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A notícia que Josh estava morto se espalhou rápido pela vila Heisenbriel. Ninguém soube como ele realmente morreu. Foi encontrado morto na estrada com o pescoço cortado. Parecia ter sido um corte causado por uma foice, era o que diziam.

Gulielmus não se importava com a morte do homem que não conhecia, mas a possibilidade de existir um assassino na vila era algo que o amedrontava. Estava assistindo sua série favorita antes de dormir, chamada Night's Watch, quando ouviu um barulho vindo da sala de sua casa. Indo para o local, deparou-se com um ser encapuzado, que segurava uma foice. A criatura possuía uma caveira ao invés de rosto, o que tornou o habitante da vila mais assustado ainda.

— Quem é você? - Gulielmus perguntou enquanto se afastava do ser.
— Eu sou PuroOsso, um ceifador. Você é o próximo que eu vou levar - respondeu a caveira.

Gulielmus não conseguia entender muito bem o que acontecia, mas seu maior desejo naquele momento era correr o mais rápido que pudesse.


Spoiler :


Última edição por Josh em Qui Jan 28 2016, 21:06, editado 1 vez(es)

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E então ele o fez...

Se virou de costas e correu até a saída dos fundos, não ousando olhar para trás enquanto o encapuzado gingava sua foice. A arma, feita de uma grossa coluna vertebral, emanou um calor absurdo e abriu uma fenda por entre as paredes do corredor, atacando as colunas de sustentação do teto e o fazendo tremer, como se estivesse para ceder.

— NÃO! — Gulielmus apenas berrou, enfiando a mão por de baixo da camisa e apertando seu amuleto da sorte, enquanto atravessava a porta dos fundos e chegava até o quintal. Notou quando seu pequeno amuleto começou a brilhar em uma misteriosa luz escarlate. 

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Estou salvo! - Berrou Gulielmus! 

Ele acreditava que o seu amuleto o ajudaria novamente nessa situação, como aconteceu em outras ocasiões em que o jovem estava em perigo. Mas toda luz e brilho do seu precioso amuleto simplesmente despareceu, deixando o pobre rapaz a mercê do ceifador, que se aproximava com sua enorme foice apoiada sobre seu ombro.

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Mas diante de tanto desespero, Gulielmus não poderia simplesmente se entregar ao encapuzado, então se lembrara de algo ao deparar com pedaços de espelho quebrado que havia jogado no fundo de seu quintal depois de um pequeno acidente e que pensava dar um fim naquilo quando tivesse tempo. Sem pensar o porque de seu amuleto ter falhado com ele, correu até ao espelho despedaçado e disse o mais alto possível:

- Blood Mary! Blood Mary! Blood Mary!

O nome daquela que uma vez enganou a morte.

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No rosto de Gulielmus, os olhos começavam a saltar em pavor e uma gota de suor deslizava gentilmente pela testa. Procurou escapatória ao seu redor, mas tudo que via eram cercas e cercas: trepadeiras cresciam em algumas, noutras o lodo havia tomado conta e a árvore por atrás denunciava que o rapaz estava fodido.

Clamou por alguém quando viu os estilhaços de vidro ao chão. Mary, sua vizinha, apareceu do topo de uma das cercas de madeira e estendeu a mão para o desesperado, que não tardou em aceitar. Quando deu o primeiro empurrão contra a madeira, o ceifador carregou um golpe e o lançou no tornozelo do rapaz. Gulielmus subiu, ofegante, e entregou-se à grama.

─ Que merda! ─ exclamou a mulher. ─ A foice te feriu, e tudo que ela toca ou necrosa ou morre ─ o rapaz só sabia gemer de dor. ─ Não se preocupe, ele não sabe escalar, mas temos de correr.

Dali, foram para a beira de um calmo riacho ao lado da vila. O ceifador parecia ter os perdido de vista. Mary sacou o facão que trazia no cinto, colocou a lâmina um pouco antes do corte profundo e disse:
─ Temos duas opções, isso ou você morre ─ a ferida começava a enegrecer-se por dentro.

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A ferida começava a necrosar, adquirindo um aspecto mofado e um cheiro tão terrível que fez Mary preferir a morte, mas vendo o sofrimento do homem, mudou de ideia. Rasgou um pedaço de pano e amordaçou o pobre rapaz, e então, com toda a força que conseguiu reunir, deu um único golpe fatal no tornozelo dele. Sangue jorrou e ele se debatia em agonia, enquanto a morte espreitava-os, procurando uma brecha na cerca.

