma moça complicada de se lidar, envolvida com drogas, bebidas e más companhias, raramente aparecia nas aulas, era uma surpresa ver ela naquele dia, mesmo que chegando no horário de almoço. Ela avistou o irmão e dirigiu-se a mesa onde estava o trio, sentando-se ao lado de Den, que quase instantaneamente ficou vermelho.
— Olha quem resolveu aparecer. — fala o irmão pegando no pé da garota.
— Não se acostume. — responde Chloe com um sorriso de canto, virando-se para Den, pegando a maçã da bandeja do rapaz – Posso?
O rapaz com muita vergonha acena com a cabeça, Chloe sabia que estava mexendo com o psicológico dele, estava se divertindo com o rapaz constrangido. Peter encarava a cena com uma das sobrancelhas arqueadas, já que parecia que Den explodiria.
Peter e os irmãos conversavam sobre assuntos variados, como as experiências peculiares que Chloe passava e coisas do tipo. Volte e meia a jovem encarava Den, o deixando desconcertado. No meio do bate-papo, Grant notara Emma Hale, em pé, no meio da cantina procurando um lugar vago com sua bandeja em mãos. De uma forma nada sútil, o animado rapaz acena com a mão e aponta para o último lugar vago da mesa.
— Isso não foi nem um pouco patético. — ironizou Peter ao amigo.
— Ei, se ela está vindo pra cá é porque não foi tão patético assim.
A garota aproxima-se sentando na mesa, dando um breve sorriso e mudando sua expressão para confusão ao ver Den a ponto de ter uma parada cardíaca, a interação do grupo, as garotas, tudo isso quebrava a zona de conforto mental do rapaz.
Os cinco ficaram em um momento de silêncio até Grant, para quebrar o gelo, começa a falar:
— Então, Emma…
Ia dizendo o rapaz quando Jack surge do nada atrapalhando a fala dele, aproximando-se da mesa e dizendo:
— Se eu soubesse que essa era a mesa mais apetitosa, teria vindo antes. — falou enquanto olhava para as garotas.
Emma não deu muita bola para a atitude do rapaz, já Chloe ri do colega que já conhecia desde algum tempo, já que ambos repetiram no mesmo ano. Grant bufa e fica com uma cara de desapontado pela interação que Jack acabara de estragar.
Toda essa falatória foi a gota d'água para Den, que levantou-se e retirou-se da cantina rapidamente. Jack toma o lugar que agora vago estava, senta-se e coloca a mão por trás da cadeira de Chloe, falando algumas besteiras.
— Cara, ela é minha irmã! — resmunga Grant.
Jack olha para o rosto do jovem, olha para o da irmã e repete essas ações diversas vezes.
— Você tem certeza? — caçoa Jack.
O sinal de que o horário do almoço terminou toca e os alunos começam a se movimentar. “Salvos pelo gongo” murmura Peter após a situação que todos passaram na mesa.
Enquanto isso nos corredores da escola, Cliff estava de frente para um armário dando alguns socos tentando abrir. Soltava alguns palavrões no processo, estava quase arrancado a porta do objeto.
Uma garota de visual um tanto quanto invernal, Leah Fleming, aproxima-se do caipira e num tom seco de voz questiona o caipira:
— Posso ajudar?
— Ao, é só meu armário que não está abrindo. — respondeu dando mais um murro.
— É porque esse é o meu armário.
Cliff olha para o armário, checando a numeração dele e nota que realmente não se tratava de seu armário, meio desinteressado ele dá um tapinha no braço da garota e diz:
— Foi mal.
No instante em que a mão dele toca em seu braço, Leah afasta o membro e desvia o olhar, ainda de forma séria. Um rápido “não toque em mim” foi ouvido por Cliff, que dá as costas para a garota dando uma breve risada debochada, falando:
— Garota estranha.
Leah não pareceu dar bola a ofensa, retirou alguns livros de seu armário um tanto quanto amassado e dirigiu-se ao laboratório de ciências.
A maioria da turma já estava no laboratório, sentando em lugares conforme suas amizades. Poucos minutos de aguardo, surge na porta o professor de química, Eldrin Foster. Ele tem uma expressão neutra que torna incapaz de distinguir o que o mesmo está sentindo. Ele ajeita suas coisas em sua mesa e solta a frase:
— Duplas, por favor.
Ele observa os alunos se juntando com outros, analisa algumas duplas e quando Peter está prestes a se sentar ao lado de Grant, o professor interrompe:
— Senhor Richards, eu não acho que você e o senhor Stilinski sejam uma dupla produtiva, sente-se com o senhor Quincy.
A tonalidade de voz do professor Eldrin era tranquila porém de certa forma manipuladora e um tanto quanto assustadora, Peter dirige-se ao lado de Den, enquanto o professor continua a falar:
— Senhorita Hale, você pode vir para o lado do senhor Stilinski.
Grant no mesmo instante muda sua postura descansada para uma um pouco mais empolgada, olha para a mesa que está Peter com um sorriso do tipo “me dei melhor que você”. Emma sentou-se ao lado do garoto, dando uma risada de canto devido ao comportamento do mesmo que não passou despercebido, voltando a ficar séria e prestar atenção no ensinador.
O professor olha para as duplas, tentando encontrar alguma dupla que precisasse de modificação, até se deparar com Cliff e Jack na mesma mesa. Sem dizer nada, ele aponta para O'Hara e diz para o mesmo trocar de lugar com Chloe, que estava ao lado de Leah.
— Senhorita Stilinski, sente-se ao lado da senhorita Hawthorne. E podemos começar.
— Se eu ouvisse mais uma vez a palavra senhor ou senhorita, jogaria uma cadeira nele. — murmura Cliff para dois colegas qualquer.
Enquanto o professor explicava a matéria e passava o exercício que seria realizado em dupla, Peter encarava a janela, que desta vez estava um pouco afastada, observando a chuva forte que ocorria lá fora. Bastantes relâmpagos podiam ser vistos e ouvidos.
Jack deu uma olhada de cima a baixo para Leah, fazendo uma cara de desinteressado depois. Química não era sua melhor matéria, esperava que a garota fosse inteligente.
— Espero que você entenda alguma coisa do que esse cara diz. — disse se referindo ao professor.
A quieta garota apenas o ignorou, ficou ouvindo a explicação do professor, mas era impossível dizer se estava prestando atenção ou só fingindo.
Um estrondo pôde ser ouvido, era um trovão um tanto quanto fora do normal. Peter até chegou a levar um susto, fitando a tempestade que ocorria lá fora.
O redneck que estava sem dupla, atrás da mesa de Peter e Den, pega no pé do jovem:
— Tem medo de uma chuvinha?
O garoto de olhos azuis nota um enorme feixe de luz no céu que estava cinza devido a tempestade. Ele aponta para o evento e todos direcionam seus olhares para a iluminação. Ela parece ficar maior, ou estar se aproximando, no momento não seria capaz de distinguir. Várias pontas de raios surgem no céu, aquele fenômeno mudou a feição de todos para seriedade.
Um dos raios atinge a escola, mais especificamente o laboratório, antes que qualquer um ali pudesse tomar alguma atitude. Os vidros das janelas são quebrados e o raio divide-se em algumas partes procurando materiais que conduzem eletricidade. Berros e correria tomam conta do lugar, enquanto o raio começa a acertar alguns alunos, que começam a cair e derrubar produtos químicos, mesas e os demais objetos que houvessem ali.
Alguns tentavam escapar da situação se escondendo em baixo da mesa, mas a maioria estava sendo atingida. O professor Eldrin correu até a porta tentando abri-la e no mesmo instante é pego por uma das pontas do raio que o eletrocuta na hora.
Peter ficou sem reação ao ver aquela catástrofe, a última coisa que viu foi o raio que o atingiu no peito, acelerando seus batimentos cardíacos e o fazendo desmaiar.
Os dois sentavam nas penúltimas carteiras da primeira e segunda coluna de classes, sendo Peter próximo a uma das janelas, onde o mesmo estava observando o pátio da escola. Era a terceira vez que seu amigo o havia chamado, quando o rapaz dos cabelos negros e espetados falou quase gritando, Peter balança a cabeça voltando a si e dando atenção ao amigo.
— Cara, estou te chamando há quase cinco minutos, minha próxima tentativa era jogar o livro de matemática em você. — disse Grant.
— Foi mal, eu estava com a cabeça longe. Tão longe que estou há quinze minutos ignorando o fato de que Jack não para de jogar bolinhas de papel na minha cabeça. — explica enquanto se vira para trás olhando para Jack O'Hara, que estava com uma folha de papel na mão pronto para embolotá-la.
O repetente Jack era um rapaz desleixado e hiperativo, sua reação ao ver Peter virando-se para trás foi apontar o dedo para o colega do lado, o estranho e calado Den, que estava deitado em cima dos próprios braços na carteira, não dormindo, apenas refletindo.
— Eu posso literalmente ver o papel na sua mão. — responde Peter a ação de Jack com uma expressão de desaprovação.
— Ele implantou a prova em mim tentando me incriminar. — responde o repetente com um sorriso travesso.
Peter balança a cabeça negativamente e volta a dar atenção para Grant, que começa a conferir respostas de um trabalho de matemática que deveria ser entregue naquele dia.
Algumas horas depois, o horário do almoço finalmente havia chegado. Os dois melhores amigos caminhavam pelos longos corredores da Ludendorff Highschool, jogando conversa fora. Um aluno destacadamente mais velho, que andava pelos corredores esbarra em Grant, era Cliff, o aluno mais velho que havia naquela escola, com seus vinte anos ainda frequentava a sala de aula, sendo bastante conhecido no lugar devido a sua idade, seu estilo caipira assim por dizer e por sua banda que tocava em um pub que localiza-se em frente a escola.
O redneck olha com um pouco de desgosto para a dupla e continua a caminhar em passos cheio de marra.
— O que mais admiro nesse lugar é o respeito que recebemos. — reclama Grant.
Peter ri da situação e ambos se direcionam a cantina. O grande cantina do colégio estava com todas suas mesas redondas e brancas cheias, havia apenas uma que estava Den, sozinho, com mais quatro lugares vagos. Após encherem suas bandejas de comida, Grant cutucou o braço de Peter e apontou com o queixo para os lugares.
Se aproximando da mesa onde estava o jovem calado, ele olha a dupla se aproximando sem os encarar muito e volta a se concentrar no almoço.
— Den, se importa? — perguntou Peter referindo-se aos lugares vagos.
O rapaz vestido de forma desleixada e cabelos bagunçados responde com sinal negativo utilizando a cabeça e os três permanecem ali fazendo suas respectivas refeições. Alguns cochichos começam a se formar pela cantina e chama a atenção do trio que almoça, vendo na porta da cantina entrar Chloe, a irmã mais velha de Grant. Era uma moça complicada de se lidar, envolvida com drogas, bebidas e más companhias, raramente aparecia nas aulas, era uma surpresa ver ela naquele dia, mesmo que chegando no horário de almoço. Ela avistou o irmão e dirigiu-se a mesa onde estava o trio, sentando-se ao lado de Den, que quase instantaneamente ficou vermelho.
— Olha quem resolveu aparecer. — fala o irmão pegando no pé da garota.
— Não se acostume. — responde Chloe com um sorriso de canto, virando-se para Den, pegando a maçã da bandeja do rapaz – Posso?
O rapaz com muita vergonha acena com a cabeça, Chloe sabia que estava mexendo com o psicológico dele, estava se divertindo com o rapaz constrangido. Peter encarava a cena com uma das sobrancelhas arqueadas, já que parecia que Den explodiria.
Peter e os irmãos conversavam sobre assuntos variados, como as experiências peculiares que Chloe passava e coisas do tipo. Volte e meia a jovem encarava Den, o deixando desconcertado. No meio do bate-papo, Grant notara Emma Hale, em pé, no meio da cantina procurando um lugar vago com sua bandeja em mãos. De uma forma nada sútil, o animado rapaz acena com a mão e aponta para o último lugar vago da mesa.
