Não demorou muito para que Talia finalmente alcançasse o exército, mas quando chegou, descobriu que Daeron já tinha partido com seu dragão para o Norte, buscando ajudar de imediato o grupo de refugiados de Winterfell e outros pedaços do Norte. O rei já tinha deixado as ordens, estrategias e outras coisas bem claras para os comandantes, que depois repassaram para Talia, agora que estava em poder. Ao ouvir os planos, ela se acalmou um pouco, parecia que apesar de tudo, seu marido realmente não estava brincando e sim levando muito a sério a situação.
Do dia que saiu do acampamento até o ponto onde Daeron marcou do exército se posicionar, incluindo as preparações no terreno e as ordens se espalhando pelos homens, foram quase dez dias. Estavam nas redondezas das Gêmeas, mas nada se assemelhava ao lugar quente e próspero que muitos viram meses antes ou em algum momento na vida.
Talia soube que havia chegado em seu objetivo quando a noite surgiu e nunca mais desapareceu. A lua era a única luz natural naquelas terras e o frio estava relativamente maior, mas a neve continuava lenta, calma e, especificamente naquela região, cobria levemente o chão, quase não atrapalhando a caminhada. Mas o frio que subia pela espinha de cada pessoa daquele exército era desigual a qualquer outro sentimento que tiveram em suas vidas, até mesmo um campo de batalha logo em frente a própria morte, nem esse medo se comparava ao que sentiam naquele momento. O temor era grande, talvez não por influências exteriores, mas pelo choque da fantasia... ter se tornado realidade. Porém, a rainha sentia um pouco de prazer de ver a reação de quem zombara de Daeron ao anunciar aquilo, especificamente os mercenários de Essos que ficaram calados no momento que viram a realidade, aquilo tirou um sorriso maldoso de Talia.
Quando a hora chegou, a rainha foi acordada por um dos soldados e sem pensar duas vezes pegou suas espadas, enfiou na bainhas e correu em direção ao aglomerado de homens entrando em posição desesperadamente. O local que Daeron escolhera era um particularmente especial para ele e Talia, era perto de uma pousada onde puderam aproveitar várias noites tanto no local quanto em lugares ao redor dele, antes de irem para as Gêmeas. A diferença daquela pousada é o fato dela não ser uma pequena casa como as demais e sim feita dentro de um pequeno castelo que uma família nobre viveu muito tempo atrás, era um castelo tão pequeno que poderia se confundir com uma casa um pouco mais nobre e o fato de não ter muralhas só aumentava a semelhança, mas era um lugar chamativo na região, e era perto da estrada principal, apenas tendo que tomar um pequeno desvio. Mas ao redor, além de uma floresta, bem à Norte havia uma região um pouco volumosa e com uma clareira de tamanho considerável, quase sendo um campo.
O plano basicamente foi posicionar o exército em um grande "U", circundando o campo. As partes da frente estavam no local volumoso, duas grandes paredes de terra com um grande caminho no meio, onde vários arqueiros ficariam e se aproveitariam do riacho a frente que atrasaria quem tentasse o atravessar. Do topo de ambos lados do U até sua base, o exército cercava o campo e a base ficava bem de cara para ele. A pousada ficava dois quilômetros antes. Em volta do U, cavaram centenas de buracos, todos eram largo e fundo, com apenas alguns caminhos entre eles. E por todo exército estavam espalhadas milhares de fogueiras, tochas e braseiros. Fogo era o que não faltava e por sorte também ajudava na iluminação, naquela noite sem fim.
Com cerca de mais de 8 mil homens ali — o local não era tão grande assim para que fossem todos soldados, posicionados em seus lugares e esperando os refugiados chegarem, depois os inimigos, não havia ninguém ali que não estava tenso.
Talia[Babi]
Vestimenta: Roupas bem quentes e o colar que encontrara na gaveta de Daeron, um presente dele antes de ir para Rochedo Casterly.
Armas: Duas espadas curtas e um escudo.
A chegada dos refugiados e a volta de Daeron seriam anunciadas para o exército quando um dos soldados que fora na patrulha para esperar eles, vários quilômetros a frente de onde o exército estava, chegasse e avisasse-os disso. O rei e seu dragão foram para o Norte muito antes do exército chegar no ponto de referência, mas cerca de duzentos soldados pegaram os melhores cavalos e foram o mais rápido possível para o Norte, para dar assistência aos refugiados.
Agora, ela estava entre os homens, atrás das seis fileiras de escudos que se prolongavam por todo U, juntos. Diferente de uma parede de escudos normal que seria num campo aberto ou em algum corredor, aquela parede estava dentro da floresta, mas não tão distante do fim das árvores, o que os separava do campo aberto eram os vários buracos cavados bem em frente à eles, seria impossível quebrar aquela formação. Havia buracos até mesmo atrás da parede de escudos, caso a mesma fosse quebrada, mas não tão numerosos por ser uma área com um grande número de soldados, mas mesmo assim estes passeavam por ali com cuidado, para não cair e se lambuzar de óleo. Todas tinham óleo em seu interior, esperando alguns mortos caírem e serem devorados em chamas.
Mas apesar de toda essa segurança, Talia ainda estava nervosa, já fazia quase duas horas desde que o soldado havia chegado e Daeron ainda não tinha voltado junto com seus duzentos homens e os refugiados. Ela estava um pouco irritada também, tinham muitos corvos na área onde ela estava, crocitando sem parar.
— Tudo bem, Vossa Graça? — perguntou Arthur, colocando-se ao lado dela. Ele vestia uma armadura bem modesta, mas que caia muito bem nele.
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