Lançou um olhar, não tão profundo como aqueles que costumava dar enquanto estava no espelho, mas pareceu deixar a morte atordoada por alguns segundos. A testa de Gulielmus estava franzida e algo brilhava debaixo de sua camiseta. Bloodmary o pegou, o objeto emanava um tipo de calor mágico. Olhou para o homem, que pareceu a encojarar.

Então entendeu, só havia uma entidade que poderia ajudá-los.
- La...zarus - disse o homem, fraco. - Nós te invocamos. - Terminaram juntos a frase.

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A visão de Gulielmus enuviou-se, chacoalhou a cabeça buscando recuperar suas capacidades perceptivas e quando desembaçou sua visão deparou-se com um homem trajando um elegante terno negro. Seu rosto era comprido e duro, com um cabelo preto milimetricamente penteado, ─ um cajado negro repousava em sua mão.

─ Sou Lazarus, ressurreto dentre os mortos por Jesus Cristo nosso salvador e detentor da dádiva da vida eterna, aquele que exemplifica o poder do Messias sobre o último e mais irresistível inimigo da humanidade, a Morte. ─ as palavras eram cuspidas de sua boca com eloquência invejável ─ e aquele pelo qual o Ceifador buscará até o fim dos dias, sou o primeiro a enganar a Morte, e isso ela nunca poderá perdoar.

O homem aproximou-se de Gulielmus, assustando-o, ─ um largo sorriso excêntrico dançava em seus lábios. Tocou-lhe a cruz ansata, o símbolo egípcio da vida, que carregava sobre o peito e viu-a brilhar uma luz rubra. Seu corpo encheu-se de energia, fechou os olhos novamente e por um segundo esqueceu da dor estonteante que sentia, quando voltou a abri-los deparou-se com seu pé de volta aonde a carne morta havia se alastrado.

─ Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá ─ Lazarus levantou-se, removendo seu cajado de uma bainha e revelando uma lâmina em sua extremidade. ─ Você agora carrega o amuleto da vida, eu o salvei dessa vez, mas não estarei lá na próxima. ─ Falou, afastando-se para enfrentar o inimigo que conhecia desde a aurora dos tempos.

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PuroOsso não parecia temer o seu inimigo elegante. Gingava sua foice com agilidade, apenas aguardando o momento certo para acabar com o seu antigo conhecido. Nunca haviam lutado antes, mas confiava na sua arma e na vitória. Lazarus apenas o encarava indiferente, com a lâmina de seu cajado cintilando sempre que se movimentava naquela noite. A lua brilhava no céu como um holofote destacando o conflito entre os dois seres.

Gulielmus, ao ter seu pé curado, aliviou-se e logo foi levantado por Mary. Os dois decidiram assistir a luta, mas caso vessem que algo fosse dar errado, correriam pela floresta e tentariam despistar a Morte novamente. O rapaz não sabia que sua vizinha tinha poderes sobrenaturais, por isso se surpreendeu quando a viu atrapalhar a perseguição de PuroOsso com seus olhares penetrantes. Sentiu-se feliz por ela estar do seu lado, e mais ainda por ter finalmente invocado Lazarus.

— Lazarus, saia do meu caminho - disse PuroOsso, com sua voz maligna. Lazarus nada falou e apenas o encarava com o mesmo olhar.

Cansado de ser atrapalhado, a Morte utilizou sua foice para dar um golpe horizontal no pescoço do anjo e cortar sua cabeça de uma só vez, mas foi interrompido pela lâmina do cajado de Lazarus atrapalhando o caminho de sua arma. Com um movimento rápido e habilidoso, Lazarus conseguiu virar seu cajado afiado e retirar das mãos de PuroOsso a sua foice. Desarmado, o ser infernal se surpreendeu e afastou-se um pouco da luta, pensando no que fazer.

Sua maior surpresa foi ver o ser poderoso utilizar sua lâmina no seu próprio corpo, cortando seu coração.

— Anima mea in loco defuncti - disse ele, e logo após a foice e PuroOsso desapareceram como um flash de luz.

A dupla não havia entendido o que aconteceu. Gulielmus foi até Lazarus, que estava ajoelhado e sangrando, olhando para o chão, aceitando seu destino.

— Que porra aconteceu? - perguntou.
— Minha alma por ti sacrifiquei. A morte não irá caçar-lhe por agora, mas após três dias o engano passará e ela o perseguirá novamente. Vá para Frontville e estará a salvo, Gulielmus. E em hipótese alguma se aproxime de Nobody City - Lazarus despareceu em uma brilhante luz azul, não deixando nada além de sangue no local.