— Isso não foi nem um pouco patético. — ironizou Peter ao amigo.
— Ei, se ela está vindo pra cá é porque não foi tão patético assim.
A garota aproxima-se sentando na mesa, dando um breve sorriso e mudando sua expressão para confusão ao ver Den a ponto de ter uma parada cardíaca, a interação do grupo, as garotas, tudo isso quebrava a zona de conforto mental do rapaz.
Os cinco ficaram em um momento de silêncio até Grant, para quebrar o gelo, começa a falar:
— Então, Emma…
Ia dizendo o rapaz quando Jack surge do nada atrapalhando a fala dele, aproximando-se da mesa e dizendo:
— Se eu soubesse que essa era a mesa mais apetitosa, teria vindo antes. — falou enquanto olhava para as garotas.
Emma não deu muita bola para a atitude do rapaz, já Chloe ri do colega que já conhecia desde algum tempo, já que ambos repetiram no mesmo ano. Grant bufa e fica com uma cara de desapontado pela interação que Jack acabara de estragar.
Toda essa falatória foi a gota d'água para Den, que levantou-se e retirou-se da cantina rapidamente. Jack toma o lugar que agora vago estava, senta-se e coloca a mão por trás da cadeira de Chloe, falando algumas besteiras.
— Cara, ela é minha irmã! — resmunga Grant.
Jack olha para o rosto do jovem, olha para o da irmã e repete essas ações diversas vezes.
— Você tem certeza? — caçoa Jack.
O sinal de que o horário do almoço terminou toca e os alunos começam a se movimentar. “Salvos pelo gongo” murmura Peter após a situação que todos passaram na mesa.
Enquanto isso nos corredores da escola, Cliff estava de frente para um armário dando alguns socos tentando abrir. Soltava alguns palavrões no processo, estava quase arrancado a porta do objeto.
Uma garota de visual um tanto quanto invernal, Leah Fleming, aproxima-se do caipira e num tom seco de voz questiona o caipira:
— Posso ajudar?
— Ao, é só meu armário que não está abrindo. — respondeu dando mais um murro.
— É porque esse é o meu armário.
Cliff olha para o armário, checando a numeração dele e nota que realmente não se tratava de seu armário, meio desinteressado ele dá um tapinha no braço da garota e diz:
— Foi mal.
No instante em que a mão dele toca em seu braço, Leah afasta o membro e desvia o olhar, ainda de forma séria. Um rápido “não toque em mim” foi ouvido por Cliff, que dá as costas para a garota dando uma breve risada debochada, falando:
— Garota estranha.
Leah não pareceu dar bola a ofensa, retirou alguns livros de seu armário um tanto quanto amassado e dirigiu-se ao laboratório de ciências.
A maioria da turma já estava no laboratório, sentando em lugares conforme suas amizades. Poucos minutos de aguardo, surge na porta o professor de química, Eldrin Foster. Ele tem uma expressão neutra que torna incapaz de distinguir o que o mesmo está sentindo. Ele ajeita suas coisas em sua mesa e solta a frase:
— Duplas, por favor.
Ele observa os alunos se juntando com outros, analisa algumas duplas e quando Peter está prestes a se sentar ao lado de Grant, o professor interrompe:
— Senhor Richards, eu não acho que você e o senhor Stilinski sejam uma dupla produtiva, sente-se com o senhor Quincy.
A tonalidade de voz do professor Eldrin era tranquila porém de certa forma manipuladora e um tanto quanto assustadora, Peter dirige-se ao lado de Den, enquanto o professor continua a falar:
— Senhorita Hale, você pode vir para o lado do senhor Stilinski.
Grant no mesmo instante muda sua postura descansada para uma um pouco mais empolgada, olha para a mesa que está Peter com um sorriso do tipo “me dei melhor que você”. Emma sentou-se ao lado do garoto, dando uma risada de canto devido ao comportamento do mesmo que não passou despercebido, voltando a ficar séria e prestar atenção no ensinador.
O professor olha para as duplas, tentando encontrar alguma dupla que precisasse de modificação, até se deparar com Cliff e Jack na mesma mesa. Sem dizer nada, ele aponta para O'Hara e diz para o mesmo trocar de lugar com Chloe, que estava ao lado de Leah.
— Senhorita Stilinski, sente-se ao lado da senhorita Hawthorne. E podemos começar.
— Se eu ouvisse mais uma vez a palavra senhor ou senhorita, jogaria uma cadeira nele. — murmura Cliff para dois colegas qualquer.
Enquanto o professor explicava a matéria e passava o exercício que seria realizado em dupla, Peter encarava a janela, que desta vez estava um pouco afastada, observando a chuva forte que ocorria lá fora. Bastantes relâmpagos podiam ser vistos e ouvidos.
Jack deu uma olhada de cima a baixo para Leah, fazendo uma cara de desinteressado depois. Química não era sua melhor matéria, esperava que a garota fosse inteligente.
— Espero que você entenda alguma coisa do que esse cara diz. — disse se referindo ao professor.
A quieta garota apenas o ignorou, ficou ouvindo a explicação do professor, mas era impossível dizer se estava prestando atenção ou só fingindo.
Um estrondo pôde ser ouvido, era um trovão um tanto quanto fora do normal. Peter até chegou a levar um susto, fitando a tempestade que ocorria lá fora.
O redneck que estava sem dupla, atrás da mesa de Peter e Den, pega no pé do jovem:
— Tem medo de uma chuvinha?
O garoto de olhos azuis nota um enorme feixe de luz no céu que estava cinza devido a tempestade. Ele aponta para o evento e todos direcionam seus olhares para a iluminação. Ela parece ficar maior, ou estar se aproximando, no momento não seria capaz de distinguir. Várias pontas de raios surgem no céu, aquele fenômeno mudou a feição de todos para seriedade.
Um dos raios atinge a escola, mais especificamente o laboratório, antes que qualquer um ali pudesse tomar alguma atitude. Os vidros das janelas são quebrados e o raio divide-se em algumas partes procurando materiais que conduzem eletricidade. Berros e correria tomam conta do lugar, enquanto o raio começa a acertar alguns alunos, que começam a cair e derrubar produtos químicos, mesas e os demais objetos que houvessem ali.
Alguns tentavam escapar da situação se escondendo em baixo da mesa, mas a maioria estava sendo atingida. O professor Eldrin correu até a porta tentando abri-la e no mesmo instante é pego por uma das pontas do raio que o eletrocuta na hora.
Peter ficou sem reação ao ver aquela catástrofe, a última coisa que viu foi o raio que o atingiu no peito, acelerando seus batimentos cardíacos e o fazendo desmaiar.
S01E02 - What is going on?
Spoiler :
O cenário do laboratório de ciências era de completo caos. Peter via colegas caídos, alguns bastante feridos, com queimaduras devido aos produtos químicos que tiveram contato com a pele, outros desacordados, pisoteados, era uma cena forte de ser vista. Uma correria acontecia dentro daquela sala, os que conseguiam levantar corriam para o corredor, não demorou muito para que tivesse um aglomerado de gente na porta do laboratório destruído.
Peter não ouvia nada, apenas um contínuo zunido. A última coisa que viu antes de apagar novamente, foi Grant vindo lhe ajudar, pronunciando algumas palavras cujas não foram entendidas pelo rapaz que desmaiou.
Sem noção alguma de onde ou quando estava, o jovem abre seus olhos azuis deparando-se com uma forte luz branca de hospital. Estava aparentemente sozinho, não conseguia ver se tinha mais alguém no quarto devido a seu espaço cercado por cortinas. Notou também as roupas de paciente que usava, levantou-se sem dificuldade da cama hospitalar e puxou para o lado uma das cortinas, procurando alguém que lhe desse alguma informação. Para sua surpresa, não havia ninguém no lugar. Dirigiu se até a porta do quarto e viu Leah na porta do quarto da frente acompanhada de um homem que conversava com uma enfermeira. Diferente de Peter, a garota estava com suas roupas normais, e pode ouvir o que o homem próximo a ela conversava com a enfermeira.
— Agradeço a preocupação. Mas sinto que minha filha está mais segura comigo. - disse o homem para a funcionária do hospital.
Esclarecendo ser o pai da garota, ambos saíram dali se dirigindo ao elevador daquele andar do prédio. Leah notara a presença de Peter, mas pouco deu importância. Ao contrário da enfermeira, que quando viu o garoto em pé na porta andou rapidamente preocupada falando:
— O que pensa que está fazendo? Volte para sua cama agora mesmo! Acha que depois de dois dias em coma pode sair por aí andando como se nada tivesse acontecido?
— Dois dias…? - murmurou confuso Peter enquanto se dirigia novamente até a cama, levando alguns tapinhas nas costas de “vai” da enfermeira.
Ela começa a fazer as análises padrões, como colocar a lanterna no olho do paciente e verificar a dilatação e coisas do tipo. Enquanto fazia esse processo, continuava falando:
— Tenho que fazer a ligação para seu pai, ele pediu para que contatássemos ele assim que você acordasse.
— Meu pai esteve aqui? - perguntou bastante surpreso Peter.
Os pais do garoto eram empresários, passavam mais tempo fazendo viagens de negócios do que com o filho.
— Claro que sim, junto de seu irmão ainda. - respondeu a enfermeira.
Peter ficou com uma expressão confusa para a mulher, pois o mesmo não tinha irmão fazendo a mesma continuar a falar:
— Você é filho do xerife Stilinski, certo?
Após a pergunta dela, tudo ficou claro. Sheriff Stilinski é pai de Grant e Chloe, conhece Peter desde quando o jovem era um moleque devido a amizade com seu filho, pode-se dizer que a enfermeira não mentiu quando disse que o pai e irmão de Peter estava-o lá, já que os dois são mais presentes do que a família de verdade na vida o garoto.
Enquanto Peter estava no hospital, todos já haviam ganhado alta do hospital. Curiosamente, todos que haviam sobrevivido ao raio não ficaram com nenhum sintoma maligno, sendo liberados dos cuidados médicos assim que acordassem ou que fossem diagnosticados.
Do outro lado da cidade, Den estava em seu sujo e bagunçado quarto, deitado em sua cama olhando para cima. Refletindo sobre não só o acidente, como toda sua vida. Seus dois cachorros dormiam no chão ao lado da cama e seu gato em seus pés, era um momento de paz para o garoto.
Havia um profundo silencio no quarto do rapaz antissocial, porém tal paz foi quebrada quando o mesmo ouviu uma voz masculina, não muito grave, dizendo “está na hora”. Ele dá um pulo de sua cama, pisando nas fezes de seu periquito que o mesmo não limpa, estranhando a situação já que não havia mais ninguém no quarto além dele e de seus animais. O mesmo estava sozinho em casa, então não poderia ser um de seus pais. Começou a ficar preocupado achando que poderia ter alguém na casa, quando ouve novamente a mesma frase, “está na hora”, só que desta vez foi uma voz feminina que dissera. Ele começa a se aproximar lentamente até a porta do quarto e a tranca para prevenir qualquer situação indesejada. Ele encosta a orelha na parede tentando ouvir alguma movimentação do lado de fora, mas nada se manifesta. Mais uma vez ele ouve a frase, só que dessa vez por cerca de quatro pessoas: “está na hora de nos alimentar”. No mesmo instante que ele ouve tal frase, começa a duvidar de sua sanidade, enquanto vira-se lentamente para seus animais, que para sua surpresa estão dormindo. Den parecia ter tirado a ideia absurda de que seus animais falaram com ele, até notar que no seu aquário, seus quatro peixes estavam praticamente alinhados encarando o dono. Ao ver tal cena, a única ação que o rapaz pode fazer foi desmaiar.