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De madrugada, poderia contar quantos carros passavam pela avenida. Caminhava como quem não tinha destino, cabisbaixo e pensativo; a chuva caía pesada sobre a cidade, e forçava-o a andar por debaixo das tendas dos bares. Parou quando interessou-se pela batida de uma jazz a tocar no bar ao lado e entrou, sentando-se frente à bancada.
─ Bourbon, por favor ─ pediu ao barman, que o serviu no mesmo instante.
O lugar estava cheio, fervia em risadas e conversas ao som da música, enquanto Frontville lá fora acabava-se em mansidão. De vez em quando, virava-se para dar uma longa espiada pelas mesas, embora focasse mais em seu copo. Um grupo de mulheres segredava qualquer coisa enquanto o enchiam de olhares, e Gulielmus retribuía com sorrisos de canto.
─ Outra ─ o barman serviu-lhe mais uma rodada.

Suspirou entediado, afinal, bar não era sua praia. Quando tivesse de afogar as mágoas bebendo, faria isso em casa, sozinho. O celular marcava quase duas horas e algumas mensagens eram notificadas, mas as ignorou, e abriu o Netflix para assistir sua série preferida: Night’s Watch.
Minutos passaram-se, muitos, até que alguém o cutucou no ombro. Gulielmus virou, e olhou o jovem rapaz, que disse, sem esperas:
─ Eu conheço você.
Gulielmus franziu o cenho, surpreso. Reconheceria aquele bandido em potencial a qualquer distância.
─ Gostaria de dizer o mesmo... foi mal, mas quem é você? ─ mentiu.
─ Me chamam de Mr Pussy ─ o rapaz pegou uma maleta do chão e a deitou sobre a bancada. Tinha um cabelo tigela e dentes que pareciam querer saltar da boca.
─ Hã... Pois não? ─ Gulielmus tirou os fones de ouvido, guardando-os junto do celular.
Mr Pussy o encarou curioso.
─ Sou novo na cidade e tô tentando ganhar a vida, sabe como é. Não estaria afim de fazer negócios? ─ o rapaz abriu a maleta, revelando um revólver dentro. Gulielmus olhou para o amuleto que pendia no pescoço, debaixo da camisa. Assim que despejou sua atenção na arma, notou que era um Smith & Wesson ponto quarenta e quatro, o mesmo que um dia foi seu.
─ Vamos conversar lá fora ─ deixou uma nota de vinte para o barman e os dois saíram do bar, e Mr Pussy sugeriu que a negociação fosse feita na Praça Central.

Estava deserta, as árvores sacudiam com o soprar violento da ventania e gotas caíam das folhas. O céu turbulento acima deles ficava mais escuro conforme o tempo passava e relâmpagos cuidavam da iluminação, em conjunto de postes com globos acesos que dispersavam-se por toda a praça ─ alguns apagavam e ligavam eternamente.
─ Tá quanto esse revólver? ─ agarrou o revólver, checando balas, tambor, cano, trava e tudo de necessário.
─ Tá quinhentos conto.
Gulielmus o encarou, desconfiado. Não deve ter mais de vinte anos e tá com isso, e ainda por cima sequer me reconhece.
─ Rapaz, cê não se lembra de mim, seu puto? Sou eu, Guliel, de Heisenbriel. E eu tô ligado que esse revólver é meu.
Mr Pussy espremeu o olhar para vê-lo melhor. A tempestade ensopava a roupa de ambos.
─ É, mas eu não vou devolver não ─ parecia não se importar. Jogava ali, naquela chuva, os anos de camaradagem. Todo dia, toda manhã, Mr Pussy passava pela porta da casa de Gulielmus, eram conhecidos e bons amigos. De vez em quando, mendigava algum trocado para o homem, que dava de bom coração. Dizia que era para o almoço na escola, mas a verdade fora descoberta não muito tempo depois e Gulielmus pagou o preço pela confiança: Mr Pussy era um projeto de traficante de armas, agindo dentro de seu colégio e fora. Filho da puta, fez a limpa na minha casa e quase levou o amuleto.
─ Não vai devolver não, é?
Um trovejar explodiu de qualquer lugar de Frontville e abafou o som do tiro por um instante.
─ Seu buceta.
Mr Pussy jazia jogado no chão, a cabeça não sangrava, mesmo com uma bala dentro dela. Foi até o corpo, pegou o coldre e o colocou em sua cintura, guardando o revólver.

O que Gulielmus não imaginava era que alguém assistia toda a cena. Apoiada em um dos postes apagados, a silhueta nas sombras sequer movia-se. Hmpf. Ignorou e pôs-se a caminhar, mas no décimo ou vigésimo passo, a figura revelou-se:
─ Só... Você atrai coisa ruim, interessante. Seria perfeito pra fazer algum dinheiro ─ era um rapaz, tão jovem quanto o que acabara de matar, mas parecia-lhe mais esperto. Trajava uma jaqueta de couro preta e ostentava um penteado chamativo ─ Meu nome é Dionísio ─ estendeu a mão.

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Guliemus olhava com desprezo para o homem que acabara de aparecer em sua frente, recusando seu aperto de mão.

- Ora, não vai me cumprimentar? - dizia o homem de semblante misterioso

Guliemus, que havia acabado de escapar da morte, estava horrorizado com a face do jovem com quem estava conversando e decidiu ignorá-lo...
... Enquanto saía da praça, Guli viu a moto do homem que tinha lhe abordado segundos antes, alí mesmo, ainda com a chave na ignição. Guliel decidiu tomá-la, facilitando sua jornada para Frontville. Ele só conseguia ouvir os gritos abafados de Dionisio enquanto ia se afastando... - VOW FUDER VOCÊ!!!!!!!! - gritava Dionisio

Enquanto seguia viagem até Frontville, foi parado por um gangue de motoqueiros no meio da estrada... Era a gangue de Tulla, uma famosa conhecida da população das redondezas.


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— Moço, sabia que é perigoso andar por essas redondezas sozinho? Essa cidade é perigosa essa hora da madrugada - abordou o homem que parecia ser o líder da gangue. Possuía um cabelo longo e castanho, e um corpo magro, talvez o mais fino dos motoqueiros.
— Eu vou seguir sozinho mesmo, valeu - respondeu Gulielmus, querendo que eles liberassem o caminho para que ele pudesse continuar sua jornada.
— Gostei desse seu amuleto - dissera o homem olhando para o objeto e levando sua mão até ele. Gulielmus puxou sua arma no mesmo momento, apontando para o líder. Os outros 5 membros também apontaram suas armas para Gulielmus. — Eu aconselharia você a abaixar esta sua arma se não quiser ter problemas.
— Vocês já são meus problemas - afirmou Gulielmus, ainda apontando seu revólver no líder.

Um dos membros da gangue observava a moto e percebeu algo de errado.

— Badass, essa moto é do Dionísio - disse o homem.
— Ah, do Dionísio? - questionou o líder. — Você matou ele, rapaz? Só assim para ele ceder essa moto fabulosa dele.

Gulielmus já estava ficando nervoso e não sabia o que fazer. Não importaria em quem atirasse ou a velocidade que teria para matar mais de um: alguma bala iria para sua cabeça de certo. Fugir não era uma opção, e não iria entregar suas coisas. Foi então que pensou no plano perfeito.

— Ah, Dionísio? Matei sim. Quer saber como o matei? Eu cortei seu rosto inteiro e coloquei um espelho em sua frente para que ele pudesse ver sua aparência. Depois disso, cortei seu pênis e o fiz se engasgar com ele, enquanto Dionísio via tudo pelo espelho.

Os homens ficaram em silêncio por um momento, trocando olhares. Até que todos soltaram gargalhadas. Parecia que nunca tinham rido a vida inteira e estavam soltando as risadas de uma vez. Alguns caíam no chão tentando se segurar, outros ficavam apontando e encarando Gulielmus com longas risadas. Todos riam, menos Badass, que continuava encarando o rapaz, com um olhar interessado no amuleto.

— É o seguinte, rapaz. Não é uma boa hora para piadas. Entregue o amuleto agora ou quem sabe a gente faça isso que descreveu com você.

A noite estava fria e silenciosa. Do lado da pequena estrada existiam florestas e mato, com a escuridão tornando impossível ver claramente algo passando por ali. Mas, todos conseguiram ouvir um som na direita, de algo passando por entre as folhas. Poderia ser apenas um animal, mas eles pararam um momento para observar o que poderia sair dali. De repente, uma mulher saía do local, com longos cabelos negros cobrindo o rosto e um vestido branco que brilhava com a luz da lua. Alguns dos homens mostravam olhares assustados, mas outros tinham outras intenções.