A escola ficou paralisada quatro dias devido ao acidente, um luto em respeito aos alunos que morreram. Houve um funeral coletivo no terceiro dia, não teve nada demais, alguns até nem foram, preferiram ficar em casa processando tudo que aconteceu.
No quinto dia, foi o retorno as aulas. Grant chegava no estacionamento do lugar com seu velho Jeep azul, dando carona para Peter como de costume. Os dois começam a adentrar a escola e debater:
— É estranho voltar para cá. Sinto como se um raio fosse cair novamente e me deixar paraplégico. - disse Grant.
— Acho que o máximo que pode acontecer é você se tornar gago. - brincou Peter com uma pequena risada.
Peter chegou ao seu armário e começou retirar alguns livros, enquanto Grant seguiu caminho em direção do seu espaço de armazenamento que ficava mais adiante. O jovem dos olhos azuis separava seus materiais quando nota a presença de Jack ao seu lado lhe olhando.
— Hey, Peter… - fala o rapaz num tom de voz totalmente diferente do que costuma usar, num tom mais dócil e ameno.
— Hey… - responde Peter estranhando a maneira que o colega estava agindo.
— Como vai?
Essa pergunta foi a deixa para Peter notar que definitivamente havia algo errado com Jack, arqueou as sobrancelhas e um “bem” receoso, achava que era algum tipo de pegadinha ou coisa do tipo.
— Por acaso você se sentiu estranho após… Roce sabe… O raio? - perguntou Jack.
Ainda sem palavras, Peter apenas nega com a cabeça olhando para o rapaz travesso que sem explicação agia diferente, encarava-o com um olhar bastante surpreso.
— Entendo… Bem, até mais. - fala Jack dando as costas e seguindo para o final do corredor, deixando sozinho ali um Peter bastante confuso.
Enquanto isso, Grant caminhava pelos corredores para chegar até seu armário, quando algo repentino e estranho acontece. Quando o garoto está passando pela porta da sala do zelador, ele ouve uma grande batida na porta, como se alguém fosse jogado contra o objeto. O mesmo dá um pulo de susto quando ouve tal som bem ao seu lado e vê que lentamente a porta vai se abrindo. A pessoa que sai de dentro do lugar é Leah, olhando em sua volta e parecendo estranhar onde estava.
— Que diabos você estava fazendo aí dentro? - perguntou Stilinski com uma das mãos no coração, respirava rapidamente devido ao susto.
— E-eu não sei. Pra falar a verdade, nem sei como cheguei aqui. - responde a garota parecendo realmente não fazer ideia de como parou ali.
— Você está chapada? - pergunta Grant sendo respondido com uma cara de desprezo da garota que sai rapidamente do local. - Foi só uma pergunta…
O rapaz curioso com a situação deu uma olhada na sala do zelador para ver se havia algo ali que pudesse explicar o estranho momento de alguns minutos atrás, não encontrando nada além de chaves, rádio de pilha e coisas do tipo, ele se vira e novamente recebe outro susto ao dar de cara com o responsável pela sala, o zelador Pachola, lhe olhando com uma cara de quem gostaria de receber explicações. Grant fica sem palavras, olhando para a sala e para o homem tentando encontrar uma boa resposta.
Peter notou que alguns alunos como Chloe e Den não foram a aula naquele dia, e a situação com Jack há pouco tempo atrás lhe fez pensar que realmente o raio pôde ter causado algum efeito nos colegas e até mesmo nele, como uma deficiência mental ou coisa do tipo. Enquanto caminhava pensativo, nem notara a presença novamente de Jack vindo em sua direção, só que desta vez, ele aparentava estar normal, até o estilo de andar estava mais “desleixado”.
— Qual é, Richards? - cumprimentou enquanto bagunçava o cabelo de Peter, que olhou com desaprovação após a atitude infantil.
— Pelo visto voltou ao normal. - disse Peter.
— Do que tá falando? Enfim, eu soube que seus pais viajam muito e você tem a casa livre. E como estou com problemas familiares e preciso de um lugar pra dormir… BANG, vamos dar uma festa na sua casa e eu terei onde dormir!
— Espera aí, o que? Eu não vou dar uma fes… - ia dizendo Peter quando Alexia chega se metendo na conversa dos dois:
— Eu ouvi a palavra festa?
— É, nosso amigo 'Pete' vai dar uma festa e estamos todos convidados, não é? - respondeu Jack com um dos braços abraçando o colega de forma “camarada”.
— Sério, qual o problema de todos vocês hoje? - pergunta Peter se afastando de Jack.
— Fechado então, todos nós nos encontramos na casa do Peter depois da aula. Drogas por minha conta! - gritou Jack enquanto caminhava pelo corredor, zoando um ou outro nerd que aparecia em seu caminho.
— Mas eu… - Pete novamente é interrompido por Alexia, que toma a palavra.
— Não se preocupe, não espalharei… Para muitos.
A loira dá um sorriso malicioso e sai andando pelos corredores. Peter bate com a palma da mão na testa devido a situação que se meteu e volta a dirigir-se para a sala de aula. Chegando em seu destino, encontra apenas uma pessoa na sala, e essa pessoa era Emma. A jovem estava com os dois braços sobre uma das mesas, de costas para a porta, parecia suar e de certa forma sofrendo. O rapaz mal havia entrado na sala e parecia que ela já havia notado sua presença, virando lentamente para ele e mostrando um par de olhos azuis brilhantes que serviram para dar a confirmação para Peter de que realmente as coisas não estavam normais.
Grant recém havia saído do sermão do zelador Pachola, quando recebe uma ligação em seu celular. Lê o visor do aparelho notando ser sua irma que o ligara. Ele atende o celular e antes que pudesse dizer algo, ouviu a irma chorando dizendo a frase “Eu preciso da sua ajuda”, num tom de voz soluçoso e então a ligação cai.
A situação para Peter não estava nada bem também, além dos olhos, Emma apresentou presas descomunais, assustando o colega. Ela ia na direção dele lentamente, com um olhar inexplicável que paralisou Peter por alguns momentos, que quando retomou sua consciência não pensou duas vezes em fugir para o corredor, fechando a porta da sala. O jovem cai no chão devido a pressa e ao nervosismo, suando frio ele percebe estar aos pés de Cliff, que o encara com um sorriso debochado.
— Minha galera e eu estaremos na sua festa hoje, fracassado. - diz o homem se retirando dando algumas risadas do garoto no chão.
Peter com uma feição que misturava diversas sensações como surpresa, medo, confusão, murmura ofegante:
— O que está havendo com todos?
Peter não ouvia nada, apenas um contínuo zunido. A última coisa que viu antes de apagar novamente, foi Grant vindo lhe ajudar, pronunciando algumas palavras cujas não foram entendidas pelo rapaz que desmaiou.
Sem noção alguma de onde ou quando estava, o jovem abre seus olhos azuis deparando-se com uma forte luz branca de hospital. Estava aparentemente sozinho, não conseguia ver se tinha mais alguém no quarto devido a seu espaço cercado por cortinas. Notou também as roupas de paciente que usava, levantou-se sem dificuldade da cama hospitalar e puxou para o lado uma das cortinas, procurando alguém que lhe desse alguma informação. Para sua surpresa, não havia ninguém no lugar. Dirigiu se até a porta do quarto e viu Leah na porta do quarto da frente acompanhada de um homem que conversava com uma enfermeira. Diferente de Peter, a garota estava com suas roupas normais, e pode ouvir o que o homem próximo a ela conversava com a enfermeira.
— Agradeço a preocupação. Mas sinto que minha filha está mais segura comigo. - disse o homem para a funcionária do hospital.
Esclarecendo ser o pai da garota, ambos saíram dali se dirigindo ao elevador daquele andar do prédio. Leah notara a presença de Peter, mas pouco deu importância. Ao contrário da enfermeira, que quando viu o garoto em pé na porta andou rapidamente preocupada falando:
— O que pensa que está fazendo? Volte para sua cama agora mesmo! Acha que depois de dois dias em coma pode sair por aí andando como se nada tivesse acontecido?
— Dois dias…? - murmurou confuso Peter enquanto se dirigia novamente até a cama, levando alguns tapinhas nas costas de “vai” da enfermeira.
Ela começa a fazer as análises padrões, como colocar a lanterna no olho do paciente e verificar a dilatação e coisas do tipo. Enquanto fazia esse processo, continuava falando:
— Tenho que fazer a ligação para seu pai, ele pediu para que contatássemos ele assim que você acordasse.
— Meu pai esteve aqui? - perguntou bastante surpreso Peter.
Os pais do garoto eram empresários, passavam mais tempo fazendo viagens de negócios do que com o filho.
— Claro que sim, junto de seu irmão ainda. - respondeu a enfermeira.
Peter ficou com uma expressão confusa para a mulher, pois o mesmo não tinha irmão fazendo a mesma continuar a falar:
— Você é filho do xerife Stilinski, certo?
Após a pergunta dela, tudo ficou claro. Sheriff Stilinski é pai de Grant e Chloe, conhece Peter desde quando o jovem era um moleque devido a amizade com seu filho, pode-se dizer que a enfermeira não mentiu quando disse que o pai e irmão de Peter estava-o lá, já que os dois são mais presentes do que a família de verdade na vida o garoto.
Enquanto Peter estava no hospital, todos já haviam ganhado alta do hospital. Curiosamente, todos que haviam sobrevivido ao raio não ficaram com nenhum sintoma maligno, sendo liberados dos cuidados médicos assim que acordassem ou que fossem diagnosticados.
Do outro lado da cidade, Den estava em seu sujo e bagunçado quarto, deitado em sua cama olhando para cima. Refletindo sobre não só o acidente, como toda sua vida. Seus dois cachorros dormiam no chão ao lado da cama e seu gato em seus pés, era um momento de paz para o garoto.
Havia um profundo silencio no quarto do rapaz antissocial, porém tal paz foi quebrada quando o mesmo ouviu uma voz masculina, não muito grave, dizendo “está na hora”. Ele dá um pulo de sua cama, pisando nas fezes de seu periquito que o mesmo não limpa, estranhando a situação já que não havia mais ninguém no quarto além dele e de seus animais. O mesmo estava sozinho em casa, então não poderia ser um de seus pais. Começou a ficar preocupado achando que poderia ter alguém na casa, quando ouve novamente a mesma frase, “está na hora”, só que desta vez foi uma voz feminina que dissera. Ele começa a se aproximar lentamente até a porta do quarto e a tranca para prevenir qualquer situação indesejada. Ele encosta a orelha na parede tentando ouvir alguma movimentação do lado de fora, mas nada se manifesta. Mais uma vez ele ouve a frase, só que dessa vez por cerca de quatro pessoas: “está na hora de nos alimentar”. No mesmo instante que ele ouve tal frase, começa a duvidar de sua sanidade, enquanto vira-se lentamente para seus animais, que para sua surpresa estão dormindo. Den parecia ter tirado a ideia absurda de que seus animais falaram com ele, até notar que no seu aquário, seus quatro peixes estavam praticamente alinhados encarando o dono. Ao ver tal cena, a única ação que o rapaz pode fazer foi desmaiar.
A escola ficou paralisada quatro dias devido ao acidente, um luto em respeito aos alunos que morreram. Houve um funeral coletivo no terceiro dia, não teve nada demais, alguns até nem foram, preferiram ficar em casa processando tudo que aconteceu.
No quinto dia, foi o retorno as aulas. Grant chegava no estacionamento do lugar com seu velho Jeep azul, dando carona para Peter como de costume. Os dois começam a adentrar a escola e debater:
— É estranho voltar para cá. Sinto como se um raio fosse cair novamente e me deixar paraplégico. - disse Grant.
— Acho que o máximo que pode acontecer é você se tornar gago. - brincou Peter com uma pequena risada.
Peter chegou ao seu armário e começou retirar alguns livros, enquanto Grant seguiu caminho em direção do seu espaço de armazenamento que ficava mais adiante. O jovem dos olhos azuis separava seus materiais quando nota a presença de Jack ao seu lado lhe olhando.
— Hey, Peter… - fala o rapaz num tom de voz totalmente diferente do que costuma usar, num tom mais dócil e ameno.
— Hey… - responde Peter estranhando a maneira que o colega estava agindo.
— Como vai?
Essa pergunta foi a deixa para Peter notar que definitivamente havia algo errado com Jack, arqueou as sobrancelhas e um “bem” receoso, achava que era algum tipo de pegadinha ou coisa do tipo.
— Por acaso você se sentiu estranho após… Roce sabe… O raio? - perguntou Jack.
Ainda sem palavras, Peter apenas nega com a cabeça olhando para o rapaz travesso que sem explicação agia diferente, encarava-o com um olhar bastante surpreso.
— Entendo… Bem, até mais. - fala Jack dando as costas e seguindo para o final do corredor, deixando sozinho ali um Peter bastante confuso.
Enquanto isso, Grant caminhava pelos corredores para chegar até seu armário, quando algo repentino e estranho acontece. Quando o garoto está passando pela porta da sala do zelador, ele ouve uma grande batida na porta, como se alguém fosse jogado contra o objeto. O mesmo dá um pulo de susto quando ouve tal som bem ao seu lado e vê que lentamente a porta vai se abrindo. A pessoa que sai de dentro do lugar é Leah, olhando em sua volta e parecendo estranhar onde estava.
— Que diabos você estava fazendo aí dentro? - perguntou Stilinski com uma das mãos no coração, respirava rapidamente devido ao susto.
— E-eu não sei. Pra falar a verdade, nem sei como cheguei aqui. - responde a garota parecendo realmente não fazer ideia de como parou ali.
— Você está chapada? - pergunta Grant sendo respondido com uma cara de desprezo da garota que sai rapidamente do local. - Foi só uma pergunta…
O rapaz curioso com a situação deu uma olhada na sala do zelador para ver se havia algo ali que pudesse explicar o estranho momento de alguns minutos atrás, não encontrando nada além de chaves, rádio de pilha e coisas do tipo, ele se vira e novamente recebe outro susto ao dar de cara com o responsável pela sala, o zelador Pachola, lhe olhando com uma cara de quem gostaria de receber explicações. Grant fica sem palavras, olhando para a sala e para o homem tentando encontrar uma boa resposta.
Peter notou que alguns alunos como Chloe e Den não foram a aula naquele dia, e a situação com Jack há pouco tempo atrás lhe fez pensar que realmente o raio pôde ter causado algum efeito nos colegas e até mesmo nele, como uma deficiência mental ou coisa do tipo. Enquanto caminhava pensativo, nem notara a presença novamente de Jack vindo em sua direção, só que desta vez, ele aparentava estar normal, até o estilo de andar estava mais “desleixado”.
— Qual é, Richards? - cumprimentou enquanto bagunçava o cabelo de Peter, que olhou com desaprovação após a atitude infantil.
— Pelo visto voltou ao normal. - disse Peter.
— Do que tá falando? Enfim, eu soube que seus pais viajam muito e você tem a casa livre. E como estou com problemas familiares e preciso de um lugar pra dormir… BANG, vamos dar uma festa na sua casa e eu terei onde dormir!
— Espera aí, o que? Eu não vou dar uma fes… - ia dizendo Peter quando Alexia chega se metendo na conversa dos dois:
— Eu ouvi a palavra festa?
— É, nosso amigo 'Pete' vai dar uma festa e estamos todos convidados, não é? - respondeu Jack com um dos braços abraçando o colega de forma “camarada”.
— Sério, qual o problema de todos vocês hoje? - pergunta Peter se afastando de Jack.
— Fechado então, todos nós nos encontramos na casa do Peter depois da aula. Drogas por minha conta! - gritou Jack enquanto caminhava pelo corredor, zoando um ou outro nerd que aparecia em seu caminho.
— Mas eu… - Pete novamente é interrompido por Alexia, que toma a palavra.
— Não se preocupe, não espalharei… Para muitos.
A loira dá um sorriso malicioso e sai andando pelos corredores. Peter bate com a palma da mão na testa devido a situação que se meteu e volta a dirigir-se para a sala de aula. Chegando em seu destino, encontra apenas uma pessoa na sala, e essa pessoa era Emma. A jovem estava com os dois braços sobre uma das mesas, de costas para a porta, parecia suar e de certa forma sofrendo. O rapaz mal havia entrado na sala e parecia que ela já havia notado sua presença, virando lentamente para ele e mostrando um par de olhos azuis brilhantes que serviram para dar a confirmação para Peter de que realmente as coisas não estavam normais.
Grant recém havia saído do sermão do zelador Pachola, quando recebe uma ligação em seu celular. Lê o visor do aparelho notando ser sua irma que o ligara. Ele atende o celular e antes que pudesse dizer algo, ouviu a irma chorando dizendo a frase “Eu preciso da sua ajuda”, num tom de voz soluçoso e então a ligação cai.
A situação para Peter não estava nada bem também, além dos olhos, Emma apresentou presas descomunais, assustando o colega. Ela ia na direção dele lentamente, com um olhar inexplicável que paralisou Peter por alguns momentos, que quando retomou sua consciência não pensou duas vezes em fugir para o corredor, fechando a porta da sala. O jovem cai no chão devido a pressa e ao nervosismo, suando frio ele percebe estar aos pés de Cliff, que o encara com um sorriso debochado.
— Minha galera e eu estaremos na sua festa hoje, fracassado. - diz o homem se retirando dando algumas risadas do garoto no chão.
Peter com uma feição que misturava diversas sensações como surpresa, medo, confusão, murmura ofegante:
— O que está havendo com todos?
S01E03 - Party Day
Spoiler :
Grant corria pelos corredores da escola se dirigindo até a saída, tentava ligar para sua irmã mas a mesma não atendia o celular. Chegando no estacionamento, entrou em seu velho Jeep azul, e sem pensar duas vezes saiu da escola, o primeiro lugar que procuraria seria em casa, parecia ser o mais óbvio.
Tentou mais algumas vezes no caminho entrar em contato com Chloe, mas nada. Estacionou as pressas em frente de casa, cantando o pneu do veículo, o garoto corre para dentro de casa, deparando-se com a casa aparentemente vazia e silenciosa. Subiu as escadas para o segundo andar, que dava num pequeno corredor com três portas, sendo a última do quarto de sua irmã que estava com uma fresta aberta. Andou lentamente até a entrada do quarto, abrindo a porta devagar e para sua surpresa, dando de cara com Chloe, que estava sentada no chão do quarto, escorada a cama. O ambiente estava completamente bagunçado, a cama estava quebrada, o guarda roupa partido ao meio, parecia que um furacão havia passado ali. A jovem estava sem expressão.
— O que houve aqui? - perguntou Grant sentando ao lado da irmã.
— E-eu não sei. Eu senti algumas dores de cabeça e… Grant, você se sentiu estranho após o raio? - perguntou a garota, parecia estar bastante nervosa.
O rapaz negou com a cabeça, a garota olha para baixo e começa a refletir. Estava duvidando de sua sanidade e sabia que seu irmão poderia pensar o mesmo, deixou que o silêncio tomasse conta do quarto destruído.
— Olhe pelo lado bom, nós dois vamos ser mortos pelo papai. Eu por ter fugido da escola e você por ter destruído seu quarto. - consolou o irmão com uma breve risada.
Chloe retorna a risada e escora sua cabeça no ombro de Grant, murmurando “colocarei a culpa em você”.
Enquanto isso na escola, Peter estava caído no chão em frente a porta da sala que Emma havia o mostrado aqueles olhos azulados e as presas, ele encarava a porta como se a garota fosse abri-la e atacar o garoto. Seus pensamentos são interrompidos por uma voz máscula e com um sotaque sulista dizendo:
— Richards! Levante desse chão, seu verme.
Peter se levanta e percebe que é Jason Blake, o professor de esportes. Era considerado, pelas garotas principalmente, o melhor professor. Embora sempre estivesse caçoando dos alunos, era bastante carismático.
— O Professor Foster não apareceu na escola desde o acidente, então mexa esse seu corpo magrelo para o vestuário e se prepare. - falou se retirando dali.
Após Jason sair do corredor, Peter voltou seu olhar novamente para a sala onde Emma estava. Devagar, foi até a porta e a abriu, deparando-se com a sala vazia e uma das janelas abertas. Ele definitivamente não estava entendendo nada, mas de uma coisa ele tinha certeza, aquele raio não foi um acidente comum.
Dirigiu-se até o vestiário como ordenado pelo professor, o local estava vazio. A primeira coisa que fez foi lavar o rosto, a cabeça do rapaz estava totalmente confusa. Era uma bizarrice atrás da outra. O que Peter menos esperava, era o que estava por vir. Ouviu a voz de Jack que parecia xingar alguém, vinha da ala dos chuveiros. Foi até o lugar e a cena que vira foi Jack enforcando nada mais nada menos do que uma pessoa exatamente igual a ele. Era como se fosse um clone.
— SÉRIO, MAS QUE PORRA É ESSA? - surtou Peter.
Jack soltou o pescoço de sua duplicada e começa a falar:
— Richards, me ajuda a apagar esse cara! Ele me copiou na cara de pau!
A duplicada, com as mãos no pescoço que doía, tenta se explicar:
— Eu não te copiei, Jack…
Porém é interrompida por um soco do suposto “original”.
Peter leva as mãos a cabeça e começa a andar em círculos. Falando “isso não pode estar acontecendo, não pode estar acontecendo”. Os dois Jacks se entreolham e o número 1 volta a enforcar o dócil. Peter separa os dois e começa a encarar o que parecia ser a duplicata, embora ambos fossem exatamente iguais com exceção da personalidade.
— Jack… Ahn, clone. Você sabe que diabos está acontecendo?
— Eu só sei que depois do raio, o lado bom e oculto do coração do Jack pode ser libertado…
Peter se vira para o Jack original, perguntando:
— Você não notou quando ele… saiu de você?
— Até dez minutos atrás eu nem sabia da existência dele! É óbvio que não notei.
Ainda andando em círculos, Peter começa a raciocinar e ver as peças se encaixando. Aquele raio havia afetado a todos os sobreviventes, mas se isso aconteceu realmente, ele e Grant já deveriam ter despertado algo. Sua linha de raciocínio é interrompida quando ouve barulho de passos e conversas dos alunos que estavam indo para o vestiário. Peter olha rapidamente para os indivíduos iguais com um olhar assustado, pois aquilo poderia ser uma bomba se todos vessem.
— Que se foda, eu vou apagar ele. - falou Jack 1 dando uma cabeçada em sua duplicata.
Para sua surpresa, em vez de nocauteá-lo, o golpe fez com que os dois se juntassem, se tornando um indivíduo só. Jack começa a olhar para seu corpo e sorrir.
— Eu dei um fim desgraçado! - diz comemorando.
Os alunos acompanhados do professor Blake entram no vestiário, e a primeira coisa que o treinador diz é:
— Os dois maricas podem namorar depois da minha aula, agora VISTAM-SE LOGO. - fala aumentando o tom de voz, ordenando a todos que se arrumassem.
Após o término daquele exaustivo dia de aula, Peter arrumava suas coisas para ir para casa. Grant havia o mandando um torpedo avisando-lhe que teve um imprevisto e teve de ir para casa. Então o mesmo seguiu a pé. Enquanto caminhava, refletindo sobre tudo que aconteceu, pensava se também tivesse sofrido alguma mutação, ou seja lá o que aquele raio havia causado a seus amigos. Porém seus pensamentos são interrompidos por Jack que chega correndo ao seu lado. O rapaz parecia estar tranquilo com o que aconteceu, não apresentava nenhuma preocupação. Peter não entendia aquilo.