— Que delicinha - falou um deles para os outros. — Hey, moça, não quer dar uma volta comigo? - gritou para a mulher.

Por trás dos cabelos da mulher podia-se ver dois brilhos vermelhos no lugar de olhos que encaravam o rapaz que fez a pergunta. Do nada, os olhos do homem haviam explodido, assustando ainda mais os outros membros da gangue. Isso aconteceu com todos os outros, com exceção de Gulielmus e Badass. Após as mortes, a mulher se aproximou e tirou o cabelo do rosto, revelando ser uma conhecida de Gulielmus.

— Mary? Achei que não quisesse vir para cá quando conversou comigo lá na vila.
— Mudei de ideia.

Badass estava confuso e assustado, paralisado. Olhava para os dois com olhos grandes e tremia seu corpo inteiro. Via todos os homens que um dia foram seus amigos mortos no chão, com os olhos em sangue.

— Por que não matou ele? - perguntou Gulielmus, apontando para Badass com a cabeça.
— Quero pedir informações - disse, depois virou-se para o homem assustado. - Hey, o que você sabe sobre Nobody City?

Badass olhava para a moça com medo. Os olhos dela não brilhavam mais, mas ainda temia que seus olhos pudessem explodir a qualquer momento.

— É... É uma cida... Cidade abandonada. Ninguém mora lá. Os prédios e casas são todos destruídos e há mato por toda lugar. Não tem nada de interessante lá, pelo que sei.
— Hm - Mary estava pensativa. — Me dê seu dinheiro, sua arma, sua jaqueta e seu óculos e corra para a floresta.

Badass o fez e correu o mais rápido que pôde, assustado. A dupla pegou o que tinha de interessante nos corpos dos motoqueiros e depois jogaram os corpos no mato, junto com algumas motos. Mary havia ficado com uma delas e vestiu uma jaqueta sobre seu vestido branco. Também colocou um óculos em seu cabelo.

— Precisamos encontrar um hotel o mais rápido possível. Não é bom ficar vagando por aí - disse ela, ligando a moto.

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Andaram aproximadamente dez quilômetros daquele lugar até que, finalmente, avistaram o que procuravam. Não era um hotel luxuoso, na verdade, passava longe disso. As paredes estavam sujas e sua tinta desgastada, também havia algumas pichações feitas por vândalos; o que deixava o lugar menos agradável ao olhos. Na porta de entrada, algumas pessoas conversavam, eram um certo tipo de gente que não parecia ser amigável. E na calçada, mulheres com roupas curtas caminhavam no meio de marginais e drogados jogados ao chão. Com certeza, um ambiente nada familiar. Sem ter escolha e sem conhecer a cidade, estacionaram a moto logo em frente do hotel.

- Que lixo! - Disse Gulielmus se referindo àquele lugar.

- Infelizmente, você terá que se contentar com isso. - Falou Mary, que também não estava contente com a situação. - É apenas por uma noite, assim que o sol der as caras, não precisaremos estar mais aqui.

Então, mesmo insatisfeitos, se dirigiam para a entrada do asqueroso hotel.

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Voltarei antes do almoço, dissera-lhe Mary ao partir.
Perguntava-se no que a moça teria se envolvido ou para onde foi. Já era uma hora da tarde, o sol invadia o quarto pelos rasgos na cortina carmesim e o cheiro de mofo o incomodava. A cama em que Gulielmus dormiu gemia toda vez que ele virava-se para encontrar o sono perdido. Com a de Mary não foi diferente, e atrapalhavam um ao outro. E mesmo assim, conseguiram passar a noite ─ uma noite inquieta, quase arranjou uma briga para o rapaz, irritado com os drogadinhos que não se calavam lá embaixo. Para piorar, a dona do hotel era uma mulher gorda que mais se parecia com um sapo; seu rosto permanecia zangado, independentemente do humor em que ela se encontrava. Eu não posso fazer nada, era tudo que dizia.