— A festa vai ser foda. Vamos fazer sua casa pular! - falava rindo, tirando um cigarro do bolso e o acendendo.
— Como você pode estar tão tranquilo? Você pode dormir lá em casa, mas esqueça, não haverá festa. - fala Peter num tom sério.
— Eu acabei com aquele esquisitão igual a mim. Isso é um bom motivo para comemorarmos. Além do mais, a escola toda já sabe da festa, tarde demais para cancelar. Você precisa relaxar, Richards, vamos arrumar uma boceta pra você nessa festa. - fala Jack dando um soquinho no braço de Peter, que apenas revira os olhos.
Para a infelicidade de Peter, a festa realmente aconteceu. Por volta das nove horas da noite começou a chegar jovens em sua casa, trazendo bebidas e drogas. Ligaram o som da casa e começaram a festejar. O dono da casa volte e meia tinha que ficar chamando a atenção de jovens que quase quebravam móveis dançando ou se pegando pelos cantos da casa.
Alguns minutos após o início da festa, Cliff chegou acompanhado de dois amigos, ambos do mesmo estilo que ele. Começaram a entrar na casa fumando cigarros baratos, olhando para os lados procurando “diversão”. Notaram que a atração principal era Jack, virando uma garrafa inteira de vodca no centro de uma roda de jovens gritando “vira, vira, vira”.
O caipira sente uma leve dor na cabeça, que o faz colocar a mão na testa. De repente ele começa a ouvir as vozes do pessoal da festa de forma alta, fazendo com que sua cabeça doesse mais ainda. Ele sai do local e vai para a rua tomar um ar, mas as vozes continuavam, como se todos tivessem gritando em seu ouvido. Olhou a sua volta e notara que estava ouvindo a voz até mesmo de pessoas que não estavam falando.
Ouviu de alguém a frase “parece que o repetente tá tendo uma overdose”. Não conseguia distinguir quem havia “dito”, eram muitas vozes, altas, causando uma dor contínua e terrível. Que fazia Cliff suar e ofegar bastante, agora com as duas mãos na cabeça. Chegou a um ponto que, sem perceber, berrou:
— CALEM AS MALDITAS BOCAS!
A meia dúzia de jovens que havia na parte de fora da casa de Peter fica encarando o redneck, todos com olhares de estranheza. “Ele está chapado.”, “alguém usou uma da boa” e frases do tipo foram ouvidas por Cliff, que irritado e farto daquilo, saiu andando pela rua. Logo depois, todos voltaram a festejar normalmente, a maioria estava bêbada ou chapada.
Peter saiu da casa, se sentando na calçada. Tentava espairecer, mas toda aquela situação, desde o raio até ver os dois Jacks, tudo era muito difícil de digerir. Escutou alguns passos se aproximando, o fazendo virar para o lado e dar de cara com Emma, que se sentou ao seu lado. Peter um pouco assustado pergunta:
— Como você sabia onde eu mor… Ah, Jack.
— Você contou para alguém sobre hoje cedo? - perguntou Emma.
— Mesmo que eu contasse, ninguém acreditaria. - respondeu Peter dando um sorriso de canto e voltando a ficar sério.
— Obrigada. - agradeceu a garota, surpreendendo o colega um pouco.
— Você não foi a única afetada pelo raio… Eu acho que todos nós f…
Peter ia dizendo quando vê Grant e Chloe chegando na festa, ele para instantaneamente e se levanta, puxando o melhor amigo pelo braço.
— Preciso falar com você!
— Ok, ok, vai com calma. Oh, oi, Emma. - disse Grant.
Depois que os dois se afastaram das garotas, Grant começou a falar antes de Peter:
— Cara, eu sei que vai parecer loucura, mas eu acho que de alguma forma aquele raio que nos atingiu pode ter nos dado… habilidades especiais.
Peter ficou olhando com as sobrancelhas arqueadas para o amigo, respondendo:
- Eu ia dizer a mesma coisa, eu vi o Jack se duplicar, Cliff parecia estranho hoje na festa, assim como Emma na aula. Den e o professor Foster não apareceram.
— Minha irmã destruiu o quarto ao que parece com forças sobrenaturais, eu vi Leah surgir na sala do zelador do nada. Mas por que só a gente não adquirir superpoderes?
— Não chame disso. E nós não fomos os únicos, tem mais uma pes… - ia terminando a frase Peter, quando Alexia surgiu do nada no meio dos garotos.
— Olá, rapazes. - disse a patricinha com um sorriso malicioso.
Os dois se entreolham e começam a interrogar a garota com perguntas do tipo “você se sentiu estranha após o raio”, “notou mais alguém agindo de forma esquisita” e etc. A jovem dá risada dos dois e responde:
— A única coisa que posso dizer é que… Nesse exato momento eu me sinto ótima.
Após a resposta, ela dá uma piscada para Peter, que estranha a ação e volta o foco para o “problema”. Ele faz um sinal com a cabeça para os dois o seguirem. Então ele se dirige até Emma e fala:
— Precisamos falar com você e com a C… Cadê a Chloe?
Emma apenas aponta para a casa de Peter, fazendo com que o quarteto se dirigisse até lá. A festa ainda rolava freneticamente, casais se pegando em toda parte. Jovens utilizando drogas como maconha e pó, fora os que estavam bêbados. Os quatro começaram a procurar com Chloe, até que Alexia o visualizou, falando próximo do ouvido de Grant num tom um pouco alto de voz devido a música que estava atrapalhando qualquer tipo de fala:
— Gosto do jeito da sua irmã.
— O que você quer dizer? Que jeito? - pergunta Grant.
A loira apenas aponta com o queixo para um dos cantos da casa, onde está Jack e Chloe se beijando intensamente, enquanto o rapaz já tirava a blusa.
— Minha irmã. Jack. Eu. Mas. - gaguejava Grant após ver a cena. - Ah, qual é. - começa a lamentar, fazendo caras e bocas, tapando os olhos com a mão algumas vezes.
Num momento em que o casal para pra respirar, Jack nota a presença dos quatro ali perto e levanta uma nova garrafa de vodca para o alto dando alguns gritos, era impossível decifrar o que ele quis dizer com aquilo, provavelmente estava bêbado. Mas longe de desmaiar devido ao álcool.
Um jovem, que diferente de Jack, estava cambaleando pela festa esbarra em Peter e começa a se segurar no garoto para não cair.
— Me solta, cara! - grita Peter empurrando o bebum.
O que ninguém esperava, era que o empurrão de Peter afastasse o jovem aleatório cerca de dois metros de distância, fazendo o mesmo bater com as costas na parede e cair deitado no chão. Aquele empurrão com a bebida em excesso foi o suficiente para apagar o rapaz. Todos param o que estavam fazendo e começam a encarar Peter, confusos pela força do golpe do rapaz. Ele se vira para o trio que o acompanhava e eles também o olhavam com os olhos arregalados.
Tentou mais algumas vezes no caminho entrar em contato com Chloe, mas nada. Estacionou as pressas em frente de casa, cantando o pneu do veículo, o garoto corre para dentro de casa, deparando-se com a casa aparentemente vazia e silenciosa. Subiu as escadas para o segundo andar, que dava num pequeno corredor com três portas, sendo a última do quarto de sua irmã que estava com uma fresta aberta. Andou lentamente até a entrada do quarto, abrindo a porta devagar e para sua surpresa, dando de cara com Chloe, que estava sentada no chão do quarto, escorada a cama. O ambiente estava completamente bagunçado, a cama estava quebrada, o guarda roupa partido ao meio, parecia que um furacão havia passado ali. A jovem estava sem expressão.
— O que houve aqui? - perguntou Grant sentando ao lado da irmã.
— E-eu não sei. Eu senti algumas dores de cabeça e… Grant, você se sentiu estranho após o raio? - perguntou a garota, parecia estar bastante nervosa.
O rapaz negou com a cabeça, a garota olha para baixo e começa a refletir. Estava duvidando de sua sanidade e sabia que seu irmão poderia pensar o mesmo, deixou que o silêncio tomasse conta do quarto destruído.
— Olhe pelo lado bom, nós dois vamos ser mortos pelo papai. Eu por ter fugido da escola e você por ter destruído seu quarto. - consolou o irmão com uma breve risada.
Chloe retorna a risada e escora sua cabeça no ombro de Grant, murmurando “colocarei a culpa em você”.
Enquanto isso na escola, Peter estava caído no chão em frente a porta da sala que Emma havia o mostrado aqueles olhos azulados e as presas, ele encarava a porta como se a garota fosse abri-la e atacar o garoto. Seus pensamentos são interrompidos por uma voz máscula e com um sotaque sulista dizendo:
— Richards! Levante desse chão, seu verme.
Peter se levanta e percebe que é Jason Blake, o professor de esportes. Era considerado, pelas garotas principalmente, o melhor professor. Embora sempre estivesse caçoando dos alunos, era bastante carismático.
— O Professor Foster não apareceu na escola desde o acidente, então mexa esse seu corpo magrelo para o vestuário e se prepare. - falou se retirando dali.
Após Jason sair do corredor, Peter voltou seu olhar novamente para a sala onde Emma estava. Devagar, foi até a porta e a abriu, deparando-se com a sala vazia e uma das janelas abertas. Ele definitivamente não estava entendendo nada, mas de uma coisa ele tinha certeza, aquele raio não foi um acidente comum.
Dirigiu-se até o vestiário como ordenado pelo professor, o local estava vazio. A primeira coisa que fez foi lavar o rosto, a cabeça do rapaz estava totalmente confusa. Era uma bizarrice atrás da outra. O que Peter menos esperava, era o que estava por vir. Ouviu a voz de Jack que parecia xingar alguém, vinha da ala dos chuveiros. Foi até o lugar e a cena que vira foi Jack enforcando nada mais nada menos do que uma pessoa exatamente igual a ele. Era como se fosse um clone.
— SÉRIO, MAS QUE PORRA É ESSA? - surtou Peter.
Jack soltou o pescoço de sua duplicada e começa a falar:
— Richards, me ajuda a apagar esse cara! Ele me copiou na cara de pau!
A duplicada, com as mãos no pescoço que doía, tenta se explicar:
— Eu não te copiei, Jack…
Porém é interrompida por um soco do suposto “original”.
Peter leva as mãos a cabeça e começa a andar em círculos. Falando “isso não pode estar acontecendo, não pode estar acontecendo”. Os dois Jacks se entreolham e o número 1 volta a enforcar o dócil. Peter separa os dois e começa a encarar o que parecia ser a duplicata, embora ambos fossem exatamente iguais com exceção da personalidade.
— Jack… Ahn, clone. Você sabe que diabos está acontecendo?
— Eu só sei que depois do raio, o lado bom e oculto do coração do Jack pode ser libertado…
Peter se vira para o Jack original, perguntando:
— Você não notou quando ele… saiu de você?
— Até dez minutos atrás eu nem sabia da existência dele! É óbvio que não notei.
Ainda andando em círculos, Peter começa a raciocinar e ver as peças se encaixando. Aquele raio havia afetado a todos os sobreviventes, mas se isso aconteceu realmente, ele e Grant já deveriam ter despertado algo. Sua linha de raciocínio é interrompida quando ouve barulho de passos e conversas dos alunos que estavam indo para o vestiário. Peter olha rapidamente para os indivíduos iguais com um olhar assustado, pois aquilo poderia ser uma bomba se todos vessem.
— Que se foda, eu vou apagar ele. - falou Jack 1 dando uma cabeçada em sua duplicata.
Para sua surpresa, em vez de nocauteá-lo, o golpe fez com que os dois se juntassem, se tornando um indivíduo só. Jack começa a olhar para seu corpo e sorrir.
— Eu dei um fim desgraçado! - diz comemorando.
Os alunos acompanhados do professor Blake entram no vestiário, e a primeira coisa que o treinador diz é:
— Os dois maricas podem namorar depois da minha aula, agora VISTAM-SE LOGO. - fala aumentando o tom de voz, ordenando a todos que se arrumassem.
Após o término daquele exaustivo dia de aula, Peter arrumava suas coisas para ir para casa. Grant havia o mandando um torpedo avisando-lhe que teve um imprevisto e teve de ir para casa. Então o mesmo seguiu a pé. Enquanto caminhava, refletindo sobre tudo que aconteceu, pensava se também tivesse sofrido alguma mutação, ou seja lá o que aquele raio havia causado a seus amigos. Porém seus pensamentos são interrompidos por Jack que chega correndo ao seu lado. O rapaz parecia estar tranquilo com o que aconteceu, não apresentava nenhuma preocupação. Peter não entendia aquilo.
— A festa vai ser foda. Vamos fazer sua casa pular! - falava rindo, tirando um cigarro do bolso e o acendendo.
— Como você pode estar tão tranquilo? Você pode dormir lá em casa, mas esqueça, não haverá festa. - fala Peter num tom sério.
— Eu acabei com aquele esquisitão igual a mim. Isso é um bom motivo para comemorarmos. Além do mais, a escola toda já sabe da festa, tarde demais para cancelar. Você precisa relaxar, Richards, vamos arrumar uma boceta pra você nessa festa. - fala Jack dando um soquinho no braço de Peter, que apenas revira os olhos.
Para a infelicidade de Peter, a festa realmente aconteceu. Por volta das nove horas da noite começou a chegar jovens em sua casa, trazendo bebidas e drogas. Ligaram o som da casa e começaram a festejar. O dono da casa volte e meia tinha que ficar chamando a atenção de jovens que quase quebravam móveis dançando ou se pegando pelos cantos da casa.
Alguns minutos após o início da festa, Cliff chegou acompanhado de dois amigos, ambos do mesmo estilo que ele. Começaram a entrar na casa fumando cigarros baratos, olhando para os lados procurando “diversão”. Notaram que a atração principal era Jack, virando uma garrafa inteira de vodca no centro de uma roda de jovens gritando “vira, vira, vira”.
O caipira sente uma leve dor na cabeça, que o faz colocar a mão na testa. De repente ele começa a ouvir as vozes do pessoal da festa de forma alta, fazendo com que sua cabeça doesse mais ainda. Ele sai do local e vai para a rua tomar um ar, mas as vozes continuavam, como se todos tivessem gritando em seu ouvido. Olhou a sua volta e notara que estava ouvindo a voz até mesmo de pessoas que não estavam falando.
Ouviu de alguém a frase “parece que o repetente tá tendo uma overdose”. Não conseguia distinguir quem havia “dito”, eram muitas vozes, altas, causando uma dor contínua e terrível. Que fazia Cliff suar e ofegar bastante, agora com as duas mãos na cabeça. Chegou a um ponto que, sem perceber, berrou:
— CALEM AS MALDITAS BOCAS!
A meia dúzia de jovens que havia na parte de fora da casa de Peter fica encarando o redneck, todos com olhares de estranheza. “Ele está chapado.”, “alguém usou uma da boa” e frases do tipo foram ouvidas por Cliff, que irritado e farto daquilo, saiu andando pela rua. Logo depois, todos voltaram a festejar normalmente, a maioria estava bêbada ou chapada.
Peter saiu da casa, se sentando na calçada. Tentava espairecer, mas toda aquela situação, desde o raio até ver os dois Jacks, tudo era muito difícil de digerir. Escutou alguns passos se aproximando, o fazendo virar para o lado e dar de cara com Emma, que se sentou ao seu lado. Peter um pouco assustado pergunta:
— Como você sabia onde eu mor… Ah, Jack.
— Você contou para alguém sobre hoje cedo? - perguntou Emma.
— Mesmo que eu contasse, ninguém acreditaria. - respondeu Peter dando um sorriso de canto e voltando a ficar sério.
— Obrigada. - agradeceu a garota, surpreendendo o colega um pouco.
— Você não foi a única afetada pelo raio… Eu acho que todos nós f…
Peter ia dizendo quando vê Grant e Chloe chegando na festa, ele para instantaneamente e se levanta, puxando o melhor amigo pelo braço.
— Preciso falar com você!
— Ok, ok, vai com calma. Oh, oi, Emma. - disse Grant.
Depois que os dois se afastaram das garotas, Grant começou a falar antes de Peter:
— Cara, eu sei que vai parecer loucura, mas eu acho que de alguma forma aquele raio que nos atingiu pode ter nos dado… habilidades especiais.
Peter ficou olhando com as sobrancelhas arqueadas para o amigo, respondendo:
- Eu ia dizer a mesma coisa, eu vi o Jack se duplicar, Cliff parecia estranho hoje na festa, assim como Emma na aula. Den e o professor Foster não apareceram.
— Minha irmã destruiu o quarto ao que parece com forças sobrenaturais, eu vi Leah surgir na sala do zelador do nada. Mas por que só a gente não adquirir superpoderes?
— Não chame disso. E nós não fomos os únicos, tem mais uma pes… - ia terminando a frase Peter, quando Alexia surgiu do nada no meio dos garotos.
— Olá, rapazes. - disse a patricinha com um sorriso malicioso.
Os dois se entreolham e começam a interrogar a garota com perguntas do tipo “você se sentiu estranha após o raio”, “notou mais alguém agindo de forma esquisita” e etc. A jovem dá risada dos dois e responde:
— A única coisa que posso dizer é que… Nesse exato momento eu me sinto ótima.
Após a resposta, ela dá uma piscada para Peter, que estranha a ação e volta o foco para o “problema”. Ele faz um sinal com a cabeça para os dois o seguirem. Então ele se dirige até Emma e fala:
— Precisamos falar com você e com a C… Cadê a Chloe?
Emma apenas aponta para a casa de Peter, fazendo com que o quarteto se dirigisse até lá. A festa ainda rolava freneticamente, casais se pegando em toda parte. Jovens utilizando drogas como maconha e pó, fora os que estavam bêbados. Os quatro começaram a procurar com Chloe, até que Alexia o visualizou, falando próximo do ouvido de Grant num tom um pouco alto de voz devido a música que estava atrapalhando qualquer tipo de fala:
— Gosto do jeito da sua irmã.
— O que você quer dizer? Que jeito? - pergunta Grant.
A loira apenas aponta com o queixo para um dos cantos da casa, onde está Jack e Chloe se beijando intensamente, enquanto o rapaz já tirava a blusa.
— Minha irmã. Jack. Eu. Mas. - gaguejava Grant após ver a cena. - Ah, qual é. - começa a lamentar, fazendo caras e bocas, tapando os olhos com a mão algumas vezes.
Num momento em que o casal para pra respirar, Jack nota a presença dos quatro ali perto e levanta uma nova garrafa de vodca para o alto dando alguns gritos, era impossível decifrar o que ele quis dizer com aquilo, provavelmente estava bêbado. Mas longe de desmaiar devido ao álcool.
Um jovem, que diferente de Jack, estava cambaleando pela festa esbarra em Peter e começa a se segurar no garoto para não cair.
— Me solta, cara! - grita Peter empurrando o bebum.
O que ninguém esperava, era que o empurrão de Peter afastasse o jovem aleatório cerca de dois metros de distância, fazendo o mesmo bater com as costas na parede e cair deitado no chão. Aquele empurrão com a bebida em excesso foi o suficiente para apagar o rapaz. Todos param o que estavam fazendo e começam a encarar Peter, confusos pela força do golpe do rapaz. Ele se vira para o trio que o acompanhava e eles também o olhavam com os olhos arregalados.
S01E04 - The Beast, the Beautiful and the Master
Spoiler :
Emma parou de prestar atenção em Peter quando uma leve, porém contínua, dor de cabeça lhe veio a tona. O centro das atenções agora era Peter, devido ao nocaute que havia dado no jovem bêbado, então nem fora notado que a garota havia saído as pressas da casa. Ela não morava muito longe dali, era algumas quadras, a mesma andava apressadamente, com uma estranha sensação de angústia. Sem nem perceber, ela estava correndo, numa velocidade um pouco acima do comum. Seus olhos azuis voltaram, brilhando intensamente, presas e garras cresciam enquanto a jovem corria. Ela parecia ter consciência do que estava fazendo, mas algo dentro dela fazia com que a mesma não parasse. Pelos começam a nascer por todo seu corpo, sua estrutura óssea parece começar a se quebrar e se reconstruir de outra forma, uma forma menor, uma forma quase canina. Todos esses efeitos resultaram numa metamorfose de Emma, que agora se tornou um coiote. Seu destino que era sua casa, mudou para a floresta da cidade. A garota-coiote sumiu entre as árvores e a névoa.
Enquanto isso na casa de Peter, os jovens começaram a ir embora após o ocorrido. A maioria saiu da casa encarando o anfitrião com olhares tortos. Os únicos que restaram na casa foram Peter, Grant e Jack e Chloe que estavam no quarto dos pais de Peter.
Os melhores amigos estavam sentados no sofá, olhando a casa toda suja e bagunçada. Havia garrafas espalhadas, bitucas e pontas de cigarro e maconha nos cantos. Algumas caixas de pizza vazias ou com sobras dentro. Peter não se importava com a bagunça, tudo que preenchia sua mente era que acabara de descobrir ter sido afetado pelo raio também.
— Você tem superforça, cara. - falou Grant, olhando para a bagunça.
Peter bufa, leva as mãos a cabeça, fecha os olhos por alguns instantes e começa a se perguntar como aquilo era possível, porque teve de acontecer com ele e seus amigos. Eram inúmeras perguntas mexendo com a cabeça do garoto.
— Posso dormir aqui hoje? Chloe destruiu o quarto dela com seja lá o poder dela. Não quero estar em casa quando meu pai ver. - continua falado Grant.
Seu melhor amigo apenas assente com a cabeça, indicando que o amigo poderia passar a noite lá.
Era cerca de quatro horas da manhã, Peter estava em sua cama olhando para o teto. Tomado pela insônia, o fato de que algo que parecia ser coisa de história em quadrinhos e filmes se tornar realidade era algo realmente difícil de digerir.
Grant estava numa cama no chão, também olhando para cima. Porém o rapaz não conseguia parar de falar, diferente dos outros, era o que mais parecia estar interessado em saber como aquilo estava acontecendo.
— Eu estava pensando… Você foi o último a acordar depois do raio e coincidentemente o último a descobrir as habilidades. Quero dizer, pelo menos parece que você foi o último…
— Do que você tá falando? Tem você, a Alexia…
— Eu não foi acertado por uma ponta solta do raio. Eu fui acertado por um ponta solta da ponta solta. Talvez tenha acontecido o mesmo com Alexia. - continuou falando Grant, interrompendo o amigo.
— Uma ponta solta duma… De que diabos você está falando? - perguntou Peter, confuso.
— Acompanhe meu raciocínio. Talvez e Alexia não fomos afetados pelo raio, pois fomos acertados por faíscas. Ou seja, talvez o que afetou vocês, não tenha afetado eu e ela. E então, vocês desenvolveram seus poderes conforme a ordem de recuperação.
— Eu realmente não sei da onde você tirou essa lógica e essa linha de raciocínio, mas…
Interrompendo a conversa dos dois, a porta do quarto se abre e surge Jack colocando a cabeça para dentro do quarto, perguntando:
— Posso dormir aqui, pessoal?
A expressão do rosto do rapaz e a tonalidade tranquila de voz entregava que se tratava da duplicada. Grant e Peter se entreolham, e então o filho do xerife o questiona:
— Por que?