Assim que ouviu o ronco da Harley Davidson, pôs-se de pé e espiou pela janela. A cortina soltou uma nuvem de poeira quando ele a sacolejou para o lado. Mary chegou, trazendo consigo o celular. Abriu qualquer coisa nele e mostrou:
─ Esse cara tá valendo dez mil ─ apontou, quase que esfregando o aparelho na cara do rapaz. ─ DEZ!
Gulielmus levantou uma sobrancelha.
─ Que porra é essa? Calma lá, deixa eu ler.
Leu a descrição do procurado, não mostrando interesse. Não fosse o próprio site da polícia local, juraria que o rapaz da foto era, no máximo, um professor qualquer.
─ Não sei se topo...
Mary apenas revirou os olhos e caminhou para a porta, dizendo:
─ Mais pra mim, então ─ desceu as escadas depressa.
─ Espera aí, isso tá fácil demais pra ser verdade ─ ela já ligava a moto.
─ E? ─ encolheu os ombros. ─ Só descobriremos tentando. E ainda tem esse seu amuleto que será uma ajuda extra, caso precisemos.
Gulielmus suspirou e cedeu, subindo na moto em seguida.
─ Pelo menos sabe pra onde ir?
─ Só segue.

Atravessaram o centro, a Praça Central, a avenida dos pubs e salões, a parte rica da cidade, a pobre, e por fim pegaram estrada. Cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta, só para ver até quando os motores aguentavam. O sol mostrava-se grande no céu limpo, o vento os abraçava numa brisa fresca.

Uma ou duas horas passaram-se e a dupla virou pela primeira vez, atravessando um milharal extenso que os levou para o que Gulielmus julgou ser um hangar.
─ Vamos parar por aqui ─ avisou Mary.
─ Quer me contar o que diabos vai acontecer?
─ Simples. Se a sorte ficar do nosso lado, Fausto tá nesse hangar, consertando quaisquer merdas. Você vai pelos fundos e eu dou as caras primeiro, do outro lado. Um contato meu trabalha pra ele, deixou uma caminhonete pra gente. Ele não tá aí hoje, e disse que dia de sexta, o patrão fica sozinho. Daí, é polícia e grana.
─ Polícia... ─ Gulielmus estava desconfiado.
Mary riu, e disse:
─ Você acha mesmo que a polícia de Frontville é toda certinha? São mais sujos do que você imagina.

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- Eu não tô entendendo mais merda nenhuma! Tudo isso acontecendo em tão pouco tempo. Qual é a sua, hein?
Mary riu da inocência de Guliel. O homem parecia estar extremamente confuso mas ainda não havia cedido á toda aquela pressão. Admirava o rapaz.
- A minha talvez seja ajudar e estar por perto de uma pessoa que conseguiu se safar da foice da Morte, cara. Pelo que parece, somos a ajuda um do outro, e esse "trabalho" pode ser a nossa única renda até... a Morte decidir te matar. De novo. Enfim, vamos.

Mary desceu da sua moto e caminhou em direção ao Hangar, sem fazer barulho, e ao fazer um sinal Gulielmus espreitou o mesmo e foi para trás. Chegou até a enorme porta do local e viu Fausto trabalhando em algo que parecia ser um motor. Estava de costas, vasculhando as ferramentas no chão, procurando algo. Bloody Mary então sacou sua arma, e friamente a mirou para o homem com uma blusa de gola desnecessariamente alta.
- Era essa peça que você queria?
- Q-quem é você? - Fausto era um homem de meia idade, com o cabelo muito bem penteado e alguns fios grisalhos meio aos pretos. Era magro e parecia estar cansado.
- Quem somos nós. - Respondeu, indicando com a sobrancelha levantada Gulielmus, que entrava pela porta dos fundos. - A gente só precisa de você pra uma coisinha, não vamos te fazer mal. - O oldman, assustado, tentou correr para o milharal, mas com um olhar Mary paralisou seus membros.

Guliel, no que parecia ser um surto psicótico, rosnou e avançou em direção ao homem, quebrando seu pescoço com extrema facilidade.
- POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? - A mulher gritou.
- Ele ia fugir!
- E a gente muito bem ter impedido sem precisar quebrar o pescoço dele! Teríamos algum crédito se não tivessemos usado força.
- Foda-se.
- Tá bom. Vamos levar o corpo, pelo menos.

Gulielmus estava abaixando-se para puxar Fausto, mas paralisou quando viu algo atrás de Mary. A mulher rapidamente olhou para trás e assustou-se: um homem com uma máscara de ovo laranja sinistra. Mary tentou paralisá-lo, mas seus poderes não tiveram efeito. Não iria perder tempo conversando: só os três deviam estar ali, em hipótese alguma um ovo humano.
Atirou e o homem caiu, sangrando. Acelerou Guliel para pegar o corpo, mas dois outros homens identicos ao que Mary tinha acabado de matar apareceram.
- QUEM É VOCÊ?
- Miqueias.

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