— Porque a minha duplicata não para de repetir a frase “agarre minhas bolas” para sua irmã no meio do coito. - respondeu Jack.
Grant fica paralisado ao ouvir aquilo, olhando para Jack Dois, boquiaberto. Parecia estar em transe.
— Não esquenta, daqui alguns minutos ele retoma a consciência. Tem um saco de dormir e travesseiros no guarda-roupas. - falou Peter, virando se para o canto do quarto, fechando os olhos e tentando adormecer.
Algumas quadras de distância da casa de Peter, morava Leah, que jazia em sua cama com fones de ouvido e lendo um livro. Volte e meia olhava para a porta de seu quarto, pensara em ir até seu pai contar do que ocorreu após o raio. Porém a mesma não tinha certeza de que o que havia acontecido era mesmo real. Surpreende-se ao ver a porta se abrindo e seu pai surgir, dizendo:
— Você precisa de algo?
No momento em que ele havia aberto a porta, ela retirou os fones, escutou sua pergunta e o respondeu muda um “não” enquanto negativava com a cabeça. O homem assente com uma expressão cansada e se retira do local. A garota se perguntava o que o homem fazia acordado tal hora.
Prestes a voltar a sua leitura, escutou algumas reclamações vindo da rua, parecia ser alguém bastante irritado. Olhou pelos através do vidro de sua janela para a rua que estaria vazia se não fosse a presença de nada mais nada menos que Cliff, cambaleando pela rua enquanto soltava algumas palavras de raiva aleatórias, chutava objetos no chão e etc. Segurava uma garrafa de vodca quase vazia.
“O que ele está fazendo?” pensou a garota com as sobrancelhas arqueadas. No mesmo instante que ela pensou isso, Cliff olhou para os lados rapidamente, tentando encontrar alguém. Até que localiza ela e a encara com uma expressão bêbada e braba.
O redneck dá um berro e joga a garrafa em direção da garota, que se assusta com aquela atitude. Ela coloca os braços em frente ao rosto para se proteger, fechando os olhos. Um silêncio estranho toma conta do local, ela baixa os braços e começa a abrir os olhos, dando um breve e baixo grito de susto ao notar que estava na cozinha de sua casa, não mais no quarto. Leah corre novamente até o quarto, vendo seu vidro quebrado junto com a garrafa jogada por Cliff. Ela se deita na cama e começa a processar o que acabara de acontecer, que confirmou a forma de como ela chegou na sala do zelador no dia anterior. Por incrível que pareça, ela não estava tão abalada quanto os outros. Ela parecia até um pouco feliz com tal habilidade, aquilo fazia ela se sentir especial, era algo novo em sua tediosa e decepcionante rotina.
O amanhecer finalmente havia chegado, terminando com aquela noite agitada para os jovens sobreviventes. Den já estava acordado em sua casa, colocando leite na tigela de seu gato, que respondia para ele com “Um pouco mais, por favor”, fazendo o encher até quase transbordar.
Pegou sua mochila e se retirou do quarto, dirigindo-se até a rua para ir até a escola. Saindo de casa, enquanto caminha pela calçada, olhando para baixo. Esbarra em uma moça, que para sua surpresa é Emma. A garota estava com as mangas da blusa rasgadas, assim como as pernas da calça. Den, envergonhado, fez um sinal com as mãos tentando se desculpar. A colega não dá muita bola, apenas volta a caminhar. O rapaz tem uma estranha sensação e sem se dar conta pergunta:
— Você está com medo?
Essa pergunta fez com que Emma parasse de caminhar instantaneamente, virando-se para Den, encarando-lhe com um olhar surpreso.
— O que? - perguntou a garota um tanto quanto inquisidora.
Com um pouco de dificuldade para dialogar, o rapaz responde gaguejando:
— E-eu não sei, apenas… Senti isso.
Após dizer isso, Den deu as costas e começou a caminhar até o ponto de ônibus. Deixando Emma se perguntando como ele sabia que ela estava com medo, ela não se lembrava de nada do que fez pela noite, apenas de momentos antes de se transformar completamente no coiote. Mas sabia que algo bom aquilo não era. Deixou para lá Den e andou no caminho contrário o qual seguia antes.
Na casa de Peter, Grant e Chloe estavam sentados no sofá. A garota ria da expressão emburrada do irmão que não estava nada feliz com o fato da mesma ter relações com Jack.
— Eu não acredito que você fez isso… - resmungou o rapaz inconformado.
— Qual é, Grant! Um raio acerta todos nós, dando para a gente superpoderes e você se preocupa com isso? - fala Chloe caçoando do irmão.
— Com o Jack O'Hara? Sério? Eu não consigo acreditar… - continuava resmungando. - Além do mais, você não devia estar preocupada também, garota-tremores?
— A única coisa que sinto nesse momento é a ressaca. E eu acho que aquilo que eu fiz com meu quarto… Eu não sei explicar, mas sinto como se não fosse acontecer de novo.
Grant apenas negativa com a cabeça e bufa, não conseguia aceitar o que aconteceu essa madrugada. Já no quarto de Peter, o clima era mais intenso. Jack havia acordado e se deparado com a duplicata novamente, Peter e Jack Dois tentavam explicar, mas estava difícil convencê-lo.
— Não tem a menor chance de ter dois de mim. Estão me entendendo? Eu sou único! - gritava Jack Um andando de um lado para o outro.
— Jack, eu não tenho problemas nenhum em conviver com você. Afinal, somos a mesma pessoa, podemos ser amigos! - disse Jack Dois.
O original ao ouvir aquilo parou de caminhar de um lado para o outro e ficou encarando ele por alguns segundos.
— Eu vou te matar pra caralho! - gritou Jack Um indo para cima de seu clone.
O dono da casa teve que se intrometer, afastando o colega para que ele não agredisse novamente “ele mesmo”. Peter colocou uma das mãos na testa de Jack, que não conseguia avançar para cima da contraparte, dava alguns socos no ar e tentava tirar a mão de Peter de sua testa mas a força do rapaz o incapacitava.
Quando Jack começou a ceder, Peter o soltou e começou a explicar:
— Não há nada que possamos fazer, Jack. Aquele raio duplicou você e não há como desaparecer com ele. Afinal, ele é você. O máximo que podemos fazer é unir vocês dois novamente, assim você não terá uma “cópia”, como você mesmo diz.
— Se não der certo, vamos usar o plano B: matar ele. Como nos unimos, Richards? - pergunta Jack Um.
— Eu sei lá. Igual da última vez? - responde Peter.
A duplicata dócil olha para os dois com os olhos arregalados e começa a falar:
— Há uma outra maneira de fazer isso, calma aí, uma que não me machuque. Não precisa me dar uma tes… - ia dizendo Jack Dois até ser interrompido por uma forte testada de sua contraparte.
Ambos se mesclam novamente, formando apenas o Jack original, que checa a si mesmo e começa a sorrir.
Grant e Chloe vão para sua casa, os mesmos queriam chegar antes de seu pai que estava de plantão noturno na delegacia. O garoto provavelmente entraria mais tarde na escola e Chloe nem iria. Já Jack e Peter seguem até o colégio.
Assim que os dois chegaram na escola, não demorou muito para Jack se separar de Peter e ir zoar alguém ou cantar alguma garota. O rapaz de olhos azuis seguiu até seu armário, deixando alguns livros nele. Quando ele fecha a porta do seu compartimento, ouve uma voz familiar porém ecoada chamar pelo seu nome. Era uma voz masculina e adulta. O garoto olha para os dois lados, tentando encontrar quem o chamava, porém tudo que via era alguns alunos aleatórios caminhando, conversando e mexendo em seus armários. Ouvira novamente a voz pronunciando seu nome, dessa vez conseguindo localizar que vinha do final do corredor.
Peter caminha tentando seguir a voz para encontrar quem o chamava, a voz ficava cada vez mais alta e mais fácil de se localizar. Chegando no final de um dos vastos corredores da escola, ele finalmente encontra o local de onde vem tal som. A voz vinha do laboratório de ciências, onde os alunos foram atingidos pelo raio. A porta possuía as tradicionais faixas pretas e amarelas informando que o local estava restrito. Peter ignorou o aviso, arrancando as faixas e abrindo lentamente a porta. Ele adentra o local e leva um susto ao se deparar com o professor Foster no centro da sala.
O laboratório estava sendo reconstruídos, havia algumas caixas com objetos e aparelhos novos, porém ainda havia marcas de fuligem nas paredes e chão. O professor, vestindo como de costume um belo terno, dessa vez cinza, encara o aluno com uma expressão vazia.
— Eu não sabia que havia voltado, senhor Foster. - diz um pouco sem jeito Peter.
— Feche a porta, por favor. - diz num tom seco o mentor.
O garoto arqueia uma das sobrancelhas, estranhando o comportamento do professor, porém obedece. O homem continua a encará-lo sem expressão, deixando um clima constrangedor no local. Peter rodeia os olhos pela sala e tenta puxar assunto:
— Então… Tudo bem? Quero dizer, após o incident…
Eldrin começa a se aproximar lentamente de seu aluno, fazendo-o parar de falar. Assustado com o que estava acontecendo, Richards tenta desconversar e sair dali.
— E-eu lembrei que estou atrasado para a aula de ginástica, então acho melhor eu ir. - falou Peter prestes a se virar para abrir a porta.
Impedindo que o garoto saísse, o homem pega Peter pelo pescoço com apenas uma das mãos e o gruda contra a parede. Ele levanta um pouco o aluno, deixando-o a alguns centímetros de distância do chão.
— Professor… Sou eu… Peter Richards… - falava Peter com dificuldade.
O ensinador nem dera ouvidos as palavras do jovem, continuou a enforcá-lo, cada vez apertando mais forte. Sua força era aparentemente maior que a de Peter, fazendo o rapaz lacrimejar e tentar soltar algumas palavras, porém nenhum som saía de sua boca. O garoto começa a ficar vermelho, suas pernas não paravam de balançar, enquanto suas mãos tentavam libertar seu pescoço da mão do professor que o estrangulava firmemente. Seus movimentos começaram a diminuir, sua força estava quase acabando. Seu oxigênio estava indo embora, e consequentemente, sua vida.
Enquanto isso na casa de Peter, os jovens começaram a ir embora após o ocorrido. A maioria saiu da casa encarando o anfitrião com olhares tortos. Os únicos que restaram na casa foram Peter, Grant e Jack e Chloe que estavam no quarto dos pais de Peter.
Os melhores amigos estavam sentados no sofá, olhando a casa toda suja e bagunçada. Havia garrafas espalhadas, bitucas e pontas de cigarro e maconha nos cantos. Algumas caixas de pizza vazias ou com sobras dentro. Peter não se importava com a bagunça, tudo que preenchia sua mente era que acabara de descobrir ter sido afetado pelo raio também.
— Você tem superforça, cara. - falou Grant, olhando para a bagunça.
Peter bufa, leva as mãos a cabeça, fecha os olhos por alguns instantes e começa a se perguntar como aquilo era possível, porque teve de acontecer com ele e seus amigos. Eram inúmeras perguntas mexendo com a cabeça do garoto.
— Posso dormir aqui hoje? Chloe destruiu o quarto dela com seja lá o poder dela. Não quero estar em casa quando meu pai ver. - continua falado Grant.
Seu melhor amigo apenas assente com a cabeça, indicando que o amigo poderia passar a noite lá.
Era cerca de quatro horas da manhã, Peter estava em sua cama olhando para o teto. Tomado pela insônia, o fato de que algo que parecia ser coisa de história em quadrinhos e filmes se tornar realidade era algo realmente difícil de digerir.
Grant estava numa cama no chão, também olhando para cima. Porém o rapaz não conseguia parar de falar, diferente dos outros, era o que mais parecia estar interessado em saber como aquilo estava acontecendo.
— Eu estava pensando… Você foi o último a acordar depois do raio e coincidentemente o último a descobrir as habilidades. Quero dizer, pelo menos parece que você foi o último…
— Do que você tá falando? Tem você, a Alexia…
— Eu não foi acertado por uma ponta solta do raio. Eu fui acertado por um ponta solta da ponta solta. Talvez tenha acontecido o mesmo com Alexia. - continuou falando Grant, interrompendo o amigo.
— Uma ponta solta duma… De que diabos você está falando? - perguntou Peter, confuso.
— Acompanhe meu raciocínio. Talvez e Alexia não fomos afetados pelo raio, pois fomos acertados por faíscas. Ou seja, talvez o que afetou vocês, não tenha afetado eu e ela. E então, vocês desenvolveram seus poderes conforme a ordem de recuperação.
— Eu realmente não sei da onde você tirou essa lógica e essa linha de raciocínio, mas…
Interrompendo a conversa dos dois, a porta do quarto se abre e surge Jack colocando a cabeça para dentro do quarto, perguntando:
— Posso dormir aqui, pessoal?
A expressão do rosto do rapaz e a tonalidade tranquila de voz entregava que se tratava da duplicada. Grant e Peter se entreolham, e então o filho do xerife o questiona:
— Por que?
— Porque a minha duplicata não para de repetir a frase “agarre minhas bolas” para sua irmã no meio do coito. - respondeu Jack.
Grant fica paralisado ao ouvir aquilo, olhando para Jack Dois, boquiaberto. Parecia estar em transe.
— Não esquenta, daqui alguns minutos ele retoma a consciência. Tem um saco de dormir e travesseiros no guarda-roupas. - falou Peter, virando se para o canto do quarto, fechando os olhos e tentando adormecer.
Algumas quadras de distância da casa de Peter, morava Leah, que jazia em sua cama com fones de ouvido e lendo um livro. Volte e meia olhava para a porta de seu quarto, pensara em ir até seu pai contar do que ocorreu após o raio. Porém a mesma não tinha certeza de que o que havia acontecido era mesmo real. Surpreende-se ao ver a porta se abrindo e seu pai surgir, dizendo:
— Você precisa de algo?
No momento em que ele havia aberto a porta, ela retirou os fones, escutou sua pergunta e o respondeu muda um “não” enquanto negativava com a cabeça. O homem assente com uma expressão cansada e se retira do local. A garota se perguntava o que o homem fazia acordado tal hora.
Prestes a voltar a sua leitura, escutou algumas reclamações vindo da rua, parecia ser alguém bastante irritado. Olhou pelos através do vidro de sua janela para a rua que estaria vazia se não fosse a presença de nada mais nada menos que Cliff, cambaleando pela rua enquanto soltava algumas palavras de raiva aleatórias, chutava objetos no chão e etc. Segurava uma garrafa de vodca quase vazia.
“O que ele está fazendo?” pensou a garota com as sobrancelhas arqueadas. No mesmo instante que ela pensou isso, Cliff olhou para os lados rapidamente, tentando encontrar alguém. Até que localiza ela e a encara com uma expressão bêbada e braba.
O redneck dá um berro e joga a garrafa em direção da garota, que se assusta com aquela atitude. Ela coloca os braços em frente ao rosto para se proteger, fechando os olhos. Um silêncio estranho toma conta do local, ela baixa os braços e começa a abrir os olhos, dando um breve e baixo grito de susto ao notar que estava na cozinha de sua casa, não mais no quarto. Leah corre novamente até o quarto, vendo seu vidro quebrado junto com a garrafa jogada por Cliff. Ela se deita na cama e começa a processar o que acabara de acontecer, que confirmou a forma de como ela chegou na sala do zelador no dia anterior. Por incrível que pareça, ela não estava tão abalada quanto os outros. Ela parecia até um pouco feliz com tal habilidade, aquilo fazia ela se sentir especial, era algo novo em sua tediosa e decepcionante rotina.
O amanhecer finalmente havia chegado, terminando com aquela noite agitada para os jovens sobreviventes. Den já estava acordado em sua casa, colocando leite na tigela de seu gato, que respondia para ele com “Um pouco mais, por favor”, fazendo o encher até quase transbordar.
Pegou sua mochila e se retirou do quarto, dirigindo-se até a rua para ir até a escola. Saindo de casa, enquanto caminha pela calçada, olhando para baixo. Esbarra em uma moça, que para sua surpresa é Emma. A garota estava com as mangas da blusa rasgadas, assim como as pernas da calça. Den, envergonhado, fez um sinal com as mãos tentando se desculpar. A colega não dá muita bola, apenas volta a caminhar. O rapaz tem uma estranha sensação e sem se dar conta pergunta:
— Você está com medo?
Essa pergunta fez com que Emma parasse de caminhar instantaneamente, virando-se para Den, encarando-lhe com um olhar surpreso.
— O que? - perguntou a garota um tanto quanto inquisidora.
Com um pouco de dificuldade para dialogar, o rapaz responde gaguejando:
— E-eu não sei, apenas… Senti isso.
Após dizer isso, Den deu as costas e começou a caminhar até o ponto de ônibus. Deixando Emma se perguntando como ele sabia que ela estava com medo, ela não se lembrava de nada do que fez pela noite, apenas de momentos antes de se transformar completamente no coiote. Mas sabia que algo bom aquilo não era. Deixou para lá Den e andou no caminho contrário o qual seguia antes.
Na casa de Peter, Grant e Chloe estavam sentados no sofá. A garota ria da expressão emburrada do irmão que não estava nada feliz com o fato da mesma ter relações com Jack.
— Eu não acredito que você fez isso… - resmungou o rapaz inconformado.
— Qual é, Grant! Um raio acerta todos nós, dando para a gente superpoderes e você se preocupa com isso? - fala Chloe caçoando do irmão.
— Com o Jack O'Hara? Sério? Eu não consigo acreditar… - continuava resmungando. - Além do mais, você não devia estar preocupada também, garota-tremores?
— A única coisa que sinto nesse momento é a ressaca. E eu acho que aquilo que eu fiz com meu quarto… Eu não sei explicar, mas sinto como se não fosse acontecer de novo.
Grant apenas negativa com a cabeça e bufa, não conseguia aceitar o que aconteceu essa madrugada. Já no quarto de Peter, o clima era mais intenso. Jack havia acordado e se deparado com a duplicata novamente, Peter e Jack Dois tentavam explicar, mas estava difícil convencê-lo.
— Não tem a menor chance de ter dois de mim. Estão me entendendo? Eu sou único! - gritava Jack Um andando de um lado para o outro.
— Jack, eu não tenho problemas nenhum em conviver com você. Afinal, somos a mesma pessoa, podemos ser amigos! - disse Jack Dois.
O original ao ouvir aquilo parou de caminhar de um lado para o outro e ficou encarando ele por alguns segundos.
— Eu vou te matar pra caralho! - gritou Jack Um indo para cima de seu clone.
O dono da casa teve que se intrometer, afastando o colega para que ele não agredisse novamente “ele mesmo”. Peter colocou uma das mãos na testa de Jack, que não conseguia avançar para cima da contraparte, dava alguns socos no ar e tentava tirar a mão de Peter de sua testa mas a força do rapaz o incapacitava.
Quando Jack começou a ceder, Peter o soltou e começou a explicar:
— Não há nada que possamos fazer, Jack. Aquele raio duplicou você e não há como desaparecer com ele. Afinal, ele é você. O máximo que podemos fazer é unir vocês dois novamente, assim você não terá uma “cópia”, como você mesmo diz.
— Se não der certo, vamos usar o plano B: matar ele. Como nos unimos, Richards? - pergunta Jack Um.
— Eu sei lá. Igual da última vez? - responde Peter.
A duplicata dócil olha para os dois com os olhos arregalados e começa a falar:
— Há uma outra maneira de fazer isso, calma aí, uma que não me machuque. Não precisa me dar uma tes… - ia dizendo Jack Dois até ser interrompido por uma forte testada de sua contraparte.
Ambos se mesclam novamente, formando apenas o Jack original, que checa a si mesmo e começa a sorrir.
Grant e Chloe vão para sua casa, os mesmos queriam chegar antes de seu pai que estava de plantão noturno na delegacia. O garoto provavelmente entraria mais tarde na escola e Chloe nem iria. Já Jack e Peter seguem até o colégio.
Assim que os dois chegaram na escola, não demorou muito para Jack se separar de Peter e ir zoar alguém ou cantar alguma garota. O rapaz de olhos azuis seguiu até seu armário, deixando alguns livros nele. Quando ele fecha a porta do seu compartimento, ouve uma voz familiar porém ecoada chamar pelo seu nome. Era uma voz masculina e adulta. O garoto olha para os dois lados, tentando encontrar quem o chamava, porém tudo que via era alguns alunos aleatórios caminhando, conversando e mexendo em seus armários. Ouvira novamente a voz pronunciando seu nome, dessa vez conseguindo localizar que vinha do final do corredor.
Peter caminha tentando seguir a voz para encontrar quem o chamava, a voz ficava cada vez mais alta e mais fácil de se localizar. Chegando no final de um dos vastos corredores da escola, ele finalmente encontra o local de onde vem tal som. A voz vinha do laboratório de ciências, onde os alunos foram atingidos pelo raio. A porta possuía as tradicionais faixas pretas e amarelas informando que o local estava restrito. Peter ignorou o aviso, arrancando as faixas e abrindo lentamente a porta. Ele adentra o local e leva um susto ao se deparar com o professor Foster no centro da sala.
O laboratório estava sendo reconstruídos, havia algumas caixas com objetos e aparelhos novos, porém ainda havia marcas de fuligem nas paredes e chão. O professor, vestindo como de costume um belo terno, dessa vez cinza, encara o aluno com uma expressão vazia.
— Eu não sabia que havia voltado, senhor Foster. - diz um pouco sem jeito Peter.
— Feche a porta, por favor. - diz num tom seco o mentor.
O garoto arqueia uma das sobrancelhas, estranhando o comportamento do professor, porém obedece. O homem continua a encará-lo sem expressão, deixando um clima constrangedor no local. Peter rodeia os olhos pela sala e tenta puxar assunto:
— Então… Tudo bem? Quero dizer, após o incident…
Eldrin começa a se aproximar lentamente de seu aluno, fazendo-o parar de falar. Assustado com o que estava acontecendo, Richards tenta desconversar e sair dali.
— E-eu lembrei que estou atrasado para a aula de ginástica, então acho melhor eu ir. - falou Peter prestes a se virar para abrir a porta.
Impedindo que o garoto saísse, o homem pega Peter pelo pescoço com apenas uma das mãos e o gruda contra a parede. Ele levanta um pouco o aluno, deixando-o a alguns centímetros de distância do chão.
— Professor… Sou eu… Peter Richards… - falava Peter com dificuldade.
O ensinador nem dera ouvidos as palavras do jovem, continuou a enforcá-lo, cada vez apertando mais forte. Sua força era aparentemente maior que a de Peter, fazendo o rapaz lacrimejar e tentar soltar algumas palavras, porém nenhum som saía de sua boca. O garoto começa a ficar vermelho, suas pernas não paravam de balançar, enquanto suas mãos tentavam libertar seu pescoço da mão do professor que o estrangulava firmemente. Seus movimentos começaram a diminuir, sua força estava quase acabando. Seu oxigênio estava indo embora, e consequentemente, sua vida.
Personagens:
NPC - Peter Richards
Dwight - Jack O'Hara
Luckwearer - Grant Stilinski
Babi - Chloe Stilinski
Gulielmus - Clifford "Cliff" Daggett
Mary - Emma Hale
Prime - Den Quincy
Josh - Leah Fleming
Juan - Alexia "Delphine" Hawthorne
Última edição por Chris em Dom Mar 06 2016, 00:19, editado 12 vez(es)